Muitas palavras são mal lidas, pois leitor tem insuficiência de leitura
devido ao seu nível cultural e intelectual. O vocábulo "imbecil", por
exemplo, leva o leitor culto a pensar ou imaginar um ser humano que se
apóia no outro para pensar, ou seja, o imbecil é um ser humano que se
apóia no outro para entender alguma coisa, que vive sob doutrina, enfim.
Este o imbecil; isso é o que significa esta palavra : imbecil. Seu
signo em significado, ou seja, seu signo intelectual, abstrato, pois o
signo material é o significante, a palavra escrita ou o conjunto de
signos sem se considerar o significado, segundo o evangelho de Saussure,
um dos maiores mestres, ou melhor, ele está abrigado com mérito na casa
do douto, pois a linguística foi, também, criada por ele.
Quem se apóia em algo ou alguém para andar ou se locomover, "ver", etc.,
é o cego, o velho doente, enfim, o homem que perdeu ou não tem alguma
função dos sentidos ou está gravemente doente ou é um deficiente físico
ou, quiçá, mental, sendo que o débil mental se refugia nos remédios ou
em outrem que o guia, dirige seus passos, assim como ocorre com a
criança e tenra idade.
A enorme maioria dos seres humanos não se emancipam jamais e, portanto,
estão condenadas ao rol dos imbecis. São, entrementes, médicos,
advogados, garis, escritores, enfim, qualquer pessoa social, pois a
persona é uma construção e um construto social, cultural, uma obra da
civilização que produz e molda, ao revés dos seres ou entes humanos, que
não são produtos sócio-culturais ou econômicos, mas entes livres,
constituídos sob as próprias bases : estas são as inteligências
naturais, os que nascem inteligentes e continuam assim porque a
inteligência inata não pode ser apagada pelas doutrinas sociais e
culturais dirigidas aos imbecis ou porque essas doutrinas tem poder de
desmanchar ou anular essas inteligência natas ou, ainda, porque a
maioria das inteligências naturais tendem a se tornar inteligências
artificiais graças às pressões enormes do grupo social ou porque a
própria natureza não tem interesse de mantê-las visando a sua
perpetuação, porquanto mais inteligente e livre um homem, pior será ele
para a comunidade dos homens ( e também melhor) e mais mal e bem
espargirá pela comunidade e mais transtornos ocasionará ao planeta
errante. Vide ecologistas e outros ingênuos imbecis que porfiam ( fiam!)
em vão pelo planeta, animais, plano vegetal e pelo homem imbecil, que
pode ficar quedo e mudo e nada fazer senão usar os que os sábios e
gênios criam para eles brincarem de carro, avião, navio, televisão e de
devassar a terra enquanto planeta ou casa nossa"Cosa Nostra!".
Um imbecil segue doutrina e, portanto, é um animal de rebando, útil aos
poderosos príncipes, no dizer de Maquiavel, e pastores, os quais dividem
o poder temporal e "espiritual" ou doutrinário. São comandados e agem
feito robôs ou zumbis. Um homem livre, por seu turno, é um problema,
pois nada o contenta, muito menos os bens materiais que tanto atraem os
imbecis, fato esse que cause transtornos terríveis ao rebanho, à grei e
seus apriscos e prisões camufladas em trabalho, teses doutrinárias,
verdades absolutas ou relativas, ciências que tudo provam, religiões que
nada provam, casamentos nati-mortos ou falidos, enfim, uma gama de
coisas que incomodam a alma do pobre imbecil que somente sabe e pode
viver em grupo, pois sua deficiência e dependência mútua o torna bicho
de fábula.
Lendo a Nicomaquéia de Aristóteles observei que a palavra vilão estava
no texto do filósofo que, inobstante, não conhecera tal palavra, nem
poderia, portanto, grafá-la, vez que é palavra cunhada na idade Média
para designar aquele grupo de indivíduos que habitavam uma comunidade
tipicamente medieva : a vila. Daí passou a voz para engrossar o
glossário. Evidentemente que tradutor vai arguir com erudição porque
assim traduziu um texto do estagirita e, obviamente, os imbecis, que
nada sabem e, por isso somente podem ouvir ou ler outrem, aplaudirão na
platéia. Eles são a "claque"(claque!) de apoio, pois o imbecil se apóia e apóia
outro imbecil: ambos morrem de medo do escuro em que vivem. São seres
sem luz próprias, planetas mais cegos que os vaga-lumes lucíferos que
feriam as trevas nas noites tempestuosas. Eles, os imbecis, precisam da
sociedade como o aleijado da muleta ou da cadeira de rodas ( ou do
carro, que é uma cadeira de rodas) : essa a essência da comunidade; um
rabanho de animais dependentes.
A imbecilidade genérica é mitigada pelos psiquiatras imbecis que salvam
todas as demências utilizando-se de uma terminologia científica, ou
supostamente científica, a qual denominam pomposamente, como sóia ao
imbecil, de "oligofrenia tríade"" para fingir para si e para os outros
tolos que é apenas uma doença de alguns do grupo e não de todo o grupo,
porquanto esses psiquiatras estão na comunidade dos oligofrênicos e ,
por isso, precisam se defender, o que corresponde a defender a
comunidade de oligofrênicos que eles exploram com tratamentos, terapias e
fármacos caros e rentáveis aos seus bolsos. Paupérrimos, patéticos
dementes. ( Demente é que está abaixo da mente minimamente
intelectualizada; a saber : os portadores de imbecilidade, idiotia,
debilidade mental... e os atores(hipócritas inconscientes e
inconsistentes) e títeres que que tratam enquanto médicos, psiquiatras,
psicólogos, padres, pastores; enfim, a sociedade de auto-ajuda e da
"baixa!""ajuda de outrem, que vende livros e empobrece mais o socorrido.
O doente ou paciente e o médico, aluno e mestre..., enfim, o imbecil e
seu alter ego; esta a realidade da alteridade, sua via de interação no
rebanho. Esta alteridade passa pela tradição do bobo e do rei que,
atualmente, é o humorista e os espectadores no reino da televisão e das
outras mídias eletrônicas ou impressas.
Quando se lê uma palavra é preciso ler com atenção total e pesquisá-la a
fundo, dese as origens etimológicas até sua peregrinação pela história (
a história é a casa do vocábulo e tem o nome de filologia ou " amor ao
logos"). Nietzsche era um erudito neste sentido, um filólogo, por isso
não tropeçava nas palavras. Se se lê sem conhecer as palavras, lê-se
outra coisa que não é a voz ( vocábulo) escrito ou se lê um equívoco
quando o literato que grafou o glossário não conhece suficientemente a
língua e suas origens. Por isso a necessidade essencial do escritor, do
poeta, do filósofo, de ser um erudito profundo. Não é qualquer tolo que
sabe ou pode escrever e nem mesmo ler. Esse poder e saber é para raras
inteligências superiores. Ler e escrever são artes extremamente difíceis
e para poucos olhos, poucas penas nas mãos, poucos teclados. É um
exercício de sábios e eruditos. Alguns escrevem em verso ou prosa;
outros em equações ou notação musical.
Tem gente que é tão imbecil a ponto de achar que o vocábulo imbecil é um xingamento, parte integrante do calão.
Hesíodo,
um genuíno gênio da natureza, dizia com mais profundidade, honestidade,
erudição e sabedoria sobre os tipos de homens que existem; a saber:
"Ótimo é aquele de si mesmo conhece todas as coisas;
Bom, o que escuta os conselhos dos homens judiciosos.
Mas o que por si não pensa, nem acolhe a sabedoria alheia,
Esse é, e verdade, um homem inteiramente inútil".
( Os antigos sábios e filósofos escreviam seus tratados doutos em versos
a fim de unir o belo e o bem ( a sabedoria e a erudição,
pois
sabedoria e erudição ou conhecimento não é a mesma coisa; o saber ou
sabedoria vem da contemplação, espanto ou admiração do poeta, do esteta
,que está dentro do cérebro privilegiado do filósofo e o forma com a
literatura, que é o primeiro saber, o saber do sentir, do provar a prova
com a vida, na língua escrita, falada, cantada e que sente o sabor ; a
erudição ou conhecimento é adquirido com a leitura e estudo dos sábios,
que são os poetas, filósofos e eruditos clássicos. Assim se forma a
tradição)).
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domingo, 17 de março de 2013
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