O conhecimento vem da filosofia, não da ciência, que é saber e não
conhecer. Saber é provar, o saber ou sabedoria constituiu prova ou
provas no mundo empírico, mundo passo pelos sentidos, fenomênico ; já
o ato de conhecer, o ato de conhecimento, só usa o saber na hora da
prova, no
momento-prova, insta pela prova, mas prescinde dela, porquanto o
conhecimento está prenhe no discurso, nas palavras, conceitos,
axiomas, princípio da razão suficiente, etc. É, enfim, o conhecimento
humano, um universo de palavras, de signos e símbolos, frases,
equações, um universo erudito, concernente ao social e, evidentemente,
ao cultural. Os animais sabem mais que os homens, tem uma
inteligência voltada integralmente para o saber, a sabedoria do mundo
: inteligência para a terra, inteligência Gaia, Gaia ciência, diria
Nietzsche.
O doutor é o douto em filosofia; e são poucos: Aristóteles, Kant,
Espinoza, Shopenhauer... que defendem ( ainda!) uma posição ( tese)
originária. Defenderem um ser originário, pois a tese é a posição no
mundo (no topos ou lugar onde se finca o ser ou posição. uma espécie
de território inteligente, da inteligência).
A tese ou posição ou o ser que o homem enquanto filósofo constrói ou
põe no mundo ( tese, por no lugar, topos, topologia, toponímia). A
maioria é doutor
simbólico, tem o título, mas não é douto, mas apenas um papagaio a
repetir o que colocou ( pôs o ser, a tese, a posição única, originária
em si) o douto ( filósofo) no mundo.Ser douto é um fato resultando de
inúmeros atos individuais, do somatório final desses atos. Não há
outro douto que não seja o filósofo ; há um sábio natural, que é uma
espécie de "douto" natural e cultural, que é o poeta, uma espécie
vegetal ou vegetativa do filósofo; o poeta é um ser de saber e
conhecer em mixórdia, o iniciador do discurso e da filosofia sob as
fomas da mitologia e religião, que é o mesmo, a lenda, a fábula, a
sátira, enfim, um filósofo poeta ou um filósofo artista.
Todos sabem, mas poucos conhecem ou descobrem o conhecimento ou sequer
"sabem" o que é o conhecimento que, quando aplicado pelas técnicas, se
mescla ao saber, ato humano e animal, ato centauro, ato de centauro ou
assim bem simbolizado, alegorizado, fabulado, mitologizado. O
conhecimento é apanágio o homem; o animal possui o saber, usufrui da
sabedoria do mundo; aliás, essa inteligência animal é superior, nos
sentidos, que é a do homem, cujos sentidos forma mitigados no ato de
construir o conhecimento, que é metafísico, anterior á própria
ciência, é filosofia, em seus vários esgalhos como a ontologia, ética,
noética, poética, epistemologia, teologia, etc. O saber4 ou sabedoria
( lamber o sal ) é universo do animal, que também convive no corpo
anatômico e fisiológico do homem; porém, o conhecimento é ato de
centauro : ato na mixórdia entre o homem e o animal que o forma
fisicamente. O homem, que ele é, no ser alienado do fil´sofo, forma-o
metafisicamente, filosoficamente, a la grega, pois não há qualquer
filosofia fora da tradição grega que chega a Kant e Marx e continua
até Gustavo Bueno em seu "Animal Divino", que Bueno é um animal
divino. Simploké!
O conhecimento avança lentamente arraigado na tradição dos mestres,
sábios que repassam o conhecimento ou filosofia ou metafísica dos seus
mestres, os doutos, os filósofos, sempre à moda grega, pois não há
outra maneira ( não há uma filosofia chinesa, como costumam
inadvertidamente dizer os papalvos : um mestre passa ao
discípulo um conhecimento ( a tese, o ser ) que, ao se tornar douto, e
não meramente mestre ( o mestre apenas repassa, repete, não cria o
ser, embora na arte chamam equivocadamente de mestre os doutos
criadores, os filósofos da arte como Picasso, Kandinsky, Paul Klee,
Miró, Rodin, Mozart, etc.).
A filosofia só trata e conhece a essência, pois a filosofia é o
conhecimento, e o conhecimento do homem é o conhecer a essência, que é
o ser que o homem conhece : o ser é o saber do homem, mas,
paradoxalmente, não é saber, mas conhecimento. A filosofia é o
conhecimento; o conhecimento é conhecimento de essência, ou seja, do
ser, do objeto posto ou lançado no mundo lá fora pelo homem, que o
lança pelos sentidos como um objeto e o capta pelos sentidos como
outro objeto; posteriormente põe (ser) interiormente um terceiro
objeto (outro ser, ser interno ou interior, se racional, razão,
inteligência).
Todo saber da ciência e sua mão, a técnica ou tecnologia ( que vem em
linguagem matemática, algébrica) é conhecimento filosófico, porquanto
não há conhecimento científico, mas saber científico, uma vez que o
conhecimento é originário na filosofia, não nas artes o fazeres, que
utilizam o conhecimento.
Fazeres estão vinculados intimamente aos saberes e profundamente ao
conhecimento. Por isso chamam aos artistas de mestres e não de doutos,
porque os doutos mexem mais com o discurso, onde está o ser mais
visível, por assim dizer, enquanto nas artes há mais o fazer, o ato
nem discurso, com o conhecimento por função, mas com a ação ou o ato
manifesto. Em geral, os artistas e técnicos ( engenheiros)
aplicam o conhecimento provado pelo saber, depois que os doutos ou
filósofos profundos criam a possibilidade do conhecimento, ou põem o
conhecimento no ser posto, no ser, sendo o ser mera invenção humana,
invenção da filosofia para dar base ao conhecimento, dar-lhe um
princípio de razão suficiente para conhecer, jamais para saber, que o
saber encontra a coisa nos sentidos, enquanto o conhecimento
paradoxalmente ignora a coisa e cria em sue lugar um instrumento que
conceitua e capta a coisa, que é o objeto, objeto de ciência ou de
concepção da coisa, que Kant e Spinoza denominam coisa em si, ou seja,
substância livre, "causa sui" ( causa de si, auto-causadora ) , na
metafísica fundamental de Spinoza.
O ser é o discurso com sujeito e objeto, ou predicado, sendo ambos,
paradoxalmente, objetos e sujeitos, pois o que os separa é a tensão;
justo a tensão de que são feitos : sujeito e objeto é matéria ou
energia ( ambas) que possibilitam-se pela tensão e que existem ou são
essência ( ser do homem, ser posto pelo homem filósofo no mundo
natural e social).
A tensão faz tudo que conhecemos e sabemos e,
portanto, está nos dois pólos, que dividimos para entender ou dominar,
conforme seja Maquiavel, o filosofo aplicado pelo saber politico, ou
Aristóteles, o filósofo para o conhecimento.
O ser, a filosofia e o discurso são imagináveis divisões do mesmo ato,
que se faz : fato, ato a ato.
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