O mundo é um paul /
que me causa repulsa /
Mefítico tremedal /
é o mundo social /
( O mundo social /
é tecido de mulher /
pois o homem olha a caça /
olha ao longe /
alonga o olhar nas campinas /
atrás do galo-de-campina /
para alimentar-se /
e dar sustento à família /
A mulher desce o olhar à prole /
e com isso tece a veste social /
- é a religião e o amor /
é Vênus e Flora ou Ceres /
enquanto o homem é a guerra /
é Marte e o caçador /
o sátiro o fauno e o centauro /
buscando a conquista /
de terras e fêmeas /
e vida pela proliferação genética /
semeando-se no campo natural ) /
A natureza é um paul /
onde vivo de desesperança /
neste tremedal /
volutabro atascadeiro /
que tudo isso é vocabulário para paul /
que em inglês é nome "Beatles" /
do Paul dos " The Beatles" /
"Paul-Beatles" /
os besouros zunindo /
que passaram pela chuva /
que é um tempo do tempo /
porquanto o tempo tem muitos tempos /
ou muitas manifestações de tempo /
no temporal e no temporão /
na intempérie e no que é extemporâneo /
ou coevo longevo /
no voejo do escaravelho /
até o olho do velho /
que não é mais velho que o tempo /
esse ancião inexistente nos dias /
mas inventado pelo homem /
na matéria do ser /
ou no tratado de ontologia /
que diz o que é posto pelo homem /
enquanto ser que põe outro ser /
- ser inventado /
( Salvador Dali inventou um barco /
que apresta no mastro /
o centauro tecnológico /
que é o homem /
antigo centauro mitológico /
cuja invenção do barco a vela /
uniu-se-lhe ao corpo material e mental /
a ponto e transformá-lo /
junto e jungido à sua invenção do brigue /
num centauro da tecnologia /
que isso é o ser do homem coevo ) /
Todavia há um paul /
que rumoreja dentro de ti /
que me desperta a nota si /
que toca de amor cristão em mim /
e de paixão pagã por um objeto /
que há em ti /
e na doutrina transcendental de Kant /
que diz do Narciso /
que e o sujeito o objecto /
um lançando o outro na água /
onde se mira /
e de onde se olha /
da água e do olho /
se olha e vê Narciso /
a flor do paul /
do paul que há em mim e ti /
( todos temos um lameiro dentro /
um marnel charco /
- um atoleiro /
todos temos ) /
Leda é a madrugada /
para Camões e Cia de Camões /
e Leda também é nome de mulher /
fora da madrugada e seus galos /
chuvisco de orvalho /
Contudo para mim a madrugada /
é apenas a espectativa de solidão com lua /
Joan Miró e mulher escura na escuridão alargada /
embuçada nas trevas do paul /
- trevas filarmônicas /
para dizer algo louco /
ou algo com harmonia /
na madrugada em pedra de gelo /
ou na voz do galo cantor /
com todo o seu candor /
no canto cândido /
de candidez de novilúnio /
lento novilúnio em noite clara /
- clara-de-novilúnio /
derramada no cântaro /
em luz da abelha do sol /
tecendo o mel do girassol /
Você é a mulher /
que Miró mirou nas sombras /
daquela noite /
que ronda todas as noites /
- é a mulher que entalhei /
na madeira do idílio /
que conteve minha arte /
de um Rodin inspirado /
que tentei e talhei ser de madeira /
- no amor que inspirava Rodin /
um artista cuja arte é sensual /
tal qual tudo o que é silvestre /
e se enrosca nas serpentes /
a escrever seu corpo sinuoso no solo /
- chão para o que para a erva é lídimo /
e onde se escreve sua lei herbácea /
sem necessidade de estela /
cujas escrituras são em estela /
próprias para por em pedra a história do fóssil /
Se ao menos você existisse! /
se você existisse para além da essência /
na intersecção entre eu e o mundo geométrico /
Ah! se você existisse /
mensurada pela geodésia! /
e não apenas existindo /
sem existir para mim /
na intersecção parabolar /
das parábolas de Descartes /
coordenados os segmentos em curva no espaço /
- puro espaço "a priori" /
impresso na doutrina da metafísica transcendental /
que me põe a olha o mundo lá foca com Kant /
e nele nada ver senão objetos /
que são o lançamento do meu ego ou sujeito no mundo /
( o mundo assim /
é um olhar para nada /
que não seja eu mesmo /
objeto e sujeito /
transcendendo a mim /
no objecto espelhado /
ou especulado na face do Narciso /
que dá a filosofia idealista de Kant /
- a outra face dada para se bater ) /
Amo você /
e o quero-quero que és /
eu quero-quero demais amar /
e o quero-quero que tens...! /
- amo você dentro do mito /
do amor inexistente /
porque meu amor por você não existe /
nem mesmo você existe /
porque não está fora de mim /
postada lá fora /
livre de mim no mundo /
das coisas que vemos e transformamos em objectos /
para poder captá-las em intuição e conceito /
Na realidade minha interna amiga /
amada bem-amada /
você está dentro de mim /
encrustada gema no anel /
que verga meu corpo anatômico e fisiológico /
minha alma anatômica e fisiológica /
meu paul interior /
que se apaúla com garça /
muita garça branca /
brandindo ou reverberando a luz branca do sol /
que é uma casa caiada/
lá longe no morro /
no horizonte que se desenha no fim do olhar /
desdenhando do olhar /
Amo-a saracura de paul /
Ah! saracura-de-paul! /
oh! saracura-de-paul! /
garça de paul /
tartaranhão-de-paul /
tartaranhão-de-paul-fêmea /
seriema do cerrado /
pomba cinzenta do brejo velho /
amo-a o quero-quero que te quero /
com o querer de quero-quero /
a fazer bailar o ar com o seu trinado constante /
trinado gritado /
quase em eco /
em eco-eco de teco-teco ou teque-teque téu-téu /
Amo-a desde o ovo da cegonha /
sem vergonha de vôo mítico /
ou da maria-sem-vergonha /
que deita e rola no sexo verde /
cujo olor também é verde /
de violinista verde /
de verde pampa /
ou prado de Adélia Prado /
poetisa do brejo /
poeta-de-paul /
do paul da pernalta /
ave pernalta /
ave, nauta! /
argonauta /
- o amor está no sangue /
a paixão queima no líquido vermelho /
no reino dos eritrócitos /
no soprar da hemoglobina /
que sopra da corneta um anjo cálido /
um serafim de puro fogo /
a queimar e purificar o sangue /
que é um vampiro /
- o sangue é o próprio vampiro /
na busca de outro sangue /
Amo você que nem existe neste amor /
nesta paixão que sinto /
sem objeto externo /
ou cujo objeto externo /
é o objeto interno /
desenvolvido no idílio /
e da necessidade premente /
de crer que existe /
o que somente está cá dentro de mim /
no ovo hermético /
( Você não tem existência /
nem tampouco existencialismo algum /
é mera essência interna /
que meus sentidos internos e externos /
constituem como ser /
em dulcíssima ontologia de poeta /
que canta o grito na garganta /
onde amanhece uma andorinha /
em solitude parda ou cinza ) /
Amo-a trocando o verbo de pessoa ordinal /
pondo-o na pessoa do tu /
e do tuiuiui volante no paul /
Sinto saudades do tempo /
( do tempo e não de ti!) /
em que eu te amava /
porque já não creio mais no amor que cria /
quando não era ateu de amor cristão /
no latim do padre de tempos de antanho /
e de Santo Antão e Santo Antônio /
Naquele tempo eu te amava em Alice /
no país das Maravilhas /
naquele símbolo /
naquela alegoria /
naquela fábula /
amei-te muito /
e tenho saudade daquela felicidade /
que o amor solitário me fazia experenciar /
quando eu era o Chapeleiro maluca /
e tu eras a lebre maluca /
ou a própria Alice /
buscando meu amor ateu /
Hoje sem esse amor fabuloso /
sinto-me infeliz e triste /
e o tempo me parece um tempo perdido /
como uma fumaça de cigarro /
não procurando nada /
ou um resquício de cerveja /
no copo e na garrafa abandonado /
por um ébrio que foi feliz /
enquanto era eu naquela mesa /
frente a lua /
que Miró não soubera desenhar no céu noturno /
falciforme e negra /
como a mão da morte /
que passeia no verdugo invisível /
a rondar gargantas /
e cabeças a cortar /
no dizer da rainha vermelha /
( a cabeça decepada /
foi a cabeça do meu amor por ti /
uma paixão que se esfumou na brisa torta /
que passou por aqui fumando /
na lagarta que fuma naquele País de Alice /
- no País onde foi Alice /
sonhando que era um País das maravilhas /
antigo pensar adolescente /
a olhar o mundo detrás de olhos felizes /
corpo feliz /
sem doença ou dor /
que o arraste á melancolia /
ou a grande depressão ) /
Você é meu idílio /
mero idílio /
pobre idílio /
cônscio idílio /
idílica amada /
morta amada /
pela legião de forças das bem-amadas em exército /
em sintaxe de guerra /
em legião romana /
Você era idílica na espessura do idílio /
ao longe desenhado na geometria do horizonte /
pesado na gravidade de Newton /
no grave som do violoncelo /
tocando a corda de solidão do músico /
o obscuro músico /
dedilhando senos nas cordas do violoncelo tristonho /
lembrando da alegria de um Mozart vivo /
Você era minha utopia no lugar da utopia /
que se estende por todo a toponímia da cidade /
- Utopia de Morus a Marx /
( utopia é lugar nenhum /
e simultaneamente todo lugar /
pois em todo lugar se constrói uma utopia /
para o sujeito sobreviver /
em contato com o objeto do idealista /
em filosofia transcendental de Kant /
ou nos axiomas e corolários de Spinoza ) /
Você é meu sonho desde o berço /
desde antes do pequenino que fui /
do pequerrucho amado /
que corria a sorrir feliz /
dando gargalhadas de alegria pura /
na felicidade do estagirita /
confiante na vida /
na vida de menino /
e no destino desconhecido /
ou sequer suspeitado /
aonde cheguei /
e onde ninguém me espera /
onde você não me espera /
no mundo empírico /
( Nunca imaginei que estaria tão só /
com a flor do idílio à mão /
e versos pífios /
que nem sequer têm objeto /
para dizer adeus /
nem deus nenhum /
- nem tampouco o deus do pagão /
do cristão e do ateu /
que tem lá o seu deus /
mais ateu que o próprio ateu ) /
Em mitologia filosófica e poética /
o amor vai fluindo /
rio em todas as coisas /
passando por dentro /
tendo leito por fora /
e por baixo da terra /
nos subterrâneos lençóis freáticos /
aquíferos extensos /
outrossim carregando as nuvens plúmbeas /
à maneira das penas na pomba /
arroios que molham arroz /
e entram e saem do corpo humano /
ou secam ali no leito de morte /
de um riacho abandonado à própria sorte /
sob o sol do deserto /
com os pés nus na areia tórrida /
Amo você pelo seu carácter /
no rito mental da alegoria /
no símbolo do amor /
mas não na realidade /
algo cru nas crucíferas /
- cru na cruz romana quotidiana /
Amo seu ser posto no mundo /
com a coragem de quem põe o que pensa no mundo /
e realiza uma existência /
que a maioria pusilâmine nem sonha tentar /
por em sombra sob umbela ao sol /
que ama brincar em suas tranças /
que descem na corda amarela /
trançada na estória de Rapunzel /
( imaginada no menino em eterno retorno que sou sempre ) /
e na história da tereza /
dos pequenos bandidos presos pelos grandes criminosos /
donos do Código Penal e do processo /
que é a chave da cadeia /
procedimento sumário para pobres meliantes desprotegidos /
( ou a clave do tartaranhão-ruivo-dos-pauis ?! ) /
Olho você conversando com outros /
que nem são seres /
são fetos de seres /
abortos postos no mundo /
enquanto você é uma das Ilhas Aleutas /
um arquipélago para pouso das procelárias /
aves em debandada do meu oceano nada pacífico /
Vejo-a única em beleza /
solitária em sua beleza pura /
- única beleza de ilha no Pacífico /
entre os demais ( que são demais!) /
navegando em solitude pelo Estreito de Magalhães /
pois por mais belos e belas /
que os demais sub-seres possam parecer /
são criaturas feias perto de sua capela radiante /
sua cabeça sob capuz louro /
sua boca a dizer palavras /
sem o amargor ou a ironia cáustica /
dos filósofos que sofrem de cinismo /
- do cinismo que vence as bestas /
as cavalgaduras quixotescas ou apocalípticas no mundo /
nos seus reinos de mendacidade /
porquanto sendo símios /
somente podem servir à política dos chimpanzés /
pois não para aptos para a sabedoria dos poetas invasores de sistemas
vegetais /
e dos sábios amantes da vida e da liberdade /
andarilhos monges livres /
das masmorras construídas com Direitos Humanos /
e outras doutrinas religiosas para orangotangos /
dançando seus tangos /
Desejo muito você /
deseja-a intensamente /
com a intensidade densa do magma do vulcão /
da Ilha de Santorini /
( Seu corpo para mim /
não é uma península anatômica e fisiológica somente /
é um tsunami na língua austronésia tagalo ) /
Sexualmente a quero muito /
e muito mais que quero o quero-quero /
quero-te quero-te-quero /
quero-quero e outro quero-quero /
no acasalamento do quero-quero /
na alma cavada pela paixão /
Todavia não posso te propor /
nada que não seja digno de ti /
nem de mim /
A terra molhada em paul /
é terra em ti /
na flor que quero que seja um miosótis /
que azul é seu amor e verde também /
na melodia plantada em violinos /
um Stradivárius e um Amati /
tocados pelo violinista azul /
e o outro verde violinista em erva /
Mas você apaúla?! /
ou a terra por baixo do ventre das heras /
não tem nada de palustre /
não guarda o lago /
com o arcanjo nadando por baixo do peixe /
a lagoa onde a garça branca /
anda na alvura da barra da alva /
silente no seu passo de bailarina de Degas /
num salto de flor de laranjeira aromática /
que pára-queda no beija-flor /
quedo o vôo /
sobre o único momento /
que o coração do tempo parou /
no ar das abelhas rajadas no amarelo dos seus cabelos /
A vizinha da loucura /
avezinha da loucura /
é minha alma /
alma minha /
alma de gato /
alma-de-gato /
de sete vidas /
- sete almas /
os sete demônios em Maria de Magdala /
se houve tal Maria /
se houve tal Magdalla /
caminho da rota mercantil /
com o vil til /
do lado que sopra o anjo no vento /
barlavento ou sotavento /
da ilha que invento viver /
no vegetal do coqueiro /
na respiração da palmeira /
na casa do marimbondo /
naquele vespeiro /
dependurado na palma verdejante /
que a palmeira estende /
para assinalar um adeus /
totalmente ateu /
nada hebreu no nado nato do arameu /
nata de Deus /
maranata /
Amo você /
e e é triste perder um amor /
uma paixão alucinante /
mas a vida é triste /
e um amor se perde /
depois ou antes que se ganhe /
pois temos a morte em tudo /
girando o motor /
e estagnando a água no rio de dentro do corpo /
uma paixão é também uma elegia /
não é somente uma ode ao amor /
Amo você amazona /
-amazona montada sobre um cavalo do apocalipse /
embuçada em manto escarlate /
sobre o cavalo vermelho /
pois você é o cavaleiro vermelho /
mas somente eu sei /
que o cavaleiro vermelho /
não é nenhum cavaleiro carmim /
mas uma amazona sim /
carmesim amazona do apocalipse /
na qual desejo deixar elegia um rastro de mim /
um rastro de homem /
que vai buscar o menino /
dentro da mulher amada /
(Depois de ler este poema /
olhe dentro dos meus olhos /
para eu ver se posso ler /
este poema escrito lá dentro /
no ermo da alma /
no longo rasto de luz dos olhos /
que desenha almas aladas ) /
terça-feira, 31 de maio de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
VINHO, HOSTES BÁRBARAS, FUNGOS, BACTÉRIAS(wikcionario wik dicionario wiki etimologi a)
A água abençoa o vinho /
- a água abençoa a vida! : /
é a alma da vida /
A água se ira em vinho /
dada sua arte plástica /
sua flexibilidade incomparável /
( Vinho é bebida espirituosa /
e do cesto ao incesto /
vai a uva /
- do cesto ao incesto de Noé /
vai a uva pisada no lagar /
onde ocorre o verdadeiro milagre do vinho /
tinto ou branco /
Milagre que prescinde de Jesus /
mas provavelmente não do homem /
mão e mente e pé diligente /
que fabrica o vinho /
que inventa o vinho /
uma bebida espirituosa atravessada por água pura /
da fonte segura da química molecular /
com sua fórmula químico-algébrica ) /
Dizem que Jesus transformou água em vinho /
sendo tal milagre /
uma mostra do poder de Jesus Cristo /
por ocasião das bodas de Canaã /
na Galileia dos gentios /
Claro e clara é essa anedota /
que, não obstante, cumpre função importante /
enquanto símbolo da ação do homem /
aqui eternizado na figura imaginária de Jesus /
produzindo um milagre : /
o milagre de transformar água em vinho /
que o ser humano já fizera muito antes de Cristo /
eras geológicas, metaforizando as Eras da geologia /
porque aqui é poesia ) /
Conquanto esse suposto ato de Jesus /
seja narrado como miraculoso /
trata-se de uma alegoria /
cujo fito foi dar mostra do poder do Senhor /
porque na realidade é o homem /
enquanto ser individual e coletivo /
ser genérico /
que transforma e transformou água em vinho /
através da indústria da vinicultura /
em processo industrial /
milênios antes de Jesus /
sequer ser concebido sem pecado /
no ventre da virgem /
( o recurso literário da alegoria /
permite narrar um fato genérico /
como se se tratasse de ato de um indivíduo /
que representa a espécie humana /
- no caso qualquer um de nós /
representamos plenamente para nosso ego /
toda a espécie humana /
Todavia, para os fanáticos que se perderam no caminho de si /
tocando a nota si na gaita de fole /
e se mirando nela como Narciso na lâmina d'água /
do rio que corre até a morte, /
para os fanáticos, no entanto,
a espécie ou o gênero humano /
simbolizado em Jesus /
ou outro profeta legislador ou filósofo grego, /
quando grego era em grego /
toda a filosofia que ainda é se desfia /
Kant acima /
Kant abaixo, /
não tem leitura do simbolismo /
não acha esta leitura no homem que se perdeu de si
na nota si monocórdia /
pois para ele o simbólico é real /
e o real uma ilusão de Maya e Maria. /
Canta isso, patativa do sertão profético! /
Cante até que cante Kant! ) /
Antes de vir-a-ser vinho /
a água já vem vindo na correnteza /
que passa por dentro da videira /
desagua na uva /
passa pela uva /
( não na uva-passa /
que é desidratada /
não abriga leito de torrente interior ) /
molha o esôfago /
e encharca o espírito /
- o espírito de vinho tinto! /
ou quiçá branco vinho /
em cavalo branco /
a galopar pelo Apocalipse quotidiano /
cavaleiro branco com arco e flecha /
centauro social /
- centauro da guerra /
Cadê minha amazona?! /
- a amazona do Apocalipse... /
( O vinho é um paul /
- água estagnada em álcool /
guardião de bactérias e fungos /
vírus e outras hostes bárbaras /
a cavalo sentada /
montada em sela /
tal qual um cavaleiro ou uma amazona /
dúplice centauro /
que surge no Apocalipse do dia-a-dia /
pois o Apocalipse dá-se de sol a lua /
falciforme e negra lua em Joan Miró... ) /
- a água abençoa a vida! : /
é a alma da vida /
A água se ira em vinho /
dada sua arte plástica /
sua flexibilidade incomparável /
( Vinho é bebida espirituosa /
e do cesto ao incesto /
vai a uva /
- do cesto ao incesto de Noé /
vai a uva pisada no lagar /
onde ocorre o verdadeiro milagre do vinho /
tinto ou branco /
Milagre que prescinde de Jesus /
mas provavelmente não do homem /
mão e mente e pé diligente /
que fabrica o vinho /
que inventa o vinho /
uma bebida espirituosa atravessada por água pura /
da fonte segura da química molecular /
com sua fórmula químico-algébrica ) /
Dizem que Jesus transformou água em vinho /
sendo tal milagre /
uma mostra do poder de Jesus Cristo /
por ocasião das bodas de Canaã /
na Galileia dos gentios /
Claro e clara é essa anedota /
que, não obstante, cumpre função importante /
enquanto símbolo da ação do homem /
aqui eternizado na figura imaginária de Jesus /
produzindo um milagre : /
o milagre de transformar água em vinho /
que o ser humano já fizera muito antes de Cristo /
eras geológicas, metaforizando as Eras da geologia /
porque aqui é poesia ) /
Conquanto esse suposto ato de Jesus /
seja narrado como miraculoso /
trata-se de uma alegoria /
cujo fito foi dar mostra do poder do Senhor /
porque na realidade é o homem /
enquanto ser individual e coletivo /
ser genérico /
que transforma e transformou água em vinho /
através da indústria da vinicultura /
em processo industrial /
milênios antes de Jesus /
sequer ser concebido sem pecado /
no ventre da virgem /
( o recurso literário da alegoria /
permite narrar um fato genérico /
como se se tratasse de ato de um indivíduo /
que representa a espécie humana /
- no caso qualquer um de nós /
representamos plenamente para nosso ego /
toda a espécie humana /
Todavia, para os fanáticos que se perderam no caminho de si /
tocando a nota si na gaita de fole /
e se mirando nela como Narciso na lâmina d'água /
do rio que corre até a morte, /
para os fanáticos, no entanto,
a espécie ou o gênero humano /
simbolizado em Jesus /
ou outro profeta legislador ou filósofo grego, /
quando grego era em grego /
toda a filosofia que ainda é se desfia /
Kant acima /
Kant abaixo, /
não tem leitura do simbolismo /
não acha esta leitura no homem que se perdeu de si
na nota si monocórdia /
pois para ele o simbólico é real /
e o real uma ilusão de Maya e Maria. /
Canta isso, patativa do sertão profético! /
Cante até que cante Kant! ) /
Antes de vir-a-ser vinho /
a água já vem vindo na correnteza /
que passa por dentro da videira /
desagua na uva /
passa pela uva /
( não na uva-passa /
que é desidratada /
não abriga leito de torrente interior ) /
molha o esôfago /
e encharca o espírito /
- o espírito de vinho tinto! /
ou quiçá branco vinho /
em cavalo branco /
a galopar pelo Apocalipse quotidiano /
cavaleiro branco com arco e flecha /
centauro social /
- centauro da guerra /
Cadê minha amazona?! /
- a amazona do Apocalipse... /
( O vinho é um paul /
- água estagnada em álcool /
guardião de bactérias e fungos /
vírus e outras hostes bárbaras /
a cavalo sentada /
montada em sela /
tal qual um cavaleiro ou uma amazona /
dúplice centauro /
que surge no Apocalipse do dia-a-dia /
pois o Apocalipse dá-se de sol a lua /
falciforme e negra lua em Joan Miró... ) /
domingo, 29 de maio de 2011
ÁGUA É ALMA DA MATÉRIA (wikcionario wik dicionario wiki etimologia)
Um dia a água /
que é a alma da matéria viva /
fora do peixe cristão no latim /
deixará de passar pelo corpo /
de nadar pelo corpo humano /
desenhando fisiologias e anatomias /
ao carrear energia /
em moléculas de pedra /
que é a forma de inteligência dos sais minerais /
quando em pó ou pedras minimizadas /
- rochas moleculares /
metálicas ou não metálicas /
boiando no líquido do mar vermelho /
do mar vermelho com hemoglobina /
mar de eritrócitos /
mar sanguíneo mar! /
de onde vem o amar /
que é todo o mar /
e movimento de mar /
e coração escarlate /
que late em língua espanhola! /
mas não na cor do latim /
em cor una ou "cor unum" /
( Coração arrítmico /
desperta paul /
com água nos tecidos /
nos interstícios dos tecidos ) /
Uma noite a água dentro do corpo enquadrado /
na fisiologia e anatomia de uma mulher na obra de Joan Miró /
- mulher pintada e plantada sem planta vegetal /
fora da estufa mental do artista /
a pensar a mulher com a paixão que move o artista /
a arte e a caça e a guerra /
assim algo meio-bruxa negra /
meio-vampira ou mulher fatal /
meio-morte com a lua falciforme /
erguida no céu para corujas e mochos /
- numa noite dessas pintadas por Joan Miró /
em obra poética /
a água não seguirá o curso da torrente de Cedron /
se desviará do álveo do rio ou riacho espumante /
abandonando o corpo humano ou animal /
o corpo anatômico e fisiológico /
- o corpo mítico do centauro /
corpo de fauno /
o ser dado em latim /
para estudo da fauna /
Um dia de sol chovendo no girassol /
que vai rodando e rondando o tempo e o espaço lato /
e também o espaço e tempo latente /
iminente /
ou uma noite de lua errante pela madrugada /
toda orvalhada e cantada a galope no som de galo negro /
embuçado dentro da noite sombria e fria para algia /
qualquer dia ou noite /
a água perderá o caminho para dentro do corpo /
ou será um paul dentro do corpo humano /
quando então o corpo humano /
que já dormira eras geológicas /
antes de vir a dormitar no ventre materno /
no sono do embrião e feto que se segue /
- um dia ou noite fechará todos os olhos /
no sono geológico /
- sono com tempo geológico /
Água de sono /
é paul para garças e saracuras oníricas /
originárias da matéria onírica das pernaltas /
que é a alma da matéria viva /
fora do peixe cristão no latim /
deixará de passar pelo corpo /
de nadar pelo corpo humano /
desenhando fisiologias e anatomias /
ao carrear energia /
em moléculas de pedra /
que é a forma de inteligência dos sais minerais /
quando em pó ou pedras minimizadas /
- rochas moleculares /
metálicas ou não metálicas /
boiando no líquido do mar vermelho /
do mar vermelho com hemoglobina /
mar de eritrócitos /
mar sanguíneo mar! /
de onde vem o amar /
que é todo o mar /
e movimento de mar /
e coração escarlate /
que late em língua espanhola! /
mas não na cor do latim /
em cor una ou "cor unum" /
( Coração arrítmico /
desperta paul /
com água nos tecidos /
nos interstícios dos tecidos ) /
Uma noite a água dentro do corpo enquadrado /
na fisiologia e anatomia de uma mulher na obra de Joan Miró /
- mulher pintada e plantada sem planta vegetal /
fora da estufa mental do artista /
a pensar a mulher com a paixão que move o artista /
a arte e a caça e a guerra /
assim algo meio-bruxa negra /
meio-vampira ou mulher fatal /
meio-morte com a lua falciforme /
erguida no céu para corujas e mochos /
- numa noite dessas pintadas por Joan Miró /
em obra poética /
a água não seguirá o curso da torrente de Cedron /
se desviará do álveo do rio ou riacho espumante /
abandonando o corpo humano ou animal /
o corpo anatômico e fisiológico /
- o corpo mítico do centauro /
corpo de fauno /
o ser dado em latim /
para estudo da fauna /
Um dia de sol chovendo no girassol /
que vai rodando e rondando o tempo e o espaço lato /
e também o espaço e tempo latente /
iminente /
ou uma noite de lua errante pela madrugada /
toda orvalhada e cantada a galope no som de galo negro /
embuçado dentro da noite sombria e fria para algia /
qualquer dia ou noite /
a água perderá o caminho para dentro do corpo /
ou será um paul dentro do corpo humano /
quando então o corpo humano /
que já dormira eras geológicas /
antes de vir a dormitar no ventre materno /
no sono do embrião e feto que se segue /
- um dia ou noite fechará todos os olhos /
no sono geológico /
- sono com tempo geológico /
Água de sono /
é paul para garças e saracuras oníricas /
originárias da matéria onírica das pernaltas /
sábado, 28 de maio de 2011
REVELAÇÃO EM GEOGLÍFICOS GENES DA AMAZONA (wikcionario wik dicionario geoglíficos genes amazona wikcionario )
O Apocalipse vem a cavalo /
o Apocalipse está nas patas do meu cavalo /
trotando ou marchando /
- marchador marcando o passo /
no Manga larga Marchador /
( O Apocalipse refoge aos alfarrábios
velhos escritos no pó
com o dedo no pó
desenhado em arabescos /
que não são do árabe /
mas do hebraico-aramaico /
que passa ao grego pela Septuaginta /
e só vem parar em voz em latim /
quando a Vulgata fala /
canta e escreve a revelação do profeta morto /
há temos coberto de pó /
- profeta em pó /
empós tantas alvoradas belas /
que me evoca o poeta Mário Quintana /
já caveira e ossos para bandeira de pirata /
flibusteiros e bucaneiros /
e corsários do Byron romântico bardo inglês ) /
Elia! Cavaleiro Negro do Apocalipse! /
Vem cavaleiro negro do Apocalipse! /
( O Apocalipse é velho como o tempo do homem /
a sobrevivência do macróbio /
do Ancião dos Dias /
do varão vigoroso e virtuoso que sobreviveu ao ímpio /
para regozijo dos justos /
- tempo eterno de longânimo em solidão e solidéu /
se não vir a amazona /
da qual segue o rastro /
porquanto ela está montada no corcel vermelho do Apocalipse /
rumo a uma fonte rumorejante /
onde o profeta espera-a viva /
em carne viva e sensual! /
para a perpetuação dos dias /
que se seguirão a todos os Apocalipses /
até o Apocalipse final /
- o momento escatológico do homem e da terra /
enquanto planeta que morrerá /
enquanto Gaia, a deusa mãe /
que nos mantém em tríduo ventres : /
no ventre escuro de antes do feto /
e no ventre escuro da madre /
e por fim no ventre negro de Gaia /
sob terra ou no pó que fica do corpo /
buscando tempo para arcanjo ou serafim ) /
Sobre o corcel negro, o Apocalipse cavalga /
- o Apocalipse é um cavalo /
com um cavaleiro negro à galope /
um intrépido cavaleiro negro do Apocalipse! /
centauro solto pelos moinhos de vento! /
- centauro soprado pelos arcanjos nos moinhos de vento /
- moinhos de vento de Van Gogh! /
Sobre quatro patas /
quatro cavaleiros /
avançam montados sobre quatro cavalos /
- cavalos com ventas no vento /
crinas eriçadas do manga larga marchador /
em cores letais no cavalo amarelo /
- amarelo cavaleiro a cavalgar distâncias de peste /
espargidas nos quatro ventos /
nas quatro rosas do vento /
espalhando miasmas com palha no ar /
- ar mefítico de paul sem vida /
sem saracura do brejo /
peixes ou jacaré /
ou quero-quero a passar e gritar /
tocando pela brisa sua corda no violino /
numa espécie de tatibitate que ouvimos como se fora : "quero-quero!" /
mas que é qualquer som /
sem qualquer querer ou voz em onomatopéia para ave /
Quatro cavalos /
quatro cavaleiros /
tamborilando o solo /
- Quatro céleres cavaleiros! /
No entanto, nenhuma amazona!... /
Quatro cavaleiros do Apocalipse /
tamborilam tamborilam tamborilam /
fazem do solo escabelo para tambor /
tambor solista /
sob as quatro patas a tamborilar solista no solo /
solidificado sob os quatro cavaleiros do Apocalipse a tamborilar /
tamborilar tamborilar tamborilar... /
com as patas de seus cavalos /
São quatro os cavaleiros /
o Apocalipse sopra quatro cavaleiros ao vento /
- mas nenhuma amazona!.../
( por quê nenhuma amazona
é partícipe do Apocalipse?!...) /
Quatro cavaleiros do Apocalipse /
e nenhuma amazona! /
Nenhuma amazona para deixar seu rasto /
o rasto dela /
ou meu rasto nela /
no corpo dela /
no corpo da mulher! /
- Meu rastro em geoglíficos genes /
escrito ou riscado no corpo dela /
corpo de amazona /
pois também sou cavaleiro /
- cavaleiro branco do Apocalipse /
ou às vezes cavaleiro negro /
escuro no escuro /
obediente à vocação do tempo /
que chama também uma amazona /
para encetar outro Apocalipse /
que o profeta não percebera /
ou não estava legível no tempo da revelação /
o Apocalipse está nas patas do meu cavalo /
trotando ou marchando /
- marchador marcando o passo /
no Manga larga Marchador /
( O Apocalipse refoge aos alfarrábios
velhos escritos no pó
com o dedo no pó
desenhado em arabescos /
que não são do árabe /
mas do hebraico-aramaico /
que passa ao grego pela Septuaginta /
e só vem parar em voz em latim /
quando a Vulgata fala /
canta e escreve a revelação do profeta morto /
há temos coberto de pó /
- profeta em pó /
empós tantas alvoradas belas /
que me evoca o poeta Mário Quintana /
já caveira e ossos para bandeira de pirata /
flibusteiros e bucaneiros /
e corsários do Byron romântico bardo inglês ) /
Elia! Cavaleiro Negro do Apocalipse! /
Vem cavaleiro negro do Apocalipse! /
( O Apocalipse é velho como o tempo do homem /
a sobrevivência do macróbio /
do Ancião dos Dias /
do varão vigoroso e virtuoso que sobreviveu ao ímpio /
para regozijo dos justos /
- tempo eterno de longânimo em solidão e solidéu /
se não vir a amazona /
da qual segue o rastro /
porquanto ela está montada no corcel vermelho do Apocalipse /
rumo a uma fonte rumorejante /
onde o profeta espera-a viva /
em carne viva e sensual! /
para a perpetuação dos dias /
que se seguirão a todos os Apocalipses /
até o Apocalipse final /
- o momento escatológico do homem e da terra /
enquanto planeta que morrerá /
enquanto Gaia, a deusa mãe /
que nos mantém em tríduo ventres : /
no ventre escuro de antes do feto /
e no ventre escuro da madre /
e por fim no ventre negro de Gaia /
sob terra ou no pó que fica do corpo /
buscando tempo para arcanjo ou serafim ) /
Sobre o corcel negro, o Apocalipse cavalga /
- o Apocalipse é um cavalo /
com um cavaleiro negro à galope /
um intrépido cavaleiro negro do Apocalipse! /
centauro solto pelos moinhos de vento! /
- centauro soprado pelos arcanjos nos moinhos de vento /
- moinhos de vento de Van Gogh! /
Sobre quatro patas /
quatro cavaleiros /
avançam montados sobre quatro cavalos /
- cavalos com ventas no vento /
crinas eriçadas do manga larga marchador /
em cores letais no cavalo amarelo /
- amarelo cavaleiro a cavalgar distâncias de peste /
espargidas nos quatro ventos /
nas quatro rosas do vento /
espalhando miasmas com palha no ar /
- ar mefítico de paul sem vida /
sem saracura do brejo /
peixes ou jacaré /
ou quero-quero a passar e gritar /
tocando pela brisa sua corda no violino /
numa espécie de tatibitate que ouvimos como se fora : "quero-quero!" /
mas que é qualquer som /
sem qualquer querer ou voz em onomatopéia para ave /
Quatro cavalos /
quatro cavaleiros /
tamborilando o solo /
- Quatro céleres cavaleiros! /
No entanto, nenhuma amazona!... /
Quatro cavaleiros do Apocalipse /
tamborilam tamborilam tamborilam /
fazem do solo escabelo para tambor /
tambor solista /
sob as quatro patas a tamborilar solista no solo /
solidificado sob os quatro cavaleiros do Apocalipse a tamborilar /
tamborilar tamborilar tamborilar... /
com as patas de seus cavalos /
São quatro os cavaleiros /
o Apocalipse sopra quatro cavaleiros ao vento /
- mas nenhuma amazona!.../
( por quê nenhuma amazona
é partícipe do Apocalipse?!...) /
Quatro cavaleiros do Apocalipse /
e nenhuma amazona! /
Nenhuma amazona para deixar seu rasto /
o rasto dela /
ou meu rasto nela /
no corpo dela /
no corpo da mulher! /
- Meu rastro em geoglíficos genes /
escrito ou riscado no corpo dela /
corpo de amazona /
pois também sou cavaleiro /
- cavaleiro branco do Apocalipse /
ou às vezes cavaleiro negro /
escuro no escuro /
obediente à vocação do tempo /
que chama também uma amazona /
para encetar outro Apocalipse /
que o profeta não percebera /
ou não estava legível no tempo da revelação /
sexta-feira, 27 de maio de 2011
GRÂNULOS ETÉREOS DO MUNDO LÚDICO NA BONECA (wikcionario wik dicionario)
Quão bela eras tu com tua boneca!
- quão bela menina!
( quão bela é a menina!
- toda menina!
em sua paixão infantil!
sem o homem por perto
a arruinar o sopro do vento no moinho de vento do nariz
pintado no cavalete do menino Van Gogh
ao longo da linha do vento no moinho e no moleiro...
- este artista sublime que cheirou a tragédia pelos moinhos de vento
pelo pelo no pelo do nariz do moleiro
e da ave do mesmo nome
que sabe às intempéries
Oh! mandrião!...procelárias... na procela...)
Quão bela eras!
- Eras de uma beleza apenas vista sutilmente
nos traços e cores simples de Joan Miró
quando o artista olha e põe o mundo em traços e cores
no rascunho da eternidade!...
Quando o pintor tira o mel da luz dos olhos
e põe pelas mãos na pintura
na tinta de mel e luz mesclada
Pelas mãos! e não pelos pés descalços em carmelitas
a descer a escada do céu
envolta a visão em um anil-Miró...
mirado e remirado
num halo de anil Joan Miró
que quando anoitece vira anum
pelo céu da bruxa
em mixórdia com o negrume do anum
tapume de sol
com a mulher perdida dentro das trevas da noite
nas penas capitais do anum
negro feito a morte
- a morte que apaga a luz no carvão
após apagar a brasa
no silêncio do cigarro
que se evola...
com a tragédia escorrendo para dentro
do coração da mulher
enquanto uma personagem em noite de Joan Miró
porquanto o senso trágico da existência
não é exclusivo dos gregos e de Nietzsche
A tragédia é encenada dentro do anfiteatro da noite
Noite fria em penas de anum
lua falciforme negra
similar à cimitarra
curva qual adaga longa
com um carrasco na jugular
e um verdugo cuidando da cervical
na tragédia e rito de execução do sentenciado
( Todos somos condenados
por crimes que inventaram
os senadores do crime
em sua senectude )
Teu corpo de menina distraída
inclinado para a boneca
que colocavas carinhosamente e cuidadosamente no carro!...
- no carrinho cor-de-rosa
que empurravas pela casa fora...
Feliz, de uma felicidade quieta e silente
em surda emoção
Posteriormente tu passaste a puxar o carrinho pela mão
graças ao cordão que amarrei no brinquedo rosado
- com todo o carinho de um pai encantado!...:
quando e enquanto o tempo não era de pedra
mas de água... doce água
- água doce de arroio até na cerveja!
O mundo e o tempo parava então
quedo e mudo te assistindo
outrossim encantado
enquanto brincavas imersa naquele sonho etéreo
Então o espaço deixava de girar com grânulos de poeira
os quais tem o condão de tecer uma cortina para fantasmas no ar
de ar e pó e teias de aranhas semi-arrancadas dos vãos
que o espaço e o tempo abria em clarabóia
para a luz participar do momento lúdico...
envolto eternamente no casulo protetor do tempo
que já criou outras meninas
assim tão felizes de se ver!
( O tempo envolve o ser humano
em uma crisálida de pedra
num fóssil que aguarda a ressurreição dos mortos
porque o homem não quer morrer
não quer deixar o tempo vazio de si
de sua notação musical )
Tudo acontecia quando tu te inclinavas
para teu carinho róseo
e tua boneca amada!
- Era outra Era geológica!....
de tão longe que ficou aquele tempo...
Acho que se passaram eras
- Eras geológicas se passaram pelo tempo depois disso!...
empós esses atos teus
alheios ao geólogo
à geologia à mineralogia gemologia metalurgia...
Ai! como esses atos teus
marcaram indelevelmente a terra
as ervas sobre a terra
a vida vegetal
o planeta e o cosmos!
- e ao meu coração
que é mais importante
que todas as Eras Glaciais
todas as Eras geológicas!
( Dá-se o fim da menina
quando crescem as bonecas...)
- quão bela menina!
( quão bela é a menina!
- toda menina!
em sua paixão infantil!
sem o homem por perto
a arruinar o sopro do vento no moinho de vento do nariz
pintado no cavalete do menino Van Gogh
ao longo da linha do vento no moinho e no moleiro...
- este artista sublime que cheirou a tragédia pelos moinhos de vento
pelo pelo no pelo do nariz do moleiro
e da ave do mesmo nome
que sabe às intempéries
Oh! mandrião!...procelárias... na procela...)
Quão bela eras!
- Eras de uma beleza apenas vista sutilmente
nos traços e cores simples de Joan Miró
quando o artista olha e põe o mundo em traços e cores
no rascunho da eternidade!...
Quando o pintor tira o mel da luz dos olhos
e põe pelas mãos na pintura
na tinta de mel e luz mesclada
Pelas mãos! e não pelos pés descalços em carmelitas
a descer a escada do céu
envolta a visão em um anil-Miró...
mirado e remirado
num halo de anil Joan Miró
que quando anoitece vira anum
pelo céu da bruxa
em mixórdia com o negrume do anum
tapume de sol
com a mulher perdida dentro das trevas da noite
nas penas capitais do anum
negro feito a morte
- a morte que apaga a luz no carvão
após apagar a brasa
no silêncio do cigarro
que se evola...
com a tragédia escorrendo para dentro
do coração da mulher
enquanto uma personagem em noite de Joan Miró
porquanto o senso trágico da existência
não é exclusivo dos gregos e de Nietzsche
A tragédia é encenada dentro do anfiteatro da noite
Noite fria em penas de anum
lua falciforme negra
similar à cimitarra
curva qual adaga longa
com um carrasco na jugular
e um verdugo cuidando da cervical
na tragédia e rito de execução do sentenciado
( Todos somos condenados
por crimes que inventaram
os senadores do crime
em sua senectude )
Teu corpo de menina distraída
inclinado para a boneca
que colocavas carinhosamente e cuidadosamente no carro!...
- no carrinho cor-de-rosa
que empurravas pela casa fora...
Feliz, de uma felicidade quieta e silente
em surda emoção
Posteriormente tu passaste a puxar o carrinho pela mão
graças ao cordão que amarrei no brinquedo rosado
- com todo o carinho de um pai encantado!...:
quando e enquanto o tempo não era de pedra
mas de água... doce água
- água doce de arroio até na cerveja!
O mundo e o tempo parava então
quedo e mudo te assistindo
outrossim encantado
enquanto brincavas imersa naquele sonho etéreo
Então o espaço deixava de girar com grânulos de poeira
os quais tem o condão de tecer uma cortina para fantasmas no ar
de ar e pó e teias de aranhas semi-arrancadas dos vãos
que o espaço e o tempo abria em clarabóia
para a luz participar do momento lúdico...
envolto eternamente no casulo protetor do tempo
que já criou outras meninas
assim tão felizes de se ver!
( O tempo envolve o ser humano
em uma crisálida de pedra
num fóssil que aguarda a ressurreição dos mortos
porque o homem não quer morrer
não quer deixar o tempo vazio de si
de sua notação musical )
Tudo acontecia quando tu te inclinavas
para teu carinho róseo
e tua boneca amada!
- Era outra Era geológica!....
de tão longe que ficou aquele tempo...
Acho que se passaram eras
- Eras geológicas se passaram pelo tempo depois disso!...
empós esses atos teus
alheios ao geólogo
à geologia à mineralogia gemologia metalurgia...
Ai! como esses atos teus
marcaram indelevelmente a terra
as ervas sobre a terra
a vida vegetal
o planeta e o cosmos!
- e ao meu coração
que é mais importante
que todas as Eras Glaciais
todas as Eras geológicas!
( Dá-se o fim da menina
quando crescem as bonecas...)
quarta-feira, 25 de maio de 2011
INSÓLITO JACARÉ DE PAUL COM INEXISTENCIALISMO CÉTICO EM LATIM( wikcionario wikdicionario )
Jacaré é água
- água de paul
sob céu azul
Céu azul é
vôo de arara azul
outro violinista azul
violinista de paul
outrossim
Ao sul
o jacaré açu
açula os cães
a morder o Cão Maior
e o Cão Menor
que caça estrelas consteladas
Jacaré verde
sinuoso como a água
que lhe corre dentro
e por onde nada fora
insinuando-se no tupi
língua mãe das águas
barriga d'água
sem mágoa
na lagoa
onde soa a loa à toa
feito uma andorinha de Manuel Bandeira
( ou de João-de-Barros seria a andorinha
pardacenta na tarde parda que tarda!
com cinzas no tempo
voando em outra andorinha
- já cinza, cinzenta, acinzentada andorinha!...
minha andorinha que não aninha
sozinha vista no céu de plúmbea pomba
em solitude no vôo...
e pomba cinza em solitude é sempre cinzas na cabeça
solidéu e solidão de monge em penitência...
"ora pro nobis" " Opus Dei..."
monges que somos todos
ainda sem querer
sem nenhuma vontade!...
mas toda vocação
que é vocação para o homem
ser e ser só no mundo
existir na solidão
sem nunca se contentar com a existência
nem com a solidão angustiante
que faz o mundo sempre apertado
mesmo nas gargantas dos Grandes Cânions! )
Jacaré é
água de goiabeira
da mesma beira de água da goiabeira
sem eira nem beira
Da mesma água
do verde ali
verde buriti
com pé calcado ao chão
em raiz quadrada de goiabeira verdejante
com a água rasa que rega a goiabeira
por dentro do que é goiabeira
em insinuante corpo com nuances insólitas
( nu corpo nu
nua lua
plenilúnio
de amarelos olhos
acima do verde...:
que desce no jacaré açu!
abaixo do azul
acima do verde em erva daninha
em companhia de joaninha...
Na asa a azinhaga
curva um ínvio caminho
no ramo com espinho
e flor branca à capela )
O jacaré é o que é a água
A água é o que é o jacaré
bicho de água
água-bicho-água
bisado batizado n'água
pelo batista João
de barro a barros e a barcos
com velas de veleiro às costas
de costa a costa
tal qual na alegoria de Salvador Dali
de mar abertas as velas do brigue
a convite de piratas e corsários
bucaneiros e flibusteiros
livres bandeiras negras
a assaltar no Caribe
juntando caveira e ossos
onde bebe a morte na taberna
quando em companhia do marujo na taberna
ébrios companheiros
bêbado casal
( Quem seriam os maiores e piores piratas?
Os piratas a albaroar navios
ou os corsários bucaneiros e flibusteiros vestidos de reis
adornados com títulos pomposos de imperadores
ou presidentes de repúblicas
a roubar usando a sanção da lei
a violência ou violação irresístivel da lei
- que é a violência da lei
a pior e mais cruel violência contra outro ser humano!
A violência da lei é pior que o crime mais bárbaro
e mais cruel ainda!
porquanto toda a violência da lei
repousa ou age na sansão
sob o eufemismo sanção
e tem o apoio da multidão bestial
a canalha ingênua
os mesmos que aplaudiram Nero
e condenaram Jesus Cristo ao calvário?!
Tem Sansão personagem mítica-bíblica
e sanção : personagem de lei ou carrasco
verdugo algoz
- A lei é mais algoz que albatroz
e o Direito uma vara torta
reta curva (parábola narrada por Cristo e desenhado por Descartes )
que é segmento de reta em Euclides grego
e se curva ao rei e à gravidade em Einstein
se se por tudo na ilha de Lesbos
ou em boa loa em Samoa )
Jacaré é água
e água é jacaré
um por fora outro por dentro
formando um corpo
com dois corpos
pois é assim que toma forma material e energética a existência
com a tensão na dicotomia dos corpos
que se polarizam na existência
e se unificam na essência
a caminho do ser
a remo do barco do homem
com âncora no invento
do engenho
que Salvador Dali
põe às costas do homem
na sua alegoria na costa do mar
com o náufrago com os pés na areia
ou o homem-veleiro pisando terra firme
depois de tanta água mole!
depois de tanto chapinhar na água
caminhar a modo do lagarto jesus-cristo
e depois entrar pelo vão da aurora de porta aberta
areia aberta aos pés descalços de carmelitas e franciscanos
e dormir feto no ventre de Robinson Crusoé
( Que é jacaré?!..)
Jacaré é água que água bicho d'água
- jacaré é água
que desagua na boca de índio
mar de idiomas e enzimas
indígena aborígine autóctone
( jacaré é água
não jaca
mas parte de jaca
na voz e natureza líquida
liquefeita feita
em língua tupi
na enzima da língua tupi
que há de deglutir o jacaré
outro animal canibal
que dá a natureza vegetal
para o jacaré viver
porquanto viver é vegetar
existir em planta
O homem existe também em planta rabiscada
em signos linguísticos e geométricos
e os respectivos símbolos
que dão significado á história
que sempre é história da ontologia
e não da humanidade
nem tampouco da filosofia
que filosofia nada é
senão uma palavra para o gosto e o arroto
além do bocejo e o bosquejo )
A água tem corpo dentro
e corpo fora do corpo do jacaré
corre com seu corpo aquático do chão ao céu
do jacaré à jaca
( O homem se estende
do jacaré à jaca
este é o território onde pisa
e domina quando dominante besta
- dominante e indomável fera
O mapa territorial do homem
se espicha por terras e terras
latifúndios minifúndios sem fundo
perdidos até ao infinito matemático
do matemático que sonha numéricamente )
Outrossim a água que é o jacaré e a jaca concomitantemente
se enterra sob areias
ou "vive" vida aquática sob rochas
sob arbustos e libélulas lépidas
lepidópteros e coleópteros
dentro do coleóptero vagalume
que risca a noite de luz
pirilampa seu relâmpago
o pirilampo e seu lampejo
Água no leito
se deita sob lençóis freáticos
ou sobre nuvens ao plúmbeo
- plúmbeo de cor de pomba
voando no cinza
que esparge no caminho de vôo lépido
simples voar de pomba
( Simples é a vida
o homem é que quer salvar com remédios e doutrinas de ser
que abrigam seus conceitos de essência ou ser
e sua concomitante não aceitação da existência
tal qual é a existência
e não o que ele quer fazer da existência
com o invento do ser no discurso tenso
- quer salvar o que não tem mais salvação
- o corpo que já é alimento a caminho
a meio caminho
para o rito da morte
que o homem já põe no templo do apocalipse
para evadir-se da realidade
que não usa paliativos como remédios
não tem farmácia para remendos de estropiados
mas farmácia para vida e morte
na picadura da serpente peçonhenta
e no que de tóxico carrega as folhas dos vegetais /
- todos cavaleiros da vida e da morte /
cavaleiro negro e amazona branca /
branca amazona a cavalo ) /
Jacaré é réptil da ordem Crocodylia
da família dos aligatores
família Alligatoridae
uma das três em que foi dividida a ordem desses repteis :
Gavialidae Alligatoridae e família Crocodylidae
nas quais estão em corpo anatômico-científico
os gaviais aligátores e crocodilos
todos animais aquáticos
animais-água na poesia
que dá sombra às catedrais de seus corpos
templos da água benta pelo profeta canonizado São João Batista
o senhor das águas
depois do rei das águas
que está na dinastia do jacaré
e que também é denominado Moisés
no santo livro da genética escrito na fórmula química das águas
- das águas que agem ( pensam) na fórmula
que as águas formularam na lâmina da álgebra
O jacaré é o rei das águas dos pântanos
rei do paul
onde o mato engrossa e dá nome ao Estado do Mato Grosso
O estado do mato Grosso é uma nação originária das ervas daninhas e boninas
que arrastam a palmilha pelos chãos infindos para a liberdade das ervas
( as ervas riem de tudo em nós homens
porque ervas são filósofas cínicas
e homens tolos bufões de ópera
ridículas criaturas
polichinelos na comédia da arte italiana
que é a comédia do mundo
tal qual Dante a lia
na liana que escreveu e descreveu em poemas longos
cantos que chegam ao inferno )
O estado de ervas do Mato Grosso
essa nação das ervas filósofas cínicas
povo de gente simples e austera
filho herbáceo do rio Araguaia
que zagaia as onças pretas que erram pelo mato grosso
que lhes cobre com flora divina coroada pela orquídea brasileira
a qual abrasa os olhos em brasa estupafaciente
acesa na camuflagem da fauna bravia
chamativa de abelhas em enxame de uvas sem passas
na loucura de sonho sem lógica da natureza vista em mata fechada
- ouvida cheirada tateada no silêncio de vidro quebrado pela ave canora
ou pelo grilo que sai da sotaina negra da noite dominicana
( a noite é um frade negro da Inquisição eterna
- a Inquisição que não sai do medo que temos dela ainda em voga nos
ramais dos tribunais e seus anais
onde o grilo canta "grillus" em latim jurídico
este insecto ortóptero da família griyllidae Ordem Orthoptera
sendo que no latim
o vocábulo inseto é, jocosamente" :
"animalis insectus" para signficar "animais que não tem partes"
ou ainda "animais sem secções"
não segmentados ou seccionados
pois essa a visão dos"donos" do latim )
O jacaré fugiu do Plioceno era mesozóica na Europa
para o sul de azul à flor do céu
e evoluiu na práxis à Darwin além da espécie
no gênero Alligator, na América do Norte,
onde prospera também o gênero Crocodylos
na língua do latim e na física e química do norte
com seu corpo herbáceo por baixo
e o corpo eletromagnético por cima
e pelos quatro lados do quadrado
na quadrática raiz das ervas de raiz quadrada no solo
O jacaré põe seu ovo e seu sol
ao oeste onde o mato é grosso
naquele nicho de erva que denomina o Mato Grosso
que foi tratado nas Tordesilhas
sem a anuência do jacaré
ao acaso das ondas senoidais que narram fatos na lâmina d'água
ou ao ocaso do sol
O ovo do jacaré no ocaso do anil
em levante de anum
de algum anum
ou nenhum anum
ou todo anum
na barra da alva com flor de laranjeira à beira da ribeira
e na noite que na nata dorme em tom de anum
no escuro do sonho do anum
um negro sonhar
( a noite é um anum
num bando de anum
ou num anum só
em solitude negra
com lua negra falciforme
pintada por Joan Miró
com personagens dramáticas na noite
- da noite enamorada
nonada nata inata )
Lá na terra e água do jacaré açu
não canta o sabiá
na palma da palmeira que baila no vento de moinho de vento
girando na roda de Van Gogh vivo
Dentro do mato grosso não canta o sabiá
sabe se lá porque o lá sem bemol da flora
não canta lá onde o mato é grosso
mas não é grou
mesmo porque por lá não voa grou
mas sim tuiuiú
jaburu jabiru
Vá saber lá o porquê
se algum sabiá há lá
no lá lá lá do pássaro que canta lá
canoro canora ave
a encher o vento com canto
( Sabe se lá se há lá algum sabiá; há?! )
Lá o lá sustenido que canta na mata cerrada
canta canta em Vanessa da Mata!
- a raiz quádrupla do canto primordial da mata dos Xavantes
e das ervas que se despejam por baixo das matas
com suas cabeças herbáceas tocando o levante na flor
que risca o céu no azul de baixo
e o verde violinista verde das ervas
que sobe à sublimidade além céus
pela escada de Jacó da mata verde
uma cabeleira vegetal de Berenice no solo
cabeleira verde
de violinista verde
grave na toada lenta do violoncelo
com ocelo de inseto
para ferreiro com martelo e bigorna
na oitiva do grave
som que se arrasta
O jacaré é o existencialismo ateu posto n'água
corpo a corpo de água
por dentro dos canais do jacaré
e também pelos leitos dos igarapés das matas
dos rios que fluem entre e sobre terras batizadas
e prontas para fazer todo o Adão
que é um ser do homem
uma concepção meramente humana
sem vínculo material com a realidade ou natureza
conceito esse que vai da planta
nada no jacaré
e anda ereto no homem
corpo a corpo
anatomia a anatomia
fisiologia a fisiologia
consoante engendra a natureza
- essa flor grega no nome para natureza
e tupi na denominação para jacaré
A vida é um jacaré
e procura caminho
por dentro e por fora
na conservação do corpo interior
e da relação com o corpo exterior
espelhado pelo sol nas águas
Não busca remédios
busca reprodução
ou usa a farmácia na peçonha da víbora
ou nos venenos nos vegetais
que equilibram a matéria e energia
ou mata o bicho
para alimento de predadores ou vermes
- Na dança dos vermes
a dança da morte !
e também da vida!
( Ora-pro-nobis ó "Pereskia aculeata"! )
Água é vida
- vida é existência
(realidade, natureza a por flor e esgalhos tortos por luz
na busca do mel contido na luz do sol )
mas o homem se aliena em filósofo
teólogo ou místico sufi
e faz da existência uma essência (inexistencialismo cético )
coisa sua ou "causa sui"
- coisa que a vida não é
pois a vida nem é coisa
mas função de ato com água
- e água é jacaré
que é água
que é vida ...
- simples assim
como as pombas são assim
pombas enfim
- Fim
- água de paul
sob céu azul
Céu azul é
vôo de arara azul
outro violinista azul
violinista de paul
outrossim
Ao sul
o jacaré açu
açula os cães
a morder o Cão Maior
e o Cão Menor
que caça estrelas consteladas
Jacaré verde
sinuoso como a água
que lhe corre dentro
e por onde nada fora
insinuando-se no tupi
língua mãe das águas
barriga d'água
sem mágoa
na lagoa
onde soa a loa à toa
feito uma andorinha de Manuel Bandeira
( ou de João-de-Barros seria a andorinha
pardacenta na tarde parda que tarda!
com cinzas no tempo
voando em outra andorinha
- já cinza, cinzenta, acinzentada andorinha!...
minha andorinha que não aninha
sozinha vista no céu de plúmbea pomba
em solitude no vôo...
e pomba cinza em solitude é sempre cinzas na cabeça
solidéu e solidão de monge em penitência...
"ora pro nobis" " Opus Dei..."
monges que somos todos
ainda sem querer
sem nenhuma vontade!...
mas toda vocação
que é vocação para o homem
ser e ser só no mundo
existir na solidão
sem nunca se contentar com a existência
nem com a solidão angustiante
que faz o mundo sempre apertado
mesmo nas gargantas dos Grandes Cânions! )
Jacaré é
água de goiabeira
da mesma beira de água da goiabeira
sem eira nem beira
Da mesma água
do verde ali
verde buriti
com pé calcado ao chão
em raiz quadrada de goiabeira verdejante
com a água rasa que rega a goiabeira
por dentro do que é goiabeira
em insinuante corpo com nuances insólitas
( nu corpo nu
nua lua
plenilúnio
de amarelos olhos
acima do verde...:
que desce no jacaré açu!
abaixo do azul
acima do verde em erva daninha
em companhia de joaninha...
Na asa a azinhaga
curva um ínvio caminho
no ramo com espinho
e flor branca à capela )
O jacaré é o que é a água
A água é o que é o jacaré
bicho de água
água-bicho-água
bisado batizado n'água
pelo batista João
de barro a barros e a barcos
com velas de veleiro às costas
de costa a costa
tal qual na alegoria de Salvador Dali
de mar abertas as velas do brigue
a convite de piratas e corsários
bucaneiros e flibusteiros
livres bandeiras negras
a assaltar no Caribe
juntando caveira e ossos
onde bebe a morte na taberna
quando em companhia do marujo na taberna
ébrios companheiros
bêbado casal
( Quem seriam os maiores e piores piratas?
Os piratas a albaroar navios
ou os corsários bucaneiros e flibusteiros vestidos de reis
adornados com títulos pomposos de imperadores
ou presidentes de repúblicas
a roubar usando a sanção da lei
a violência ou violação irresístivel da lei
- que é a violência da lei
a pior e mais cruel violência contra outro ser humano!
A violência da lei é pior que o crime mais bárbaro
e mais cruel ainda!
porquanto toda a violência da lei
repousa ou age na sansão
sob o eufemismo sanção
e tem o apoio da multidão bestial
a canalha ingênua
os mesmos que aplaudiram Nero
e condenaram Jesus Cristo ao calvário?!
Tem Sansão personagem mítica-bíblica
e sanção : personagem de lei ou carrasco
verdugo algoz
- A lei é mais algoz que albatroz
e o Direito uma vara torta
reta curva (parábola narrada por Cristo e desenhado por Descartes )
que é segmento de reta em Euclides grego
e se curva ao rei e à gravidade em Einstein
se se por tudo na ilha de Lesbos
ou em boa loa em Samoa )
Jacaré é água
e água é jacaré
um por fora outro por dentro
formando um corpo
com dois corpos
pois é assim que toma forma material e energética a existência
com a tensão na dicotomia dos corpos
que se polarizam na existência
e se unificam na essência
a caminho do ser
a remo do barco do homem
com âncora no invento
do engenho
que Salvador Dali
põe às costas do homem
na sua alegoria na costa do mar
com o náufrago com os pés na areia
ou o homem-veleiro pisando terra firme
depois de tanta água mole!
depois de tanto chapinhar na água
caminhar a modo do lagarto jesus-cristo
e depois entrar pelo vão da aurora de porta aberta
areia aberta aos pés descalços de carmelitas e franciscanos
e dormir feto no ventre de Robinson Crusoé
( Que é jacaré?!..)
Jacaré é água que água bicho d'água
- jacaré é água
que desagua na boca de índio
mar de idiomas e enzimas
indígena aborígine autóctone
( jacaré é água
não jaca
mas parte de jaca
na voz e natureza líquida
liquefeita feita
em língua tupi
na enzima da língua tupi
que há de deglutir o jacaré
outro animal canibal
que dá a natureza vegetal
para o jacaré viver
porquanto viver é vegetar
existir em planta
O homem existe também em planta rabiscada
em signos linguísticos e geométricos
e os respectivos símbolos
que dão significado á história
que sempre é história da ontologia
e não da humanidade
nem tampouco da filosofia
que filosofia nada é
senão uma palavra para o gosto e o arroto
além do bocejo e o bosquejo )
A água tem corpo dentro
e corpo fora do corpo do jacaré
corre com seu corpo aquático do chão ao céu
do jacaré à jaca
( O homem se estende
do jacaré à jaca
este é o território onde pisa
e domina quando dominante besta
- dominante e indomável fera
O mapa territorial do homem
se espicha por terras e terras
latifúndios minifúndios sem fundo
perdidos até ao infinito matemático
do matemático que sonha numéricamente )
Outrossim a água que é o jacaré e a jaca concomitantemente
se enterra sob areias
ou "vive" vida aquática sob rochas
sob arbustos e libélulas lépidas
lepidópteros e coleópteros
dentro do coleóptero vagalume
que risca a noite de luz
pirilampa seu relâmpago
o pirilampo e seu lampejo
Água no leito
se deita sob lençóis freáticos
ou sobre nuvens ao plúmbeo
- plúmbeo de cor de pomba
voando no cinza
que esparge no caminho de vôo lépido
simples voar de pomba
( Simples é a vida
o homem é que quer salvar com remédios e doutrinas de ser
que abrigam seus conceitos de essência ou ser
e sua concomitante não aceitação da existência
tal qual é a existência
e não o que ele quer fazer da existência
com o invento do ser no discurso tenso
- quer salvar o que não tem mais salvação
- o corpo que já é alimento a caminho
a meio caminho
para o rito da morte
que o homem já põe no templo do apocalipse
para evadir-se da realidade
que não usa paliativos como remédios
não tem farmácia para remendos de estropiados
mas farmácia para vida e morte
na picadura da serpente peçonhenta
e no que de tóxico carrega as folhas dos vegetais /
- todos cavaleiros da vida e da morte /
cavaleiro negro e amazona branca /
branca amazona a cavalo ) /
Jacaré é réptil da ordem Crocodylia
da família dos aligatores
família Alligatoridae
uma das três em que foi dividida a ordem desses repteis :
Gavialidae Alligatoridae e família Crocodylidae
nas quais estão em corpo anatômico-científico
os gaviais aligátores e crocodilos
todos animais aquáticos
animais-água na poesia
que dá sombra às catedrais de seus corpos
templos da água benta pelo profeta canonizado São João Batista
o senhor das águas
depois do rei das águas
que está na dinastia do jacaré
e que também é denominado Moisés
no santo livro da genética escrito na fórmula química das águas
- das águas que agem ( pensam) na fórmula
que as águas formularam na lâmina da álgebra
O jacaré é o rei das águas dos pântanos
rei do paul
onde o mato engrossa e dá nome ao Estado do Mato Grosso
O estado do mato Grosso é uma nação originária das ervas daninhas e boninas
que arrastam a palmilha pelos chãos infindos para a liberdade das ervas
( as ervas riem de tudo em nós homens
porque ervas são filósofas cínicas
e homens tolos bufões de ópera
ridículas criaturas
polichinelos na comédia da arte italiana
que é a comédia do mundo
tal qual Dante a lia
na liana que escreveu e descreveu em poemas longos
cantos que chegam ao inferno )
O estado de ervas do Mato Grosso
essa nação das ervas filósofas cínicas
povo de gente simples e austera
filho herbáceo do rio Araguaia
que zagaia as onças pretas que erram pelo mato grosso
que lhes cobre com flora divina coroada pela orquídea brasileira
a qual abrasa os olhos em brasa estupafaciente
acesa na camuflagem da fauna bravia
chamativa de abelhas em enxame de uvas sem passas
na loucura de sonho sem lógica da natureza vista em mata fechada
- ouvida cheirada tateada no silêncio de vidro quebrado pela ave canora
ou pelo grilo que sai da sotaina negra da noite dominicana
( a noite é um frade negro da Inquisição eterna
- a Inquisição que não sai do medo que temos dela ainda em voga nos
ramais dos tribunais e seus anais
onde o grilo canta "grillus" em latim jurídico
este insecto ortóptero da família griyllidae Ordem Orthoptera
sendo que no latim
o vocábulo inseto é, jocosamente" :
"animalis insectus" para signficar "animais que não tem partes"
ou ainda "animais sem secções"
não segmentados ou seccionados
pois essa a visão dos"donos" do latim )
O jacaré fugiu do Plioceno era mesozóica na Europa
para o sul de azul à flor do céu
e evoluiu na práxis à Darwin além da espécie
no gênero Alligator, na América do Norte,
onde prospera também o gênero Crocodylos
na língua do latim e na física e química do norte
com seu corpo herbáceo por baixo
e o corpo eletromagnético por cima
e pelos quatro lados do quadrado
na quadrática raiz das ervas de raiz quadrada no solo
O jacaré põe seu ovo e seu sol
ao oeste onde o mato é grosso
naquele nicho de erva que denomina o Mato Grosso
que foi tratado nas Tordesilhas
sem a anuência do jacaré
ao acaso das ondas senoidais que narram fatos na lâmina d'água
ou ao ocaso do sol
O ovo do jacaré no ocaso do anil
em levante de anum
de algum anum
ou nenhum anum
ou todo anum
na barra da alva com flor de laranjeira à beira da ribeira
e na noite que na nata dorme em tom de anum
no escuro do sonho do anum
um negro sonhar
( a noite é um anum
num bando de anum
ou num anum só
em solitude negra
com lua negra falciforme
pintada por Joan Miró
com personagens dramáticas na noite
- da noite enamorada
nonada nata inata )
Lá na terra e água do jacaré açu
não canta o sabiá
na palma da palmeira que baila no vento de moinho de vento
girando na roda de Van Gogh vivo
Dentro do mato grosso não canta o sabiá
sabe se lá porque o lá sem bemol da flora
não canta lá onde o mato é grosso
mas não é grou
mesmo porque por lá não voa grou
mas sim tuiuiú
jaburu jabiru
Vá saber lá o porquê
se algum sabiá há lá
no lá lá lá do pássaro que canta lá
canoro canora ave
a encher o vento com canto
( Sabe se lá se há lá algum sabiá; há?! )
Lá o lá sustenido que canta na mata cerrada
canta canta em Vanessa da Mata!
- a raiz quádrupla do canto primordial da mata dos Xavantes
e das ervas que se despejam por baixo das matas
com suas cabeças herbáceas tocando o levante na flor
que risca o céu no azul de baixo
e o verde violinista verde das ervas
que sobe à sublimidade além céus
pela escada de Jacó da mata verde
uma cabeleira vegetal de Berenice no solo
cabeleira verde
de violinista verde
grave na toada lenta do violoncelo
com ocelo de inseto
para ferreiro com martelo e bigorna
na oitiva do grave
som que se arrasta
O jacaré é o existencialismo ateu posto n'água
corpo a corpo de água
por dentro dos canais do jacaré
e também pelos leitos dos igarapés das matas
dos rios que fluem entre e sobre terras batizadas
e prontas para fazer todo o Adão
que é um ser do homem
uma concepção meramente humana
sem vínculo material com a realidade ou natureza
conceito esse que vai da planta
nada no jacaré
e anda ereto no homem
corpo a corpo
anatomia a anatomia
fisiologia a fisiologia
consoante engendra a natureza
- essa flor grega no nome para natureza
e tupi na denominação para jacaré
A vida é um jacaré
e procura caminho
por dentro e por fora
na conservação do corpo interior
e da relação com o corpo exterior
espelhado pelo sol nas águas
Não busca remédios
busca reprodução
ou usa a farmácia na peçonha da víbora
ou nos venenos nos vegetais
que equilibram a matéria e energia
ou mata o bicho
para alimento de predadores ou vermes
- Na dança dos vermes
a dança da morte !
e também da vida!
( Ora-pro-nobis ó "Pereskia aculeata"! )
Água é vida
- vida é existência
(realidade, natureza a por flor e esgalhos tortos por luz
na busca do mel contido na luz do sol )
mas o homem se aliena em filósofo
teólogo ou místico sufi
e faz da existência uma essência (inexistencialismo cético )
coisa sua ou "causa sui"
- coisa que a vida não é
pois a vida nem é coisa
mas função de ato com água
- e água é jacaré
que é água
que é vida ...
- simples assim
como as pombas são assim
pombas enfim
- Fim
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