Desde que a Medusa
fugiu dos mitos gregos
e veio habitar na minha proximidade
( dentro do meu coração!)
aprendi a me doar;
antes era hermético ser
escarnecedor do mundo
dos homens e das mulheres
fúteis e broncos(broncos!)
em broncoespasmos
ou estreitamento da "luz" bronquial,
na terminologia científica
em diagnóstico médico.
Agnóstico diagnóstico.
A minha medusa me conquistou
tomou de assalto meu coração,
meu corpo, minh'alma
e todo o meu ser.
Não sobrou espaço
nem tempo no espaço
para infelicidade.
Ela, a minha Medusa,
me sopra a vida
com um oboé
que toca o meu ouvido
na dança clássica
do belo par que formam
o martelo e a bigorna
ao tocar e dançar
em ondas senoidais
esparsas no ar
em doce cantar
de sonata em soneto.
Ela me toca
e meu coração dança
a valsa de Chopin ao piano.
Adeus "Tristesse" de Alfred de Musset
e do estudo de Chopin
para piano em noturnos
soturnos na noite
em turnos turvos
na asa não-delta do morcego
e do corvo curvado
em versos elegíacos.
Todavia, depois que aprendi a amar
do tamanho do amar do mar,
de mar a mar
até superar o mar oceano,
aprendi quão árduo(árduo!) é o amor
com os Capuletos de um lado
e os Montecchios do outro
se odiando e porfiando ferozmente
feito duas alcateias rivais.
Toda paixão, todo amor intenso,
imenso, belo,
é uma tragédia
com alma italiana
e poeta trágico inglês;
e sempre se passa
entre um outro Romeu
e uma outra Julieta
em outra terra e tempo,
com a mesma doçura.
Entrementes, entre-dentes a ranger,
sempre está plantada,
essa tragédia vegetal,
em sistema vegetativo
ou sistema vivo,
entre o amor infinito
de dois seres humanos
e o ódio avassalador
que separa as outras pessoas
do discurso em curso.
Convivemos em sociedade
prisioneiros das palavras
enfeixadas em leis, costumes...
e sob a máscara de ferro
do ator que age
para o ser humano se omitir,
ó minha bela medusa
de belos cabelos
de serpentes peçonhentas
e olhos de paralisar em pedra
àqueles que não a amam,
mas não o quem a ama
com todas as forças telúricas e cósmicas
que brinca entre o céu a a terra.
Os céus de belo anil
e pretos anuns
passarão tal qual o passarinho,
mas o meu amor
pela minha medusa
jamais passará,
nem conhecerá a morte!
(Excertos do livro " Tempo para amar a Medusa do meu coração em cantochão" ).
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