Ao se estudar um suposto ser humano pelo caminho do conhecimento temos
um objeto dúbio, porquanto a dubiedade vem de que o objecto não é
unidimensional nem unitensional, porém vários são os objectos estudados
simultaneamente no espaço e infinitas suas tensões e espaço-tenso e
espaço-tensor, originários do movimento e outras causas do movimento que são
função do tempo, uma função múltipla, arrastada para entendimento ou
tentativa de entendimento pelas linguagens e "línguas" matemáticas,
algébricas, geométricas, etc.
Do exposto, pode se apreender que o objeto é múltiplo ou multifacetado
são os objetos e nem sempre possível separá-los devido as relações e
conexões finas e grossas que os objetos mantêm, liames esses muitas
das vezes imperceptíveis ou que não é passível de ser varrido pela
percepção humana ou sobre humana das máquinas, objetivas, câmaras,
túneis, aceleradores de partículas, dentre outros artefacto da moderna
ou coeva ciência e correspondente tecnologia.
O simples, ou aparentemente simples, estudo de um ser humano, a
colocação de alguém ( ou de quem foi "alguém" com água ou alma, ou
vida, quando estava vivo e movia-se pelo mundo que movemos hoje. Seria
o mesmo mundo? Creio que sim ou similar, ao menos "in natura", todavia
não sabemos ou sequer podemos saber, porque o saber se limita aos
sentidos vigilantes, atentos, e não ao delírio dos homens em
sociedade e cultura a inventar inovadoras formas e entes e métodos
para conhecer; quando o conhecimento nunca é seguro, mormente ser muitas
vezes quase impossível se não arrancarmos verossimilhança daquilo que
conhecemos por meio de objetos confusos, muitas vezes difusos,
perdidos no som dos vocábulos, que dizem ou diziam coisas ou nomeavam
atos e fato que não podemos mais ouvir, ler de fato, com contexto, ou
vivenciar, experenciar, mas apenas experimentar, longe do saber, logo
às cegas, sem oitiva, sem sentidos,que tornem a coisa presente
enquanto ser que construímos paulatinamente, penosamente.
Torna-se, portanto, uma tarefa áspera, inócua, quando colocamos ( tese) o ser
humano enquanto objecto deste estudo, pois este ser humano, no caso
Euclides, o geômetra grego ( grego?), que uns dizem ter vivido em
Alexandria e outros em Mégara, ou seja, já não sabemos (saber ) a quem
estamos procurando "conhecer".
Um mero homem, que ficou na história,
está escrito ou descrito por filósofos como Proclo e outros que a ele
se referem. Mas seria ao Euclides, indivíduo, aquele que buscamos conhecer, que
estes filósofos se referem? Ou seria um ou dois ou milhares ou
centenas de outros Euclides, pois pode
muito bem jamais ter existido um Euclides individual, um indivíduo, porém
sim, e é mais plausível, um conjunto de obras milenares, anteriores e
posteriores ao
Euclides aqui procurado sequiosamente, do qual continuamos não
conhecendo nada, mas sabendo tudo, porquanto era um homem ou uma
coleção deles, de homens de escol, cuja geometria sobreviveu à
filosofia de Aristóteles e continua sendo uma cintilante ciência
moderna. Seria palmar achar que Euclides foi um indivíduo que,
solitariamente, em solitude, criou toda a geometria, a partir da obra
denominada "Os elementos". Na realidade, já havia muita geometria
antes de Euclides, já existira miríades de Euclides, que formulara uma
geometria para os tempos de antanho. Ninguém, nenhum sábio ou erudito
cria solitário ; para isso se faz mister toda uma tradição, enfeixada
em relações, num vasto feixe de reações sólidas, entusiasmada,
apaixonada, sem o que nada se produz.
Esse Euclides ou esses " Euclides"inspiraram a filosofia que teve o
bom ou melhor fim em Aristóteles, porém o início ou a iniciação o
processo iniciático de toda a gnoseologia foi de Euclides ou dos
Euclides, dos quais o que sabemos é que estruturam o arcabouço de toda
engenharia, física, desenho, axiomática ( axiomas), postulados, etc.
Sem embargo, de Euclides, que tanto fez, tanto realizou, ninguém
conhece nada ou quase nada e se dizem cientistas, têm o grego e
documentos escritos à mão, entretanto são analfabetos intelectivos, de
pobre capacidade de elucubração, apenas conhecem as pantomimas dos
bufões, as representações de cara séria dos truões, são polichinelos,
fazem parte da comédia da arte, que é parte da vida humana : a porção
estúpida do ser humano. Eles possuem a Pedra de Roseta; no entanto são
analfabetos em grego e latim, mas fazem pensar aos mais tolos
exatamente o oposto.
Todavia, nem mesmo podemos saber, não sabemos, pela segurança dos
sentidos vivos, mas meramente pela memória e leitura de textos e outras
"provas" que provamos, ou outros provaram e nos disseram que era o
homem, porque tinham compulsado os alfarrábios em grego-pó, e são
doutos, o que os tornar autoridades, aptos a falar, ainda que seja tudo
um delírio de suas mentes limitadas por "n" fatores algébricos,
algebricados, imbricados, jamais sabendo, mas tão-somente conhecendo e
de forma indireta, pelo intelecto, muitas vezes alheio, se houve de
fato Euclides, o individuo Euclides, não o ser coletivo, e se houve
pode ter sido outro ser que nem era o Euclides do qual falamos, que
não é nosso objeto de estudo, mas outro homem, quiça´um indivíduo, que
existiu, porém tinha o nome para homenagear o Euclides coletivo, que
jamais existiu enquanto indivíduo, senão pela forma de vários Euclides
que homenagearam a obra milenar de inúmeros sábios e filósofos, os
quais elaboraram, elucubraram em conjunto e separados por séculos,
tal qual os escribas bíblicos, a obra de, talvez, um sábio filosofo
encetou, com os elementos, então eivado dos equívocos que a solidão
traz, e a limitação que própria ao homem, que foi evoluindo
paulatinamente pelos séculos fora até atingir a perfeição.
Tal Euclides, o indivíduo que nem esse nome de "Euclides" tinha, que
era apenas um
homem obscuro, o qual escreveu a obra denominada "Os Elementos" que,
por certo, foi escrita por um indivíduo, ao menos inicialmente, e pode
ter sido aperfeiçoada por outros tantos quantos "Euclides", muitos dos
quais não eram chamados "Euclides" no berço, mas foram assim
cognominados pela posteridade, levou os séculos ou milênios, que pode
se originar até ao nascer do idioma grego, no berço da língua, a qual
pode ter influenciado ou simplesmente prestado uma homenagem ao
"Euclides", possível individuo, com o delta, um triângulo, ou também
não, ao contrário, pois pode ter sido do delta, signo grego, que
semelha símbolo geométrico, por assim dizer metaforicamente, que
"Euclides" tirou seu triângulos e os teoremas celebrados pela
posteridade que o aclamou; para tal feito hercúleo da inteligência
humano, do espírito humano, talvez, ou certamente, tenham corrido
milênios, tempo necessário para levar a colossal obra dos "Euclides"
à perfeição, no correr das patas dos cavalos sobre o tambor dos
milênios e da língua grega, quando falante e escrita com toda a pompa
de sua caligrafia.
Do exposto pode se arguir com propriedade e clareza euclidiana, que
saber é fácil, o homem é apto a isso pela natureza, se bem que essa
sabedoria tenha sido mitigada em relação aos demais animais porquanto
o homem privilegiou o conhecimento que, ao contrário do saber ou da
sabedoria, não é simples, porém extremamente complexo, quiçá ato
impossível fora das palavras que nos consolam na essência, pois a
existência está presa aos sentidos e à sabedoria ou saber e a essência
ou ser ao conhecimento, prisioneiros de palavras no discurso, desviados
de coisas que passam a ser objectos, deixando assim de existir para a
sapiência a fim de entra no conhecimento, universo forma de palavras e
lógica ou "logos", no preclaro dizer dos antigos gregos e outros povos
de palavra,como os hebreus e judeus da Bíblia que, na Vulgata, no
latim, língua senhora do mundo, é o verbo.
Assim não podemos saber tudo, mas somente o que nos cerca; e não
podemos conhecer nada e fato, porém apenas pelo ato de pensar que
eclode em palavras, frase, símbolos e signos das duas semiologias e
semióticas : o idioma e as matemáticas.
A falta de sentidos no conhecimento, que é sempre para longe, para
textos, para o mediato, o mediado, e não para o imediato,não para o
que está próximo, para aonde vão e chegam os sentidos a captar o que
existe; por outro lado, o limite dos sentidos não é bem um limite,
pois o mundo ou a terra, o cosmos, enfim, não difere tanto dos
sentidos ou do que os sentidos captam; logo, pelos sentidos pode se
saber tudo com o mínimo de tempo e espaço, pois mesmo aquilo que os
sentidos parecem não captar o homem e os outros animais sabem, pois
parece haver uma comunicação mais ampla dos sentidos com o mundo do
que a que somos levados a crer que percebemos.
Nem com toda a história logramos conhecer de fato, com os sentidos,
que faltam ao conhecimento, quase nada de Euclides, que é nossa
historia, está em nossa história e memoria; imagine o que não está!
Entretanto, utilizando dos sentidos e perscrutando os homens que
conhecemos ou que estão vivos e produzem algo fenomenal ( a maioria
deles não chega ao publico vivo,nem o público escuta o sábio vivo, mas
apenas arrivistas , que fazem do saber e do conhecimento sua mercância
e engodam os tolos, que são a grande maioria avassaladora de seres
humanos, infelizmente!) para saber, pelo crivo dos sentidos, com a
alma viva dentro da chama do espírito vivo, ou do pensamento vivo, a
realidade ou existência e não a mera essência, cuja função precípua
seria falar , abordar, enfocar, ou dizer da existência e da essência,
porém com os arrivistas no governo e tudo o que é humano,
politicamente, isso não acontece senão com alguns espírito e escol, os
quais vivem à margem, até que o tempo passe.
A discrepância entre o saber ou a sabedoria, dada pela inteligência
em vida, alma cheia, e espírito lotado, e do conhecimento humano,
também politicamente animal, que se limita ao discurso, enquanto
humano, e jamais desce à existência, ao cerne e a berne da realidade
põe o ser humano na Torre de Babel.
Aristóteles já argumentara isso.
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