sábado, 21 de maio de 2011

REFERENCIAL : POLÍTICA, FILOSOFIA,POESIA,FÍSICA, RELIGIÃO...

Para se escrever é mister sempre observar o referencial, tanto de quem
emite quanto de quem recebe. São duplas leituras e escrituras
concomitantes.Ler é escrever no cérebro ou na "palma" da mente.
O ser do referencial tem uma posição que mitiga seu campo observável,
cria contexto, tece o circundante com os sentidos, com empirismo ou
saber, o que não ocorre com o leitor, que está em outra posição
referencial, outra topologia que cria outra lógica, tecidos,
histórias, idéias, limites observáveis,etc., enfim, o receptor do
emissor já recebe ou percebe uma mensagem esfriada pela passagem, com
perda de calor, além da perda infinita da transferência de uma posição que
faz o ser para outra posição que faz outro ser ou criador, inventor de
ser, que é o homem, enquanto indivíduo, óbvio.
Quem está na posição de poder pensa e age diametralmente diferente de
quem está em posição de submissão. Até a postura do corpo anatômico e
fisiológico é diverso. A postura submissa do animal beta assinala o
alfa. Os referenciais no estado sempre está nos dois grupos relativos: o
grupo submisso e o comandante.Um mente para o outro.Um tenta tomar o
máximo possível do outro e dar o mínimo, consequentemente. A bondade
fica par a religião, um meio ou um terceiro estado que busca atenuar a
luta surda dos dois grupos através da filosofia : falares sobre a
poesia do ser. A filosofia ou ontologia é um perpétuo falar ou cantar a
poesia ado ser, ou seja, do que inventa o homem como ser : os objetos,
o ser humano, os animais, a fauna , a flora, o ser supremo, etc., são
todas invenções ou ser criado pelo homem enquanto indivíduo-grupo.
Um estado humano, em sua análise zoológica, não diverge demais,
excepto pro símbolos e signos, de uma alcatéia. Somente a estupidez,
que faz do ser humano mais inteligente e erudito um completo tolo, mas
que, no entanto, é essencial à vida em comunidade e, principalmente,
no comando,
pode ocasionar o benefício de construir um estado, pois o que passa do
indivíduo e começa a ser coletivo muda muito, se torna falso
necessariamente, sendo o estado um grupo de indivíduo mentindo para
outra : uma guerra de mentiras em plena paz.
O ser humano se torna
estúpido quando leis, decretos, normas, regras, dinheiro, poder,
status, ou qualquer outra coisa, se torna mais importante para ele que
o outro ser humano; inobstante, na política, ou estratégia de
prevalência sobre o grupo, a mentira é fundamental armamento
bélico-pacífico. A hipocrisia ou atuação do ator político é essencial
para manter a hegemonia de um indivíduo no grupo e do grupo sobre os
demais grupos de poder ou no poder.
A mentira é a estratégia
usada em política. Estratégia é guerra, mormente em tempo de suposta
paz. Política é guerra em tempo de paz, a única forma humana e
zoológica de manter a paz nas relações.
Antes o estado ocidental era Roma imperial, um estado de Direito e de
fato, simultaneamente; talvez o único no ocidente a ser de Direito e
de fato; posteriormente a igreja, outro estado de Direito ( canônico,
entenda-se!) e de fato, ou seja, na qual o estado é soberano do
homem, soberano absoluto, como o imperador Nero, por exemplo, ou quase
assim, e o homem ( ou padre, frade, na igreja-estado) um servo,
cidadão ou escravo, conforme a norma que o incide sobre sua condição;
a igreja, copiando Roma imperial, se transformou em estado : o
Vaticano.O mais velho estado que continua de pé; paulatinamente os
reis medievais, vendo a força da igreja, tornaram-se estados; depois,
com o advento do capitalismo, durante a Revolução industrial e
Francesa, que são ações coletivas complementares da história, nos atos
da história, eclodiu o estado de Direito, estado laico, contraparte
do estado teocrático ; esta forma de estado, que o brasil ainda não
conhece ou concebe, o estado laico, veio na balada das duas grandes
revoluções européias : a Revolução industrial, a grande revolução do
intelecto, da técnica; ( revolução para o fato no estado ou o estado
de fato e do artefato industrial) e a revolução Francesa ( esta para o
artefato do direito, ou arcabouço dos Direitos Humanos, a grande
revolução cultural, humanística; o humanismo vem dos iluministas
anteriores e coevos da Revolução Francesa que, conquanto ingênuos
sonhadores, lograram tornar suportáveis ou toleráveis as relações
entre os bichos-humanos, mormente quando estes bichos ferozes e mais
perigosos gozam do poder, força extra ). Ambos convivem até hoje no
ocidente, são parte no diálogo da cultura.
O estado atual é um estado que era de um estado de Direito, ou ao
mesmos sonhada tal ser, mas que hoje se esfacela : não visa ser mais
estado de Direito, mas empresa. Trata as gentes ( povo) como
empregados e não co-partícipes dos Direitos, embora uns de fato ( o
grupo de comando ) e outros de Direito ou ficticiamente ou
simbolicamente : o grupo submisso, que aceita essa paz porque não pode
resistir a uma guerra encetada pelo batalhões de choque.Vide os árabes
no Oriente médio : Egito, Séria, Líbia,etc. Ou o Brasil em paz e Minas
Gerais idem.
No estado de Minas Gerais, meu referencial, observo, submisso, que os
últimos governos estão cada vez mais tratando o Direito como lixo,
mormente o direito adquirido, que foi "adquirido" para permitir
benesses a alguns servidores que gozavam do carinho de membros do
grupo em poder. Como esses governos passaram ( tudo passa...) ficou o
lixo : esses direito adquirido assim.
Todo Direito é adquirido assim : pai beneficia filho, amante à
amásia....e com isso todos ganham com essa benesse até o tempo em que
ela cessa, que é o tempo em que os beneficiados já foram beneficiados e
os que foram de carno também porque o Direito tem esse 'lixo " ( para
o grupo de poder ) de ser genérico: não pode ser só para as
bem-amadas. Essas caridades acabam por virar um lixo para o estado e
outros governos que herdam esse monturo.
Então, ao novo governo, só resta usar de estratégias para destruir, de
forma indireta, o direito adquirido, ou lixo do direito, escrevendo
leis e decretos prejudicais à esse direito-lixo, mentindo pela voz dos
secretários( sectários ) do governo, que são remunerados para mentir
elegantemente, com mestrado, doutorado, eloquência helênica, retórica
latina, enfim, com uma larga cara-de-pau e perna-de-pau de piratas do
Caribe. Aliás, são pitas legais, esses governos : governos corsários,
corsos de Byron.
Acabou o estado de Direito; era um mito, que aguentou um tempo,
enganou por um bom tempo, mas nada mais que outro mito que se
acabou, outro mito que descobrimos que era uma mentira para alguns
grupos de poder galgar o poder; acabou, assim como um dia acaba o
mito do amor entre os amantes; todos somos ex-amantes, novos-amantes,
novos-ricos...velhos-ricos.
Foi-se o romantismo, a época do romantismo
e dos cavaleiros andantes medievos. Dom Quixote de la Mancha, Marx,
Jesus, os partidos operários que iriam salvar o mundo com a ditadura
do proletariado, tudo acabou. Hoje é a empresa de Governo, o governo
postado como empresa, com seus gerentes e seus empregados domésticos e
domesticados até o nível de pós-doutorado; o estado como mais uma
empresa gigante entre outras grandes corporações, com empresários
maquiados como se fossem dirigentes ou representantes dos interesses
populares, quando na verdade são os caçadores do povo como escravos,
servos da gleba, da pequena gleba que lhes oferecem em troca da
exploração capitalista máxima do trabalho escravo qualificado.
O estado hoje, sendo uma empresa que lucra com as demais empresas, por
meio dos impostos, que são revertidos em investimentos para
incrementar a economia, quase único objetivo, pois educação e cultura,
se não for para aprimorar a mão--de-obra, para melhorar a qualidade
dos produtos e serviços da empresa, não serve a outra função, fato
esse corriqueiro no Brasil, país emergente, estado que emerge em tempo
de estado-empresa, ao invés de tempo de estado de Direito ( nesse
tempo o Brasil não era um estado de Direito algum para o povo, mas
estado servil ao império de época, até que veio Lula e rompeu essa
mentalidade, que já era contexto e por isso foi aceita e ele, lula,
aceito; caso contrário teria sido trucidado).
O estado-empresa atual investe em suas "mercadorias", a saber ; os
serviços que presta às
outras empresas ( o estado-empresa é uma empresa que presta serviços :
faz leis, decretos, regulamenta a economia, põe a justiça para dirigir
os conflitos entre empresas e outras pessoas hoje menos importantes: as
pessoas físicas, etc.) e recebe ou é pago por esses serviços com
tributos, os quias retornam á economia e, concomitantemente, ás
empresas. o povo fica pedindo esmola, favores dos governos, cuja
função anti-Robin Hood é tirar dinheiro, por várias formas em lei,
( digo tirar, mas não posso dizer roubar, furtar...) do povo pobre e dar
aos ricos. Evidente que os atores deste drama não fazem essa leitura,
apenas representam.
O texto sempre é lido sem o contexto; ao ator no ato é impossível
representar, ler o contexto. O contexto para quem está em ação é
ilegível, inintelível, ou tem a inteligência da ação, que mobiliza (
imobiliza) o pensamento analítico, prioriza a noética, que não é
sonho de práxis de Marx e outros utopistas. Jamais sabemos o que
estamos fazendo ( "senhor, perdoa-os, porque não sabem o que fazem!":
como essa frase tão dramática e lamurienta diz a verdade!); quem age
não sabe o que faz, perde ação no cérebro que se volta para os
músculos.Quem contempla analisa, pensa.E contemplar é sempre olhar o
outro, o que é mais fácil, é um referencial-alvo. E o referencial não
é somente o referencial da física; são vários os tipos de referencias,
assim como várias as grandezas : vetoriais, escalares...
E os árabes porfiando, morrendo por esse estado de coisas...que
ironia! Lembra sempre os cristãos em Roma, a morrer gloriosamente
para que o Papa Bento tivesse uma vida gloriosa de imperador do mundo!
e a igreja se transformasse já há séculos num estado-empresa, antes que
os demais estados tivessem percebido isso, que hoje percebem até em
Minas Gerais, terras de luares nada muares. Mas o que será do povo?

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