sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O BAR É SEMPRE UM AMOR ETERNO! : BAR-BAR!


O bar é sempre um amor eterno

Mas eterno é o nada,
que não é nada
senão paradoxo de filósofastro-matemático-
poetastros ;
enfim,
alienações de "adam" (Adão grandalhão) ,
o ser "adamah" (ser humano )
- filho-esposo-neto-bisneto-tataraneto de "Hawa",
( Eva em hebraico do Tanack )
avos, avós, Eva
- e demais "evos" que prefixam-sufixam-significam
norteiam
orientam o tempo-bússola
ou o assinalam
assinando e sinalizando
uma carta a caminho de Caminha
no meio do caminho para as Índias das especiarias
de onde escreveu o escrivão da Coorte ...

O eterno é o nada de tempo, cronos,
nada de nada
nada rasgado
rabiscado no rascunho
pois sem tempo não há nada
em oposição diametral ao ser
( o ser é o Narciso do nada )

Sem tempo
nem vácuo
- vácuo paradoxalmente cheio de ar na esfera
pode transmutar
por sutileza
de antiga escolástica
à Duns Scott
e outros antigos e medievos
a concepção de esfera
pois quando é uma bola
a concepção de esfera
muda de figura
por causa do ar
que enche a bola
porque o conceito de esfera
a meio do caminho
ignora geometricamente
os pontos e segmentos de reta
no ar que infla a bola
e desfaz a esfera
ou desdenha e desdesenha a esfera
através da concepção euclidiana de plano
que vigora no vazio abstrato
dos seus postulados
ou de onde põe o ser
no mundo abstraído
de toda concreção
( A bola do meu neto
não é uma esfera
porque o filósofo grego Euclides
ao postular as ideias puras
na sua estética transcendental
retirou ou abstraiu do conceito
toda matéria
e só deixou
a energia da mente
que concebe a forma
sem o conteúdo material;
o seja, em pura ideia
desenhada nas figuras geométricas
que não mensuram o mundo
em parábolas-desvairadas-cartesianas
mas as desmensuradas ideias
e o nada
que está na outra ponta
do ser
- no não-ser
concepção do vazio
fora de plano
euclidiano.
Eis toda a ontologia grega
presumidamente )
Mas ( outro mas!
mas agora um "mas"
na curva do bar
ou debaixo da árvore do terebinto
que sombreia o bar
aonde se entra sombrio
mas não se sai sóbrio
mas sim sobranceiro
sob sombreiro )
Mas
me corrija o étimo hebraico
oriundo do escutar a voz do hebreu
pelo ouvido das vogais
agora sem vento de oboé
soprado pelas narinas
quando as almas vivas
animavam o corpo anatômico-fisiológico-químico-eletromagnético
do arameu errante
sempre em diáspora
mundo fora
mundo afora
("meu pai era um arameu errante"
dizia minha mãe
junto com todo o povo judeu )...

Vá, peço, no que peco!,
vá perquirir a etimologia correta
e faça-me o favor
de alertar-me com um rol de erratas
mormente para quem já não pode beber,
fumar já não pode...
nem tampouco fugir no cavalo preto do apocalipse
pois meu sonho é ser o cavaleiro negro
espada em riste sobre o monte Armagedom
em Megido
no dia do Senhor do profeta Oséias
anunciado pelo profeta Amós

Mas ( outro "mas' intercalando a frase )
só posso ser José ou João
e "ninguém" mais
nenhum outro João-ninguém
que não eu mesmo
dentro e fora do bar
e do bar-bar dos bárbaros
no bar

Sim
Sou João, portanto;
"mas" nenhum portento,
nenhum São João,
( nem Batista, anabaptista ),
ainda sem aura ou auréola de santidade
que isso demanda um processo canônico

Para ser um João santo
há mister de milagres
e o requisito de morte do escolhido
( e não conheço ninguém que queira ser o escolhido! )
porquanto somente depois de morto
quando não se pode mais fazer mal a ninguém,
o ser espoliado
pode servir "eternamente" aos vivos
de pasto e repasto político
- mais, muito "mais" e "mas"
muitos "mas" e mais :
às mancheias de ases
no jogo de baralho
entre trapaceiros polidos
políticos
( Mas se há um ou vários "mas"
que pode valer valete junto ao sim
que assinala o cumprimento da ordem jurídica
descida em judicial
descaída em judicante
se existe um tal "mas"
que passe incólume pela norma culta...
por que então
não pode haver "mases"
que não vem para males
no plural?!
Não poderia a gramática
livrar-se do peso
de toda sua norma culta
colocada sobre os lombos dos burros
e livre como o verso livre
- obter licença poética
para todas praticar?!
Poderia ser ou não-ser assim?
Qual a questão do ser?:
A questão do não-ser?
"Seria" simplesmente por causa "jurídica
às vezes duas vezes as causas jurígenas"
multiplicadas
ou seria a gramática
um ordenamento jurídico
por dentro podando o ser pensante
no escrevente
no escrivão Caminha
e no escritor
da mais livre poesia
de Manuel Bandeira
que despreza o lirismo amarrado?
Ou senão
ou se sim
imaginemos matematicamente
que poderia vir a ser
o caso dos "noves fora zero"?!
- cuja tradução livre
ou versão
poderia ser, grosso modo,
um " nós fora dos nós górdios"
que enlaçam os gordos de poder político-econômico-histriônico-babilônico-...
a esse mesmo poder histriônico-babélico
na graça do ranço das velhas histereses
que rondam pás de moinhos de vento...

Mas ( é muito "mas'! )
se houvesse longe-livre-ermitão da gramática política
uma economia de "mas" livres
com ou sem (?) plural nos "esses" (s)
e que não fosse escrito em língua maldita de "ss"
pois esses "esses" (s) unidos
é de essência nazista
demoníaca ( possessos ss
- silvo de serpente no Éden
sobre o qual palmilhamos em vida )
- esses "esses" ou dois "esses (ss)" unidos
dão em estados unidos
para o crime de guerra
e espionagem com "drones"
a fim de perpetrar
a odiosa teoria e práxis política
como todas, aliás,
as teses e práxis políticas
dos políticos
( alguns homens com poder de crueldade
sobre o próximo e o distante samaritano)
- práxis emanadas de doutrinas nazistas
- puros nazismos ou fascismos
em fuga da palavra
que falam e escrevem contrapontisticamente
ao que é a prática
( são contrapontos de práxis e práticas
mas não de pragmas
nem tampouco de pragas
- pragas que não Praga
uma capital enclavada na Europa )
Tais doutrinas para empalamento
vão a galope ligeiro
cavalgando pela realidade cotidiana
das democracias a cavaleiro do nada
A cavalo no alazão e no baio
um ginete amarelo de outono em assustadora madurez

Nenhum regime entra na economia salvífica.
Então, que tal um plural assim : "mass"?!
com inocentes letras "esses" (ss )
que não querem ser símbolo
aberto em asas para voo
em cruz suástica
quando tal cruz
vem de um Hitler
em eterno poder de fogo?!
( Há outros seres humanos
de bigode ridículo
e discurso inflamado
e atitudes deletérias... )

Um ser humano
- um que seja!
e por pior que seja em papiro!
não merece um nazismo
nem outro fascismo
nem sionismo ou anti-semitismo
nem tampouco as democracias atuais!
- que se proclamam tais
nas matracas midiáticas por aí
as quais não passam
( ambas! )
de nazismos-fascismos hipócritas
imersos nas águas da besta-peixe-fera
nos aquários astrológicos-astronômicos das instituições
sob rígidas leis romanas
- em "duralex" de opressor para oprimido...
com um exército cujos generais
são Hitler e Mussolini
senhores da guerra
e das forças armadas
cada vez mais armadas e odiadas
- com "unhas e dentes"
extensos nos artefatos bélicos
que defende o poderoso
e esmaga o frágil
com um tanque de guerra
ou um helicóptero apache
de estados unidos constituídos para a defesa de alguns
que se acham acoplados ao topo da pirâmide
e o massacre da maioria
na base
soldados
peões
no jogo do xadrez
- estratégia que põe o preto-no-branco
e, destarte, o que é sub-ser
no homem animado pelo animal
que domina a selva em silvo interior )

Sim
sou João
orgulhosamente
ostensivamente João...
Mas e José
- para onde foi?!...
Perdeu-se
na noite negra
sem vaga-lume mínimo
a por o caminho
que nada na mente escura do ginete negro
alienado
vendido no mercenário de estado
no médico e no zelador
no falso profeta
poeta cientista atriz meretriz...
Ou tudo isso pensado a esmo
não seria tão-somente
um contraponto
que faz funcionar minha mente
contrapontística
e em punção para fuga de água da pleura
e de Bach
- polifônico Bach!,
senhor da musa Polímnia
que dança na música
com Melpômene
( Polifonia em musa em Dostoievski
Kandinsky... : Oi Kandinski! ,
odeio Gengis Khan!)

O mundo é um contraponto
em repiques
responsos
e para responder a ele
ser responsável
e consequentemente livre das peias
preciso ser um contraponto
do mundo
como está
e sempre esteve
- em estado de calamidade!
em petição de miséria
um tição do cão
Maior ou Menor
na sua filosofia
e práxis dela
( Fim da dissertação-discussão
do sexo dos anjos plurais
na conjunção "mas"
- perfeita na circunferência
que fere e produz a esfera
na geometria euclidiana
que menoscaba o ar
que enche a bola do menino
- e de Pelé
mas não entra nos postulados de Euclides
o filósofo que primeiro pôs o ser no mundo
pela geometria
quando abstraiu as figuras
dos seus conteúdos
e as colocou num mundo de formas
que são as ideias
as quais não possuem matéria
mas somente formas )

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

UM TROVADOR, UMA SÓROR, UMA FREIRA : EM BIOMASSA


Não existe amor algum
O que há
é o encanto
- o encantamento de um momento
Um tempo para se encantar
cantar e decantar
e se embevecer
com a vida
expressa na alegria de uma criança
uma mulher
uma moça que vem
uma freira que vai
uma sóror a caminho
no passo pelo vinhedo...,
um eremita barbado
um bêbado trovador...:
é o despertar
para o belo
que está germinando na vida
em biomassa
na bela adormecida
em Alice no País da infância...
O belo do verde-chuva no dossel
- a beleza das ervas altaneiras
que cheirando
cheiram o nariz
apalpam o olfato
no amplexo sistêmico do odor
e do amor

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

OH!PAIXÃO DE CRISTO!...VIA "CRUCIS", CALVÁRIO, GOLGOTA...!...


Busquei mas não achei
seus olhos nas órbitas

Não que faltasse as órbitas
porém porque
não as iluminava
a alma de antes
cheia de amor
- do amor dantes
neles dançante-cantante
na paixão de Dante
- dos Dantes de antes
de Orfeu e Romeu
- e Julieta!...:
ou Ofélia morta no arroio
afogada noiva
de Marc Chagall
e Shakespeare em Hamlet!
Oh! na Paixão de Cristo!
em cruz
via "Crucis"
calvário
Gólgota... )

Naqueles olhos magoados
achei uma água cavada
de álveo abandonado
encontradiço
no direito dos homens jurídicos
roliços...

Tanta água
tamanha mágoa
à montante e à jusante!...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

SOLIDÃO PINTADA! , ESPESSA EM GIORGIO DE CHIRICO!


O homem é Giorgio de Chirico!

Solitário passo entre as casas
- Sou Giorgio de Chirico!
O homem que sou
é um de Chirico...:
um Giogio de Chirico!

Em solitude absoluta
passo com o sapato
cujo chiado em atrito com o solo
canta a solidão relativa
reativa
ratificada
pela cantaria obrada em desenho de gárgula
no canto debuxado nas pedras
da igreja cujo cantochão
canta ao rés-do-chão
- ao rás do chão...,
razoavelmente

Passo no passo do sapato
que recolheu pedras no caminho
de Carlos Drummond de Andrade
cavalgando a mulinha do leite
qual fosse outro Dom Quixote de La Mancha,
digo : das minas gerais
de Minas Gerais
dos campos gerais...

Olhos d´água me molham o verso
- olhos na água que me espelha
e especula-me a solidão pétrea
de um Narciso-monge-cartuxo

Mesmo quem me toca
- toca-me tuba trombone saxofone
violino piano
ou instrumento de percussão
porquanto o homem carrega-os em si
no si musical da Musa
que inventou a música
o músico e o instrumento musical

Contudo Musa que é musa
é criatura de homem
- o criador da não-natureza
na cultura
objeto de estudo
para astuto etnólogo
empós etnografia de Malinovski
nas Ilhas Trobriand
assentados sobre atóis coralinos
( porém prefiro imaginar
a Polinésia para os Argonautas do polonês
- nautas em outras plagas
Melanésia Micronésia
território de Guam... )

O homem
o monge
o solitário...:
sou Giorgio de Chirico
e na minh'alma
a solidão tem tal acento tônico
tal tonicidade grave
que quando beijo
não me beija ela
pois quando ela beija
não há beijo meu
em correspondência
porque o beijo de Klint
nem o meu
nem tampouco o beijo dela
por mais sequioso ou ávido
que estejam os lábios carnudos
no vermelho do batom
não pode ser correspondido
- que é a solidão do homem
é barreira intransponível
ainda para a mulher amada! :
Ou o filho e a filha queridos
amados entes
( O ósculo e o amplexo
é sempre o de Heitor e Andrômaca
na escultura de Giorgio de Chirico
que olha para a perspectiva
do impensável filosófico
retratando a melancolia profunda
afiada pelo outono à tarde
- Ah! tudo é muito tarde!
para qualquer gesto desesperado
- de Klint! )

O homem sou eu
- e eu sou Giorgio de Chirico! :
ou a solidão nefasta
de Giorgio de Chirico
segue-me como sombra
sombria na noite fria
pintada a Joan Miró
na melhor noite
da solidão espasmódica da mulher
- dentro da vela da noite escura
no breu das trevas
com negro batom,
nigérrimo esmalte nas unhas
para arranhar a tez

Eu sou o homem!
- sou Giorgio de Chirico
em vasta e impensada solidão :
lancinante solitude noctambular!
Errante entre os noctívagos
vagos vagabundos vadios
errabundos vaga-lumes

Sozinho na vela da treva
navego no barco à vela negra
rompendo a treva espessa
guiado pela esguia enguia
que enche a barra da alva
na flor de laranjeira
que odora o ar
- que adora o vento
com sua fragrância
a incensar a brisa
em noite negra
na qual sigo impensável
a cavaleiro de mim
- no meu rasto
que é o único
que posso ver ou ler no chão
quer faça treva ou luz
preto no branco
do xadrez no claro-escuro
do dia e noite
vida e morte

Sou Giorgio de Chirico
em cada solidão pintada!
- e ninguém tem poder
para atravessar esta solidão espessa
entre mim e o mundo

Entre os outros seres humanos e eu
há uma barreira interposta...:
- inviolável fortaleza!

domingo, 25 de dezembro de 2011

CASA ANTIGA, MORADA DA LOUCURA, NICHO DE LOUCOS

Olhos desmancham casas
Olhos do passado desmancham casas
- olhos passados
sem olheiras
sem olho para olhar
solapada as pestanas
não mais sobranceiros sob as sobranceiras
ou ansiosos para iniciar ato
de olhar os lírios
onde vingar essa flor-de-lis
lírica mas sem lira
desmantelam casas
imóveis na água da loucura
( água de paul pútrido
parada na lagoa )
inanimadas casas
sem alma de habitante vivo
com a alma em desgraça
aos trapos farrapos
de seu morador solitário
em permanente solitude e abandono
minado pela demência precoce
Olhos demolem casas
- olhos que demoram em casas
demolem com o olhar
essas casas de paredes escassas
quase sem massa
com reboco caindo pelas tabelas
as janelas com olhar perdido
- o olhar derriba
( Casas são filósofas cegas
- Filostrato durante o mecenato
de Septímio Severo
de origem berbere-púnica
pai de Caracala
imperador de velha Roma
cujo busto em alabastro
está em museus capitolinos
- um sofista na obscuridade de Sofia
cerzindo sobre o tecido vivo
das vidas dos sofistas
no livro "As vidas dos Sofistas"
o tecido morto de história
porque todo livro é uma mortalha
em companhia de máscara mortuária
enfim : um "Livro dos Mortos"
para os vivos
exercerem o poder
de ressuscitar o passado
com a vara de condão no verbo
do "Bruxo do Cosme Velho" )

A água nos olhos d'água
vão erodindo casas
Olhos derrubam casas
deitam-nas ao chão
deixam-nas sem o sustento do olhar
abandonam-nas sem pó de ananás
nem guarda-pó
sem substancialidade alguma
- insubstante
sem substrato
não obstante a essência
formada pelo plantio
da idéia em terra mental
do Platão inteiriço
não na forma do ouriço
porém sim na do homem
pois nada no homem
nada mais que a idéia platônica
desenhada em espaço opaco-fusiforme
dos peixes dipnóicos ou não
no cardume das sardinhas
e há lampreias mixinas dugongo
enguias garoupas moréias...
- tambaqui aqui
carpa lá
( Arcanjos demolidos
imolados
são casas
santas casas
velhas casas
velhas e casas
que se "moraram" reciprocamente :
A casa dentro da velha
e a velha senhora dentro da casa
E se enamoraram
também reciprocamente
que o amor é um reciprocar
florir cá e florescer lá ( lá lá la'...)
Entretanto nem pó deixaram
para pisar o rastro
do sapato
do filha da filha do neto da neta do tataraneto...
das gerações que vão
calçando a paixão
no coração
que se faz de si
gato-sapato )

Olhar para o passado destrói casas
quando no verbo
quando o ato
é ato fictício de verbo
está no logos ou lógica
ou logosolfejo
pois este olhar verbal
sem olhos que vejam
sem fotografia à luz da luz
acha uma casa
que já nem é casca de casa
está no pó
do anjo caído
decaído nos escombros
se anda há os escombros
nos ombros do estivador
visto em noite
sem luz alguma
pura treva
Evoco a casa de um "Tassiano" vereador
( o Tassiano vereador
em casa "quase" contígua
não fosse o movimento da língua
na escrita ainda em mão parada
presa à concepção platônica
que desce à acepção
por mãos postas de modo patético
acatando com humildade
a definição do significado
não lido ou escrito
no significante do vocábulo "contíguo"
que pode estar em acordo contigo
mas não comigo
nem em Celta de Vigo)
- habitação olhada na esquina
vista na esquina
até esboroar-se
em casa do não-vereador
do não-Tassiano
em não-casa
para fora do verbo
em implosão-explosão
sem feixe de gás metano
que se alinhe ao rés-do-chão
e redefina no fino traço do desenho
- o redesenho geométrico do motor Otto
- do engenheiro que leu em natureza
o ciclo Otto
e entendeu projetou e construiu
o motor a combustão
observando o peso do gás deitado
ao rés-ou-ao-rás-do-chão )
A demolida casa do homem morto
ao ser comprada-vendida
( que a alienação é troca mútua
aliada alheada do escambo )
é casa no passado
casa-caso no paço-passo passado
do verbo em sandálias pesca-atum-esturjão-anchovas-...
casa-e-caso no pretérito
caso-casa ou caso-que-era-casa-e-virou-caso
na casuística-mais-que sofística
casa-e-caso-por-acaso-decaídos-em-casuísmo
jurídico-sempre-jurídico
e no passo do passado de sapato
em passo de sapato no paço passado
demolido
removido
da instância dos olhos
se paço havia em descompasso
com o passo no sapato
no-nu ato do pé
arrastando sapato e alma
passo-a-passo
até o paço do governador
das minas gerais não
mas sim do filão de ouro das minas gerais
( das não-minas gerais
do não-ser as minas gerais
em Minas Gerais
em governo e povo e terra
escrita-descrita na parábola cartesiana
de João Guimarães Rosa
outra voz do "pobre Aphonsos"
"em tristes responsos"
pelo caminho torto das minas gerais
no sapato de Minas Gerais )
e outro ato no olho vivo
( olho-que-tudo-vê-e-olha-enxerga-...)
existente
descontente
insurgente
insurreto como o sol preclaro
desmanchando casas escuras e zumbis
mas amassado em massa densa
dançando aritmicamente no compasso
amarfalhado em olho insone
que olhou o vivo ao vivo
dentro e fora do sono
com luz para sonho
e treva para sono
( sol solto dentro do corpo
e da mente iluminista
- humanista!
que há humanismo
desde a Grécia dos deuses antropomorfos
com os deuses antropomorfos!
pois o antropomorfismo dos deuses gregos
exprime um humanismo intenso
na mitologia-científica-poética-já-quase-com perspectiva-filosofante
dos gregos de Hesíodo-Homero
ou o que signifique e significou
no corpo do antigo significante desenhado em língua grega antiga
esse par-ímpar : Homero-Hesíodo )
e depois no olho morto
em células epiteliais
que coexistiam com a casa antiga
na trempe do tempo
construído ficto
pela substância mental
posta no verbo
em ser de lógica
ou logos
substância que faz
do olho vivo
o olhar morto
- do morto
mirando o frontispício
do hospício
casa antiga
morada da loucura
com "habitat" ou nicho em loucos
e não nas casas
sob a casca das paredes-meia
do nosocômio público ou privado

O olhar desmancha casas
pois não se olha para o passado
porque não existe pretérito
senão na verborréia cor-de-rosa
do olho na rosa banhada pelo sol
às mancheias de cores
ocultas no branco do lençol do fantasma solar
desveladas por Isaac Newton com o prisma

Casas só não são demolidas
pelos raios emitidos pelos olhos
ou pelas ondas de luz
nas quais os olhos vão de carona-na-canoa
até a casa mau-olhada no assombrado
onde se esconde no sonho
pois no mundo onírico
não há dessas "tsunami"
que arrastem casas
como se fossem
brinquedos da natureza
em fúria infantil
( A fúria da criação
que é o Criador
germinando na alma da criança
está nas crianças lúdicas por excelência
- e a natureza é sempre uma criança!...:
"El Niño y La Niña"... )

sábado, 24 de dezembro de 2011

PSEDRA POME (wikcionario wiki wik dicionario onomastico wikdicionario )

Passando por um renque de árvores
com pássaros cantantes
logo acima do cananeu
que não era eu
senti vontade de ficar ali
parar ali
para sempre
se a locução adverbial "para sempre"
existisse
fosse fato
e não ato pensante-pensado
e, concomitantemente, estivesse
fora do vocábulo
porquanto a existência está por fora
do outro lado da alma
espelhada em Alice
jogada e perdida no mundo
para onde foge o ser
na alienação do homem
enquanto a essência vai por dentro
roendo a vida com radicais livres
corroídos por anti-oxidantes

Quedar ali embaixo da ramagem
sentado no Buda
que sou
- que somos todos os indivíduos... :
Louco de pedra-pome,
doido varrido,
ó Manuel Bandeira!...
- senhor de tantas andorinhas!
mas que não obstante
não me ouve mais
debaixo das ervas daninhas
sob pedra tumular
também não mais palmilha Drummond
pelo caminho da pedra
em meio ao caminho do pé
calcado no sapato torto
( o sapato velho é um torto anjo
que dá azo ao azar
e a bazar de quinquilharias )
Ambos os poetas
hoje são
o que não não são
nem tampouco estão sãos
nem são em São Petersburgo
nem ser nem santos
nem corre processo canônico
conquanto já jazem
em jazigos estão
abaixo da pedra do burgo
da pedra de Pedro
da pedra São Pedro
e da pedra que havia
a meio caminho do sapato
florido em Mário Quintana
escrito na carta de Caminha
a caminho das especiarias
e da pedra que é
o seu corpo desfeito
decomposto
no cal do osso
com o resto da alma
no sopro restante
presa nos ossos
entre ossos encerrada
sonhando com um soprador
um tocador de tuba
que a expire dessa flauta
na dança dos signos no ar
escritos em parábolas senoidais
bailarinas-musas no vento
Todavia tudo
o que descrevi
foi só um momento
que ficou engasgado no tempo
em pedra de descaminho
- para caminhar descalço
carmelita
sobre elas a caminho
para a planície do Esdrelão
- um instante de apedrejamento íntimo
( ou de liberdade cínica
- Total?!
Total só no ideal
no real não )

Foi num tempo para semear
tempo no semeador
que fiquei ali plantado
sob chuva
junto à aleia e as ervas
à sombra da alameda
doido de jogar pedra
- pedra a caminho
de Eras geológicas
profetizada em geóglifos

domingo, 11 de dezembro de 2011

CONTUMAZES (wikcionario wiki wik dicionario filosofico enciclopedia etimologia )

Poetas olham para bar
enamoram-se do bar
flertam com bar
mergulhado à sombra das telhas
quando a tarde vai navegando do zênite
ao nadir
- que começa a nadar
no rio negro das trevas
vendadas nos trevos cegos-cegonhas
que aplainam os caminhos
de Pero Vaz de Caminha
em carta às ervas-hortelãs do rei
de Portugal e Algarve
Poetas são bêbados contumazes
adentram recinto de bar
sóbrios-sombrios
com sombreiros
e saem sobranceiros

Erram de bar em bar
a ouvir o bar-bar dos bárbaros

Quando não estão embriagados
inebriados com a vida
soluçam na escrita
de versos
vivem de versos
por versos
em versos
põe o que não é poesia
mas escrita hieroglífica-geoglífica-alfabética
da poesia surda-muda....
( Esta é uma maneira odiosa
de não viver de fato
mas sobreviver por procuração
ou teatralmente
no bufão-truão-histrião
que encarna
ou representa por escrito
na tragédia de escrever poesia
- que embora não seja um morrer
é um não-viver
uma sobrevida em andrajos
( O poeta quando escreve
já não bebe
já não fuma
- já não vive!
Apenas lembra do ébrio que foi
na infância ou juventude
maturidade ou velhice
Faz da poesia escrita
um lembrete de vida
- exercício mnemônico )

Toda minha poesia
é ilegível
e não está escrita
em antologia
ou ontologia
- A poesia prescinde do escriba

domingo, 4 de dezembro de 2011

LINDEIRA (wikcionario wiki wik dicionario etimologico enciclopedico onomastico)

Todo o direito é um negócio jurídico ou se desdobra nisso, nesses atos que levam a fatos. Todavia, essa lindeira idealidade com a realidade, a idealidade, não existe ( não está fora da ideia, nem sequer limite de fato com a realidade, mas apenas de "direito" : é mera presunção intelectual); está apenas em essência, no pensamento, na ideia, esfera do ideal, geometria pura, primeiro desenho da ideia enquanto conceito, concepção imaculada da realidade ( a realidade, a maculada realidade! : maculada pelo fenômeno, pelo processo fenomênico, que mancha a imagem e até entorta as linhas da geometria em curvas de Descartes-Einstein.
Essa idealidade, essa ideia platônica, guardada em relicário na esfera onírica, que é a esfera da geometria, sem curvas até Descartes em parábolas que consertam/concertam a recta, o segmento de recta, que se curva à inteligencia de Descartes-Einstein e outros geômetras-filósofos não-euclidianos, não tão bons ("eu"!) geômetras para retas ideais, irreais, surreais em Dali e outros daqui e acolá..
Fora dela, da esfera onírica, na existência, que nunca é uma esfera ( perfeita! Não, mas sim imperfeito, por fazer, por realizar, na polaridade oposta do maniqueísmo do homem, desta doutrina que oriente o homem e o animal em natureza de bússola e estrela polar, não apolar, branca no pólo ); quando muito, ao invés de esfera, é um esferóide, formal e real, em forma e conteúdo, forma ditada pela substancia; enfim, um traço que demarca uma esferóide, que é a ideia pousada ou realizada, exprimida pela captação da realidade pelos sentidos, oriunda do fenômeno, que traz á baila o mundo natural. Fora disso, o direito é mera tensão ( tensão espaço-tempo ocasionada pelas várias espécies de polaridades : frio-calor, negativo-positivo, velho-novo, macho-fêmea, inércia-movimento... :as maniquéias que movem o universo e o pensamento do homem, mormente para a ciência e tecnologia ) : Tensão ou espaço tenso, intenso com a junção-tempo, que é a polaridade ideal do espaço (senso interno ao homem e animal ), oriunda do pensamento do homem e do animal que percebe com seu aparato inteligente ( seu senso espaço-tempo esticado e "estilingado" nos sentidos tensos), a qual, enquanto captação fenomênica, funciona consoante a vontade que fica entre a idealidade, no homem-geômetra, em curva de esfera perfeita ( circunferencia) e esferóide, ou seja, próxima ao desenho da ideia, que é o desenho geométrico ingênuo-euclidiano da circunferencia : uma inexistência.A circunferencia é uma essência do homem, posta em geometria, pelo homem geométrico, mas não uma existência, não uma tensão no mundo : uma tensão no homem, um dos pólos da maniquéia. O homem e o animal é um dos pólos da maniquéia, que no homem é doutrina, ou enriquecida com doutrina; no animal é senso prático.
A concepção de perfeição, que está no direito e em toda parte, está contextualizada em Aristóteles, ou pode ser contextualizada lendo o filósofo, porquanto é uma concepção dada pelo estagirita ao abordar a circunferencia, que é o " em torno"(per) feito: a circunferencia é um em torno, um anel, que , em natureza, fora do espaço geométrico, se anela esferóide, próxima à idealização da esfera na circunferencia. Este conceito de perfeição nem é uma ideia, mas uma mera descrição da circunferencia, ou seja, um conceito "concebido" na geometria, que é uma língua-linguagem destinada ao simbólico puro, ao espaço-tempo não fenomênico, mas meramente conceptual, intelectual; um puro pensar ou aprimorar o pensar.
A circunferencia dá uma ideia da ideia, da ideia platônica, bem como todas as figuras geométricas. Figuras que se iniciam e finalizam em si mesmo, criando ou abrindo um espaço ou buraco ( negro) e brusco de espaço no espaço, esquecendo ou eliminando o tempo e o mundo real das coisas observadas através da fenomenologia. São paradigmas da abstração ou da capacidade do homem de abstrair através de conceitos desenhados, figurados, ou escritos, em símbolos ou signos. Signos que algumas vezes são símbolos e símbolos que são signos, conforme a escrita hieroglífica ou alfabética.

sábado, 3 de dezembro de 2011

VIME (wikcionario wiki wik dicionario wikdicionario etimologia enciclopedia ) )

O conceito de negócio jurídico desenha geometricamente ( todo desenho desde Euclides é geométrico, mensura e contém formas ideias de figuras delineadas com "lápis" sobre o perímetro dos corpos figurados, sendo a geometria abstracção do conteúdo e concretização da forma : ideia desenhada, concebida sem pecado, no jargão da Igreja, a "Mater e Magister" do indivíduo ocidental em assembleia : comunidade ) um ato, que, após desenhado (tomado em corpo hipotético : hipótese, sob a abstração dos signos da língua-escrita ou cantada em coro na tragédia comunitária com seus atores-personagens ou hipócritas, que somos todos em sociedade, porquanto o viver social é um conviviver que exige personagens rígidas, desumanizadas, varadas pela imaginação da baixa literatura de Agatha Christie e Conan Doyle e não da alta literatura de Dostoievski, Tolstoi, Dickens, Machado de Assis ) se põe no mundo enquanto fato consumado.Fato é sempre a consumação de ato ou atos enlaçados, trançados no vime, encadeados .
O negócio jurídico, aparadas as filigranas dos doutos, é um negócio como outro qualquer, apenas amparado ou estribado em lei, ou que se passa sob a forma prescrita em lei. Ritos do contato e do testamento.
Todo testamento é m negócio jurídico, inclusive o Velho e o Novo Testamento bíblico, que nos remete e destina a um legado e a uma herança social e, ao mesmo tempo, é um contato social da lavra de Rousseau e da exegese de Hobbes, no "Leviatã". Enfim, um pacto, o tal contrato genérico, que se presume universal, porquanto direito é mais presunção que realidade "cognoscitiva" ; se não for muita presunção, total presunção! E nada mais que isso, fora do rito imprimido pelo princípio da razão suficiente, que presunção bastante para se pensar e fazer de tudo com o outo, desde que esteja dentro do âmbito da lei, a nova deusa e tirana, o novo despotismo, que é novo somente na aparência .Porém antes da lei emergir, vem o costume, onde se funda, onde tem pé a legislação vigente e revogada, essas deusas e senhoras das gentes e dos indivíduos. Nossas Senhoras dos Pavores dos pobres e oprimidos, protetoras do ricos e poderosos! .
Lei não fundeada em costume é lei sem âncora, ideal romântico; contudo, tal romantismo traz no bojo algo de malícia ou até maldade ( perversidade social ) e candidez angelical , ou candidez na mensagem.Aliás, "a mensagem é o meio " e o anjo ( a lei é um,a mensagem, antes de tudo : carreia dois fardos, para dizer do corpo ou alma dicotômica do pensamento que aflora na comunicação da realidade-idealidade, na qual vive o homem em corpo, alma (sem alma ou vida soprada no oboé das narinas pelo anjo torto do vento em curvas sibilinas-sibiladas, em silvos de serpente na selva ou savana africana) e espírito (sopro hebraico, da língua hebraica na boca do hebreu).
O homem, enquanto indivíduo pobre e submetido, vive sob o que "vige" a lei, que é a expressão da vontade dos que detém o poder político, que é econômico, científico, jurídico : são todos os poderes de fato e de direito, conquanto não de direito puro, ideal, enquanto ideia não alienada no mundo dos donos da sociedade e suas pertenças, dentre as quais o direito é uma, as obras de arte outras tantas e assim as fêmeas e os direitos conquistados sob o gume da espada do direito, que se passa a chamar justiça quando alguns homens remunerados com soldos ou vencimentos de magistrados representam o povo rico, contra o povo pobre e miserável, que sobra em votos nas urnas e nos esgotos, junto aos ratos e ratazanas.
A sociedade sempre foi assim : campo de ignomínia. Leia o Velho Testamento!, sem olhos de ovelha ou pastor ou doutor : com olhos de homem e mulher livres, não alienados pela quantidade de dinheiro ou cargos e encargos sociais que pesam sobre as espáduas.
E se se fala em negócio jurídico é porque há negócios escusos, que turbam as águas claras do direito dos justos e lançam âncora no mercado negro, o qual explora a parte sombria do direito : o direito negro, que faz a sombra do mercado negro, onde sobrevive a grande maioria, mormente nos países de altos índices de pobreza e desigualdade sócio-econômico, ou seja, de injustiça.Onde a injustiça grassa, é uma peste endêmica-epidêmica.
A injustiça é a falência, não ideal, mas real, concreta, não da justiça, que "existe" apenas enquanto concepção pura, ideal, mas do ordenamento jurídico como um todo coordenado , que, assim posto e executado, cuspido e regurgitado, cobre todo o território da nação, estado ou pais , distorce o real em ideal, colocando leis belas, que são pura poesia ou odes aos direitos humanos, quando deveria ser prática e práxis social, não o ideal "nobre" e humanitário, mas a realidade nua e crua.
O mercado negro faz o direito negro e movimenta a injustiça, a qual constrói a sociedade, é a práxis social, que contraria o pensamento ideal do iluminista tardio : Marx. O mercado negro e o direito negro polariza a maniquéia que, destarte, movimenta o direito, através do morto em paradoxo.
A justiça e injustiça, o positivo e o negativo, o macho e fêmea são maniquéias que movem o corpo social e o corpo natural em função matemática-maniquéia infinita, no símbolo, que é o único infinito e o único nada, pois apenas é, mentalmente, e não existencial. O ser é mental, mas nem sempre é ente ou coisa na existência, fora da essência da mente geometrizante.
A doutrina do maniqueísmo, dual, não se exprime somente na tensão entre o bem e o mal, mas extravasa essas polaridades e cria outras polarizações. O maniqueísmo é a doutrina do conhecimento, fundada na inteligência do homem ou na leitura que o homem e o animal fazem da natureza. A sociedade e o indivíduo são efeitos da maniquéia, dessa inteligencia percebida em natureza e transformada pelo homem em conhecimento, o qual é uma parte ínfima da sabedoria ou do saber vigente na inteligencia do homem e do animal, fruto da natureza dada a todo ser humano, quer seja esse "humano" homem, animal, vegetal ou mineral.
Aliás, a sociedade funciona em maniquéia, é uma máquina maniqueísta, cujas polaridades se dá e se esgota nos choques que absorvem as individualidades, embates esses que levam aos contratos ou pactos ( sociais ), cuja função é regrar a luta, socializá-la, normalizá-la ou metamorfoseá-la nos esportes, que é um rito estritamente social, que cumpre função social, socializante, ainda quando o que exprime é, aparentemente, solilóquio, tácito, unilateral, tal qual as demais formas de socialização ; a saber :os dramas representados no teatro, nos tribunais, nas novelas, enfim, nas instituições sociais, no lar.