ENCÔMIOS, TRUSTES, CARTÉIS, ARTECFATO, OBJECTO, IDEIA : THATRUM MUNDI"
A história, enquanto ciência, ou presunção tal, nunca houve; o que
 existiu foi a escrita, que buscou mitos, para colocar ritos e cantos
 rituais de sacerdotes ou astros do rock e do pop, ritos para o senso
 comum. A história e a escrita são, reciprocamente, espelho e imagem
 espelhada, uma dualidade, mutualidade, da qual, por ser a mais simples
 ou simplista forma de conhecer, faz emergir a idéia do maniqueísmo,
 onipresente e onisciente e onipotente em todas as ciências, filosofias,
 epistemologias, contos, poemas, epopéias, mitologias, enfim, em todas
 as manifestações escritas ou faladas ( fonadas).
  A história é a história do maniqueísmo, o pano de fundo ou o coro da
 tragédia grega, onde está a ideia una e única ( o ser, o célebre ser,
 posto na palavra, ao sair da mente humana de Parmênides, um grego de
 Eléia, depois de postado para o mundo dos homens
  ( um correio e telégrafos! ); vocábulo entremeado com a idéia
 inovadora, posto neste mundo ou  universo social humano, que nos vem
 em um cambulhada, numa  multidão "plebéia"  de vocábulos concatenados
 pela gramática; aliás, o maniqueísmo é a gramática doa história, da
 história de tudo, pois esse "tudo" é a literatura sob as mais diversas
 e divergentes formas escritas e faladas : poesia, prosa, drama,
 retórica, sob as formas de ontologia, tecnologia, ciência, mito,
 lenda... sob todas as formas literárias, incluindo a "literatura" das
 matemáticas e a notação musical, a ópera e seus libretos, enfim,  tudo
 o que é escrito ( ou história ) e falado.
 A ciência nunca foi mais que técnicas ou prestação de contas
 ( contabilidade, ciência contábil ) sobre a validade das técnicas que,
 faladas ou postadas  na escrita ( escrituração de livros didáticos não
 difere da escrituração contábil;  é o mesmo gestual a administrar
 ritos sumários, também inseridos no Direito, outra forma contábil, mas
 sob forma de signos linguísticos ao invés de signos e símbolos
 catacterísticos na "terminologia" numérica matemática : a matemática
 se expressa pro números, ou seja, conta, mensura, exibe grandezas ) ou
 na literatura especializada, se metamorfoseia em "tecnologia" : palavra
 e artefacto, voz e produto humano manual, manufaturado ( ou
 industrializado ), e mental ou intelectual : a nova face do Narciso na
 lâmina d'água do arroio do suicida.
 A palavra tecnologia é, outrossim, nome para os artefactos de ponta,
 conceito, desenho, e discussão teórica sobre o funcionamento e a
 feição desses objectos provenientes da razão.
 A tecnologia e a ciência, no sentido econômico da palavra, é a mesma
 face ou a mesma moeda com duas faces : a ciência e a indústria, fazem
 interface, dependentes ambos do investimento e da direcção que tomarão as
 ciências sob este investimento, para não dizer da palavra
 "investimento" algo que possa ser maléfico em algum pólo maniqueísta.
 Mas sempre o é, pois toma o parido do beneficiário dos lucros da
 empresa, do capital. Retoma o maniqueísmo de Marx, a velha discussão
 dos males que espalha essa promiscuidade entre ciência e indústria e,
 concomitantemente, comércio, polêmica que também tem como objecto as
 relações do estado, por seu governo ( homens, não nos esqueçamos! : o
 governo é de um homem ou muitos, se o monarca é débil e os oligarcas
 miríades de insetos no sentido-latim, latinório) e as empresas
 industriais e comercias, pessoas jurídicas ( ou pessoas metafísicas,
 metafóricas, metonímicas, pessoas para prosopopéia ), sob as ordens e
 ato das pessoas reais ou físicas, sendo ambas atores e atrizes no
 palco do mundo ou teatro da guerra ( ou “theatrum mundi” )e das
 operações da política, outra guerra, sob formas de estratégia e
 estratagemas que, quando falham, convoca os soldados para atirar sem
 piedade, sem lembrar que há qualquer fábula democrática ou de Direitos
 Humanos românticos, novas amadas idílicas para poetas em
 degenerescência.
 A ciência de fato ( não de Direito, que faz seus produtos metafísicos
 de fábrica) sempre foi a filosofia, a ontologia, espistemologia,
 noética, enfim, o espaço e tempo grego de pensar gregariamente e para
 atender à agremiação dos gregários; a saber : ao grêmio que é o povo,
 assembléia para Deus ou deuses. Pensar-povo.
  Todavia, a ciência  que, na realidade "existe"nos postulados da
 filosofai ( filosofia é palavra modesta para um monte, no paradoxo;  a
 ciencia é uma "sorites" paradoxal ( o paradoxo sorites ,  um
 super-herói em signos e pensamento, sempre apto a corrigir ou
 testemunhar as agrúrias e penúrias do conhecimento, nunca firmamento
 estribado, sobre o cabalo, um cavaleiro andante, ambulante ), paradoxo
 recorrente em anfibologias
 ( frase tautológica) , que  empalidece as coisas dadas nos entes,
 fenomenologicamente, sob o efeito do fenômeno, que é um efeito dos
 sentidos, desfocando o saber inato os animais e, consequentemente, nos
 outros animais, para o conhecimento, que vem em signos e símbolos e
 sinais naturais, indo começamos a ler o mundo e a construir  o mundo
 do homem, universo parcial, à parte ( mundo à parte, tempo idem) ,
 brotado no âmbito da cultura, que molda tudo com seu maniqueísmo, o
 qual faz a religião e a tecnologia primeva, que, posteriormente, se
 transmuta em filosofia ou ontologia e
 seus desdobramentos e a tecnologia de Ponta ( na ponta de cada temo há
 uma para os artefatos, os quais vão "aumentando" ou amealhando o tempo
 do homem no mundo, tempo esse posto e feito por esses artefactos. Vide
 o relógio e em sua "história" na matéria e transformação da matéria
 ( indústria, processo industrial ou de industrialização ) e energia
 ( também labor ou trabalho físico, químico e mental do homem operando,
 operante)  e depois na história escrita pela mão do homem com a e pena
 a ferir a superfície do pergaminho ( a religião está nos pergaminhos,
 em rolos! E papiros, onde escrito está o “livro dos Mortos”, nome
 imaginado pelos ocidentais para um livro-mapa-itinerário  a orientar o
 vindante (..."e sua sombra"!!!... ) no outro lado do mundo, ou abaixo do horizonte para onde
 descaiu o disco solar ) ,  os quais fazem a religião e artefatos 
técnicas primitivas ou primordiais, primeiras línguas e linguagens
 para o conhecimento erudito ).
 A técnica  dá uma noção lógica e frugal da ciência, pois a ciência se
 transforma em técnica ; aliás, sua primeira aparição e linguagem está
 sob a forma da técnica. A frugalidade da ciência não é nenhuma chacota ou pilhéria sobre a vestimenta do imaginário arlequim posto não-vivo nesta "folia" sem Foucault ou pêndulo, conquanto não vai aqui o Foucault  pendular ( Arlequim não-vivo é esta personagem sem alma, pilhado da existência e da folia e alocado em "locus" para mera locução ; enfim, um paradoxo dentre outros infinitos paradoxos que rubricam a ciência como um comnplexo de dubiedades, um longo acervo de anfibologias e incertezas : o princípio da incerteza em ato e de fato consagrado em toda a história, que é pura e simples ontologia).
  Contudo a técnica é apenas uma face da ciência.
 Esta relação promíscua entre ciência e industrial, restringe o objeto
 da ciência, alija a filosofia, a axiologia, a noética e outros campos
 onde ocorre a ciência independente, que é tudo o que a indústria e o
 mercado , a política, outra indústria e comércio, aspiram e articulam
 nos bastidores. Para isso o estratagema é o de desarticular a
 filosofia que, sob este nome simplista, originário de efeito
 conotativo de época, um efetivo “conotador”, abriga sob a rubrica
 “filosofia” uma quantidade e qualidade de ciências livres, um vasto
 acervo do espírito humano, uma saga do pensamento, atravessando tempos
 construídos e arquitetados pelo homem, sob a égide da “filosofia que,
 a saber, mais que uma mera paixão pela sabedoria ou pelo conhecimento,
 que diverge da sabedoria intrinsecamente e extrinsecamente,  contém um
 monte de disciplinas científicas de fato e de Direito, na melhor
 tradição do termo em sentido kantiano ; a filosofia, essa paixão 
  ( “pathos”) grego , invenção exclusiva  dos filósofos da vetusta
 Hélade,o helenismo, tem inúmeras faces, tantas quantas são os Narcisos
 a especular sua imagem : a ontologia, a epistemologia, a noética ( não
 considero a ética ciência, mas mera técnica comportamental,
 racionalizada ), a teologia, a gnoseologia ( considerando a
 gnosiologia religião e parte da teologia, cujo objecto não é preclaro,
 bem como ciências que se perderam para o mercado : psicologia sem
 perspectiva filosofante, sociologia voltada para a arte da política
 e, concomitantemente, da polícia, para servir ao mercado controlado
 pelo direito, esses dois novos leviatãs que Hobbes não pode ler nem
 tampouco por enquanto objecto de sua ciência. Hobbes tinha uma ciência
 ; aliás, a ciência não sai da esfera individual : quando vai ao
 coletivo se transmuta qual um deus Proteu ( daí provem a palavra
 “proteína”)  de mil faces e facetas.
  Pode ser visto, esse deus dos mares,  em xilogravura de 1531. O tempo
 está na xilogravura exposta.
 A ciência no mercado e para fins de mercância ,  obra para mercadores
 ( isso a ciência atual e de sempre, excepto alguns raros lampejos ainda
 lidos e escritos por poucos, que fazem a história, que é antes de mais
 nada a história do pensamento, algo ontológico, epistemológico,
 noético, gnoseológico, etc. ) concentra toda sua energia de forma
 inercial num pólo do maniqueísmo interessante aos senhores do momento
 ou do tempo inventado de novo pelo homem que o vive.
 Destarte, a pseudociência perde o contato com o outro ponto antípoda
 da tensão privilegiada ou escolhida ao alvedrio dos interesses
 momentâneos ou temporais e, ao preterir uma polaridade em benefício de
 outra, planta um núcleo na relação, a qual., em detrimento do pólo
 preterido, anula o conhecimento no que tange ao espaço e tempo
 presente entre as polaridades antitéticas responsáveis pelo movimento
 ou pelo passar do tempo pelo espaço bipolar ou de polaridade quase
 nula, desarmando o gatilho do maniqueísmo, que parece onipresente, ao
 menos na estrutura do pensamento humano, em todas as culturas, ou
 seja, o maniqueísmo é universal, mas o processo e os procedimentos o
 mitigam ou anula no ato do conhecimento, o que faz supor que o
 maniqueísmo é parte da existência, não figura somente na essência,
 porém,além de servir ao homem doutrinariamente, o homem o torce e
 distorce à vontade, à revelia, ao imprimir seus interesses sobre o
 maniqueísmo, que, destarte, funciona somente em num pólo, anulando ou
 mitigando os efeitos do outro pólo, ao  menos no pensamento expresso
 por símbolos, signos, na geometria, religião e outras formas de
 conhecer ou saber.
 Anulando ou mitigando o fluxo entre polaridades, o homem altera, na
 mente, por meio de doutrinas, a visão ou concepção do fluxo natural
 nas relações sociais, conquanto não o faça quando se trata de aplicar
 o conhecimento e a sabedoria na arquitetura e construção dos artefatos
 bélicos, utilitários, sacros, lingüísticos, teóricos, enfim, em todo o
 cabedal  social ou que se diz social, no estratagema, no ardil que se
 usa para afastar o povo dos bens comuns, que se tornam incomunicáveis
 no processo.
 A hegemonia do sistema financeiro modificou todas as relações,
 consoante previu e analisou Marx. Nos tempos de antanho, os reis eram
 anunciados com trombetas e vinha acompanho de uma comitiva, ou séqüito
 real, numa carruagem especial, luxuosa, ou carregado por escravos ou
 servos numa espécie de  palanquim ou literia, enfim, algo desse jaez.
 Outrossim, os espetáculos animavam as festas dos reis na coorte com
 dançarinos hábeis, cantores, contorcionistas, enfim, todo um aparato
 que hoje está no circo e mais recentemente na televisão, pois o circo
 também perdeu espaço mercadológico para a televisão, que,literalmente
 “roubou a cena”.
 Na atualidade, com a ascensão do mercado em lugar, que passou a ser um
 peão representando o dinheiro e a nova deusa “Economia”, para quem
 deve-se fazer encômios graciosos e gratificantes,o trono e o cetro
 real foram ocupados pela nossa diva e rainha dos pobres e dependentes
 viciados em mídias, que podem ver e ouvir qualquer espetáculo pela
 televisão como se fossem novos reis, embora sem poder algum, porém com
 postura real, comprando geléia real , sendo reis escravos ou
 escravizados no divã,  ouvindo a mídia que vende os produtos das
 indústrias e do comércio, na nova corrida do ouro : a corrida
 tecnológica, que emprega a ciência, que são os cientistas, um novo
 batalhões de frades ou  soldados disciplinados e sob ordens severas,
 ordens militares dos senhores que comandam as grandes “guildas” atuais
 ( empresas e outras instituições afins ou tais  e quais ) ou grandes
 corporações, com seus monopólios, cartéis, trustes, franquias, etc.,
 para atender o apetite voraz dos novos imaginários reis e sua
 dinastia, todos devidamente sentados, esses  novos-reis ou novos ricos
 ou a classe média no divã, regentes imaginários de um reino do
 consumo, a ouvir com êxtase as trombetas a tocar nos filmes ( não em
 Jericó, com Josué) , porém no antigo cinema e hoje na confortável sala
 de estar : poltrões derreados na poltrona.
  Eis uma fórmula que a maniquéia usa para polarizar exageradamente uma
 mania de época, que apaixona as pessoas escritas para este drama
 cômico, canhestro, que ficam desamparadas de maniqueísmo, uma vez que
 o maniqueísmo que parece ter uma função clara na natureza, na
 inteligência animal focada no saber, mas que o homem, ao construir o
 tempo, com sua maniquéia , opera um obscurecimento no saber através da
 operação do conhecimento, que vem por palavras, sempre passíveis de
 servirem como artefatos de engodo, escravizando o pensamento através
 de sofismas requintados e falsa erudição, o que não é novidade, e sim
 palavra vetusta na Grécia antiga, já na boca do Sócrates platônico.
 O tempo do homem também e, principalmente, é construído com fulcro num
 ajuste da maniquéia para servir os fins dos que comandam e mandam
 construir a casa do tempo ou história, que está escrita em todos os
 seus artefatos, em toda manifestação cultural e na alocação da
 maniquéia para a época. Esse “locus” em transliteração repudia e
 tripudia da maniquéia antiga e desenha um novo objeto de estudo.
 O estudo do tempo é o tempo, enquanto idéia do homem em sua relação
 cósmica, cosmológica e social.
 O ser do conhecimento, que, socialmente, para o senso comum, escapa ao
 crivo da sabedoria vulgar, provado que é por entes não probos, mas
 réprobos interesseiros, interessados no processo e na urgência de
 provar, mesmo através de fraudes, o que se quer impor ao grande
 público passivo e omisso, é posto então neste “locus” enquanto objeto
 moldado por uma ciência do que se quer, o que se anela, aquilo que se
 deseja com ardor, enfim, uma ciência ou sub-ciência a serviço da
 política, ou do poder, indiferente a qualquer suposta verdade oficiosa
 que não pode provar nem reprovar nada, porquanto não tem autoridade
 nem poder sem nenhum para fazê-lo ; são réprobos antes mesmo de
 qualquer gesto de defesa num processo cognitivo no qual a capacidade e
 a autoridade para produzir provas já está determinado de forma
 imutável em lei que, outrossim, nomeia ou encarrega as pessoas ou
 peritos que podem provar ou ter acesso às provas.
  Ninguém, enquanto indivíduo, pode provar nada, nem sequer ter acesso
 aos métodos e conhecimentos proibitivos que conduzem à prova. Todo
 poder, em sociedade totalitária, de leis sobre a cabeça do homem, é
 usurpado do indivíduo, exceção feita aos indivíduos no poder.
 A ciência não é senão uma técnica para pensar como fazer sobre objetos
 e com objetos, a fim de defender o homem das intempéries naturais,
 dentre as quais estão as doenças. É uma técnica embasada nas normas
 coercitivas da gramática ( a gramática exerce uma coerção severa )
 cujo escopo é comunicar o pensamento técnico ou o fazer e como fazer :
 este o âmbito de toda sua literatura.
 Vasculhar o pensamento, os objetos do pensamento e da ciência, ter ou
 por o pensamento por objeto, no “locus”, enfim, por o ser, a tese,
 posicioná-lo no “locus” é função da epistemologia, cujo escopo é o
 estudo da fenomenologia do espírito humano, ou seja, tem como objetivo
 estudar ou tratar  o pensamento e a sensibilidade, os sentidos
 externos  ; dos fenômenos captados e da transmutação desses fenômenos
 por meio de conceitos.
 Quem investida o universo é a filosofia ( quem se fia na filosofia! ),
 não enquanto “amor” ou “paixão” apenas, mas como razão, juízos,
 postulados, através da ontologia, espistemológica, noética, etc.,
 partindo sempre de uma gnoseologia, que a ciência não postula, nem tem
 liberdade, independência, emancipação para postular.
 A ciência é a filosofia menor de hoje e de ontem, quando era
 epicurismo e depois ao se rebaixar à uma menoridade de retardado
 mental na doutrina tresloucada do cristianismo que, não obstante, é
 boa política para o povo simplório,boçal, incapaz de entender poesia
 ou filosofia e mesmo, muitas vezes, até a ciência com a qual convivem
 enquanto profissionais da área.
 Ciências são filosofias restritivas, obedientes aos métodos ou
 metodologias para condenados ou prisioneiros em novas galés, gente não
 livre, nem livre-pensador, nem tampouco livres e emancipados enquanto
 ser humano autocrático, mas “criaturas” presas às regras e princípios
 da filosofia que as norteiam,  bússolas úteis apenas para atender
 certas áreas do conhecimento e limitadas ao trabalho sobre objetos
 determinados e delimitados filosoficamente, mas não para o
 conhecimento livre, sem peias, que é o objeto ou “locus” de estudo da
 filosofia, que representa e é o pensamento na maioridade, na plenitude
 do tempo, capaz, inclusive de dialogar com filósofos de todos os
 tempos. Os cientistas, homens sofríveis, alienados nas pessoas
 patéticas do discurso, ou nas personagens a representar no teatro
 social, meras bússolas a apontar maquinalmente o norte magnético,
 tornam-se, elas mesmas, objetos de maquinações alheias, que as colocam
 abaixo das estruturas gramaticais ou jurídicas, das doutrinas
 revestidas de sua maniquéia em voga, na moda.
 Aristóteles até hoje mantém um diálogo profícuo com os filósofos de
 todos os tempo e e cada vez mais, mormente,com os atuais.
 A ciência, que não possui consciência do conhecimento, nem tampouco e
 muito menos auto-consciencia ( cientistas não desenvolvem a
 auto-consciência ou auto-leitura, se tais há,  ou epistmologia própria
 e alienígena do filósofo ( ou filostrato ), são homens mais limitados,
 prisioneiros entre as grades e a máscara de ferro de seu tempo,
 restritos a este tempo que imaginam ser o único e último ou até o
 eterno ( e não o tempo, mormente depois da operação-ressurreição do
 cristianismo ) , encarnados e vestidos, marcados a ferrete e fogo pelo
 logotipo e logomaquias temporais, os diatribes versus a dogmática,
 tudo no bojo do maniqueísmo clássico ou revestido de modernidade,
 “tempos modernos” com Chaplin no cinema mudo, tartamudo ).
 A ciência, que é o homem em sua alienação encarnada ou representada na
 pipeta do químico , não apresenta evolução consciente, por isso morre
 com a idade do homem que a criou : é um produto do tempo. Vide a
 psicanálise e Freud ou a filosofia natural de Isacc Newton. que,
 aliás, por ter uma certa perspectiva com nuance filosofante , durou
 mais e ainda é útil à engenharia, orienta a engenharia, ou seja,
 cumpre o papel da ciência, que é dar voz aos artefatos tecnológicos
 com a língua e as linguagens ou idiomas matemáticos, que não falam,
 mas escrevem em signos próprios e símbolos. Vide quão vivo continua o
 pensamento de Marx, na sociologia e na economia, que com ele ganharam
 um estudo humano ou humanista, se querem assim assinar o ato humano
 que a filosofia proporciona e a ciência denega, pois só serve ao
 trabalho e, evidentemente, ao capital, à indústria, comércio...
 Essas proposições heréticas que não vão agradar a ninguém evoca a
 função dos  paradoxos no conhecimento, cujo fito é relativizar o
 conhecimento,  num relativismo essencial, pois o conhecimento jamais é
 absoluto e sobrevive no ser humano, sujeito de relações múltiplas,
 multifacetadas ; este paradoxo da análise abordaria ou faria um
 levantamento ou inventário da doseometria para o verdade ou realidade
 ou para o conhecimento, que está entre eles, mas não é nenhuma delas :
 é apenas um esforço contínuo.
 Tal paradoxo poderia ser proposto assim : poderia o cientista , pago e
 na universidade investido das honrarias e insígnias ter a liberdade,
 carente de as remuneração, dentro de si ao menos,  ter capacidade
 “livre” e poder para conhecer ou ousar conhecer algo da verdade que
 fira os interesses de seus patrões? Mais: poderia alguém livre dessas
 peias  sociais, não evolvido profissionalmente ter alguma
 possibilidade de conhecer algo da verdade ? Quais os impedimentos
 capazes de estorvar a liberdade ou influir de forma sutil e
 imperceptível em cada um dos seres postados e envolvidos ou
 encapsulados socialmente e ainda na sua eqüidistância enquanto um ser
 humano como referencial? Isso levaria ao “princípio da incerteza
 somente na física quântica ou seria um princípio epidêmico? – endêmico
 no homem.
 Tanto é técnica  a ciência, técnica expressa no léxico, com verbetes,
 glossário, assim como o é a matemática que exprime esta mesma técnica
 com outro jargão e signos e símbolos com maior grau de economia e
 efetividade, ou servir  à técnica  é o objetivo prioritário da
 “ciência” divorciada da filosofia, a o menos no que planta o anelo dos
 cientistas inflados por uma vaidade monstruosa, que a adição da
 palavra “logia”, cujo escopo é dizer, exprimir, em “logos”, palavra
 cuja etimologia vem do grego “filosófico” e poético em Homero, que
 está em raiz do “chão” na formação do ocábulo“tecnologia”, pois o
 termo denuncia a função da ciência em seu destino ou em seu rumo
 escatológico”, que a ciência não objetiva senão dar expressão, assim
 como as linguagens matemáticas e algébricas, à técnica, falar da
 técnica ou seja : dizer, estudar, ser ciência em função d técnica e,
 tudo o que tem e pode dizer é tecnologia, exprimir o discurso para o
 fazer embasado em conceitos lexicais e matemáticos, palavra ou
 concepção e desenhos que ajustam essa a concepção aos postulados e
 teoremas da geometria, que é o ramo conceitual da matemática. As
 matemáticas são ciências numenais ou noumenais, vinculadas
 indissoluvelmente à prática ou à indústria e mercancia. Vide o numenal
 e o noumenal.
 A filosofia, por seu turno, é a inutilidade dos gênios sábios, dos
 eruditos que atingiram o cume da maturidade intelectual e de vivência,
 experiência. Originária da poética, que funda a religião e a ciências
 ( outro artigo ou profissão de fé cega, ingênua ), a filosofia é o
 cume da sabedoria e do conhecimento, em oposição à ciência ( o
 cientista é a ciência! E o filósofo a filosofia! : o resto é erro
 formal e plural, pluralidade de equívocos).
 Na realidade, a ciência, cuja alma que vivifica o espírito do homem
 está em ato no homem que se aliena para fazer ciência ou pensar
 insulado do mundo por uma mar de abstração ( um oceano Atlântico ou
 pacífico ou indico abstrato! deixando o náufrago em solitude no areal
 da ilha de Robinson Crusoé), não enfrenta a prova do saber ou a
 sabedoria, que só pode ser provada individualmente, para ser
 fidedigna, e pelo homem probo, cuja probidade é indubitável, o que é
 quase impossível se não for realizada pelo próprio indivíduo,
 porquanto a credibilidade de outrem é credulidade fundada em vanidade,
 pois o ser humano, em geral, é mendaz e susceptível de erros crassos,
 bem como movido por interesses escusos, quase sempre.
  Pessoas crédulas são aquelas que em menoridade mental, que não
 provaram o mundo por si, mas aleatoriamente, pelas provas das línguas
 com enzimas ou sem enzimas de outros seres humanos, em geral
 interessados numa verdade românica, imperial ou romântica,quando não
 louvadas em motivo torpe, que é o mais comum, corriqueiro na pocilga
 social, onde os políticos, seres reles, promíscuos, despóticos,
 pérfidos, estão a coibir a maioria dos animais domesticados nas
 escolas com a vara da lei ou da justiça, ou o paradoxo que tem a
 alcunha de justiça. Uma cega mendiga esculpida por um Rodin venal.
 A ciência não almeja a verdade, mas com a política ; o cientista
 sequer fareja o saber, é cega para a sabedoria, indiferente; o que
 importa nesse “locus” é o resultado econômico, financeiro, ou pessoa
 ficta, que comanda o mundo enquanto escudo dos poderosos, que se
 escondem sob a instituição e sob as picuinhas casuísticas da lei ; os
 casuísmos...; enfim, a ciência está restrita a um conhecimento
 limitado, ao que é plosivo ou oclusivo na consoante. Pouco além disso
 vai seu vocabulário ou dicionário no vernáculo. Sobrevive de um jargão
 mal definido ou cujos conceitos jamais podem ler as concepções
 espaciais e temporais exprimidas pelas artes plástica ou pela
 literatura, quando surge um Dostoievski ou um Kafka a ver toda a
 sociologia invisível ao sociólogo comuníssimo, agrilhoado e fustigado
 pelo aguilhão escolar, o cilício da educação, universitário ou outros
 nomes assim pomposos que atestam o testemunho de Erasmo de Roterdan ,
 o qual prova de cabalmente, de forma cabal e fática, todos os
 movimentos da política em sociologia, apenas se utilizando do fato
 notório presente ou onipresente em cada dia e pelos séculos e séculos,
 amém e amem, se quiserem ou puderem amar a loucura, a folia descrita
 em Michel Foulcaud, na mesma linha do humanista holandês, a espoliar
 Luciano, na Menipéia, Apuleio e outros sábios eruditos que descrevem o
 homem comum enquanto investidos do poder e das insígnias do asno
 dourado, o asno de ouro, que pode ser um imperador, um papar,bispo,
 rei ou presidente ou um acadêmico bufão a  palestrar, ou melhor, a
 palrar na esteira do truão tolerado pelo monarca, seja quem quer que
 seja o monarca ou que referencial se tomou para a monarquia, que tem
 seu “eterno retorno” social .
  Hoje o monarca tem seu trono no divã da sala de estar do pequeno
 burguês pós-marxismo, outra utopia que, não obstante, como
 conhecimento é fundamenta na sua maniquéia poética-religiosa-atéia, o
 que é um paradoxo inovado. Outro asno de Buridan, caro Erasmo.
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