domingo, 30 de outubro de 2011

AUTOCRATAS (wikcionario wiki wik dicionario etimologico filosofico etimologia enciclopedico)

Primeiro livre-se da sociedade
depois livre-se de si
solfejando um si maior
no oboé de Buda
Zoroastro Zorobabel
ou outro astro
que subiu ao píncaro da Torre de Babel
ascendeu ao céu
nas asas do téu-téu
ou de outro ser ao léu
que ofuscou o sol
as estrelas em pisca-pisca
a mansa lua
encorpando o céu nocturno
e a anã branca
pálida lívida
corrente em linfa
sem o sangue escarlate
da anã vermelha
anã azul...
- anã amanhã!
amarela anã
castanha...: acaju ( "Cedrela odorata")
ou a caju na cor em cajueiro
( "Anacardim occidentale" )?!...
- "Porém tem um porém..."
diria meu pai
- di-lo a voz do meu progenitor
no tempo que vai
foi e fica
em acervo fonográfico
rabiscada em grafia sonora
nas garatujas do fonógrafo
peça de museu da voz...
Mas ( mas!... ) o porém no porém
assim posto
na tese em pegadas
na minha genética
- postula com simplicidade
que o homem livre
é um maldito
e um bendito
porquanto tudo e dois
e nada é um
e dois é um
- na unidade...
da sucessão ecológica
em comunidade clímax!

Enfim, para por fim à dialética sistêmica
em tratado sobre aletheia grega
tia da teia tênue do conhecimento
e da sabedoria em intersecção euclidiana-cartesiana
ilumino um quadro de Modigliani
( é um Modigliani! :
- um maldito!,
um indivíduo livre das peias
agregadas pelo agregado social :
grei caprina
caprídeos monteses
montadas reses
gado asinino...:
tudo isso não é um Modigliani!
que silha o cavalo baio
e fuga no galope do vento
para o amarelo apocalíptico
- o amarelo final
terminal
o derradeiro e primeiro amarelo
criado
inventado
para ornar Jeanne Hébuterne
num quadro cuja tecitura
é ouro vivo
ressuscitado filão
das minas gerais
Um Modiglini!...:
um ser :
um uno no uno
- no todo uno
unificado
na paixão
pelo ser
espanto grego
filosofia incipiente
Um Modigliani!
Oh! um Modigliani...:
uma una ideia una
uma una coerência una
um uno homem uno
cuja simplicidade genial
passeia na assinatura da obra
revolve as cores ao intimismo
insondável no vulcão
que bate e rebate
ao coração de terra
no magma de Magna Grécia
na Ilha de Santorini
em arquipélagos com lagos de chuva caída
à beira do pélago profundo
Ah! um Modigliani!...
Ha´um Modigliani
em poema e fuga para ré menor
na obra do amarelo nato
- inato ato natural
no contraponto
que une o simples ao complexo
no amplexo da paixão
em perspectiva filosófica-vital )

Com o mel do sol nos olhos
ilumino um Modigliani em símbolos
típicos símbolos arquetípicos
- e na pintura-partitura do mestre italiano
vejo estampada a liberdade
em cada gesto pincelada
ou não pincelado
o gesto
livre
na liberdade retratada com requinte!
- com uma sofisticação obscena!
extensiva até o Complexo de Narciso
- do Narciso ao Caravaggio
o qual precede ao Complexo de Édipo
- o mesmo complexo em Electra
com as tênues nuances que desvia a cor da flor
na luz irradiada na terra
( a terra que vai das gramíneas
à comunidade clímax
em uma floresta amazônica
no topo do mineral ) :
Ei-la integral mineral-vegetal-animal!
eis a complexidade congênita e adquirido
que faz o homem e a mulher
solúvel na simplicidade do gênio natural ...
e ao drama escrito antes de eu nascer
- na semente
que olha para dentro de si
com o que é ante-ser-fetal
um ser antes de ser embrião
no olho de Caravaggio dependurada
como se fosse um olhar de lua
ou de Modigliani
reorientando a flor do olhar
para onde foi o sol pastar
ervas ovídeos panteras
feras e bestas...
( Trago no barro dos meus pés
a terra genética
ajuntada na raiz da planta do meu pai
e minha mãe
e seus antepassados
protagonistas antes de mim
que palmilham comigo
na peregrinação do monge
que sou ( que somos! )
na solidão hermética
da terra circundando a ilha do corpo
- ilha de um coqueiro
acenando a palma num adeus
narrado pelo poeta trágico
em sua poesia silente-cantante
Na terra hieroglífica-geoglifada
com pena e tinteiro genético
caminho sobre camadas estratificadas em mim
gerações de antepassados
os quais eclodiram na semente
na qual eu estava escrito
em código genético
no Livro do Gênesis
rascunhado pelo primeiro patriarca
que me desenhou ao longo do tempo
- e se desenhou geometricamente
geração a geração
pisando no barro
do primitivo Adão do clã )

O filósofo e o poeta
fogem para dentro da aldeia do homem
que Chagall cansou de pintar
contrapontisticamente ao mundo
- o mundo em decrepitude individual
cada vez mais político-econômico-jurídico
( dos três poderes da república
e nenhum poder dos indivíduos
postos na conta de povo )
- o mundo... este mundo
vencido pelo cavalo baio do Apocalipse
do qual caiu o cavaleiro
num trigal amarelo com gralhas e grous
enquanto cavalgava intrépido
por estradas pavimentadas
com as parábolas pictóricas-poéticas
do artista russo-judeu
Marc Chagall...

O homem independente
emancipado em seu ser e saber
e em sua erudição
sofre muito em sociedade
talhada para rebanhos
mormente com as pressões sociais
dos homens que estão agrilhoados
nos sistemas das doutrinas
- cipoal que domina os imbecis
os quais perfazem a maioria
da população humana
- a grei em seu redil
o decrépito apoiado na bengala
no bastão báculo cetro...
( A grei ou grêmio
tem seu redil
na igreja ou na empresa
no clube ou na taberna
na fundação ou qualquer tipo
de associação humana
- ali se cria gado
equino ovino asinino...
pois o homem é um asno de ouro
- dourado muar
mormente quando ocupa o trono
segura o cetro ou o báculo
veste púrpura
equilibra tiara ou coroa... )

Há uma hierarquia
implantada geneticamente
imposta coercitivamente
denunciada pelo homem
pé ante pé
no seu caminhar hesitante
ou absolutamente confiante
porquanto há alguns poucos
homens de escol
que são perdidamente livres
perdidamente apaixonados pala liberdade! :
- filósofos e poetas
e outros deuses em terra!... :
fio-terra
terra
Livres autocratas
emancipados dos governantes
dos tiranos e déspotas em geral
tais sábios
senhores da vida
filósofos e poetas eruditos
em plenitude de ser
saber e conhecer
não consolidam hierarquias
nem dão sua anuência
a qualquer forma de governo
desprezando inclusive a anarquia
- que é pior que milhares de governos
miríades de diabos alados
voando e remando contra a tempestade
Um homem livre
anda sem grilhões
ou aguilhões no espírito
por isso não tropeça em si
não é um estorvo para si
e um peso para os demais
que compram e vendem bengalas
para imbecis qualificados
Todavia o estulto
cujo espírito não tem função
- senão a função da estupidez
para o pensamento em "paraplegia"
e a função da hipocrisia
para as relações
ditas humanas
- às vezes até com vezo filantrópico
mas em entropia!... :
pois para o papalvo
o espírito é um aguilhão
com sinetas de doutrinas
tais quais as que o gado
traz ao cachaço
Um homem penalizado
oprimido com as cadeias doutrinárias
e outras penas também capitais
- mesmo sem ostentar penas de galináceo
anda e sobrevive tal qual
- um frango "apeado"
assado ou grelado
Pernas ou patas amarradas
( patas no pato
abertas em palmas :
palmípedes )
braços tolhidos
lábios selados
olhos vendados
na fantasia do pirata
que representa para a lei
enquanto ato dramático escrito
em código penal
ao tom da hipótese
que se põe posteriormente
na tese
que demanda a subsunção
do ato hipotético
ao fato consumado
após o ato perpetrado
O homem coagido pelo corpo social
é temperado na salmoura do medo
e se aliena no ator
que é o filósofo
o sacerdote
o político
o proletário
ou o criminoso
com a máscara de ferro
fabricada pelo ferreiro da lei
e cuja expressão tragicômica é a hipocrisia
a qual fica apegada ao rosto
porquanto a sociedade humana
existe no espaço aberto pela alienação
A liberdade não está inscrita em bandeiras
em nenhum pendão tremulante no vento
- do moinho e do veleiro
nem tampouco no latim versificado
em Écloga de Virgílio
o qual soprou essa mensagem
quando anjo vivo
- atuando no "corpo" ou na "energia"
que conceituamos como tempo
o qual proprocionava ao poeta
preso no vidro da vida
que é o vidro do tempo
ao atuar no corpo humano
do então homem Virgílio :
( hoje abaixo das ervas daninhas
que atapetam covas rasas! )
- a faísca da vida!,
o "Fiat lux"
a explosão do motor vital
contida nas paredes celulares
em mitocôndrias...
Ah! a vela e o pistão da vida!....

Quem aspira à liberdade
sem asas de "Honda"
abandona a sociedade
ou foge dessa prisão
e outrossim emancipa-se de si mesmo
de suas mazelas
mágoas maledicências mendicâncias
- de suas auto-normas
auto-filosofia..
- está livre do mundo
e livre de si mesmo!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

PIRILAMPO (wikcionario wiki wik dicionario wikdicionario wikipedia wapedia )

Uma língua em geóglifos
cantaria na ave...!
- está escrita no pássaro
canta na concepção melódica da ave ...:
e por essa música "geoglifada" na partitura avícola
descreve-a conceituando em genes
na forma do corpo anatômico e fisiológico
geométrico corpo
da ave concebida
quase sem pecado
não fosse a concepção geométrica do ser
que apaga o ente
Essa linguagem em geoglifos
- está escrita no poeta!
porquanto na alma do poeta
canta um idioma em geoglifos!
incrustado no espírito
nada santo
e paradoxalmente todo santo
se não se apegar aos fracionamentos
a revolver o homem em camadas sedimentares
dentro do poeta
o qual sobrevive no interior do homem

Todavia o homem
- o comum dos homens
não tem o poder de ler
em idioma geoglífico
graças aos seus apodos
anodos catodos geodos
e tropos : litote antonomásia
sinédoque hipérbole metonímia
metalepsia perífrase
- graças à Polímnia! :
Musa da retórica
- graças às três graças
e graças à sua graça na garça!
ó garça no paul
branca na vela da luz solar...:
- e graças à sua graça
"Stela" bela
- beta na manhã
alfa à noite

Um idioma em geóglifos
nem pode ser lido
em logos de homem
Somente pode ser ouvido
e lido na lida da escrita
naquele ato de poeta
no vidro da vida
- mas não na literatura do poeta!,
a qual dá à ciência
um pouco da esmola sapiencial
em vocábulos polifônicos
na terminologia de Goethe
Dostoievski-Modigliani
Chopin-Champollion
Platão-Planck
Euclides-Descartes
dentre outros poetas
oriundos do fundo
- do mais profundo
das várias línguas
que são linguagens
metafísicas ou matemáticas
cuja poesia
não pode ser escrita
pintada ou esculpida
senão na alma
do ornitorrinco e do ornitólogo
do macuco e do maluco
que é o homem
( - e somos nós!
poetas soterrados
por camadas geológicas da terra
no corpo e fora do corpo
ao montes nos montes
e pelos montes amontoados
em montanhas e serras e cordilheiras
vincadas pela escrita geoglifica do sol
que não lê em cuneiforme
nem tampouco em hieróglifos
grego copta
ou sânscrito dos sânscritos )

A língua geoglífica
haurida do cosmos
desce ao anjo natural
mensageiro dos poetas
porque tão-somente os poetas vitais
virais e vitalícios
e poetisas tais
( mais que tais! :
a mulher é muito mais vital-viral-vitalícia...)
têm acesso a ela
exposta em estela
ou quando amarela
na folha de outono
escrita ali
ou na asa da borboleta amarela
que passa pelo amarelo
o amarelo-canário ou ouro
pintado no espectro dos olhos
dos pintores impressionistas
à la Claude Monet
um poeta-vaga-lume de luz radiante
- ambiente

Contudo não podem escrevê-la
na sua poesia
os poetas
- mas apenas na sua alma!,
porquanto é um código
praticamente intraduzível em outro idioma
apenas passível de versão
em outra linguagem
ou outra língua
enfim, em língua-linguagem
para além de qualquer escrita para leitura e literatura
pois não está arraigada
no depois temporal do verbo
o qual inventa e emite
um tempo para inexistência do homem
- tempo para homem morto
que não tem mais tempo
junto às ervas verdejantes
esparsas nos passos dos caminhos plantados com os pés

A aventura de traduzir
tal língua em vernáculo
ou em qualquer outro código linguístico
ou de linguagem
é algo assim como fazer tradução
do galo para o francês
ou do francês ao galo
- da antiga Gália
onde vivia o gaulês
no geodo do corpo
escrito com genes
em um código de comunicação em geóglifos
- um dentre infinitos códigos de comunicação geoglífica
se há algum infinito
em linguagem matemática "algebricada"
que pensa o todo
e mais que o todo :
o infinito
e o nada
outrossim algebrizado
- o nada que denega tudo
nos atos dos matemáticos
apóstolos dos poetas
e dos filósofos na nadificação
- do nado ao nada
( e do nada ao nado?!... )

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

VAGA-LUME ( wikcionario wiki wik dicionario etimologico onomastico enciclopeodico etimologia )

Lampyris noctiluca.jpg

Um marimbondo em preto e branco
pintalgado na entre-cor-não-cor
do tabuleiro de xadrez
ou do piso enxadrezado de um "Scotch" bar
assentou-se no meu braço
entre os pelos
no abandono confiante
de quem está em casa
ou no vespeiro
construído com barro
na palma do coqueiro
- sob a palma
ou no lado da palma da palmeira
virada para baixo
no engenhoso e impávido
desafio à gravidade
( O marimbondo põe a palma
com calma
muita calma
- virada no diabo!
lidando com a gravidade
numa casa-caixa
cujo alicerce
fica de ponta a cabeça )

Fato similar se deu com uma mariposa
em solitude sob meus pelos do braço...
- Uma térmita veio voando de longe!
flutuando
flutuante no ar
fluindo sob aguaceiro pluvial
fluída sobre o fluido fluvial
fluente
influente
afluente
fluídico
na canoa
a fluir


Esses fatos agora transcritos
foram atos desses insetos
ocorridos antes e depois das chuvas
no tempo tecido em filó
para mariposas noivas
com asas em cruz
ativas térmitas
dinâmicos demônios alados
- diabos à chuva

As criaturas de que falo
( e canto seu encanto
num acalanto para pranto de chuva! )
- vieram e vêm me visitar
pelo vagalume
o qual é um besouro lucífero
e por outros entes alados
voantes no anjo aos bandos
com banjos
conquanto anjos não existam
inexistam
Entretanto estão postados na mente humana
entre um querubim
e um serafim
- seres criadores da essência mental
a qual passa de arcanjo
com asas descruzadas
para insetos
cujas asas formam a cruz no voo
- no conceito desenhado ao planar
no plano de Euclides para geômetras
Picassos e Modiglianis...
( Insetos são anjos de verdade
- arcanjos na existência
na benção e batismo
oriundas das mãos da água fluindo
fluente vertical ou horizontalizada
- a água desenhando e moldando
- dando concepções ao barro!
- à terra que se molda em moringa
graças aos gestos abençoados
por mãos aquáticas
as quais são as mais humanas
- a água molda as mãos
de todos os seres humanos
os quais moldam o vespeiro
o cupinzeiro o castelo a colmeia
ou o ninho do passarinho
pois cupins aves lagartos e homens
são todos seres humanos
- entes moldados pela água
que desenha a vida na terra
Oh! O rascunho do galo!...
Ah! o rascunho riscado
da notação em partitura
rabiscada no pergaminho da madrugada
onde notas musicais
de melodia incipiente
para canto de galo
ficaram borradas sob o rascunho
- todo riscado!...
numa poça de borrão )

Os insetos d´água
- esses propulsores da vida
eclodem da água
e vêm de longe me visitar
( revisitação!...)
Amo de um amor de amar o mar
mar a mar a espraiar pela praia
- amo todos os insetos que vêm a mim
derramar sua benção de mar
de água pura e benta
- água da vida

Mas não seria eu que vou de voo
de encontro chuvoso com os insetos
batendo asas em cruz
em dia e noite chuvosa
- ou eles que vêm a mim?!
porquanto deles descendo
- de todos os insetos dependo para viver?!
- minha vida e minh'alma
está na gota de vida e alma
que os insetos trazem
pelos bater das asas
aparentemente silentes

Insetos e anfíbios
expressam a vida
na literatura da natureza
escrita com geoglifos
na onda eletromagnética
que dança na água
e se desenha em senóides
na arte da geometria...:
pois se se extinguir a luz
dançante na noite
mais negra que o anum
- sem a luz errante do vagalume!
ai! se apagará a vela das estrelas
nos olhos apagados
riscados do rascunho!
Olhos de todos os viventes
então cegos e sem sol
e consequentemente sem água
pois a água é a concubina do sol

Sem o sol
que anima os pirilampos
apagar-se-á toda luz cambiante
furtada nas águas-furtadas
emitidas a pinceladas pelos olhos verdes
descidos ao mar
e subindo em águas-furtadas
( - "homem ao mar!"
"olhos verdes ao mar!"
grita o marinheiro
ao se deparar com o verde
- ao verde em pastoral
emergindo dos olhos do meu pai!
- uns olhos para acender sonhos
- no universo... )

Outrossim
dos olhos castanhos
será despejada a luz

Dos olhos negros
sem a alma de Lúcifer
a luz não deixará pagadas
de sapatos ou pés descalços
Lúcifer
o cavaleiro negro da luz
de olhar negro
a contemplar um sol negro

Dos dois azuis olhos
em face cândida
de um azul cerúleo... :
- do dúplice azul cerúleo!,
refletido no mar,
enquanto olhar para barco e veleiro
- duplo olhar
do homem em ato
e do Narciso em mito
Dos olhos decíduos
junto às folhas
descaindo na graça da força
centrípeta e centrífuga
emitida pela turbo-hélice de outono
quando sopra o anjo no vento
no moinho de vento
do anil para a grama
- esses olhos postos no anil do céu
e posteriormente
descidos descalço à terra-terra
água-água
terra-água-e-água-terra
da realidade natural
existencial e essencial :
- água-terra!
são olhos angélicos
em folhas amarelas outonais
com anjos decaídos
sob suas asas ininteligentes
( folhas ao vento soltas
são asas sem inteligência
- sem a inteligência montada nas asas da borboleta
que dão liberdade de escolha
contra o despotismo do vento
ventríloco )

Mas quem lê o livro natural
de excelsa poesia
pura filosofia
plena sabedoria
- obra decodificada em vida?!
O Livro da Vida escrito pela vida
enquanto poetisa
no seu código geoglifico...
escritura em água e terra...
- profusamente filosófico... )

terça-feira, 25 de outubro de 2011

GEÓGLIFOS (wikcionario etimologico cientifico onomastico etimologia houais))


Uma língua de geóglifos
está escrita no pássaro
- está escrita no poeta
mas o homem
nem a pode ler
graças aos seus apodos
- graças à sua garça
"Stela" bela
- beta na manhã
alfa à noite

Um idioma em geóglifos
nem pode ser lida
no logos do homem
Somente pode ser ouvida
lida e escrita
na literatura do poeta
que dá à ciência
um pouco de esmola
em vocábulos polifônicos
na terminologia de Goethe
ou Dostoievski ou Modigliani
dentre outros poetas
oriundos do fundo
- do mais profundo
das várias línguas
que são linguagens
metafísicas ou matemáticas
cuja poesia
não pode ser escrita
pintada ou esculpida
senão na alma
do ornitorrinco e do ornitólogo
do macuco e do maluco
que é o homem
( - e somos nós! )

A língua geoglífica
é haurida do cosmos
Os poetas têm acesso
contudo não podem escrevê-la
na sua poesia
mas apenas na sua alma
porquanto é um código
praticamente intraduzível em outro idioma
apenas passível de versão
em outra linguagem
( A aventura de traduzir
tal língua em vernáculo
ou em qualquer outro código linguístico
ou de linguagem
é algo assim como fazer tradução
do galo para o francês
ou do francês ao galo
- da antiga Gália
onde vivia o gaulês
no geodo do corpo
escrito com genes
que são um código de comunicação em geóglifos
- um dentre infinitos
se há ao menos um infinito
em linguagem matemática-algébrica
que pensa o todo
e mais que o todo :
o infinito
e o nada
que denega tudo
- nos atos dos matemáticos
apóstolos dos poetas )

sábado, 22 de outubro de 2011

TERÉM-TERÉM(wikcionario wik dicionario houais aurelio etimologico encilopedia )

Já viu um pássaro
voando em solitude
- que parece solidão!
no quão similar é
o clamor de sua vocalização
aflito e aflitivo
ao chamado angustiado
angustiante de um homem
quando solitário
procurando companhia
( em Companhia de Quero-queros
ou Companhia de Jesus! )
- ou senão de alguém mui querido
mais querido que o quero
onomatopaico e tautológico
emitido pelos Quero-queros
- procurando desesperadamente
o amor que de se perdeu
em um filho ou esposa
enamorada ou noiva?!...

Já ouviu uma ave
penando na solitude
numa penúria
que até parece
solidão humana
- a grande dor moral!
que aflige a humanidade?!...

Já ouviu ave assim
desesperada
a tocar suas cordas na garganta
- seu violão
seu violino
sua harpa...
- suas cordas vocais
em melancólicos harpejos
nas cercanias da elegia
que sobe em sebe?!

Já teve pena
dessa ave em pena
quase uma alma penada
depenada no grito?!

Pensou na pena a cumprir
- nesta vida
coberta de penas?!... :
- nesta vida
de ave depenada
do homem descoberto
- nu no frio?!...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

AVE ( wikcionario wiki wik dicionario wiki ave wikipedia wapedia )

Ouço um pássaro

Cujo clamor

Emite um comunicado

Que urge atender

Parece pungente

Ou apenas ouço assim

Pelo que é doloroso

No espinho espetado no espírito

Pela língua em lança

Numa palavra

Lançada

Ao encontro do atrito do ar

Não vejo a ave

Apenas vejo a pena

Que sinto dela

Sabedor pelo sentido auditivo

Que é ave

Na emissão de voz

Chamando

Ao longo do voo

Em solitude pelo céu

Com mel ou fel

( feldspato! :

Seria um pato!

A voar no ar

E pelo ar

Sinto a pena

Na pena que sinto

No bater do ritmo

Aritmético

No meu ouvido

Sem mel

Mas com cera

De abelha

Que não está em mim

E está sim

No fenômeno

Que acha um meio

De entrar em mim

Enquanto objeto

Que passa pela subjetividade

Plantado dentro

Vegetativo e em sistema binário

Ou ternário na dialética

- sinto pela pena que tenho

A pena na ave

Alma penada

Que não é alma-de-gato

Nem tampouco ave sem pena

Ou cumprindo pena

Tipificada no código penal

Livro de pena

- obra de dor

E de dar dó

Do dó descompassado

Do ser humano

Não tão-somente do que cumpre a pena

Porém muito mais

De quem aplica a pena

E dos que a fazem cumprir

Porquanto uma pena

Mesmo a mais justa

É comprida demais para um homem

Mais comprida para a vítima

E cumprida não só pelo indivíduo

Que perpetrou o crime

Porém por toda a comunidade

Passando pelo meio do direito

E entre as águas

Que separam o policial do juiz

Que unidos

Fazem o judiciário ser )

A ave que ouvi

Pelo som emitido

Em pleno voo

foi percebida

Pelo alarido

Sua solitude

enfatizava a voz

dava-lhe ritmo e melodia

ao canto lamuriento

perpessado com o frio da solidão

que fere exclusivamente o homem

que a lança ao pássaro

do qual tem uma visão formal

na ideia universal

da ave ideal

a navegar no ar

junto às ondas de som

e outras funções elétricas

magnéticas e mecânicas

enfim, outras realidades físicas

e químicas

- e ciências ainda veladas

Em luz e trevas

Silêncio e rumor

O pássaro ouvido

Ouvi e não ouço mais

No som que vem em carrilhão

No ouvido atuante no tempo

( no ouvido enquanto ator temporal )

Todavia embora não ouça

No tempo agora

- agora escrito

Ou no tempo em que escrevo

Que é neste instante

Na última letra da palavra

Aqui posta em ser

Para expressar o ser

Que é o que homem vê

Sente com todos os sentidos

pois o põe e o conhece

Reconhece

Como se reconhece o homem

Na fotografia...

A ave ouvida

Não escuto mais

Com os ouvidos no tempo

Que é hoje e agora

Na hora da hora

Ou antes disso

No minuto do minuto

( ou da minuta?!... )

E antes do minuto

No segundo do segundo

Mais : antes do segundo do segundo

E do que se segue

Em rumo incerto

- inserto no infinito?!

A ave misteriosa

Coberta nas penas

Não ouço mais

Fora de mim

- No entanto

Dentro de mim

Ouça-a agora mesmo!

- no claro de seu clarim!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

PAZ XADREZ ( wikcionario wik dicionario filosofico etimologico aurelio houais infopedia )

Já vi uma tanajura

Presa na areia

Da praia longa

com terra lavada pela água

Porque na orla da água

Aonde ponho pé

- pé ante pé

Sentindo o molhar da água

E o sujar da areia

- sentindo o que sente o vegetal

Com senso de planta

Em pau-brasil

A pé no chão

Com a raiz plantada

Entre terra e água

pois a vida é terra e água

- e areia e água

Moldam a face da alma

E também a contemplação narcisista

Do espírito sobre as águas

Observando-se

No levante do sol

A iluminar o ser

por imaginárias pernaltas

Aves à beira d’água

Beira-lagoa

Beira-lago

Beira-paul

Beira-rio

Beira-beira

Beira-areia

Beira-bateia

Beira-ampulheta

Beira-clepsidra

Beira-beira-água

Ribeira...
- Beira-garça!

Enquanto o homem

Naufraga

à beira da loucura

na costa da demência

de costa a costa

nadando

sem eira nem beira

À beira do abismo

No mar abissal

Nau à deriva

À naufragar... :
a Nau dos Insensatos!

( o molho da água

Nos pés nela calcados

Batizados pelo Batista-da-água-em-beirada

João-Batista-à-beira-d’água-e-da-areia-e-da-nau...

E o tempero da terra

Nos sais minerais

E substâncias tais

Mais condimentadas

Que muitos acepipes

E mais ao doce

dos inúmeros pudins

que ao sal

e aos condimentos das especiarias

que vinham da Índia

quando navegava a caravela

- um moinho de vento à vela!...:...

Enfim sem fim

Nem verbo

Apenas no ato

De escrever

O que o fato

- De fato no ato...)

Ver uma tanajura

Ou olhar milimetricamente

Uma tanajura em solitude

Se remexendo na areia

Tentando se desvencilhar

Dos percalços que a calca

Nas armadilhas que a areia monta

Depois que a mão da água

Lavadeira que é

Lava-a e à areia

de cabo a rabo...

A tanajura aí-aqui

- É uma visão de vida

pululando no calor

Que a areia armazena

Sobre dunas

aos montículos

Aquecidos

Aquecidas

pelo olho do sol

tendo a umidade cavada por dentro

Como uma alma no corpo

- no corpo “de húmus” da areia

( outro corpo humano

Com alma de água

no aqueduto...

- Que duto dúctil! )

- A tanajura ao olho dada aqui-ali

( em ato e fato )

É uma dádiva natural

Dada enquanto dado

Dos sentidos

( tão sentidos!...)

numa visão invertida do homem

no espelho...

- Ao espelho que é o espectro

A ver sem venda

- Vendo sem venda

Por fora a tanajura

Que está fora de si

( do si bemol do homem! )

No dado da visão

no olfato que agarra

qual garra de gato

( inha-de-gato no mato)

na textura que as mãos seguram

constroem

ou que grudam nas mãos

moldando a matéria manipulada

bem como sentindo a forma da energia

que se expressa no conteúdo formal

da coisa em mãos

que de coisa se transforma em objeto

e de objeto em artefato...

ainda no alfa do “a” e do há

a visão de dentro

Da alma se movendo

Cavando-se no nicho interior

E saindo para fora

Em direção à tanajura

Caída na areia

Como um anjo

- nadando na terra

Como se terra

Fosse água

Em filete ou abundância

O fenômeno é um espelho

Da alma e da vida

No entrar e sair a água

Dentro e fora

Do corpo físico

Que flui vivo

na eletricidade

que salta pedras microscópicas

as quais são os sais minerais

( Pedrinhas para Pedrinho sobreviver... )

Os quais pontilham a água

Porquanto a água

Por suas pedras

Ou minerais em sais

Conduzem a eletricidade

Pé ante pé

Na ponta do pé

Com toda a fé

Do corpo do vivente

Ente

Que no homem

Abre o ser

Ao se manifestar

- na epifania

Humana

Nestas pedras em sais

Esparsas na água

É por onde passa a corrente elétrica

Mensurada em amperagem e voltagem

Conforme a volta que dá na pilha

Ou na bateria

Ou na bactéria

E pega de fora a tanajura

Com a pinça nos olhos

E a põe ou lança fora

Com o dardo lançado

E a ponta da lança

Que fere a realidade

- que é o dado real

Dardo em ato humano

Que lança

( que lança! )

O dardo e o dado

- dado e recebido

Emitido e enviado

Durante a caçada

Indo e vindo

Na ponta da lança

A qual se lança

Com os sentidos

Que perscrutam o mundo

Lá fora e cá dentro

Através da lança dos sentidos

- lançada

Acurada

Afiada...

Trazendo a vítima

Como objeto e coisa

Conquanto venha a coisa

Coberta pelo véu do objeto

Que a vela

Com luz e trevas
desvelada
no entanto
pela filosofia grega
no "logos" grego

O fenômeno é o espelho d’água

Onde se mira Narciso

Perenemente

No ato que é o tempo

A constituir o espaço

Em substância percebida

na filosofia de Spinoza

e posta por Deus

na matéria

movida à energia

do tempo

que é calor e frio

e demais contrastes

do sistema binário

que põe o sistema de apoio

de todo o conhecimento

no fundamento da doutrina do maniqueísmo

a única maneira do homem conhecer

mas não de saber

pois o saber

se funda em ato

e não em fatos

oriundos da erudição

obtida em livros

onde jaz o pensamento humano

morto depois dos atos

( até dos “Atos dos Apóstolos!”)

O saber não é ato

que se transforma em fato

algo mediato

mediado

exposto em enciclopédias

ou doutos tratados

antologias poéticas

poemas ou teorias

escritas com sangue de signos e símbolos

em pergaminhos...

ou por outros caminhos

“caminháveis”

- O conhecimento sim

É assim sim

O saber não

- não é assim não

O saber é ato puro

Ação viva

Não morta no pretérito verbal

É tempo em ato

na alma do ator

não do “desalmado”

cuja alma foi cavada

pela água que a alimentava

e alicerçava

que cavou um nicho na alma

erodindo-a paulatinamente

até a morte

ou o fato

objeto da ciência

que dissecar cadáveres

e olvida o ente vivo

em ato sem ser no verbo

mas ser no tempo

que é o presente

tempo de vida

aqui e agora

e não amanhã ou tresontante

cuja indagação

é pertinente à ciência

concerne ao objeto da ciência

que é o fato morto

histórico e historiado no fato

mesmo no passado

mal passado ou quase não passado

ou próximo em minutos

ou segundos do presente

objeto da perícia

que escraviza o perito

sob o peso do objeto

que lhe fornece o objetivo

e é o objetivo da ciência

escravocrata

nos nichos escusos da democracia

pseudo-grega

gregária

para a grei caprina

ovina e muares...

A sabedoria

É a antítese do conhecimento

Porquanto sua aquisição

Dá-se com a vivência

Imediata

Não mediada por mediadores

Juízes e outros estorvos

Na metade da maça mordida

( por Steve Jobss!

- da Apple )

A sabedoria é o tempero da vida

É a inteligência vigilante

Ágil no fio do tempo

Que não passa

( o que passa é o vento!

Assobiando em meio às flores e abelhas...)

A sabedoria trata direto com a vida

Que é ato

Não fato

Que é feita sem desfazer

Na renda ou no rendilhado do ato

Ou dos atos ato-a-ato

Porquanto o fato é morto

O morto na cova

- O frio corpo do defunto

Que jaz em literatura

Ou na escrita final

Do último capítulo

E derradeira página do livro da vida

Ao se encerrar

Sem cerrar os olhos

Vidrados

No desvio do gozo fatal

Ato é vivo corpo

- Corpo da criança na criação

- criança criando-se!

Embutido em corpo cálido

Envolvida pelo corpo criador

- do criador e da criatura

( se os há )

Pois na criança

a alma é cândida

Como a flor branca

Postada no caminho

Em paz xadrez

De branco e preto

( A paz na pomba branca

pomba preta

e pomba que o verbo

tira do ato

e põe no fato

- símbolo e signo humano

com a face da cultural )