Os homens comuns nada sabem /
não sabem sequer o que os bichos sabem /
pois os animais e os sábios sabem do corpo /
e obedecem as leis do corpo /
leis flexíveis como água à mão para beber no arroio /
e por abrir o diálogo com o corpo são sábios /
porque o corpo é o único sábio /
que a natureza da deusa Flora /
e do deus Fauno /
prova-se pelos sentidos do corpo /
mantêm esse diálogo ou dialética com o corpo /
quer seja humano ou animal ou vegetal /
e mesmo mineral na gemologia ou mineralogia /
espargido no solo junto às ervas a caminho do sol /
( os homens das cavernas /
que somos ainda em corpo e na caverna de Platão, o sábio /
e o homem de conhecimento ou erudito Platão /
- tais homens que estão na caverna do nosso corpo /
perderam o sabor do deus silvestre que habita o corpo /
porquanto o corpo é um deus silvestre /
um deus selvagem /
é a divindade panteísta /
a qual se une integralmente com Gaia /
nosso corpo ou organismo-mor /
- Gaia, a deusa, a capitã-mor da vida /
Os sábios sabem ou provam o mundo /
e as coisas no mundo /
pela língua com enzimas /
Os sábios são os poetas vegetais /
que penetram sorrateiramente no mundo do animal /
no mistério da sabedoria /
que sabemos a sal e mar salgado /
porquanto água doce no regato /
não é torrente de leite e mel /
( O sábio é o homem ou animal com alma /
ou ser entre vivos /
que tem um espírito simbólico no sal /
que pode provar o sal /
cuja raiz de voz ou vocábulo significa o salário em latim /
um sal para o ofício social do soldado /
e espalha pela raiz herbácea da palavra /
vozes escritas como sanear santo sápido "sapiens" ou sábio /
- aquele que tem alma e prova a sabedoria /
que a cultura da antiguidade põe no sal /
porque vem do mar /
e é o traço cultural da gastronomia /
que aparta homens de animais /
porque o sal é um traço antropológico /
assim como Deus /
Quem não prova o sal /
tem uma deficiência no mito /
- a deficiência corporal ou orgânica do insípido /
do sem sal ou sem sabor /
que é o mesmo que dizer sem saber /
pois o saber nomeada pela erudição ou conhecimento /
se funda naquele que sabe a sal /
porquanto mesmo o sangue sabe a sal /
e também as lágrimas ) /
Os sábios provam o mundo com poesia /
que é a primeira voz da filosofia /
originária na religião /
primeiro canto e rito /
primeiro conhecimento por palavras /
( vozes primas /
sem primas donas ) /
discrepância evidente entre o sábio e o erudito /
pois o sábio sabe a vida /
enquanto o erudito conhece as letras /
o emaranhado de signos e símbolos /
que constituem a linguagem /
as línguas e a cultura /
e a poesia que é a primeira forma de historia /
ou arqueologia cantada em rito de teatro /
em tragédia ou paixão /
- paixão de Cristo! /
Os eruditos são os poetas e principalmente os filósofos /
os quais conhecem /
tem o conhecimento por letras /
sendo o conhecimento o abordar o ser /
ou a essência /
o que diverge do saber ou sabedoria /
que sabe por existência /
é a separação de realidade ou existência /
e essência ou ser ou pensamento colocado no discurso /
Os homens comuns nada sabem nem conhecem /
porque para se conhecer é mister conhecer profundamente as palavras /
porquanto os vocábulos fazem ou tecem o tempo /
que é, dentre outros atos, a historia /
e também fornecem os conceitos ou concepções do universo e do homem /
pois o conhecimento é o dar o ser /
ou retirar a essência da realidade /
operação que se denomina abstração /
porquanto é possível retirar a essência ou o ser das coisas /
mas não sua realidade ou existência /
Na vida, que é o saber, /
ou a inteligência da sabedoria /
não há certo ou errado /
porque esta tensão é criada pelo homem /
constituindo mero liame para a eclosão do conhecimento /
que se funda em polaridades /
A vida ou alma é mais ampla /
extravasa as polaridades /
seu saber é acumulado com a língua com enzima /
a língua anatômica-fisiológica do saber /
do sábio ( o que sabe a vivo ou "bio" /
ou seria algo passado pelo tempero da Vulgata como "sal vivo" /
"vós sois o sal do mundo?")
A língua viva na boca /
prova tudo o que está nas suas cercanias /
pois o que existe para se saber está no espaço com coisas que cerca o homem /
e o que está nas cercanias /
é o que está impresso em todo o cosmos /
pois tudo vem do simples junção do átomo em moléculas /
numa química simplista ou simplificada /
(A voz da alma no latim /
difere em alma do latim cristão e pagão /
Uma envolve todo o movimento /
e dá voz ou ronco ou torque ao motor que move o animal /
e consequentemente o homem /
que nada mais é que um animal /
distinto pelo sal que prova no conhecimento /
É a alma "anima" /
que produz o vocábulo animal /
que o homem abominou para si /
mormente depois da lama cristã /
que foge á natureza /
e vem se abrigar sob o sobrenatural /
desde a ressurreição de Cristo /
que dá fim ao mito pagão /
A grande alma conhecida no latim /
foi Gaia, a mãe primordial /
que o grego de Aristóteles cognominou física /
ou alma da terra, do planeta Terra /
que o latim traduziu com o vocábulo natureza ou "natura"/
e no sânscrito foi denominada de "Atma" para atmosfera /
- a alma é um manche no latim cristão e pagão /
e no antigo sânscrito que a respira no ioga ) /
Para o corpo não há certo ou errado /
- certo e errado é lógica de língua grega /
é "logos" que diz do silogismo /
O corpo vive ao sabor do vento /
que sopra nas velas da alma em latim /
ou no nariz do espírito em hebreu /
em antigo hebraico bíblico /
O corpo vai ao sabor do vento da vida /
que diz da posição necessário ou vital no momento /
quer seja o momento para feto /
ou para o ser humano no sono /
ou ainda o enfermo /
prisioneiro do leito e do corpo /
( O homem alberga dentro de si /
a nota musical desafinada /
de sabedoria versus conhecimento /
saber versus conhecer /
erudição versus sabedoria /
alma versus espírito /
vida versus morte /
bem versus mal /
que é o representa tudo isso /
na doutrina de Maniqueu /
a qual pervade todo o conhecimento humano /
e mesmo invade a questão /
que põe o ser versus o saber /
o rito versus o mito /
a palavra versus o silencio dos gestos nos atos mímicos /
no teatro miméticos dos títeres ou marionetas ou marionetes /
teatro politico feito de mímica ) /
O homem possui dos espíritos e uma alma : /
( daí os três corpos dos egípcios /
simbolizados nos sarcófagos ) /
um espírito ou pensamento natural /
que na cultura oriental se denomina Buda /
o qual sabe e se sabe sabe tudo /
é um pensamento originário no homem /
colocado antes de nascer pelo espírito de Gaia /
e que dorme em cada indivíduo /
por mais estulto que seja /
que pode despertar /
tal qual lembra o mito da Bela adormecida /
- a Bela Adormecida Kundalini /
que dorme em todo ser humano /
antes mesmo do berço /
já no ventre da madre /
onde o deus panteísta que é a natureza de Aristóteles /
já tem notícia desse ser /
que é sempre o mesmo ser /
porquanto o homem é um só ser /
seja qual seja o indivíduo /
e este é um mistério supremo do ser /
( é o espírito de Gaia ! /
não sei se a Gaia ciência de que falava Nietzsche ) /
um pensamento fundamentado na sabedoria /
e que tudo sabe /
mas nada conhece /
pois o conhecer vem com palavra no discurso /
é a filosofia e a poesia /
a erudição do filósofo e do poeta /
( profetas cientistas artistas e outros conhecedores ) /
O outro pensamento do homem é o conhecimento /
é o pensamento fundado no conhecimento /
que conhece apenas a essência /
mas ignora a existência /
que não é parte do conhecimento /
mas da sabedoria /
O conhecimento faz o homem olvidar a sabedoria /
e então o homem se torna estúpido /
menor em inteligência que o animal /
porque mesmo conhecendo muito /
conhecendo a essência /
que é o que se pode conhecer /
que é onde chega ou aonde vai o conhecimento /
desconhece a existência /
e assim vive numa mixórdia mental /
que o torna estúpido /
pois já não sabe /
e nem conhece /
e se torna um estorvo para os demais /
Então o único jeito é se salvar como político /
ganhando o mundo social /
graças à estupidez generalizada /
que é a verdadeira e real besta /
a besta posta no conhecimento pelo discurso do profeta /
a besta enquanto ser do conhecimento ou essência /
que não está na vida mas somente no pensamento-conhecimento /
e a besta de fato /
que os sentidos do profeta percebe /
e põe a veicular através da erudição /
porquanto os profetas são as velhas almas dos poetas /
os quais são sempre animais silvestres /
vegetais do campo /
ou deuses com partes de animais /
como os sátiros ou faunos /
ou do deus Pan /
que é o artista tocando a flauta /
ou o centauro Quíron /
que é o médico douto /
ou com perspectiva filosofante à la Marx /
quando escreve economia ou sobre qualquer ciência ou arte /
( poeta, profeta, artista plástico, músico, enfim, artistas /
exprimem sua sabedoria sob diversas formas /
em diversas línguas e linguagens /
com seus enzimas originários /
sem carência de drogas ou fármacos /
que são as piores drogas /
e as mais letais /
e o deus Pan ou o centauro Quíron /
ou o fauno ou os sátiros as ninfas as deusas /
são o homem representado /
na forma erudita do conhecimento /
que somente os artistas podem captar /
na forma viva da sabedoria /
e não na forma morta do conhecimento /
que sempre é uma história narrada /
ou dissertada quando a personagem é a teoria ou a tese /
ou descrita nos casos das ciências descritivas da natureza do fauno e
da Flora divina /
porquanto história vem sempre em tempo morto /
ou depois do tempo em que se passou o ato /
que transforma ou transtornado em fato /
vira a face macilenta morta do Narciso /
para o espelho de olhos de quem viu /
e grafou em signos e símbolos ou sinais ) /
A vida não está escrita /
a existência não pode ser escrita /
a essência sim /
porquanto sua forma é a escrita /
é o discurso do homem que produz a essência /
enquanto a forma da vida é o movimento /
o rasto animal da alma /
que também rasteja na erva /
e nas lianas trepadeiras de lenhosos caules /
- As minhas lianas, claro! /
não as lianas dos botânicos ou fitoterapeutas /
A beleza apercebida pelo esteta /
a estética imanente ou transcendental /
cabe no espaço entre o conhecimento e a sabedoria /
por isso os animais não a percebem /
porquanto lhes falta o conhecimento /
das letras dos traços geométricos da álgebra /
da filosofia e da poesia enfim /
posta em ser ou essência em tudo isso /
que á apanágio ou atributo do homem /
parte da cultura /
se não toda a cultura e civilização /
O conhecimento é o ser do homem /
uma essência transformada na indústria do silêncio /
silente indústria do ser ou da essência /
ou do pensamento ou espírito humano /
conforme cada acepção do filosofo ou do religioso ou do poeta em cultura /
enclavado em sua cultura e língua /
ou línguas, considerando que as matemáticas são línguas de fogo /
ou idiomas para a cognição /
que é parte beleza ou estética ou sabedoria /
e parte conhecimento /
que também fere a sensibilidade do esteta /
( o mito funda a teogonia /
para cantar o ser do homem /
posto no deus silvestre /
que representa a natureza no homem /
quando o homem era divinizado /
antes da coletividade ser divinizada /
após o advento da lei /
que tomou o lugar do rei /
e se colocou de forma hipócrita /
como se a lei não fossem os homens /
que tem três poderes sobre a lei /
que nada mais é que essência /
não tendo nenhuma existência /
porquanto quem tem existência /
é o homem que a criou e a administra em beneficio próprio ) /
Enquanto os poetas descem as escadas para os subterrâneos dos vegetais
e animais /
os filósofos vão inferir o universo vasto por meio do discurso /
que não é somente limitado ao léxico poético /
não se funda somente em palavras ou frases /
não fica apenas na sintaxe /
mas vai até a matemática e a álgebra /
de filosofia e lógica diversa para o discurso /
conquanto sejam discursos em equações /
e formulações matemáticas, algébricas /
que desenham uma geometria nos artistas plásticos /
que fundem e fundam o homem na pedra de Rodin /
o na obra pictórica de Joan Miró /
que cria uma indústria no silêncio /
silente indústria para tecelão e tecelã /
de Diego Velázquez /
a produzir essências sob o idioma da geometria /
euclidiana ou não-euclidiana /
ou da natureza em aves passariformes /
a procriar existências /
sob um céu que que amar ou abraçar Joan Miró /
ou Marc Chagall /
poetas da simplicidade do gênio /
( o gênio sempre é o artista /
vate ou músico /
ou quem encena a cena do poeta trágico /
a representar a essência da vida : /
a tragédia da morte /
final de todo drama trágico /
triste fim da trama ) /
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