sábado, 12 de janeiro de 2013

CACOFONIA(CACOFONIA!) etimologia glossario wikcionario

 
Com ela  a grua e o grou, o grou e a grua,
tem um encontro transido 
pelo cio em rito 
de acasalamento e nidificação:  
sagrada família gruiforme.

Houve um tempo
(período no olvido,
nas águas do rio Lethe)
em que ela vivia 
numa Era de pedra,
paleolítica, pré-histórica,
longe do meu tempo enrramado
nas heras do caminho
de espinho e rosa,
de poeira de lua,
empoeirado pelo luar
que foi à soleira do lupanar
vender "garopa".
Tempo na trempe
em que meu olhos
não a cobriam com terra de luz
e nosso  amor
ainda em gestação
não fluía nos fluídos
da torrente fluente
afluente do cedro e do gamo
- dois arroios internos
rumorejando seu canto mudo.

( Sou o pastor apaixonado
pela térmita que há pouco
segurei à mão
com um carinho infantil :
o carinho que a ela
só posso dar pelos cantos dos olhos
em rutilância estelar
do olhar cativo
de quem é  apaixonado
e quer apaixonar,
perdidamente...
perdidamente ficando
os dois perdidos!
em rito e ritmo luar e solar.
( O amor é a perdição
- e a salvação
num mundo que é nau à deriva,
brigue à bolina(bolina!),
bem antes de Cabral,
"cabalisticamente",
por cá aproar e aportar
na baía Cabrália
em cacofonia(cacfonia!) forjada).

Sem ela não há arrazoar
e a arenga fica
em lenga-lenga de língua
com o bestunto besta
besuntado na graxa preta
do ácido não-graxo
e não-nigérrimo.

com ela
não há passamento
que passe sobre a primeira veste : a derme
e a segunda : a epiderme.
Então  vem o berne
no trajeto pelo transepto
 da mosca do berne
que ama o verme
e seu retorcer
- gesto de vida
e de vista da vida
avistada no objeto visto
pensado, prensado, alheado...

O amar o mar,
o amor ao mar
em marcha e maré,
ré de músico,
baixa e sobre com ela
no oboé que canto ao violino
em um responso (sonso?!)
porque ela
está na térmita nanica
que pousou à frente do teclado
em que teclo este ensaio.
Na mariposa que pousa
e vai se desfazendo de asas translúcidas
desenhadas pela brisa,
engenheira do vento,
e para a brisa em modo de chuva
no para-brisa do veículo
que não para
nem na queda
do anjo torto no mosaico
da família "mosaica".
Família-mosaico?!).

Com ela os himenópteros
ganham o tinto do negro retinto
e o branco nada tinto,
nata branca,
nas águas-furtadas
a re-luar pelo luar
que tem relicário no mar
- mar de amar e de Omã.

Sem ela sou um relojoeiro
no canto do joio
e em aboio de arroio doce
levado pela torrente da tormenta
morrendo afogado
sem saber nadar
no mar de alétheia
ainda não inquinado
pela mancha
que não mancha
o manche no Canal da Mancha
levando a lancha
e o lanche
para Sancho Pança
se empaturrar e se refestelar
na hora da  sesta
na tarde escaldante
sem cauteloso luar branco.

Sem ela
viela bate biela
e dobra esquina na Bielorússia
sem inquinar o país.

Com ela
mela-se o mel da jataí
aí e aqui no pequi
e na mata atlântica
que não mata o atlântico sul
nem o pacifico azul
com náutilos na concha
acusada pela acústica
que se estica no Estige
para ouvir o ouvido mouco
em tom rouco,
roufenho, de velho engenho de cana-de-açúcar
engenhado pelo engenheiro
engendrado pela cultura
que o desenhou, esculpiu, pintou
corpo e mente em Rodin, Bernni,
Van Gogh, Picasso...
e o matemáticos que arranjaram os cálculos
calcados em Arquimedes
e Euclides que mede
a Terra, a Gaia e os céus de anis visíveis.

Toda relação humana
é uma ficção de interlúdio
e se não inventamos o vento no espírito
e invertemos o amor
na graça de Deus,
ela, a paixão, não se põe entre nós,
não nos amarra em seu nós
enquanto artefato cultural:
O amor, o amar,
mesmo todo o mar
vive, sobrevive nela,
dela, porque é dela o amor,
graças a graça das Três Graças
que dançam nela
em corpo e espírito,
corpo com alma
( idem das graças se esgarceando...
céu branco...
brancas nuvens,
broncos homens... ).
O amor que grassa,
graças a Deus!,
na imaginação dos enamorados
em transe e estado poético
que sublima a sanção da lei
- esta senhora de escravos do estado
de direitos decantados
em lamentações de um Jeremias
- chorão!,
de alaúde em mãos
e ataúde na mente ensandecida
pela tristeza que não poupa Alteza
de príncipe e princesa... :
O amor, sim, a paixão do amor! :
- o amor é dela!,
concerne à natureza feminina dela,
pois nela bebo o leite
que emana das tetas
e dá de mamar à criança
que um dia abandonamos em pele e osso
para viver o adulto sofrível
num mundo dos frustrados,
uma leva de prisioneiros...
Dela vivo, do mel
que regurgita na colmeia
para o zangão e a abelha-mestra
( Ah! há um tom no gênero
que modifica até a acepção
dos vocábulos para príncipe
e princesa, no feminino,
sendo o príncipe
para a guerra de conquistas esquisitas
e a princesa para aguardar
o amor do príncipe encantado
no sapo homem :
um sapoti,
no feminino final
que refoge às gramáticas
e se esconde dos léxicos
no eufemismo da voz gutural
em eco de boneco morto
no quarto de brincar
da antiga criança
que fomos num dia claro
e numa noite negra
vertida com os sonhos do dia
e assim acordado no sono
pelo sonho em valsa de Chopin
com um noturno no fundo falso).

Contudo, este nosso amor brioso,
a todo brida,
enfronhado na batalha,
indo ao encontro sinistro
para combater valorosamente
os quatro cavaleiros do Apocalipse,
e quantos mais houverem
a cavalgar, a trotando ou galope,
- este amor pode ser imolado
nas aras dos Capuletos e dos Montecchios
que se odeiam politicamente,
mas não polidamente,
enquanto amorosamente,
"amoralmente",
nos queremos tanto
com todos os ventos e ventas,
com todos os diabos no ar
soprando a favor do sangue
que ferve e galopa
na garupa da garopa!
- à garoupa!
(Vinde a nós
vós, garoupa-do-malabar!
( Em nomenclatura binomial
ou jargão para biólogo ficar à oitiva :
"Epinephelus malabarius")).

Aí, então,  vem minha guitarra,
solitária no campo de foices
onde até a lua se entorta em foice
- falciforme lua no céu...
Aí minha guitarra...
ai! minha guitarra!
toca meus dedos
e começa a  prantear George Harrison
e todos os amigos"Beatles"
ou não-"Beatles"
que me chegaram em canções gentis
num tom sutil
arranjado em suas guitarras
e voz de trovador no rancho
onde não me arranjo
nem me arranjo
ou arranho o banjo
do anjo morto
caído, decaído da murta,
suspenso no odor da lavanda
que lava e leve o olfato
não em leva de prisioneiros,
mas de filósofos e poetas livres
para viver,
que mais que sobreviver,
é amar até o mar secar!

(Ah! preciso dizer
que há fósseis de náutilos
no Baixo Mondego).
(Excerto dos "Apócrifos da Medusa").

Medusa

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