O mar azul
não azul
ser
não-ser
( azul-Monet )
O mar
cerúleo violinista ( catecolamina )
com violino celeste
com olhar a molhar de pássaro
e não de molho lacrimal
lacrimejante
em ultimato-azul...
O mar verde
não-verde ( verde de ver-de-jade-já )
de ser
e não-ser
verde-violinista
verde-violino
- um Stradivarius concebido ( com pecados! e pecadilhos )
por mãos-raízes de ervas daninhas
a não permitir a terra maninha
- minha terra sem sabiá
( sabe lá?!...)
O mar negro ( necromante mar!)
à noite com sinfonia de Joan Miró
em companhia de uns personagens rítmicos
algoritmos
mulheres à lua
entregues ao transe
do palor
- de um amargo amarelo
amaríssimo amarelo
alelo nos genes alelos
geminados e belos
nos olhos e madeixas de Nix
a deusa no escuro
- no mundo do qual viemos
e voltaremos
após breve interlúdio com Chopin
ao piano
em pianíssimo ( noturnos-em-turnos sem "rondó", valsa, mazurca, "polonaises" )
pio... ( em bitume nocturno...)
- pia a ave na nave da natividade
na abóboda da nave
onde se põe
os olhos em Maria Pia
à pia batismal
com olhos chorosos...
carregando a cruz da piedade
nos olhos que vão revirar
ou se virar para mirar a morte
que passa a galope no baio
que olhos vidrados
fitam silentes
selado o destino
(Ó Santa Maria!,
rogai...: Maria Rogai!...
nessa hora em que vai...
- o passamento!)
O mar grande
muita água
perdida-pendida em cor
é menor em dó
- em dó menor
que o coração
sob paixão incandescente...
nos olhos a pervagar
por um azul celestial
um verde herbáceo
um castanho de castanha de caju
- à caju e acaju
e um negro de apagar
o betume da noite
mesmo na lua de Joan Miró
- luar falciforme
à mão do ceifador
a mensurar a ceifa
e a colheita das primícias
ofertadas ao Senhor
Ah! os olhos vidrados no mar
ainda a amar o mar
- de mar a mar
porque mar é amar
amar até o mar com mancha
pelo Canal da Mancha
- manchego mar!
( mar-oceano
pacífico oceano
objeto de ocenógrafo-oceanólogo-logo-logo-no-"logos")
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