domingo, 27 de novembro de 2011

NENÚFAR-MONET (wikcionario wiki wik dicionario enciclopedia etimologia )


A Bíblia é a leitura do homem
da natureza do homem
ou da natureza presente
no ente que é o homem
( ente e ser molhado pelo respingo do tempo
em espigas abertas ao vento que cheira
e sopra o fole diretamente nos pulmões,
coração! )
No homem-mulher
( Mário-Maria
ou Mário-mulher )
enquanto mundo-visão
ou cosmovisão
em cada tempo
enxuto no corpo
ensopado
na intempérie
que o tempera
deveras

Poetas são seres-e-entes bíblicos
no que deixam de rastos
- rastros
nos profetas-escribas
debruados à cavalo ou a cavaleiro
em cavalo debruado selado
ou sobre o "lombo" daquilo
que às vezes uma vez é
outras vezes cem vezes,
mil vezes ou milhões-bilhões-trilhões-
quintilhões...
de vezes é
qual Sócrates em Platão
de uma vez só
em diálogos
ou Cristo em Evangelhos canônicos-apócrifos...
e Moisés no monte
em decálogos
de outra vez
ou outra feita
quando "era uma vez..."
de vez
o diálogo-decálogo
extenso por extenso na dialética
que move o estilingue
e a funda de David
( Platão é só Sócrates por escrito
dentro do envelope-livro em diálogos
reproduzindo no gramofone
para voz riscada a "lápis"
o canto de Melpômene
deusa que Hesíodo criou
em agonia de teogonia
- corpo e alma
espírito da música na tragédia
- Musa!
e ai! que musa esta!
cantada-cantata em coro
corpo de coro
corporificado no coro
e na mente filológica-filosófica de Nietzsche
que descobriu
desvelou
pôs a nu o espírito da música:
A música
ou a Musa
é o espírito da tragédia! )
( E o Jesus Cristo que conhecemos
é somente Cristo por Evangelhos
- um Cristo crítico no grego crítico
língua em crise filosófica
para retratar um dito Messias
somente lido-escrito em hebraico
e para hebreu de época
- não para vivos
em outro tempo
que o bíblico
quando texto era contexto )

Tudo isso é Bíblia
e mais por aí vai e vem
da barata
ao Mahabharata!

Nessa tensão que flete
da barata ao Maabharata
e antes da barata
no escuro
e depois do Mahabarata
também em poço escuro
da noite sem tempo :
a noite eterna
interrompida do seu sono sem sonhos
apenas pelos sonhos
dos que passam pela vida
( Será que somente o homem
tem um mundo onírico por dentro
e outro por fora?! )

Pós-tremor negro
a barata vai
do pó no pós-tremor
ao Maabárata
pois a Bíblia-vida
é um releitura constante do Mahabharata
mas principalmente
- da barata!
que escreve a vida
com genes e patas
(Traria o latim
uma alma de barata
com sangue de barata?:
"Blatta orientalis"
"periçlaneta americana"
"Supella longipalpa"
"Blaberus discoidalis"
"Eurycotis floridana"
"Parcoblatta pensylvanica"
ou será que o maabárata
desbarata a barata
ou malbarata-a
ao malbaratá-la em mau barata
num polar maniqueísta do mal
que não cabe na barata
mesmo quando é uma barata-tonta ?!)

Traz o mahabharata
a alma límpida da barata
que respira
no pistão do homem-mulher
a quatro mãos-narinas,
ó Marinas das orlas marinhas!
Marílias belas
amarilidáceas!...
Oh! sete-flores-com-trombetas-sopradas-em-cor-lilás!
( Lilás é o tempo
do ananás,
Ana
anaeróbica Ana
Anabólica
porém não diabólica
no pólen maquiavélico
com músculo-musa rombóide-robótico
na flor-de-lótus
Nenúfar-Monet )

sábado, 19 de novembro de 2011

GIANECCHINI (globo jornal nacional tv globosat radio editora globo new o globo online)


Gianecchini sabe que vai morrer
Eu não sei mais
e nem quero mais saber

O sabor da morte é improvável
e o provável cientificamente
estatisticamente
melancolicamente
é vaidade, Fábio
e quiçá cólica
- colite!

( Ah!, Fábio!, :
há um Fábio
(há-havia
não mais há
-agora é ó!)
numa asa de anum
num célebre soneto
da possível lavra de Gregório de Matos
(poeta dos esgares para gagares )
o qual "qual" o anum
preto-no-branco
tracejava o preto-no-branco
pintava o sete
em preto-e-branco
numa fotografia "luminosa"
- luminosa-em-iluminismo
galopante-filosofante-resfolegante!...:
opa-upa cavalo baio :
para!
antes que defeques
em escalogia apocalíptica

( O anum preto
é de um negro retinto
"como" o "colmo" no cabelo
da mulher bela
encaracolada em negras madeixas
tipo ameixas
que estudam morcegos
e filósofos-poetas
pelo sistema comum aos vegetais
que anima os animais
com alma cristã
ou pagã na alma-de-gato
a assomar nas planícies
Já o branco...
o anu-branco não é branco
mas não passa em branco
- não sei eu
o que se entenda por isso
de pássaro passar em branco-brando
no bando do léxico
e das tintas-à-pastel
ao viajar ileso
volante-adejante
pelos olhos ingênuos
de um menino que admira o voo
ama o anum
quer seja
anu-preto ou anum branco
- O negro da noite
0 não-branco na casa do xadrez
para mestre enxadrista
que joga preto-no-branco
mexe peças pretas e brancas
- enquanto o anum no bando
anu-preto ou anu-não-branco
vai chilreando
A chilrear )

Ama o anum ao menino
preto-no-branco
"qual" o jogo de xadrez
do claro-escuro à Caravaggio
no couro do corpo pintado
do-dia-e-da-noite
exposto no tabuleiro vital
- "consubstanciado"!
em anum-preto-ou-passado-pássaro-em-branco
o "qual" pia ou gorjeia
tal "qual" o Predicador
asseverava furibundo :
- pois "tudo é vanidade!"
não só no Eclesiastes
mas também em outras hastes
mais dadas ao vegetal
no pensar-práxis-vegetal
do sistema nervoso vegetativo
( putativo na lei penal )
- que é a vida
em inteligencia vegetal
calcada no mineral
outrossim em sais minerais
e ais
muitos ais
- ai-jesus!
que o homem
é sujeito a dores
sujeito-com-dores
e a vida um doer
um suplício
a supliciar e a suplicar
pela vinda do homem das dores
- também denominado de Messias
consoante soe a fonte
judaica ou cristã... )

Eu sabia
até alguns dias
andados para trás
ao modo dos antípodas
que ia morrer
estava morrendo
arfando
buscando o ar rarefeito
para peito estufar
subindo Monte Everest
arfante...

Mas já me esqueci da morte
já a olvidei deveras
e penso e creio até
que vão inventar a imortalidade
se não já a inventaram
e Elvis Presley não morreu!!!!...:
- porém tudo aquilo em não creio
incréu que sou
cético-em-ego
ególatra
demuda-me em crédulo
com uma credulidade infantil-senil
quando me deparo
com o medo da morte escura

sempre a caminho
negra pérola incrustada
no carvão e na hulha
montada num cavalo negro
ou a tremeluzir no diamante da vida
preclaro
do recém-nascido
todavia vindo por via negra
antes de nascer
o sol e o bebê
ou a lâmpada-lambda de Aladim-Edison

- Creio
não em deuses padres ou padrastos
que são trastes
estorvos à liberdade individual
fontes de políticas e políticos
- Creio
e meu credo é este
conquanto todo molhado em sarcasmos :
- que vão inventar
a vida eterna
ou nadificação do tempo
antes que eu
apague em ego
e me retire do ego-corporificado
baixe à zona escura
à sombra d morte
onde estava-não-estava
antes da vida
antes do ser
vir-a-ser em natal
- antes da natividade
me por em presépio
sendo o foco de interesse geral
- porquanto menino-jesus fui!...
e fui!

Sei no íntimo
que ficarei
para os ritos perpétuos da egolatria
perpetuados pela medicina...
nossa senhora do perpétuo socorro!
que alonga a vida
pelo oblongo que curva a eternidade
na forma de longitudinal tempo cilíndrico
que alonga-oblonga e assim ganha mais tempo
no espaço vivo em motores
e almas são motores
cantores no ar
que sopra seu som
em oboés para anjos
os quais existem enquanto ruído de motor
ruidosos no ar
em conflito com os movimentos físicos-corporais
do motor em bate-bielas e toca pistão
e do anjo melódico
soprando o pistão
nos instrumentos musicais com pistão
soprados por anjos na boca do músico
ou no calor do motor Otto
em ciclo Otto
no vasto campo da termodinâmica
e outros ritos da física
- ciência do motor
o "qual" é o espaço
( o espaço é o motor! )
criador do tempo
nos embates conflitantes de frio versus calor
fogo-água-apagou
( há uma pomba que o fogo-apagou!
em onomatopeia )
força-inercia
( centrípeta ou centrífuga força )
e tantas energias
que habilitam o tempo
para funções dadas em língua-linguagem matemática-algébrica
- o código mensageiro (anjo) do tempo-espaço
que não é eterno
( o eterno é símbolo-signo
para a antítese do tempo
nadidade filosófica posta
no ser ou verbo que a mente humana dá
põe em dados
colhidos pelos sentidos pescadores
que levam tais peixes ao pensar
- um pescar nada
clínica ou um inclinar sobre o nada
e somente assim ser
não sendo
senão paradoxo )

Ah! flor-de-lis
que me lis-lê-junto-a-florípedes
e se enflora-enfuna toda
em umbela-caravela
- com a vela de cara para o vento
e a vela padrão posta nas cefeidas
assim aproando :
Bela é a umbela...
Bella Chagall!...,
não é?!

Era morte
o que eu (tu) não era(s)
não fora em nenhuma Era
- nem em Era geológica em ego,
antes da vida?!...

Qual o parâmetro
para definir morte?
E vida e Buda
no Zen budismo...?!...

Contudo
Marconi morreu...
voltou ao breu
ao carvão-carbono e equação primordial
antes do delta-do-pensamento mineral-vegetal
- à grande noite mais escura e temida
que trevos nas trevas
- às trevas-entrelaçados-com-trevos
daqueles que nem nascituros foram...
ao esquecimento letárgico...
- ao fatídico mergulho
nas águas do rio Lettes!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

ANÚBIS (wikcionario wikdicionario wikipedia wapedia infopedia )


Não sou escritor
não escrevo versos
nem em versos
- não escrevo!
porquanto o poeta
não escreve
não grafa
pois a poesia
foge à regra
está fora da norma
não concerne à onomástica...

A poesia é livre
não como a borboleta no campo
mas como um homem livre
na cidade ou no campo
na prisão ou no sobrado
nos paços imperiais
ou mais ainda
no passo do caminho
junto ao passarinho
- ombreando com o marimbondo
que vive seu tempo
em xadrez de noites e dias
claros e escuros
com olhos voltados
para esse tabuleiro
de um xadrez natural...
Chita! :
a natureza veste chita!

A poesia não é desenhada
em grafia geométrica-geodésica
que tracejam gráficos eficazes
para engenheiros equacionarem
uma língua para fazer uma ponte
ou uma "catedral ebúrnea"
escrevinhá-la no poema matemático da equação
na equação literal
algébrica
que descreve a ponte pênsil
na língua-linguagem-símbolo
hieroglifada sobre estruturas de aço
que são arcabouços do nada
na prancheta do arquiteto...

A poesia é livre
inclusive do poeta
e captar essa liberdade sem asas
é a missão do poeta
que não geografa mariposas
mas as geoglifa
faz delas um geoglifo
no glifo e no hipogrifo

A poesia é o homem
e a mulher
juntos
durante os interlúdios de amor
- interlúdio para a vida
tocada ao sopro do oboé-anjo
que sopra a trombeta
do gozo final
no orgasmo
ou na orgia orgástica
- organista em Buxtheud-Bach
na catedral medieval
que ouvia e escrevia outra língua-linguagem
que não podemos ler nas entrelinhas
que a língua é como o tempo e o espaço
equacionado em amor
- só existe e é compreendido naquele instante
do puro deleite
ao puro leite
que alimenta o pó do vampiro-latim
ressurreto
mas sempre insurreto
que este é o homem
-"Ecco homo!,"
senhor vegetal da terra mineral!
este animal
apaixonado por Vênus
Ísis Afrodite...:
Nefertiti enfim!,
ó terras do Egito dos faraós!
- dos deuses antropozoomorfos...:
de Anúbis...:
Anúbis
( O Egipto é Anúnis :
no desenho geometrizado do homem-animal
ou do homem com alma
enfim, Anúbis é o projeto de homem-deus
projeto de faraó ou rei
em hieroglifos na escrita
e em geoglifos na forma desenhada
- Anúbis é a equação geométrica-literal
que descreve a parábola do Egito no tempo-espaço
em que existiu no homem
e nas letras em símbolos-signos da época
do Egito em Anúbis
ou do homem em Anúbis representado
nitidamente
embora sem descortinar cabalmente
a tenuidade que o pó da época apagou
ou foi varrido verbalmente
primeiro oralmente
no cessar dos sons das vozes em burburinho
e depois na escrita
apagada da luz
pelas sombras do tempo
- as sombras que restam do tempo...)
i n
p
w E16
ESCÓLIO II : POEMA EM PROSA SOBRE A FUNÇÃO DO POETA-FILÓSOFO

As escritas e vocalizações são feitas para uma época, para compreender, ou tentar entender, um espaço e tempo, no qual o homem em ação entendia e expressava-se nas línguas e linguagens, por várias formas de escrita ( desenho, símbolos, signos ) sua inteligencia do universo, grafa, glifada e falada ( cantada no "Teatrum Mundi" ou no "front" de batalha e ainda sob o jugo da natureza quando da borrasca e os cataclismos que na anatomia e fisiologia do corpo humano corresponde às doenças, mormente as degenerativas que, não obstante a expressão "degenerativas", ou seja, que degeneram, levando à morte ( levando o degenerado a morrer ) , não ocorrem somente em macróbios, mas também degeneram jovens, os quais, então, se tornam velhos precoces, envelhecer precocemente, pois tais enfermidade atacam os "genes", mexem em suas estruturas e em sua comunicação, porquanto genes também são mensageiros e se a mensagem é negativa ou imperfeita , deixa esses genes em "pedaços", aos frangalhos, ineptos para cumprir sua função vital plena).
Tais línguas-linguagens escritas, cantadas, faladas, mimetizadas no corpo, "geografas" pelo homem na escrita e na fala, no canto e na dança, na medicina e no teatro, enfim, no coro humano e nos substratos que acomodam as artes plásticas, a literatura,a ciência, a filosofia e, enfim, toda atividades humana ou do espirito humano, encaixada ou gravada-grafada num artefato cultural, de cunho antropológico, etnológico, não são são vocalizadas mais como dantes, devido à sutileza do timbre e outros detalhes inteligentes na fala ou canto individual e, por outro lado, "geoglifadas" pela natureza no mesmo corpo humano ( ou em outro corpo humano que não concernente à cultura, com seus artefatos médicos : drogas, fármacos, dentre outros, mas à natureza, tecnologia "in natura") pela ação da mão do tempo, que é frio, calor, umidade, secura, gravidade, clima, água, vento, sol... : enfim, tudo o que toca ou modifica as coisas no espaço, tirando-as de sua inércia ageométrica de Euclides, curvando-a nas parábolas de Descartes e no espaço-tempo relativo ( em feixe de ralações produzidos pelo frio, calor, fogo, ar, clima, ventania...) de Einstein, que é o último dos Euclides basais.
A fala é um canto lento, menos dramático que o canto propriamente dito : é um chamamento dramático, um apelo de alta dramaticidade, talvez resquício do período de caça e das primeiras intempéries, cataclismos, que ficou nos genes humanos glifados ou geoglifados, desde os tempos primitivos, tempos dos homens das cavernas, pois a terra escreve por genes e outra linhas tortas nas árvores e formas arbustivas que procuram o sol, o banho de sol dos prisioneiros da sombra gélida.
Não temos como ler qualquer tipo de língua-linguagem fora de seu tempo, desassociada, dissociada do espaço, porquanto ela, a língua-linguagem, é uma geografia ( é geografada, antes de ser escrita; ou seja, em sua tinta ainda sobra muito da terra, da geografia e geologia da terra, do clima, da comunidade-clímax, enfim, de onde proveio) e está inserida neste contexto terreno
( conceito-terra, geo-conceito ou concepção-gaia ) e no contexto de interesses ( politico, econômico, social, enfim , cultural ) onde foi plantada com raiz, mormente porque o tempo é o verbo, na escrita, está no verbo, que dá ou transmite ação à língua, assim como o faz o pistão com o motor Otto de dois ou quatro tempos."Tempos" do motor! ( O tempo in natura é o verbo em "geólogos", ou seja, numa língua-linguagem de "logos" móveis, plásticos ou que ocasionam as flexibilidades, que caracterizam a terra e a vida e que são funções do calor que dilata, do frio que encolhe, do fogo, da água, do vento, do sol, do clima, das geleiras, chuvas, neve...).

O substrato da fala, canto lento, é o vento, que cria o nariz, a boca, a respiração, enfim, o som que esculpe tudo. Daí nasceu na mente grega o deus Éolo, senhor dos ventos, tocador de moinhos de ventos e de Dom Quixote de La Mancha, com a cabeça no vento...: e sem chapéu! O vento é o pai da música, das Musas que inspiram a música na tragédia grega, refinada pela inteligencia de Nietzsche, filósofo trágico, do trágico, poeta trágico, filósofo e filólogo da tragédia, pai da inteligencia do espírito das música, cujo substrato é a tragédia da vida e não a reprsentada no teatro.
Portanto, somos analfabetos e incapazes de vocalizar antigas línguas e falas e cantos na tragédia de época ( a tragédia ou canto do bode,enfim, um canto, é o que dizia Nietzsche : o "espírito" ou pensamento ou ser da música: a música é sempre dramática ou trágica, mesmo a comédia é, sem redundância, uma tragédia, a qual expressa de outro modo o que é trágico : o ridículo e trágico e, quiçá, masi trágico que a morte mais trágica, pois é um sofrer em vida, uma demostração matemática-geométrica no palco ou no anbfitaetro social a nossa demencia, a demencia humana.E há algo mais tágico que a demência humana, a estupidez, enfim, a loucura de que ri Erasmo de Roterdan e todos os lúcidos Lucianos e Apuleyos do alfabeto grego ao latim escrito-cantado na tragédia que a missa enuncia - sempre em canto! : do bode... ou do cordeiro! : o expiatório-imolado.
Vamos citar o poema que demonstra, em seu escólio, o que o deus chacal Anúnis representa na lingua-linguagem do Egito antigo, tanto em desenho geométrico da figura quanto na grafia ou hieroglifia daquela personagem divina, que era o Egito em terra e rio, enfim, o Egito no homem e visto pelo homem. Senão, vejamos :
( O Egipto é Anúnis :
no desenho geometrizado do homem-animal
ou do homem com alma
enfim, Anúbis é o projeto de homem-deus
projeto de faraó ou rei
em hieroglifos na escrita
e em geoglifos na forma desenhada
- Anúbis é a equação geométrica-literal
que descreve a parábola do Egito no tempo-espaço
em que existiu no homem
e nas letras em símbolos-signos da época
do Egito em Anúbis
ou do homem em Anúbis representado
nitidamente
embora sem descortinar cabalmente
a tenuidade que o pó da época apagou
ou foi varrido verbalmente
primeiro oralmente
no cessar dos sons das vozes em burburinho
e depois na escrita
apagada da luz
pelas sombras do tempo
- as sombras que restam do tempo...)
A poesia é o indizível, o inenarrável, o trágico e o gozo, o interlúdio que o poeta capta na vida e, como o poeta não é um escritor, mas um pensador e um filósofo livre para fabricar sátiras, fábulas, deuses, igrejas, versos, música, teologia, mística, mistérios, enfim, exprimir vivenciando tudo o que percebe na vida, é ele, o poeta, o único ser humano livre das peias da sociedade e da cultura, um ser que foge ao contento, não se veste neles, ou não está vestido e invertido por eles, como sói ao rei e a todas as demais personagens da fábula que é a vida em comunidade, diferentemente da vida em individualidade, do monge de fato em ato que é o poeta e não o monge subjugado pelo seu casamento com as regras de ordem e da Ordem dos Cartuxos a que se submete, obediência, silente, modesto, resignado ( um filósofo calado voluntariamente, embora isso seja mais um paradoxo, mas...se o homem é mesmo o próprio "papiro" onde se inscreve e se escreve o paradoxo mais ancho!). é ele, o poeta, que cria os deuses, ele, o esteta, que, ao descobrir a estética, ao vislumbar a beleza, a desvela, na filosofia, pela filosofia, pela paixão á verdade e pela admiração u espanto que o belo lhe causou, ocasionando outrossim, com o ato da admiração ou espanto, o derrame da filosofia no mundo, ou seja, o por o ser no mundo e não deixá-lo mais quedo e mudo na mente humana,
postulante ao mundo e geometrizante do mundo que cria. o poeta é o Criador e o mundo e os deuses seus criados ou criaturas. O resto é flor...
Enfim, o Egito pode ser visto pela imagem de Anúbis, mas não penetramos o símbolo, que é mais que a imagem, e que na mesma imagem de Anúbis, está borrada e rascunhada sob uma imagem sobreposta pelo nosso contexto vivido ou vivo, que nos cobre com a luz e a treva que nos vela os olhos e a mente que trabalha com novos símbolos elaborados, os quais não servem para ler Anúbis, nem o Egito, senão o Egipto do s egiptólogos e dos arqueólogos e dos paleontólogos, que o que lêem e cantam é a tragédia de suas ciência limitadas pelos símbolos e signos que os prendem a um tempo determinado e fatal para elucubrações, especulações, das quais vivem, sonhando, oníricos, delirantes, pois não sabem ler poesia e, concomitantemente, filosofia, porquanto essas dua ciência são vivas, eclodem no corpo e na natureza atual, que lemos com a poesia e filosofia que não podem ser escritas, porque não são captadas pela escrita, nem pelos escritores.
O poeta-filósofo descreve parábolas cartesianas e anti-cartesianas, cujas pistas rabiscadas são as marcas indeléveis deixadas pelos pés céleres do tempo e espaço em coisas e artefatos, no tempo-espaço em que vive pressurosamente. Pois tudo passa com muita pressa e a vida é para ser amada ; não apenas vivida.Sem ser amada, a vida é semi-vida ou semi-vivida e o poeta é o único ser humano que conhece a sombra e a essência-existência do vegetal e do animal no fauno, que é o fenômeno ou o reflexo fenomênico nos olhos e demais sentidos da vida viajando em existência, reflexo esse transformado em reflexão ( ação pensante) e realização do conceito em símbolo, no fauno, que é a essência geometrizada-equacionada-concebida com pecado, e na vida em companhia do fauno, que é a existência : o ser-coisa-com-a coisa ou em companhia da coisa, não mais em si, mas em mim e ti.

domingo, 13 de novembro de 2011

ROSMANINHO (wikcionario wiki wik dicionario wikipedia wapedia houais aurelio)


A flor que amarga e amora o campo
não é a mesma que amarga meu coração
mas concomitantemente é
a mesma flor amaríssima na terra do vale
tautológica flor-amargo-amora
doçura com travo
- flor redundante em amargor
todavia não em amargura
porquanto amargura
só nasce e medra
na minh'alma humana
visível apenas nas manifestações da terra
que a anima em vida orgânica
- vida que a expõe em atos cálidos
sem ramas ao rás do chão
derramadas nas melancias
à beira do rio pardo
- pardo-pomba
pardo-plúmbeo
( Oh! tempo amargo de margaridas!
amaríssimo no campo de centeio
de amapolas-Monet
rosmaninho...:
"Rosmarinus officinalis")

A flor do campo
é o alecrim-do-campo
Enflora no canto do campo
ou no diz-que-diz da flora
no canta-que-cantarola
em barcarola
com pomba-rola...
Enfim em canto-canteiro-cantor
com um candor de latim vulgar
a ciciar na brisa :
"Baccharis dracunculifolia!"
quase em segredo
para ouvidos moucos em forma arbustiva
perene
de onde as abelhas retiram a resina
a fim de elaborar a própolis verde
- de um verde que não quero verde
excepto se for para o que quero no quero-quero
cantor de uma música
composto pelo bando
antes do travo amargo
pingado nos genes
da tinta do tinteiro
"in natura"
ou nas "Flores do campo"
do eminente poeta de Deus
- João de Deus
flor-em-verso
em terras-olivas de Portugal
poeta-de-terra
com voz na oliva
e no olival
( Olivas no olival... :
olivas são terras
originárias da terra
onde floresceu e medrou
Olivas são terras em fruto
terras ajuntadas com amor
na inteligência do fruto
e no sabro da fruta
que procura sequiosa
a boca faminta
Tanto as azeitonas
quanto as oliveiras
que produzem o fruto da terra
( o fruto é a própria terra
frutificando-se
ou frutificada!, enfim )
- que produzem os frutos no pé
na planta
do pé
da oliveira
- os pendidos frutos
pendentes no pé da oliveira
entre as ramas da planta
- as oliveiras que produzem
os frutos na árvore
outrossim produzem
a fruta para a boca
- a fruta deitada à boca
provada e mesclada à saliva
temperada pela enzima ptialina
ou amidalase salivar
cuja função é converter amido em glicose
e no processo verbal
que modifica o significado
de fruto em fruta
com um toque vocálico no significante
na mutante vogal
que assinala o gênero
que vai do masculino ao feminino
e destarte distingue
o produto pendente da árvore
que é o fruto
do alimento levado ao aparelho digestor
que é a fruta
a qual desce pelo esôfago do homem
ou de outro frugívoro )

A flor-do-campo encima ervas daninhas
- doninhas no campo-em-flor-do-sertão-ao-luar-amarelo
que não revolvem terras maninhas
nem rosmaninho... :
Uma flor assim
é para se enamorar do campo!
- do campo em flor
enflorado

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

FENOMENOLOGIA (wikcionario wiki wik dicionario etimologico encicllopedico onomastico)

O paradoxo do fato é o seguinte : um fato não está no presente, pois o que o apresenta ou faz o fato antes de vira a ser fato é o ato, o ato humano.Contudo, não é o ato um objecto exclusivamente humano, porque os animais o possuem, agem, embora Aristóteles discorde, conforme o pensamento rítmico do coração grego, que vestia outro contexto ( interesses de momento e lugar : históricos e geográficos).
O ato está na existência, em natureza se apresenta com a vida dos minerais ( tempo geológico ) os vegetais ( milênios de vida, séculos, anos ou apenas uma estação, etc.), animais ( vários tempos, conforme a espécie ) e humano.
O fato é um paradoxo porque não é algo presente, ou seja, é um não-ser, mas ao mesmo tempo, que está na existência, conquanto não esteja na essência do homem : o pensamento : o ato humano, segundo o evangelho de Aristóteles, o filósofo.
O fato não está no pretérito, pois não existe passado, durante o transcurso da existência, que é um rio corrente, nem no futuro, que é outro tempo inexistente, ou ente de essência ou pensamento, , razão, enfim, ente de inteligencia. Logo, o fato não está no tempo, ao contrário do ato, que todo o tempo está no tempo e no tempo que existe : o tempo presente, tempo de ato, que produz fatos, mas não é fato.
No ato, o homem e a natureza ( minerais : estrelas, galáxias,; bichos e vegetais, dentre as bactérias, fungos, vírus, etc. ) estão juntos ; portanto, o único tempo real é o que existe em ato : o resto é pensamento, fenômeno, fenomenologia.
( O tempo pretérito e o futuro
é tão-somente essência humana
objecto do pensamento
está somente no objecto projectado
- no "projéctil" que o ser humano lança
e no que lêem os sentidos
mas não na existência
cujo tempo é um actor em ato
- actor real é o tempo atual ou que atua
o tempo real ou natural
que escorre nas folhas e nos homens
movido de atos que vão constititui fatos
sendo que apenas os atos estão na existencia
fatos são atos que atuam na maniquéia
a fim de receber a polaridade ausente
a qual move o pensamento verbal
no "logos " ou lógica
que leva às ficções do tempo
imaginado ou memorizado
na forma de passado e futuro
pois o pensamento não registra
nada sem polaridades
- o pensamento é uma nadidade sem o maniqueísmo
é uma máquina da maniquéia )
A inteligência está ancorada no tempo real, atual; as ciências que tem objecto o pretérito e o futuro são literaturas, ciências literárias e não ciências-linguagens como a matemática e a álgebra ou ciências de contar e ritmar como a aritmética ou as aritméticas, que há muitas, nas diversas línguas e contextos de interesses ( contexto e o interesse momentaneo, em tepo real, natural, espontâneo, tal qual o ato que guarda toda a inteligencia, enquanto o fato é meramente o guardião da memória), guardião da arqueologia, paleontologia, historiografia e historiologia, enfim). Não há ciências para tempos arqueológicos ou pré-históricos, mas mito na forma de literatura.
Paradoxo : o fato já existe ( e somente existe) através do ato; o fato é a base irreal, surreal : o fato é um surrealismo cientifico.
O surrealismo é também ciência, é um momento de ato na ciência : gravada, grafada, escrita, desenhada no fato.
A prática ( atos do homem que enseja fatos) é sempre controlado, está sempre sob o controle mediato do homem; o ato é o ato de pensar, o agir humano do pensamento ( nervos, neurônios, sinapses, corrente eléctrica ) é anterior ao mundo, ao universo, tendo o homem como referencial, como o punha o grego, no por o ser na forma grega ( ideia).O fato é uma discrepância, uma dissidência do ato,´só existe para resolver a maniquéia, base da ciência humana e também suporte técnico indispensável aos inventos e inventores.
O ato e infinito, a memória limitada e deformada porquanto não contém senão o finito e parte ínfima do que se passou na realidade do ato, na percepção e não percepção captada então ou deixada de ser observada no momento vital e, portanto, fora da memória. A memória é finita, só cabe uma parte do todo e o ato é infinito, tem e está com o todo, na junção homem e natureza : o ser do homem se movendo e movendo o cosmos interno e, parte do externo, ao seu alcance e talante.
paradoxo: o fato já existiu enquanto ato, agora no passado verbalizado, que a mente simboliza criando a expressão para passado e futuro, que está na mesma cepa da palavra ou do verbo que cava o imaginário e o põe em ciência a circular.
No ato está contido a ideia de infinito matemático ou sua fórmula originária.
O ato no tempo real, vivido, vivo, ao vivo, em que é presença, há presença ( ato é presença de ser e tempo) e fato ausência;o ato alimenta o espírito ou pensamento, real na eletricidade e química do cérebro que está concebendo e recebendo a alimentação dos sentidos e do mundo pelos sentidos. Ato é tempo móvel ou que se move, anima a alma( ( alma é "anima" no latim, no sentido de animal ou à beira desse contexto ; ou estaria sem eira nem beira?).
O ato vem do corpo preenchido com a alma na actualidade, realizante, actuante, actuando, viva, com todos os motivos e nuances que a memória é incapaz e inepta para captar no quase infinito que se abre ao ser do homem atento e posto no mundo e reposto ou recolhido dentro do homem

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

INFÂNCIA (wikcionario wiki wik dicionario filosofico etimologia cientifico )

Minha infância
está toda contida
entre algumas palavras
Cabe num pequeno contingente
de vocábulos e gente
( Pouco léxico
mas muito México! :
Muito México para parco léxico)
Enfim, um exíguo glossário
Porém pode ser narrada
no inenarrável
contido no mundo-entre-vidros
erigido com as Parcas
fiandeiras à roda da roca
e do destino expresso
em palavras-chave
e palavas-gente :
Mãe-pai-ou-pai-e-mãe ;
minh'avó : minh'alma-de-infante;
irmã-irmão-outro-irmão-irmã...
- conte-os até sete!...;
e aí-só-então-antão
vem tia Tereza!
Tia Tereza
que criava uma menina
filha de minha madrinha
de cabelos negros-longos-retintos-lustrosos-lisos-luzidios-...
ferindo a cor-não-cor-cor-"unum"-anum-da-noite-madrugada-em-zum-zum-zum
com madeixas-de-ameixas
( Uma menina de beleza-branca-branda-esfuziante-esplendorosa
mais-do-que-a-rosa-em-roseira-e-espinho
cujo nome cubro com a rosa rubra...
com o cubo-da-rosa-cúbica-enraizada
e com o nome-da-rosa-plantada-em-jardim-medievo
para ampliar segredo segregado em degredo )
Aquela menina foi
depois de minha mãe
a primeira criatura feminina
a qual amei desde o berço
- desde que a vi
ao colo ou no berço
empós a barra-da-alva-do-amor-em-figura-geométrica-materna
amada no ventre
antes do Complexo de Édipo rei
Vi-a na primeira vez de ver
( olhar-de-vez ou imaturo
fruto não maduro
não-amarelo-elo-com-o-mundo
pelo viés do olho-de-bebê escanchado ao colo )
- no primeiro ato de olhar para fora dos olhos
antes velados
depois desvelados
nos olhos daquela menina
que olhavam e viam
antes da primeira dentição...
- olhavam para dentro
e viam para fora...
Vi-a via à luz da fotografia na retina
( Via Apia! )
no olho-todo-gordo-irisado!...
Porém não sei ao certo
se ao colo ou ao berço
estava ela
bela-bela-tela-de-Modigliani-
bela-umbela-bela-singela-beladona ("Atropa belladonna" )
presa à teia-de-aranha-de-minha-pupila-dilatada
pela beladona nela
e em efeitos em mim
pois uma bela mulher
mesmo em criança
controla os destinos dos homens
enquanto Parcas
na plenitude da juventude
- tempo em exercem
poder absoluto sobre os homens
( são plenipotenciárias )
consoante entoa o canto da poesia grega
que agrega ciência-e-mitologia-e-filosofia
num só sentir-pensar em dianóia-noética
Sei que a vi
que ela despertou-me olhos e olhar
de-dentro-para-fora-e-de-fora-para-dentro
em reciproco maniqueísmo
que pervade toda ciência-do-conhecimento
e talvez penetre fundo
na raiz da sabedoria insondável
Entrementes não me lembra
se estava em berço de ouro
ou ao colo de tia Tereza...
Penso ou imagino que já é muito
evocar o que lembro
em primeiros-tempos-de-vida
para ambos os recém-nascidos
dos quais ainda ecoavam os vagidos pós parto

Não obstante me recordo plenamente
deste primeiro olhar de amor
- olhar cruzado
entre duas crianças
que se apaixonaram imediatamente
no tinir das espadas-adagas do olhar
ao se entrechocar
com a matéria-energia ondulatória da luz
retinindo em ambos os olhos
em quatro-quádruplo-não-quadrúpede
ao som do evento do encontro
de dois amores recém-nascidos
- e ao primeiro olhar!
- dado ao bem-me-quer!...
bem-me-quer...

Trago comigo a memória
( à flor-morta-da-memória )
desta paixão em primícias
Contudo, como as primícias são do Senhor...
Elohim colheu aquele incipiente amor
em oferenda agradável
levada ao altar servido pelos levitas )

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

MULINHA DE LEITE (carlos drumond andrade poeta itabira mineiro poema poesia alguma )

Na Mulinha de leite
Carlos Drummond de Andrade
lê-escreve-vê
poema de singeleza tal
qual flor ao luar
precariamente iluminada
no nada
nonada
tecendo texto têxtil
dado em textura de lírio lírico
palpável aos olhos
desviados mecanicamente
pelas flores que sopram em trombetas
o vento mecânico
no túnel do vento
escavada pela velocidade da motocicleta
de Valentino Rossi
ou do mártir maco Simoncelli

O leite extraído é o próprio poeta
metido no homem
postado no pasto interno da mente
externo do corpo
e mais externo ainda
em natureza de pastagem
ordenamento natural das ervas
forrageiras no pasto
verdes-pintadas pelas últimas pinceladas da chuva
com mão de luva
e olho na lupa
boca na uva
língua nos dentes...-de-leão...
( upa-upa-cavalinho-alazão!...)
- Dos cupins mais abaixo-das-ervas-daninhas-maninhas-não
no apogeu do voo as abelhas
marimbondos longos-oblongos
com asas-sem-ápice
para "apis" melífera...
Postulante à simplicidade
despojado do laço de si
solto do laço em si
por si ( de per si?! : será?!, seria?!...)
noviço em viço
a olhar horas a fio
desfiando os segundos em oráculos-do-profeta-Isaías
no relógio dos pobres
- ampulheta de terra e água na mescla da massa
que a mulinha é
assim como fora Kant
no girassol ao giro do olho
- do sol nos olhos
e nos abrolhos
do caminhante entre unhas-de-gato
observando almas-de-gato
- que fazem de mim gato-sapato
e por isso não vão para o céu
ao léu do téu-téu
dizendo o que quer
no "quero-quero!" sincero
do Quero-quero querido
aos olhos do poeta
dentro do homem
Aliás, o poeta não é o homem
e o homem não é o poeta
No entanto estão imbricados
e vida é sempre algo imbricado
com mil suturas
( A vida é esse caminhante
em contraponto
ou fuga louca-irisada
de arco-íris de Íris a Ísis
deusa e mulher-personagem
- ambas as "coisas"vistas-descritas-lidas
em literatura-lida-em-hieróglifos
para egiptólogos e linguistas
reescreverem ou descreverem em parábolas
nos olhos leitores-literatos-estetas de Champollion
sábio sobre a pedra de Rosetta
inclinado ao levante
no Egito dos dois deuses
- um na abóbada celeste
outro no Nilo-Egito-terra-e-água-e-crocodilo-do-Nilo
que também é humano ou água-terra-ou-terra-e-água )

A mula
o mulo
o jumento montado por Jesus...
( os cavaleiros do apocalipse
não virão montado em jumenta
na pia oração do profeta Oséias
um Marx bíblico em doçura de utopia
assente em Mórus
mas não nas três Moiras
a fiar na roca os destinos das gentes )

No jumento montavam os reis
para proclamar a paz
( na palavra a farsa da paz)
enquanto os guerreiros
vinham a cavalo
- em cavalo baio
para a batalha final
no Monte Megido
( A batalha ou a guerra
é o chicote cotidiano
nas prisões sociais
instituídas pelo direito dos donos :
empresas, latifúndios, minifúndios, mercados
- negros mercados para necromantes
sob cobertas da noite
ou brandos mercados
com irmandade branca da branda luz
irmanada a nada
que o peixe nada
e a mula manca)
A mula o mulo o jegue
montado pelo nordestino de terra ressequida
sedenta de justiça e glória
( em Graciliano Ramos?! )
cheia de água-de-leite na mulinha de leite
do-poeta-Carlos-Drummond-de-Andrade
- um leiteiro do imaginário
que prescinde de leiteiro real-ao-social
( o leiteiro é real apenas
enquanto ator em ricto no rito
- nu ao olho da lua
que desbarata a cena
no Maabárata-Mahabarata-Mahabharata
cujo tema nuclear é o tri-varga :
kama artha e dharma
- tudo isso em devanagari )

Sem embargo dos percalços
o poeta está ali
quedo-caído-em-libélula na água
que cerca buritis no olho
dando a umidade relativa-reativa ao ar
pondo água no leite
- com um olho no leite
outro no gato
e um terceiro olho ( "Terciário")
no peixe cobiçado pelo gato-sapato
adrede
( ao método do Karma
ou atos de desapego
ao caminho da devoção ou Bakti
ou à senda da gnosis ou Jñana
na primeira língua antes de todas as cultas
- talvez a mais erudita
e a filosofia originária
onde bebeu o grego
Sócrates bêbado!
- o sânscrito-dos-sânscritos )

Não
a mulinha do leite
nem o poeta ao longo da margem
dos versos no álveo do Maabárata
à montante e jusante
pensaram nisso tudo
que estava escrito no texto
já antes dele nascer
dar a cara ao sol ou à lua
estrelas ou outras velas
- antes do tataravô do homem
vir á roda do mundo
- o mundo!,
novo e velho mundo! :
este antigo pião de Tião!
girando a infância na criança
( criança é termo para criação do mundo para os sentidos externos e internos
ao captar os corpos fora do corpo humano
porquanto tudo na terra
é como dentro do homem
- humano! )