domingo, 13 de janeiro de 2013

FAUNO(FAUNO!) - verbete glossario etimo


A poesia cutuca o demônio
com vara curta
no covil do homem,
onde ela mora,
e descobre deuses e Deus
escondido dentro do ser do homem
e da mulher
- com a serpente enroscada
no paraíso do corpo formoso,
sinuoso, insinuante...
mormente quando ensaia o nu
nas nuances de um Modigliani,
que somos todos nós,
genuínos Modiglianis,
quando queremos sê-lo
junto ao quero-quero onomatopaico
de  asas lépidas
que "grasna" para desmanchar a solidão
e borrar a solitude em espaço largo
sem companhia do bando
que passa em pássaros
em solitude
ocupando o espaço do ermitão
cuja companheira é a solidão.

Por isso, Parmênides, Empédocles
e outros pensadores,
ou filósofos pré-socráticos,
escreviam tudo em verso
porquanto a versificação
é uma forma de linguagem versátil,
cujo fito em foco é descrever o ritmo,
no fundo do silêncio
de onde emerge assim sincopada
 a melodia para o canto
que chama o drama ao rito
num mito sagrado escrito
para representação teatral
e, destarte,  acende a chama da fé
que queima o amor no serafim:
um amor inteiro queimado
naquela fogueira viva
antes da Inquisição espanhola,
pelo inquisidor Torquemada,
o rei das carnes queimadas,
ter queimado tantos e tantas heresiarcas
acusados(a) de bruxos ou bruxas
cujos amantes eram Íncubos e Súcubos
a consonar com o sexo
do torturada e condenado à morte.
( Nero queimava cristãos
e a inquisição espanhola, hereges.)
O serafim é a primeira vela acesa
( primeira pessoa-vela acesa!)
entre as velas padrões
- as cefeidas, na constelação do Cepheu,
as quais abrem o céu em noite escura
com um bisturi para autópsia, necrópsia,
rasgando a anatomia
de um homem ou mulher
morta por dentro da tez,
sangue mineral em pedra calcária,
escuridão no olho
interno e externo:
a pedra ou a gema sem luz
sem vagabundo vagalume
por dentro e por fora
apagado, queimada a luz
na cor do carvão queimado,
sem brasa.
( O corpo que fluiu com toda plasticidade
com o impulso da eletricidade do espírito,
no transcurso da existência,
vira rocha sedimentar
ao cessar essa energia interna,
cujo tempo em espírito
ou alma em pedra
passa a ser mensurado
em escala geológica
assim como as estrelas
tem seus anos na razão da luz
no advento da morte
sorte de todos
sob silogismo).

Assim, simples e rascante,
qual gorjeio de ave,
a poesia traz à baila
as ideias que Platão catou
e catapultou.
À poesia concerne
essa tradição
de mestre e discípulo
na relação dos amigos
e dos enamorados
espelhados em Narcisos
nas cartas do Tarô cigano(cigano?!).

O mundo mental
é pura poesia
árcade ou romântica,
lírica ou dramática;
entrementes, o mundo real,
tem a natureza da vida e da morte
pois a natureza é um ente(?) bifronte
retratada no bastão-brasão de Asclépio-Esculápio
na forma da víbora,
porquanto a serpente
envenena e produz o soro da vida,
consonante a dose
que, para bem ou mal ,
ou para além do bem e do mal,
está na dieta do réptil ou do roedor,
no qual, para seu mal,
é o objeto vitimado pela peçonha inoculada,
pela qual a cobra começa a devorar a caça
ao andar com o veneno
pela corrente sanguínea do rato,
em nível de toxidade
suficiente para necrosar os tecidos
e fazer parar a vítima,
transida de medo,
presa do veneno
nas presas da víbora:
presa pela peçonha,
que lhe intoxica
e paralisa os movimentos
e dá ordem de morte
à vontade do animal
antes arisco, corisco.
Assim assaz  também  ocorre
no âmbito do universo cultural,
aonde prospera uma civilização plúrima,
onde, às vezes, o homem é o rato
e a mulher a víbora
e vice-versa no ensaio
que contemple o ser bifronte
de frente.
( ...e o indivíduo sozinho
tiritando de frio,
surdo-mudo de amor,
em meio ao turbilhão,
em meio ambiente modelado
lado a lado
por uma paixão trágica,
à grega e cristã!)

A ciência é a fria razão
em língua sufocada por uma infinidade de linguagens,
língua afiada para mercar
e falar a língua
em linguagem  que exprime a natureza
com leitura-literatura matemática-geométrica
da cultura que,
sem poética ou vida,
o que dá no mesmo no pragma,
ao ser esse "mesmo" referido supra
uma referência à indústria do homem
na indústria em silêncio perene
que fabrica a sangue
e escreve o sangue,
com tinta de sangue,
tinto de sangue,
a poesia vital,
poética-mãe (minha mãe!, Nossa mãe!,
mãe-do-corpo!
e da alma da igreja!),
a qual dá de beber o leite da vida
na produção e edição poética
de um endógamo poeta
que corre empós o gamo
em desabalada onomástica científica
posta na nomenclatura da histologia
com a denominação de "tecido hematopoiético",
que é a mãe e o pai do sangue
e, concomitantemente, da vida.

Eis o poeta da vida em odes,
o primeiro sábio em canto
anatômico e fisiológico,
autor, outrossim, da elegia trágica
ao parar de tecer
seu canto poético
num canto da anatomia,
escultura da fisiologia,
esta diva escultora,
- esta deusa grega Afrodite
 que, acredite!,
corre dentro do bosque interno
do fauno(fauno!)
que somos e pensamos
e imaginamos
que somos
nos cinamomos...

A mitologia que descreve o cometa
na forma de uma  serpente
com cauda e chifres imensos
- é  a mesma ciência,
ou poesia tirada  e isolada
no âmbito da razão,
que descreve o objeto celeste
através de signos que formam à parte
no aparte significante
e na parte significativa das palavras
que se transformam em conceitos
de objetos de conhecimento
por meio e em razão computada
pelo desenho geométrico-matemático,
que abstrai o símbolo da serpente,
mas não o mito que a mente sente
pelo símbolo conotativo
a evocar o olhar com vida,
que não evola,
depois de observar e desenhar o fenômeno
na forma ou ideia
eterna e infinita e una
no ser identificado com a víbora rastejante,
a qual Nossa Senhora tem
por escabelo dos pés,
- este redesenhamento,
ou revisitação da forma,
é que traz inteligência ao mito
mudando-o e moldando-o em releitura,
re-literatura e re-partitura,
para re-releitura do mito em ciência,
através do olhar de través,
com um travo, entrave e trave grega
em direção à geometria filosófica
postulada pelo sábio Euclides,
- geometria que abre o espaço
para equações no tempo,
coze e cerze(cerzir!) outro tecido:
o tecido ou história poética :
uma histologia fora do corpo,
dentro da mente,
na poética e no hematopoiético tecido,
escrito ou escritura restrita ao corpo interno,
ao santo dos santos,
opúsculo emanado do poeta-escriba
que sente e pensa,
vive a experiência de viver
nos seus modos de ciência
mesclada à filosofia
do  filósofo que é
em canto para encanto,
porquanto a beleza
é a verdade da poesia e da vida,
sendo a mulher
a alétheia do homem.,
esteta no amor
e da paixão do amor,
cristão e pagão,
grego e troiano,
judeu e árabe,
- filósofo na razão
fria qual Era Glacial.
Glaciar.

Todavia a paixão
é fogo que aquece
a alma em sopro de vida
no oboé que dá o tom
da sinfonia pastoral de Beethoven,
 abissal filósofo musical.

( Excerto do opúsculo " O Hematopoiético Descrito na Histologia do Poeta Lírico e Trágico em Antologia Poética para Bucólicos e Acólitos").


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