sexta-feira, 18 de setembro de 2015

BISTURI, BISTURI - wikcionario wikdicionario etimo



Os anos cortam na carne,
Executam uma operação plástica
Com a trama da lei do tempo de bisturi(bisturi).
Porém melhoram o espírito
Quando poupam da cirurgia letal
Alguns  nobres órgãos,
Bem como costelas, discos,
Neurônios, axônios,  terminações nervosas
E peças em mechas na testa
E  no cocuruto.
Bruto é o silêncio do espírito,
Mesmo antes de derrapar
no  aerossoma ou  perispírito,
Periscópio de um submarino corpo
Sob a marina
Que com a Marina
Arranca tudo do pericárdio
Do peito arfante
Do amante exangue.
Marina que está
Sobre toda a marina
Em  seu mar e barcos
E nos de Claude Monet.
Por  ela, Marina,
Há-de   vir um príncipe, em princípio,
E  queimar todos os  seus navios
Para não ter como voltar atrás
Empós  o amor
Que  o maravilhou na marina
E, principalmente,  em Marina.
( Cantata principesca de Dom  Dorival Caymmi,
Um dom de Deus,
Outro de Dom Juan e Dom Quixote,
Sem chance de Sancho
Para  chatear no “chat”).
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sábado, 12 de setembro de 2015

HIPOGLIFO, HIPOGLIFO - verbete glossario etimologia



Não escrevo para o outro,
Nem para nenhum leitor:
Escrevo para mim
Ou me descrevo
No crevo do crivo onde grifo o glifo
E o hipoglifo(hipoglifo) grafo, gravo, cravo
No agravo crasso
Que grassa endêmico.
o lenitivo mo precrevo
Quando  tomo a resolução de tomar,
Mas não tomo: gomo.

Não, não é para mim
Que dirijo o discurso
Com perna-de-pau de soneto,
Solfejo, sulfeto, cianeto...
Talvez, mais de um vez
Dirijo-me ao ser existente
E ao inexistente insistente e renitente
Que  vai  em  sombra pós mim,
Na persecução  do meu corpo
E do corpo de minha paranóia.
Essas quinta-essências
Perambulam impávidas pelas trilhas caladas  da  noite
Com o  pré-eu no prélio
Do imaginado escritor paginado
E envolto pelos signos do tédio
Em tosse no amarelo
Que amo em elo
Do mel com a folha outonal.
Menos mal, mais rol.

Escrevo, - quem sabe! - , para assustar
O fantasma em teia de aranha
Ou em tia antiga enrustido
E que vagueia pela velha casa
Assombrada por ela
E com ela
Que era cruel
Ao  empalar os meninos,
Os passarinhos e os elefantes brancos
Que matavam com um tiro de espingarda
De Dona  Emenengarda,
Uma senhora da guarda dos anjos
E que dava guarita aos transmundanos.
Escrevo para o deserto
Que sou sendo humano.

Escrevo-me e corresponde-me
- tudo só comigo
Único amigo louco
Porquanto conviver com outro ser humano,
É especular à face do outro,
Que sou em “alter ego”,
Mas que não apresenta
Nenhuma ou,  se alguma,
Nula alteridade,  Núbia.
Atuar com o outro
Sob o espetro solar ou lunar
É pior que sobreviver
Numa região desértica,
Aonde só iria ao encontro
Do profeta João, o Batista,
Homem de índole vingativa-vegetativa,
Figura exótica, esdrúxula, insólita, impoluta...
Conquanto  instigante, estimulante,
Porquanto  homem porfiando
Contra o luto
Que acaba sendo a existência humana,
Sempre em pré-oásis,
Em prefixo que asfixia tudo,
Todo o sufixo e o crucifico
Com o qual fico cristão
Pela eternidade que enegrece o tempo,
Cega os olhos de Sansão
E segue cegando e promovendo a sega
Com a foice da morte em riste
À mão de uma espadaúda mulher
Com espada em Joana D’Arc.

Ora, João, o profeta!...
João!, o profeta,  doudo de pedra!,
Doido de jogar pedra nos meninos zombeteiros!
isso não é  para o  mandeísta,
que o manda venerar.
Também  não
É um homem que passou
Por um surto de megalomania,
Paranóia descabida
Ou cabível,  plenamente acomodável em um contexto
Como evento de sanidade
Em fluxo de santidade
Que  para o cristão devoto
Ou o muçulmano ortodoxo
É normal e compreensível,
Contextualizável  nas escrituras,
Se as  há escritas nas areias do deserto,
Onde, decerto, nada dá certo
Entre beduínos,
Dos quais nada sei,
Excepto o nome tribal(?) deles,
E algumas palavras vazias
E inúteis fora do sopro  da língua deles,
Que é a única com léxico e gramática,
Ou até dislexia,
Para comunicar o que eles são de fato
Da língua ao palato
Passando peãs cordas vocais,
A úvula que balança na dança de falar e cantar...

Convenhamos,  o ser humano é um deserto:
É este deserto duna  duna,
Ou duna a duna,
Areia a areia
Até encher uma ampulheta
Que pouco tem de luneta
Ou lupa que busque insetos
Que vivam ao relento
No areal que faz desertar
Legiões de diabos sotaventados
Enredados na trama de ardis
Para derribar os bastiões do mundo
Que se mantêm  campeões de vulto
Com hegemonia milenar.

Em geral, esse deserto,
Que sói ser o ser humano
É populoso e infla demografias
( “Scientia inflat”)
Uma vez que estes seres que somos
-  São ( somos!)  todos estúpidos em tudo.
Alguns desses seres  privilegiados, no entanto,
Em função de algum milagre inexplicável,
 Escapam  da estupidez completa
E são razoáveis na convivência
Procedendo com tolerável urbanidade romana
Ao manter uma certa  dignidade e cortesia,
O que é essencial ao trato com o outro
E possibilita uma relativa alteridade,
A qual  não socorre os  indivíduos grosseiros
Originários das camadas mais baixas
Do extrato social e intelectual,
Porquanto esses deserdados pela natureza pródiga
Não são afeitos à gramática social
E destituídos do menor senso político,
Bem como destituídos de polidez mínima
Para poder sustentar
E se fazerem aceites
Em um relacionamento social estrito senso.
Isso se dá, simplesmente,
Porque a  estultícia é a característica marcante
Da maioria dos seres humanos,
Que dela fazem culto inconsciente.

A estupidez não é falta de inteligência,
Mas o desuso ou o mau uso
Ou o uso insosso
Do bom senso e da sensibilidade
Que precede ao traquejo social:
Um luxo para poucos sábios
Detentores da arte de conviver.
Também a estupidez crassa
Não  é  atitude preponderante
Para a formação do  nonsense,
Forma de pensar
Conjuminando pensamento e imaginação delirante,
Que  atinge em cheio à ciência,
Enquanto instituição e conhecimento,
Onde ocasiona malefícios intelectivos
Mas que, entretanto, não é óbice
À abordagem da estética na  obra de arte
Quando o  ser do esteta
Está imerso na paixão profunda
Que mal deixa o peixe respirar
E chega a  matá-lo enquanto “ser anfíbio”,
No “dizer” do “logos”,
Porquanto o ser-em-anfíbio
Um ser da vida
É o ser humano,
Enquanto “terra”, barro, “húmus”,
Enfim,  silicato, sílica...
Tem necessidade premente  de sair da água
E ir ao encontro do respiro em terra firme,
Sob pés ou nadadeiras, ou patas,
Vez  que  o que sobe num suspiro
Desce num respiro
À terra que é comida
Mas também  come o corpo
Quando decomposto pela peçonha
De alguma víbora, vírus ou bactéria deletéria,
Se não um fármaco
Movido por  efeitos colaterais deletérios,
Envenenado no nado para fora da botica
Em corpo enrodilhado em cobra simbólica
Que é letífera enquanto metabólica:
Um bólido de morte em flecha de prata
Que retesa o arqueiro da morte,
Pois a vida é perigosamente viva
E jocosamente vital,
Ridiculamente frágil
No  fio de prata suspensa
Qual o mísero funâmbulo
Que atravessa sobre abismos
Descaídos no “Grand Canyon”
E, destarte, ganha a vida
Se é de fato vida
Aquela  chama quente e luminosa
que um dia irá perder,
dentre  as pedras lá embaixo,
na úvula da garganta do cânion,
Ao perder o equilíbrio
Em meio ambiente sem ambiência,
Mas com corda bamba, balouçante,
De onde será lançado o biótipo ou fenótipo
Do homem em profissão de fé de funâmbulo,
Que ganha o pão de cada dia,
Equilibrando, eqüidistante,
 entre espaços abissais,
sobre  as  rochas que o esperam pacientemente
No vale do cânion,
Que do alto é um abismo,
Uma garganta aberta
Aguardando o corpo
Que perdeu o  bioritmo
Ou ritmo biológico,
Se a biologia fosse vida
E não apenas uma voz
Que fala da vida,
Mas não é vida:
É tão-somente seu canto, sua ária...
- pária... e não páreo
Mesmo do homem estúpido,
Um biótipo social,
Preso à política,
Um espécime de homem
Que representa a maioria esmagadora
Que denominam de massa
Ou rebanho que trota...
Essa corja, essa canalha:
“Ecce homo!”,
Não é como sou,
Pois eu perco a pele
E a ignoro.
Não olho para trás,
Não me apego a nada.
Sou livre...- até de mim!
Todas as células minhas
Já sofreram mutações
Em muitas estações,
Equinócios, solstícios...
E muitas vezes pereceram,
Feneceram, ficaram pelo caminho
No canto da cruz cristã
Sobre uma cova rasa,
Porquanto são elas,
Essas tais mutações,
“Mutatis mutandis”,
o motor que produziu
como espaço em tempo
Minha pele de cobra,
Da qual saio ileso, laico:
Não vou ao paraíso,
Quer seja cristão ou pagão.
Pago para não ter essa paga.
Entretanto, não é somente de pele
De que vive o homem
E que troco o tempo todo,
Sofrendo várias encarnações (mutações!)
Numa mesma vida
( nesta única vida que levo a tiracolo),
Num nu corpo humano para compêndio de medicina,
Mas também na alma (aristotélica
e teológica, com o advento do Aquinate
Em “Suma”( “Summae Theologiae”) ),
A qual  muda nesta transição,
Que sói ser a vida
( “Metamorphoseon” em “magnum  opus” de Ovídio),
Bem como a mente,
Que já não é a mesma
De dois anos atrás para cá
Pois a cada dois anos,
Ou um tempo assim,
Nos últimos anos,
Deixei várias vidas para trás
E assumi outras formas de vida,
Sendo outro ser humano
E não apenas mudando a pessoa,
Que é uma personagem social e política,
Na polis grega mesclada à cidade romana,
Que traz este romance de língua
Que me liga em comunicação
Aos outros cidadãos,
Agora sem Roma,
E a outros políticos,
Hoje sem polis,
Porém um hibridismo de ambas e ambos.
Os homens de hoje
Não são de Roma Imperial,
 Nem  da Magna Grécia
e tampouco de Israel,
conquanto  falem
um idioma romance em mixórdia
com termos bárbaros, berberes, árabes, gregos,
sânscrito, hebraico, aramaico, siríaco...,
bem como  vozes do copta e outras
murmurações em subconsciência efetiva
que  nos tiram a terra do chão
e  nos fazem pisar sem firmeza
na  areia movediça
de  inúmeras línguas mortas antigas
que  não conhecemos,
mas  que remanescem na alma do homem
que  somos sem terra
e montados na sela
de um cavalo em um imenso xadrez
de línguas cruzadas:
- uma autêntica Torre de Babel,
Articulando um aranzel para Rapunzel...,
Pois a língua de conhecimento
Sempre permanece e prevalece
Em sua terminologia fundamental,
A qual acata as palavras-chave
Das doutrinas fundamentais
Que grassaram por aquele idioma
Retratando o espírito do povo ignaro
No pensamento do douto,
Bem como a poesia e arte do sábio,
Na elucubração do filósofo
ou do pensador independente
E no labor do esteta e do engenheiro
Que refinam a cultura  intelectual
E a feição do artefato
Sofisticando conceito e produção industrial.

Em sinopse, o que somos?:
O homem sem terra por escabelo,
Fadado a falar e escrever mecanicamente,
Em exercício mnemônico,
Uma  quantidade absurda de línguas
E linguagens vivas e mortas.
Quiçá, não sejamos sequer mais homens,
Mas apenas zumbis
Perdido no tecido negro do xadrez noturno.

Aum.svg

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