sábado, 11 de fevereiro de 2012

BIOGRAFIA DE PAUL VERLAINE - wikiquote vida obra poemas poesia do poeta simbolista frances literato filósofo pensador poetica literatura


Por aqui passou um Verlaine
ébrio
- ébrio contumaz
poeta vivo
na carne do verso
- a qual encarna carnação de árvore
no bosque
na alameda aleia renque
floresta negra-bétulas-araucária...
e outras espécies arbóreas da aurora dos tempos
( Tempo na barra da alva se doura
- "oura-ouro" na bateia (batéis! )..: filão )

Vi Verlaine
embriagado
consoante saiu do bar
- do bar dos bárbaros
que esquecem-se da vida
consumindo drogas :
álcool ( etanol )
absinto em cafés...
tabaco

- tabaco para tabagista
que daí se vai ao tabagismo
( e daí, diria meu progenitor
já bêbado de entornar o luar em lagar ao chão )
"iluminando" doutrina não-iluminista de médicos e charlatães de sucesso
fiéis ao consumismo
na barca social do inferno
com Caronte
caro Caronte
odiento-odioso-odiável barqueiro
barqueiro para o inferno
levando o cínico filósofo Menipo
personagem da Menipéia
ao Hades
assim como levou Orfeu
empós a amada morta...
( Ópio vem de papoula
- de ódio de papoula
para se defender
de predadores?!
ou o ódio advindo da papoula
ocasiona tamanha repulsa ao homem comum
que o vernáculo não registra
e consequentemente nem percebe
nenhum contexto para ódio
- para por na botânica
na fitologia-fitoterapia-fitogenia
ou na farmácia que esse ódio cozinha
quando é tóxico o caldo
e tece com dedos de avó
quando o período de tempo na tabela periódica de Mendeleev-Mendeleiv
dá como rescaldo manso o remédio
no balouço ao ritmo do tempo do "pharmacon" )


A cá passava-passará
com a passarada
em companhia a passo do passaredo em canto de aedo
- a cá passará um poeta Verlaine
um mendigo qualquer
errabundo pelos cantos imundos do mundo
- sórdido mundo
que se ri do cínico filósofo
contorcendo-se em dores de parto
( alegórico parturiente é o poeta-filósofo
sem filho da mãe
que se esqueça no boteco
em outro espaço para corpo genético
até que a vida passe
com seu cortejo de dores atrozes
e o poeta nem veja o barqueiro chegar
às margens do rio Lettes
para lhe tomar a vida
junto ao último gole
de rum ou cerveja
vinho aguardente de cana...:
O copo com a bebida alcoólica
é um rio lethes imenso-imerso
mais extenso que o Amazonas
( imergido em sangue
dentro do corpo fechado ao universo fora
- que passa fora
mas entra dentro do corpo
e devassa a alma )
ou é um rio não-letes
que passa rente ao Cairo
- e ao berço da noite
com estrela álacre-árabe
no céu para a ordem mendicante
dos são-franciscos das orlas do rio
capuchinhos pervagantes
outros devixes rodopiantes
- todos tontos filhos das ervas e das estrelas lácticas
da via láctea
com o laticínio extenso-plantado na planície-planalto do olhar manso
- em minueto de Mozart )

Por ali passou um Verlaine
lúcido Lúcifer
sem crenças no amor imaginário dos incautos
que não logram passar
intelectualmente
a quadra da infância
e destarte ficam com intelecção prejudicada
incapazes de "inteligir" o mundo
interagir com a realidade brutal
num mutismo social
que leva séculos em pó
sobre os escombros de Pompeia e Herculano
cobertas-sujas dos resíduos do Vesúvio enfurecido
pois convivemos num mundo social-linguístico-simbólico
de geografia esquecida na geopolítica
dos senhores do mundo humano
que põe a pensar cientista políticos
pensantes-remunerados pelo capital-não-de-Marx)
- sobrevivemos num mundo para tartamudo intelectual
o qual ensina gestos infindos
para se repetir à exaustão dos músculos
e das musas cuneiformes e belas
deitadas na cama da escrita
em relvado que fita o dossel
a caminho estonteante do céu
em azul espiral
espiralado nos movimentos das borboletas
e da garça alva que casualmete corta a nuvem branca
e nubla o céu anti-plúmbeo
- anti-chumbo que perdeu o latim
na voz do homem
mas não no tinir da matéria

Logo ali passará outro Verlaine
( em blau com a abóbada celeste )
a meio-caminho do fim
do homem
que vai pensar
no jazigo
pois quem pensa em vida
continua a pensar em morte
sem encéfalo-vísceras-medula-espinhal-raquidiano...
- um pensamento visceral sem energia
fundado na simbologia-desenhada nas figuras geométricas
que pensam por si
sós
assim como Verlaine ao túmulo
e Mendeleev-Mendeleiev
( Os impensantes
- os que não pensam
não pensam já em vida
- apenas penam a pena de viver
pensando ou não pensando
pondo ou não o ser no mundo
vivendo o amor
a paixão desvairada
ou tão-somente uma farsa com Rimbaud
- outro menino tumular
entre o conde Drácula
e o sangue febricitante
de quem vive
e vai falecer
no padecer do corpo
que é um morto-vivo
todo o tempo
até a decomposição final
após a modorrenta-lenta
decomposição do macróbio
que padece a morte em vida
paulatinamente
até se chegar ao fim do paul putrescente-putrescível
nada cível
misantropo
porque os homens são asquerosos
e as mulheres farsas de comediógrafos ligeiros-brejeiros
excepto se o amor
as apanhar de surpresa
assim como faz com um menino
- uma menina linda....
um poeta louco
um demónio erudito
um sábio distraído
um frade ou monge despojado
- um ser desarmado
sem arsenal atómico
- que o bélico funda a raiz no medo e no ódio
mas o belo planta botanicamente seu radical
na taquicardia
que desperta a bela adormecida adrenalina
o cortisol...
as deusas-deuses vegetais
- vigilantes e vegetativos
nos sistemas nervosos simpáticos-parassimpáticos-somáticos
em ação de aceltilcolina...
a irrigar o corpo anatômico-fisiológico
que o corpo do homem é uma guerra química
vencida a final pelo diabo
cm suas legiões de germes romanos
- bactérias romanas
nada romanescas )

Acolá vivia o poeta Verlaine
numa casa de louco
varrida pelo vento
e pelo tempo-anaeróbico e aeróbico
quando pousado no pó dos corpos
posto em anatomia-fisiologia
até a tanatologia
desconstruir o corpo mais belo
de uma mulher
com Rodin de escultor cruel
aprimorando rugas e rusgas severas

Em algum lugar da terra
( ou da Mancha?)
vivia um poeta Verlaine
de triste sina
curvado pelo peso da solidão
- cercado entre alcateias
preso entre leões
qual o profeta Daniel
na cova do leão
- que querem leões
para pluralizar o singular
- mas ainda vive!
ao menos aqui
dentro de mim
como um hospedeiro
que faz bramir o tempo
dentro de mim
que estou ainda com o corpo
boiando na água
sem afogar no rio
- São Francisco
verde-grande-Nilo-Tejo-Tâmisa-Reno-Danúbio-negro
ou numa ribeira
arroio
rocio
pio
de ave
pernalta
- quase nauta
na fonética
em pauta
musical
para valsa
com Chopin
Chaplin
flautim
spin...
Fim

Nenhum comentário:

Postar um comentário