Diz o capitão-mor
para alguém maior
na Nau Catarineta
( "Alvíssaras, capitão
- "meu capitão-general..."
que aqui tem alguém
que tem poder
sobre este solo
"terra à vista"
desta gávea
nesta nave ave
- e ave-maria!....
dessa folia
- aquela louca folia!
que não se dissipa
com o bom dia!
( Vide a alegoria da loucura
em Michel Foucault
ou Erasmo de Rotterdan
para quem ama os baixios
dos Países Baixos
que no fundo do baixio onomástico
é somente Holanda
...e "o resto é mar
é tudo o que eu não sei contar.!..."
canta Tom Jobim...)
No entanto, embora asseverem
peremptoriamente
o capitão-mor
( capitão marinho! )
e alguém maior
( A lenda alienígena do cavaleiro sem Cabeça?!...)
não vejo ninguém
que não esteja na fábula
nem que tenha algum poder
excepto se se considerar gente
a aberração do Capital de Marx
- sem Marx por cabeça,
ó meu capitão
- que nem é capitão
nem meu nem de ninguém!
- é um zé-ninguém
um Mané-vintém
como todo mundo aqui
se tornou por mando
que dizem desmando
de Tomé de Souza
ao Manuel da Silva
nesta Capitania
Há esta assertiva aqui :
é que havia um tempo
tinha minas gerais
por pé de pequi
aqui! - neste lugar
onde planto os pés
descalços de um carmelita
de um monge e um profeta do Carmelo
( o monte Carmelo do profeta Elias
taumaturgo judeu )
Sob cada pé de pequi
haviam minas
pois as minas eram gerais
e o filão inesgotável
Sem embargo do Capitão-mor
e a nau naufragada
nestas costas do Atlas
o titã Atlante
ainda há minas
e gerais também
mas não tem mais
excepto no nome
o filão roubado
pela força armada de Portugal
quando os portugueses
tinham cara e vela!
e deixaram as minas gerais
sem no oco do pau
- graças ao santo de pau oco
que sempre foi padroeiro
e governador
nestas terras geralistas
onde o escritor Rosa
pôs o burro na sombra
Aqui onde as minas eram gerais
só tem hoje os campos gerais
as serras gerais
o sertanejo geralista
descrito na poesia de Guimarães Rosa
na simbologia poética de Alphonsus Guimarães
( Ó Oh! "pobre Alphonsus" !... )
Há outrossim
o vazio de gente
pois os que dizem existir
não tem nada por dentro
assim como a onomástica
das minas gerais
- que é Minas Gerais
apenas para subverter o Direito
entortar o pau que já era torto
ao subir para o céu
como uma pipa
buscando o sol
ao gosto da loba Capitolina
que não tem seios
nem leite
para amamentar Rômulo e Remo
que não nasceram ainda
nem vão nascer por cabeça
senão para servir alguns arrivistas
que não sabem poder
porque não sabem o que é poder
ou o que é o poder
e por isso não podem mandar
senão obedecer
a mediocridade cavada em suas mentes
pequeninas e vaidosas
meninas
eivadas de obediência estúpida
que a todos prejudicam
pois o comando de um líder é essencial
emergencial
ao invés dos arroubos de um boçal,
ó capitão
- capitão de ninguém
por também não consegue ser ninguém
conforme o gosto do poder
dos que se pensam poderosos
mas são apenas impotentes
segundo as varas da justiça
ou contando para dormir
os três porquinhos do poder
- no poder
mas sem poder nada
- pobres e impotentes
- mas são os Três-Porquinhos-Poder
nos três Poderes
na República dos Três
e de mais ninguém!
( Sai das trevas e monta a luz
ó ginete do cavalo baio do Apocalipse!... )
Minas dos luares
- muares de Minas!
aqui governa ( governa?!)
um sátrapa
um alcaide dos tempos de antanho
um déspota crudelíssimo
empalador de homens
que não sabe nem alfa nem beta
e não tem a mínima educação
pois trata os mestres com desprezo e amuo
e usa a palmatória
ressurreta de velhos tempos
- tempos insurretos em Minas de Tiradentes
e os poetas Antônio Tomaz Gonzaga
Alvarenga Peixoto
e Cláudio Manuel de Costa
que eram as verdadeiras minas das minas gerais
e de Minas Gerais!
Esses homens eram mestres
- poetas magistrais
mas se sublevaram
no tempo em que o ouro
era exigido do povo
até nos "Quintos dos Infernos!"
E então houve a inconfidência mineira
- a conjuração mineira
que acabou colocando poetas árcades
nas masmorras
e matando e esquartejando
um pobre Aphonsus...,
digo, um pobre alferes!
"Libertas Quae Seras Tamem"
dístico de uma écloga de Virgílio
que ainda canta na bandeira
para quem sabe ler
- o mundo, a vida, a política, a economia...
e outras questões de estado
quase tão importantes e menos prioritárias
- que a Educação!
( E educação, Capitão da capitania sem cabeça,
Capitania de Minas Gerais,
- educação começa com respeito
- mas se não se respeita a si mesmo
como respeitar o outro
( o alter ego de Freud na psicanálise )
ou o próximo
( a parábola do bom samaritano de Jesus
nos evangelhos )
Adeus, capitão, meu capitão,
capitão sem cabeça
- capitão da nau dos Insensatos!
na crônica de Brueguel, o velho
e Goya nos "Caprichos"
- caprichos sem governo...
não se sinhá moça
mas de artista
que olha para a crueldade
nos caprichos dos poderosos
cujo poder passará
como passarão os céus a a terra
e Mário Quintana continuará...:
- "passarinho!"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário