sábado, 15 de outubro de 2011

CIÊNCIA ( wikcionario wiki wik dicionario wikipedia etimologia wapedia )


A maior parte da ciência é arbitrária, ou melhor, arbitrariedade, está fundada no livre-arbítrio, o que quer que seja esse paradoxo ao modo grego de ser ou de por o ser nas coisas originárias da natureza e nos entes cuja origem é o fenômeno.
Aliás, os sábios gregos observaram paradoxos em toda ciência, por mínimo que fosse o enunciado ou a presunção de que o Direito hoje tanto se arroga peremptório como todo produto da ignorância, senão da estupidez desarvorada. Sequer há uma definição adequada de ciência, mesmo porque o que há de ciência é exíguo no vasto universo de conhecimentos não descoberto ou inventado.
Para os antigos sábios e eruditos da Hélade, o paradoxo era maior que o conhecimento e ainda hoje o que a ciência construiu em conhecimento é irrelevante ante o universo ou mesmo para estudar uma partícula ínfima ou ainda algo que está no cotidiano, um artefato, uma coisas, um produto natural ou que quer que seja, o ser humano não consegue saber nem conhecer nem um por cento do que estudou ; isso só mostra que o paradoxo é algo maior que o conhecimento humano : o paradoxo de conhecer, pois conhecer é paradoxal, na raiz do conhecimento está implantado o paradoxo.
A ciência ou conhecimento cientifico é mínimo, menos de um por cento de conhecimento e o restante preenchido por pseudo-conhecimento ou normas. A separação artificial ou estratégica entre ciência normativa e cognitiva é fictícia ( na "didática" talvez esteja esta desculpa para a falha gritante ) , pois a maioria dos "conhecimentos" da ciência cognitiva são meras praxes e ordens ou normas, ou seja, toda a ciência, excepto por um percentual mínimo, insignificante é normativa, não passa de um conjunto de normas ou ordenamento ( uma forma de policiamento feito através das normas do Direito positivo : as leis, decretos...).
A ciência se bifurca em fenomenologia e, basicamente, física. Dicotomia maniqueísta.
Estas as ciências : fenomenologia, erudito campo da filosofia ou metafísica, que vasculha o pensamento e o fenômeno do pensamento e dos sentidos em conjunção e separadamente ; e física, as ciências práticas, diretamente aplicáveis por técnicos treinados e versados em determinados campos científicos que os propiciam conhecer as técnicas ( tecnologia ) e aplicá-las ( técnica ou engenharia ) sendo o resto técnicas ou métodos ou meras aplicações : medicina, fisioterapia, engenharia, Direito, sociologia, biologia, antropologia, etc.
O estudo do fenômeno ou fenomenologia também é chamado ( ou poderia ser ) de filosofia, metafísica, ontologia, epistemologia, enfim, tudo o que se debruça sobre o pensamento ou sobre o ser que "anima" (alma) o ente. São fenomenólogos os poetas, filósofos e pensadores livres, bem como todo artista e religioso ( político). Político no sentido originário do termo e no melhor sentido, o homem religioso de fato ou em ato é o santo, um artista da vida e um artífice na prática da ética e um elucubrador de uma inovadora noética. Vide São Francisco de Assis, ou o profeta João Batista ( São João Batista cristão é quase outro profeta, nos fatos que constituem os evangelhos, que o coloca submisso a Jesus um homem temerário e insubordinado, de natureza indômita e pura, merecidamente figura ( geométrica?! num sentido geométrico ainda não explorado) mui aclamada em duas ou mais religiões, graças ao seu carisma e inteligência excepcional adicionada a uma coragem, uma força de caráter de herói : um dos maiores homens da humanidade, no que consta da lenda e do mito, evidentemente, pois ao homem ( enquanto ente ou "coisa" historial não chegamos, senão por via dos fenômenos imaginados, paginados em livros santos ).
A física, por seu lado, foca o "logos" nas coisas, mascarando-as e confundindo-as com fatos naturais, os quais são fenômenos, não coisas, mas manifestações do ser no ente, no fenômeno, objeto de fenomenologia da física, mas não de física enquanto técnica, que lida com as coisas, pois o ser humano pode entrar em contato com as coisa por meios dos sentidos, mormente do tato, senso táctil, que dá a noção de textura e pressão , dentre outros fatos que envolvem coisas ou realidades, que as circundam. aparecem aos sentidos, mas não considera o fenômeno, senão vagamente, porquanto o fenômeno não é seu objeto de estudo.
A física estuda o nada das coisas, a nadificação que resta ao se ignorar os fenômenos e se debruçar sobranceira sobre as coisas ou fatos, campo da técnica e , evidentemente, da tecnologia, cuja língua é a escrita e a linguagem utilizada para a notação da percepção é a matemática, cuja linguagem é simbólica e, às vezes, faz uso de signos ( letras gregas) como símbolo e não significativamente.Há na física uma confusão entre o que é seu objeto e os objetos que concernem à técnica.Na sua falta de saber e conhecimento truncado, a ciência se mescla com a técnica ( tecnologia ) e arrota sucessos, que são técnicos e não científicos. Obras do fazer e não do saber ou do conhecimento que partilham a maniquéia presente no universo e no pensamento do ser humano.
A física se louva nas coisas e fatos enquanto a fenomenologia, no caso específico da palavra dada : ontologia, tem seu fulcro no ser e em outros aspectos do ser insulado em objetos para a epistemologia, a ética, a teologia, etc.
A fenomenologia é o estudo dos fenômenos, que são atos voluntários e involuntários do ser humano e dos animais, quiçá do vegetais e minerais. Não? A fenomenologia estuda atos, e o faz por meio de objetos, dos objetos que desenha em conceitos, geométricos e linguísticos, semânticos.Geometria, semiologia e semiótica, além de contexto ( interesses os mais variados, desde o político, o religioso, que é a primitiva forma da política e outros controles sociais).
A física em objeto desenhado para cavar os mistérios e véus da matéria e anergia que, ao formar a matéria, ou ao contê0-la em sua geometria antropocêntrica, dá a coisa, que a físcia tem pretensão de ser seu objeto, conquanto coisas não podem ser objetos da física, enquanto ciência, mas somente da técnica e da tecnologia, que já não é mais física, mas métodos e técnicas passadas pela palavra e pela linguagem matemática, algébrica, aritmética, etc.
A fenomenologia tem como objeto o conhecimento e a física, idem. Nenhuma ciência tem seu objeto no saber ou sabedoria, que fica para ser explorado e explanado em amplo espectro pela literatura e demais linguagens que toma de empréstimo à cultura as manifestações artísticas : escultura ( grafia e desenho estão neste espectro, bem como toda a geometria euclidiana ou não-euclidiana ).
O saber ou sabedoria, algo vital, algo que está em vida e é vivo, escapa à ciência e só pode ter seu campo de estudo através do pensamento vegetativo e, ao mesmo tempo, racional da literatura e artes, pois não constituem objeto de estudo, porquanto a vida não é objeto de estudo ou indagação : a vida está nos atos e os atos não estão parados nos fatos dados pelo verbo ou pelos símbolos que representam fatos.
Não confundir objeto com coisa ; objeto é conceito, coisa não; conceito é o que pensamento humano desenha ( em figuras geométricas ou geometrizadas, que é a forma grega de desenhar, a forma basal do desenho ou debuxo na cultura ocidental, desde Euclides ( de Mégara?) ) e põe em palavras ( desenho da grafia com signos e símbolos ).
Conceitos são, portanto, percepções humanas através do fenômeno : são fenomenologias quando mentais, racionais ; enquanto coisas não são talhadas pelo homem, embora sim pelo fenômeno, quando esta ( a coisa) entra e sai do homem enquanto objeto de percepção e razão ; porém então já não é coisa, mas objeto. Coisas estão no espaço e tempo aparentemente ou realmente fora do homem, na existência; objetos são concepções mentais, algo que o homem "pariu" ou concebeu ao pensar : objetos são entes do pensamento, entes humanos ( signos, símbolos são objetos, dentre outros inúmeros, miríades de insetos nos quadros de Joan Miró).
Objetos são essências, formas de pensamento por signos, símbolos, sinais, desenhos, palavras, etc.
Não obstante, a palavra "coisa" é um objeto, pois não está em natureza, mas presente em cultura, pelo ser,quando colocada como objeto do "logos" ( lógica, palavra), enquanto vocábulo ou conceito e não a coisa mesma ou "coisa em si", no jargão kantiano.
Quando o pensamento, que nada é senão o homem alienado, ou seja, o ser humano enquanto ser que se separa e se aliena na razão, na figura conceptual do filósofo ou enquanto se arroga cientista ou artista, enfim, daquilo que não é o homem integral, mas parte do homem, ou seja, metade do homem ou um percentual do homem, que é o ser integral em seu coro e mente, podendo e capaz para todas as atividades humanas : apto a ser monge, que é em si, ou advogado ou cientista ou filósofo ou poeta ou o que quer que seja, inclusive assassino, predador, pois está em sua natureza animal, de centauro, de fera.
O homem é tudo o que existe em potência ou potencial em sua essência ou pode ser tudo o que quiser, inclusive rei, porquanto já o é de fato usurpado dessa função precípua pelos pseudo representantes " do rei" ou povo, que é outro nome para regente : pode ser o homem um filósofo, sacerdote, poeta, gari, monge, enfim, toda a realidade do homem está no homem e toda a realização,; porém, não na concepção abstrata de homem, mas no homem real, o indivíduo ; todavia, o próprio pensamento, que é a fonte do conhecimento, mas não da sabedoria, separa o homem dessa realidade e da realização em si de tudo o que é e do qual é usurpado : o homem, todo homem, enquanto indivíduo é o rei usurpado do trono pelos seus "representantes" simbólicos reais e "majestáticos", figurinhas de naipe, do naipe do baralho ou do tarô ); renovando a frase anterior à esta digressão: quando o pensamento dá o ser, põe no ser o objeto, o "ovo" do homem, o que não ocorre na coisa ( a dita ou maldita "coisa em si" ou em natureza ) que não cabe em objeto, pois o objeto é feito com abstração ou alienação de toda a realidade natural circundante : é técnica matemática que a filosofia e, quiçá, antes da filosofia ou junto ao ela a geometria concebeu.
Talvez a geometria tenha sido a primeira ciência a conceber o objeto em conceitos que desenham e postulam, ou seja, põe o ser : postular é por o ser. Possivelmente foi a geometria a primeira ciência focada sob atos, cujos objeto foi atos ( atos são sempre humanos : a natureza nos fornece fatos, pois ao olhar para o mundo natural já chegamos atrasados a anos luz, se for estrelas, ou a poucos minutos, se for um ato que acabamos de perpetrar agora, que é fato menos de um segundo depois de cometido, quer seja um ato criminoso ou caritativo).
Os atos na geometria são os desenhos geométricos : "design" originários. A geometria é uma fenomenologia que estuda atos; a física, deveria estudar fatos, se não confundisse fatos, que vem de fenômenos, com coisas, que são objetos da técnica.As coisas somente são objetos quando o homem enquanto alienado em inventor ou artífice ou artesão põe a mão no objeto ao invés de por o ser.
Por o ser significa que o homem em ato, em pensamento e ação física, põe o fenômeno percebido ou o ato transformado ( e transtornado pelo paradoxo!) em fato posto ( não-ser) pelo verbo ( a língua, as palavras) , pela geometria, matemática, técnica, etc. O fato, em contrapartida ao ato, que é o ser, o que se apresenta no presente (redundantemente! ), sendo o presente o único tempo real, ou tempo de ato, é, ao contrário do ato, seu antípoda : o não-ser, ois o ato sempre está no tempo natural enquanto o fato está tão-somente no tempo verbal, geométrico, matemático...enfim, num tempo em essência, penado, imaginado, ou real e existente apenas mentalmente, mas não na realidade ou no mundo natural, onde o ato já é dado como fato pelo fenômeno que só capta o ser no real, pela sabedoria ou saber que prova o mundo no momento existente.
Quando o homem põe a mão para fabricar ou aperfeiçoar objetos, ocorre a técnica, e então o que era coisa se transforma em objeto ou coisa realizada num objeto, num ato humano integralmente voltado para produzir fatos. Campo de estudo da física, que deveria estudar esses fatos realizados e não coisas fora do foco, envoltas no véus das trevas e da luz.
Quando o homem põe o ser sobre as coisas, cobre, oculta, vela as coisas sobre o véu do ser, então dá-se o desvelamento, que o pensador pré-socrático denomina "Aletheia" ( desvelamento, retirada da luz e da sombra, o que é impossível ao olho para ver com a mente platônica "aquilo que é para o homem : o ser e não a coisa é o que é para o homem, o fenomenólogo). Esse desvelamento ou aletheia é uma mescla de conhecimento e sabedoria, ato do pensamento que permite saber da coisa, arrancar-lhe o véu ( de Maya, Maria, simbólica, alegoricamente na arte e na religião e misticismo, que são arte de outra cepa...)
A sabedoria ou saber ( saborear o mundo, as coisas ), diferentemente do conhecimento ou erudição, cuja base são signos e símbolos, não são objetos mentais, mas encontros com coisas viradas em fatos pela elaboração da percepção, que produz , em seus atos, ou em atos humanos, fatos, cuja "matéria-prima" são as coisas. O saber é percepção viva e não mera lembrança ou memória de mente morta no fato, fria no fato. A sabedoria ou saber é ato ( e ato é algo vivo, no feixe que forma o tempo com o espaço) e não algo que já passou ( fato), que derivou de atos.
Atos passados são fatos, sendo que o passado é apenas vivo no verbo e não em natureza; logo, não é algo real, posto junto com as coisas e os fenômenos, mas atividade separada, memória do tempo, que nos fornece a primeira forma de leitura da vida e das coisas e a primeira ciência e literatura.
É a literatura a forma erudita que cria ( ou inventa?) a possibilidade de ciência pela físcia e filosofia passando pelo mito e pela lenda, forma oral.

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