sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
CASSIA - verbete botanica wikcionario wik dicionario verbete glossario teminologia cientifica nomenclatura binomial taxonomia taxionomia fitologia
O amor é impossível
Tal qual o direito
só pode ser posto enquanto direito positivo
- em lei
no mundo
dos fatos
cantados-contados
nos dois racionais
ou duas razões :
uma que versa sobre a qualidade
- para palavra e conceito
que faz a filosofia ( ontologia, feonomenologia...)
e outra versátil sobre a quantidade
que faz contar-cantar a razão matemática
( que este é o universo
que nos chega
em fenômenos )
O amor só pode ser ( e inexistir )
sob leis pesadas
graves
- sob o teto da gravidade estelar de Newton
e na tocata e fuga em gravame magno de violoncelo
com violoncelista posto em contraponto desesperado!
- contrapondo-se
com toda a dor!
( a dor física e moral
com toda a força da vida
e da morte!
Ai! que o amor
é uma paixão sempre jovem!, juvenil
Velhos não amam
porquanto o amor não é paixão senil
- anciãs com cãs ( sem dançar cancan )
aguardam a morte piedosa
- essa outra hora dolorosa
com o rosário de Nossa Senhora das Dores do mundo
no coração dos homens
e das mulheres viúvas que sofrem tanto
que é um espanto!
- para além da paixão e do espanto
contido em toda a filosofia trágica grega
cantada na cantata da tragédia! )
O amor ou o direito
estão fora das relações sociais
alijados da existência
Não é objeto de sociologia
que é uma das linguagens
que assume a ciência protéica
( do deus proteus)
porque somente pode ser estudado
enquanto ente
ou objeto fenomênico
mas não enquanto ser
na ontologia
cujo objeto
é inexistente
assim como a teologia
que estuda o ser
que é um fenômeno
fora dos fenômenos naturais
- é mero fenômeno mental
ou fenomenologia desenhada em conceitos filosóficos
geométricos
no ser do triângulo
e outras figuras geométricas
ou no ser supremo
- sempre o inexistente ser
o sem-objecto real
não-fático
porque o ser
- não é objetivável
apenas subjetivável
( o fenômeno do ser
faz o ser do humano
no barro adâmico da fenomelogia
ou no processo fenomenológico
que estuda a ontologia
ou filosofia que adota o estudo do não-ser
ou não-objeto
que o ser e o não-ser
é o mesmo objeto do nada
- o nada mental
o único a existir-inexistindo )
O ser é um mistério
que intrigava o grego antigo
pois não está posto fora
no ente que aparece
porém oculto no ser-em-si
que não vem de cambulhada
impresso no fenômeno
mas somente é cuspido em frases
pelo pensamento
que o aliena assim
a cusparadas na escarradeira
( que o amor e o direito
na existência
é um estar fora da idealidade
- Já esteve dentro
da realidade?! )
a sujar-se nas relações
enxovalhar-se
conspurcar-se com o outro
torna-se impuro
como a água fora da química
entre os sais minerais
mesclada a sais
que a integram na relação com a terra
- a qual a leva em grandes levas
longes plagas do enunciado químico
- simplório enunciado na fórmula do H2O
o qual enuncia um ente mais próximo do ser químico
algo quase ou meio-imaginário ( algo centauro )
- mais próximo de uma realização mental
ao abstrair infindos enlaces inevitáveis
que de qualquer realidade comum
trivial
banal )
O amor como o direito
não é passível de realidade
nem realização
porquanto sua essência está na idealidade
Exime-se de relação
O amor
na sequência cantada da existência
perde a ideia
ao inflar a forma geométrica
num corpo de matéria
social e anatômica
- e atômica
antes de tudo
e de mais nada
Quando em essência
o amor excede à utopia
derrama o idílio
na água do rio
na mágoa do estio
- estival...
Entorna o ideal platônico
nos iluministas
nos neoplatônicos
nos enciclopedistas
em Marx...
pelos pelos pubianos dos poetas românticos
( de Cuba ou não )
- Jesus!...
em Jesus
na cruz
das crucíferas
anti-dolorosas plantas rastejantes
- ao rás do chão
Amor nem na Acácia
unha-de-gato ( "Acacia bonariensis")
nem em Cássia ( "Cinnamonum cassia" )
- calhandra
a qual calha
cantar
mas não amar
- o mar que de tanto amar
foi a mar..
oceano
nada pacífico
- nem onde nada o marlin
em mim
dentro de mim
- que sou marlin
e mar vermelho
escarlate oceano
aonde late
o meu coração carmesim
- assim latindo em latim
de marlin
não por mim...
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
HEROÍNA - verbete dicionario wikcionario verbete etimologico etimo verbete lexicografia terminologia cientifica nomenclatura jargão jergão wikiquote
A dança (arte cênica, flamenco, flamenca bailarina ) tem o escopo de demonstrar a saúde em plenitude, o que significa : sexo a ofertar em plenitude, tonicidade, beleza, capacidade de gerar prazer e prole, enfim, uma proeza corporal ( física e mental ) que denota vida, no mais alto escalão físico-químico-elétrico- magnético. A arte da dança ( arte cenográfica) tem por finalidade demonstrar a façanha de um herói ou heroína física e metafísica, consoante e sem consonância com a palavra num dos compiladores de Aristóteles, que moldou o vocábulo e o carregou de um sentido sem tradição originária no estagirita. As cantoras-dançarinas populares fazem bem esse ritmo saúde-vida-sexual-plena-ativa ao dançar freneticamente, de forma sensual, voluptuosas como uma serpente sinuosa ou um rio insinuando-se ou serpenteando pelos cânions ( "Grand Canyon", desfiladeiro ou canhão-fluvio-cársico ), rochosas montanhas, dos Apalaches aos montes-santos, às raninas, estepes... mar negro, Jônico, Mediterrâneo...
A dança ( russa em Stravinsky, flamenca na Espanha com castanholas! ), portanto, em seus modos, pode ser : cênica, erótica, ritual, cerimonial, histórica, religiosa, competitiva, esportiva, escocesa, dança latina, teatrais, irlandesa, jazz, lírica ( poesia), profética, social, etc., tendo, cada uma dessas, ou daqueles olvidados ( dados ao olvido em não-violino para ossos ( martelo ( não das bruxas!) bigorna e estribo : deus-não-ouve e põe no olvido à razão "preclara", no feminino-metafórico-alegórico ) , não-oboé para sopro de arcanjo nas narinas, ou para constituir-se em sistema olfativa : deus-cheira e não-houve pelo ar que aspira, mas sim pelo vento que sopra com a batida em ondas que se desenham no ar em dança senoidal ), seu objeto e arte ( Balé clássico, sapateado, dança acro.. afro e samba, bolero, tango, valsa, flamenco...: o flameco que retrata a turbulência à época da inquisição; a dança e música flamenca que escreveu vários "poemas trágicos", na fumaça da fogueira da inquisição espanhola, com torturas severas para mouros, ciganos e judeus. Quiçá, isso esteja na dramaticidade do canto e dança flamenca : alma da tragédia, pós-Grécia antiga, mas em festa ( "bulería", bulerias), um pós-tragédia ou tempo trágico, abordado na filosofia de Nietzsche, que era outro "violinista ao telhado", no azul aberto por Chagall durante a Segunda Guerra Mundial : um anil respirado pelo violinista azul, que Nietzsche também o era, ainda que sem o saber e, com suas teorias, alimentando o nazismo em sua megalomania ). Há um resquício ou rescaldo de dor no flamengo: dança e música dramática, com guitarra e castanholas.
A dança ( de São Guido! (São Vito ou "do-ença" ( semiologia, semiótica para médicos)? : coreografia viva, no mal (diabo, demônio! de Parkinson?) ) tem sua normas ( gramaticais, matemática, jurídicas, tácitas ou geografadas, geoglifadas no corpo e nas vestes para o corpo e adjacências para obra de coreógrafo: coreografia).Existem normas para todo tipo de dança e elas nascem do anseio popular ou erudito, dentro de uma norma, que a torna racional, como tudo o que provem do ser humano. Mesmo os ditos irracionalistas, a exemplo de Nietzsche, são, por ironia, racionais, radicados na razão.São agrupados tecnicamente, por uma questão de entendimento do pensamento ou da orientação da "razão", entre os irracionalistas ( irados! : iracundos) , porém não entre os irracionais, baixo o Cão Maior e Menor a rutilar.
Aliás, o filósofo ( Nietzsche, Aristóteles, Platão ), principalmente, não é outra coisa que racionalista, por menos que o pareça. O objeto ( direito, indireto, de estudo ) que "estuda" ou põe em desnudo, na linguagem da ciência, o método e modo como encara e encarece tal objeto e usa finalidade é que o faz levar a pecha de irracionalista; isso se faz também com o fito de dividir os tipos de filósofos ou o contexto de seu pensamento ( contexto interno e externo ao filósofo, o qual externa o contexto interno em sua obra, que é sua biografia intelectual).
As danças populares são mais simples, de uma singeleza tocante, sua gramática ( norma ou princípios da razão que a informam e formam) são mais singelos, menos elaborados pela razão ao modo de Kant ou Aristóteles, que leva a racionalidade ao cume, ao ápice, à cúpula, avistada no Domo (Duomo), com a cúpula, de "Santa Maria del Fiore", obra de Brunelleschi, o arquiteto italiano, que atingiu a culminância em arquitetura.Ele, o arquiteto , por excelência. ( O termo, léxico, Arquiteto, significa governo de quê? Aliás, a palavra governo é mais ampla em suas raízes do que se imagina!, ou o imagina o vulgo. )
A dança é uma ciência e enquanto ciência, no ato, antes do fato, ou durante o ato ( em-ato) "enfatizado" no fato ( ou no ato de fato.É árduo, tarefa árdua, discorrer sobre o conceito de ser presente-presença em função de ser em virá-ser ou vindo-a-ser, existente-imaginário, na boca e em digestão no tempo e espaço, que é tempo transformado pelos atritos...) é uma em suas inúmeras linguagens, mas se manisfesta em várias linguagens, conquanto seja única em todas as línguas; suas linguagens são adequadas ou se adequam aos objetos que a ciência dá enfoque; eles, com seu desenho ou figura ( geométrica ou não geométrica) molda e é o molde da ciência no objeto : o objeto modela cada linguem, constrói jargão, jergão, lexicografia própria, terminologia cientifica específica, elabora seus verbetes, seu glossário, busca seu étimo ou funda com neologismos sua etimologia ou léxico. Seu dicionário ( onomástico, linguístico, filosófico, jurídico, enciclopédico, científico ) e sua nomenclatura
( binomial em latim de Lineu ) abastece, provê a língua vernacular e outros idiomas construído para o pensamento e a onomomástica. A dança ( clássica) também é assim; aliás, toda atividade humana é assim ( ou "assado"?_).
Cada objeto requer a construção e um projeto arquitetônico ( de governo da construção ou da mole ) para a ciência a fim de facultar o estudo o objeto, o que depende de uma gramática ou conjunto de normas técnicas, jurídicas, gramaticais, matemáticas, filosóficas, ao mesmo tempo e para por em-ser em-sendo e em-foi-ser-antes, no pretérito agora fictício ou ficção de memória e imaginação, não mais objeto de ciência, ou objeto de ciência e imaginação e memória, não no ser dado, mas no ser em-sendo ou em-foi-ser-de-antanho ( Santo Antão!, me salve! ),no mesmo espaço.
As formas que a ciência assume em módulo ou modo de filosofia são : epistemologia, ontologia, ética, noética, gnoseologia, gnosiologia, etc., consoante o objeto que deforma ( em gravidade ) e dessa "deformação" ou "má formação" ( fetal) "calamitosa", em arte, idealiza o espaço torcido, curvado em corcova.No dromedário?( taxionomia, taxonomia, zoologia, sem taxidermia).
A ciência assume formas as mais diversificadas, consoante soa o verso e o verbo entonado na voz ou à mão desenhando para senóides ( as ondas são senoidais ; o desenho algo geométrico, de uma geometria analítica em parábolas ou parabolar, é senoidal ), que não se ouve, mas se vê no gráfico ( grafoteca (?), grafologia, cartografia...), o odor da "odorata" em olfato, no texto no tato dado pela textura do artista que pinta...; enfim, os modos de ciência, livres da forma da filosofia, no âmbito agora de normas gramaticais, jurídicas, ética, dianóicas, etc, do que, atualmente, se chama de ciência, assume as formas ou modos de : antropologia, psicologia, direito, biologia, entomologia, arqueologia, paleontologia, etc., que, em verdade, são as formas de sues objetos. Tomam, destarte, os nomes de seus objetos, os quais lhe dão o "nous" ou : inteligência.
Inteligencia objetiva e, antes, subjetiva, ao menos no ser humano e, evidentemente, no animal, que não pode prescindir de um interior com cérebro "pensante" ( de um pensar "sentido") para sobreviver.
A vida é uma dança que só para no cadáver ; no moribundo a dança final ocorrre-socorre o ser humano nas vascas da agonia, em rito derradeiro, anunciando, feito anjo de Michelângelo Caravaggio, o nascimento às avessas, que é a morte, ciclo escuro, no escuro do ventre da terra, no retorno à Gaia ( ciência), por onde passa Nietzsche ( para "Além do Bem e do Mal", ou seja, para lá do maniqueísmo simplista ) e todo mundo vai passar, na região da sombra. Passamento.
Prova do que escrevo?! : Começo a dissertar sobre dança e termino com ciência. por quê?: Porque tudo o que o homem faz ou pensa é ciência, em graus, grados, graduação de consciência, inteligencia posta no ato, etc. Se o tema envolvesse religião ou filosofia, ou o que quer que ofereça um objeto virado para o deus ou demônio subjetivo, terminaria do mesmo modo , ou seja, saber : em molde de ciência ou de fazer pensando e pensando fazer ou, ainda, pensando e fazendo e fazendo-pensando. Aliás, Dostoievski faz isso com sua polifonia ou suas idéias polifônicas que desorganizam o caos, que já é o caos, mas ele, com sua arte literária, meslcada ciência, filosofia, religião ou sentimento religioso ( quiçá místico), embaçado com um ateísmo e um deísmo dialético, em perpétua síntese entre tese e antítese..; enfim, em Dostoevski ( Dostoievsky-literatura russa ( Rússia) ) que em polifonia canta em todas as formas e modos da ciência, mas a linguagem não muda de tom ou de forma ( jargão ) ao entrar em relação com o objeto.Ele era, antes de tudo, um artista, um autêntico profeta, um homem pleno de vida e completo...: não fosse adepto fervoroso da dança de São Guido, ou São Vito : a epilepsia, que o vitimava, do qual era vítima.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
FAMÉLICO - verbete dicionario wikcionario wik dicionario verbete etimologico lexicografia terminologia nomenclatura jargão jergão glossario sema
Ai! que o violino toca
tristemente
num lamento
numa lamentação de Jeremias
lamuriento
a gemer
- um profeta a prantear copiosamente
ao descrever em versos
versículos
a mais funda solidão em mim!
- que uma musa cava na música...
com melodia e ritmo
e harmonia
no lamento do violino
- às mãos hábeis
tácteis ( a tatear sem titubear
- sem titubeio )
do mísero e esquálido violinista
expresso pela arte pictórica
do pintor surrealista
- Marc Chagall
aldeão eterno
em narcose
O violino toca a corda
mas os dedos sou eu
entrando nas dobras das minhas entranhas
em convulsão dolorosa
chorosa
- soluçante...
( sendo as tais entranhas-estranhas
não exótica planta da aldeia de Chagall
não exótico vegetal
mas nativo lá
onde vive o violinista verde
- bêbado que sou eu!
e o violinista azul-Verlaine
outro tanto ou tonto
que também sou eu
inebriado
quando celeste-cerúleo
a alma do céu cintila
sem mão de necromante
a pintar a nuvem de negro-nublado
à maneira ou em "maneirismo" de Giorgio de Chirico
que pinta o branco-cegante-cegonha-( Maria-sem-vergonha!)
e assim vai tocando a solidão
na textura do escuro
e no olhar que espreita
entre edifícios pomposos
mas macabros
- mais macabros e maus
quanto e quando transparentes na alvenaria são
espelham e estão
porquanto na mole daquelas construções
pintadas-arquitetas pelo artista soberbo
até as pedras de cantaria
cantam!
- cantam em cantaria
ao sentir profundamente a solidão
como se pedras fossem homens
descobrindo a sensação de solidão
que é mais vasta e escura
que o betume...
- bitume no bar nublado
em plúmbeo-passeado-pesado no chumbo
pelo céu espelhado n'água da fonte de Narciso
- do Narciso morto
a mirar a obra de cantaria
com olhos vidrados
e ouvidos moucos!
- que rouco e o canto
e o cantochão
A mole do edifício de Giorgio de Chirico
a espiar solene a solitude
no espião que passa
no passo parado do sapato preto
guinchando
a mutuar o olhar
e a solicitar um cabriolé
dos tempos de antanho
das ruas de Londres
onde pairava no ar
o espírito de Sherlock Holmes
a passear de braços dados com o Dr. Watson
de sobretudo
chapéu e lupa pronta
para solucionar mistérios
- casos misteriosos...
fumando charuto
indiferentes à profilaxia
que à época não havia
não assomava do contexto
médico-terapêutico
- boticário?... )
O violino em pranto
choroso
sobre mim
derramando minha solidão
em ouvido ( e em olvido )
em volta da solitude
que espalho
em elipse pelo espaço
tracejando um espaço elipsóide
equacionado
( e colho molho de alho
no olho caolho... )
Porém vi um homem
sentado em solitude
num banco da praça do mercado
- com a solidão pesando sobre ele
toneladas de concreto!
Um túmulo de solidão
era um gravame sobre ele!,
a oprimir-lhe a alma
a achatar-lhe mais o corpo em espaço curvo
- mais que a lei da gravidade universal!
com todo o cérebro pesado de Newton
Em torno do homem
a solidão pervagava
como um frade de ordem mendicante
miserável, misericordioso e famélico
um são-francisco santo
com cisco num olho
e uma trave no outro olho
( Esquerda!, direita!...:
volver!
- ou não vou ver?!...
- com delícia na malícia...)
A solidão espessa
em densidade
enterrava-o em vida
empareda-o vivo!
( Quiçá essa pá de cal-de-solidão dilacerante
- que só de ver ou antever de soslaio
de relance
com o olho a perpassar pela visão periférica
- com olhar oblíquo e dissimulado
de mulher adúltera
ou homem ímpio
incréu do céu
e outro mel
que não o de abelha
- fez-me perceber
que aquele homem solitário
preso de uma angústia insólita
estava a caminho da morte
no derradeiros passos do andar
pois não se passaram
mais de dois meses
após essa visão aterradora
do profeta em peregrinação ( à Meca? )
a olhar e voar com o falcão
peregrino
sobre o ar
e a face da terra
que é a face do homem
porquanto a face do homem é areia
a desmanchar-se pressurosa em água
solvente universal...:
a água que chora e lava
- a lava...: a lava do vulcão
e do vulcanólogo...
cuja face se desfaz
lavada com água mortal
areia que é
juntada e amassada com água
que faz a massa
do corpo vivo
e a decomposição
do corpo morto
desidratado
enxame de vermes
na carne dada aos vermes :
o cadáver
Passado um tempo-tempo
( tempo-em-meses )
daquela visão do solitário
aconteceu-lhe o passamento
- do solitário em solilóquio
assentado no escabelo
sob a pressão da solidão mais grave
que um violoncelo
mais pesada que Gaia
- mas mais aguda que um violino no fino
incontinenti pranto
Veio a ele a morte lúgubre
- sinistra
e ele se foi só
tal qual chegou só
agora ao encontro do escuro
sem olhos para ver
- olhar para não-olhar...
nem tampouco mutuar
ao olhar outro olhar
suplicante
supliciante
- olhar que vai e vem
no dia claro
solar
ensolarado
matinal
vesperal
vespertino
- na vespa em xadrez de preto e branco
a revoar e zumbir
no bater-tambor também com asas membranosas
que doa o que o ritmo soa
na envergadura mínima
de um frade dos mínimos
( A morte o repôs no escuro
no caminho do Livro dos Mortos
pisando signos escritos
e símbolos desenhados
para a cartografia do livro
o qual é um mapa
que leva o morto
a um bom e seguro porto
sob o comando de Anúbis
ou outro ser divino
não-zoológico
nem entomológico
como o escaravelho
outrossim selo real do faraó )
O homem infeliz
era atribulado pelo demônio da paranóia
o sádico e masoquista ( sado-masoquista)
espírito santo ou de santo
que anima com sopro de oboé
o santo louco
que se entoca em tebaidas dentro do ser humano
- um cenobita
um anacoreta
um eremita
um misantropo
um ermitão-barbão
tipo barba-negra ou barba-roxa
( um caranguejo-eremita )
- um ser para retornar ao nada
ao vale escuro
aonde opera a morte
a cegar com a foice
- onde não há necessidade de olhos
ou hospital de olhos
mas apenas o olvido
e as águas do rio Letes
- águas sem química para ligação molecular
A esquizofrenia fremia dentro dele
e o atormentava diuturnamente
Aliás, a demência é legado do ser humano
Uns tem dessas górgonas em abundância
já outros não são tão opulentos
nos dissabores do inferno
- que fica no interior do ser humano
Entretanto todo homem ou mulher
traz dentro de si
o germe da demência em dormência
ou potência
- que num belo dia de sol
vai aflorar
no alecrim nativo
em campo interno
terno
Solitário e em perene monólogo
aquele homem amaro viveu
( ou veio a vegetar à sombra
que o inseto projeta
no mínimo projeto de pétala e sépala
- no menor espaço-tempo botânico de jardim suspenso em flor
com catapulta para projétil balístico
cuja bala-bola é a semente )
com sua solidão temperada
com o molho da psicose
molhada ( assim em rocio sereno
na madrugada galante
vivente na madresilva
ouvida no madrigal
cantata
serenata )
- solidão mesclada com tragédia
e a comédia
que a demência descreve
passo a passo
até os braços do palhaço
onde se vai cair!
- decair
sem asas de anjo algum
apenas com as pernas em decadência
e a apnéia que vem
a dispnéia que vai...:
- vai matar!
( A demência
esse diabo
deixa o homem nu
e abandonado às intempéries
- sem lar ou qualquer abrigo
à própria sorte
- se há sorte
ou sortilégio
nesta empresa
de puro
arisco
risco
do corisco...:
cisco
no olho do céu aberto
do abeto
( "Abies alba") )
Ele era companheiro da Insanidade
e sua casa
- a casa quebrada de um tresloucado
de um insensato
- Sua casa :
a Nau dos Insensatos de Brueguel
a morada do insano
que nem possuía o "dom"
de beber absinto
e perecer com Paul Verlaine
às tontas à beira do abismo
- ou quiçá de Sá ou de Sé
(não sei! - Sei lá! )
abalar-se penhasco abaixo
atrás dos baixios
da várzea
tal qual fez e faz o poeta de alma em punho fechado e em riste
temerário ser humano
que tem a coragem de um menino cândido
a imprudência de um adolescente incauto
ao viver de forma periclitante
para a saúde e o bem-estar
físico e social
em pura dança com o verso
no amplexo da valsa com a poesia
que é a vida mesma
que não precisa ser escrita-descrita em ciência
pois é onisciente a vida
- vegetal no encantamento
de um Paul Verlaine cadente-decadente
à orla de um paul
- com perna-de-pau na saracura
e no palhaço que é :
"ladrão de mulher!"
quando sobre as pernas-de-pau
de uma ou duas não-saracura
( não-saracuras! )
Um pirata em drama cômico
- eis o palhaço!...:
é o que é
e não é um vitupério
nem um império
romano
ou romanesco
conquanto o pensem
os palhaços que não o são
em profissão de fé
- Fé!... )
Quando ele faleceu
( septicemia? )
o violino requereu
um concerto só para violino
- concerto em dó maior para violino solo
num Stradivarius do universo vivo de Paganini
- um Stradivarius tonto
ou vários Stradivarius tontos de sono-de-museu
sonhando com a baqueta
e de ser dedilhado por um virtuose
sagaz
fugaz
como o gás
( como o gás?! :
Etano, metano...
- não,
não como!,
mas cheiro o gás nobre :
hélio molecular
- O sol é basicamente hélio
após a fusão do núcleo do hidrogênio
que é o gênio criador de vida
( o hidrogênio ou gênio criador de água
- engenho de água
mas não mágoa
que é uma má água )
e o hélio
um deus-sol de verdade
este nobre gás,
ó Heliodora
que adora e se odora
- "odorata!" adorada!...:
Flor-de-lis nos campos gerais das minas gerais
gerada depois da fusão do hidrogênio
e a natividade do Hélio
que dá nome ( inteligencia ou "nous" )
ao sol que abriu em qualquer abril
uma manhã com maçã para Newton
O sol ou Hélio
um menino como outro qualquer
- outro menino-Jesus... - de Praga
sem praga
mas das estepes
com abelhas
ainda por cima...
porquanto abelhas "andam" por cima
nas cabeças
- sobre as cabeças calvas ou em cãs
cor de lã caprina
- Caprina!,
ó "Cedrela odorata"!
com serenata sob o sereno sereno da madrugada
em madrigal de madresilva
- que não é minha madre! ,
Aglaia odorata,
murta-do-campo...)
Oh! a lamúria
o som lacrimejante
o choro de um violino!...
Ah! um violino!... :
- um sorumbático menino
nas Quatro Estações de Vivaldi
em Tchaikovsky
Mendelson...
( Elegia,
- quão soturna elegia! )
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
INCONTINETI - lexicografia lexico wikcionario wik dicionario lexicografia semantema semantica verbete glossario etimo etimologia terminologia
Ai! que o violino toca
tristemente
num lamento
numa lamentação de Jeremias
lamuriento
a gemer
- um profeta a prantear copiosamente
ao descrever em versos
versículos
a mais funda solidão em mim!
- que uma musa cava na música...
com melodia e ritmo
e harmonia
no lamento do violino
- às mãos hábeis
tácteis ( a tatear sem titubear
- sem titubeio )
do mísero e esquálido violinista
expresso pela arte pictórica
do pintor surrealista
- Marc Chagall
aldeão eterno
em narcose
O violino toca a corda
mas os dedos sou eu
entrando nas dobras das minhas entranhas
em convulsão dolorosa
chorosa
- soluçante...
( sendo as tais entranhas-estranhas
não exótica planta da aldeia de Chagall
não exótico vegetal
mas nativo lá
onde vive o violinista verde
- bêbado que sou eu!
e o violinista azul-Verlaine
outro tanto ou tonto
que também sou eu
inebriado
quando celeste-cerúleo
a alma do céu cintila
sem mão de necromante
a pintar a nuvem de negro-nublado
à maneira ou em "maneirismo" de Giorgio de Chirico
que pinta o branco-cegante-cegonha-( Maria-sem-vergonha!)
e assim vai tocando a solidão
na textura do escuro
e no olhar que espreita
entre edifícios pomposos
mas macabros
- mais macabros e maus
quanto e quando transparentes na alvenaria são
espelham e estão
porquanto na mole daquelas construções
pintadas-arquitetas pelo artista soberbo
até as pedras de cantaria
cantam!
- cantam em cantaria
ao sentir profundamente a solidão
como se pedras fossem homens
descobrindo a sensação de solidão
que é mais vasta e escura
que o betume...
- bitume no bar nublado
em plúmbeo-passeado-pesado no chumbo
pelo céu espelhado n'água da fonte de Narciso
- do Narciso morto
a mirar a obra de cantaria
com olhos vidrados
e ouvidos moucos!
- que rouco e o canto
e o cantochão
A mole do edifício de Giorgio de Chirico
a espiar solene a solitude
no espião que passa
no passo parado do sapato preto
guinchando
a mutuar o olhar
e a solicitar um cabriolé
dos tempos de antanho
das ruas de Londres
onde pairava no ar
o espírito de Sherlock Holmes
a passear de braços dados com o Dr. Watson
de sobretudo
chapéu e lupa pronta
para solucionar mistérios
- casos misteriosos...
fumando charuto
indiferentes à profilaxia
que à época não havia
não assomava do contexto
médico-terapêutico
- boticário?... )
O violino em pranto
choroso
sobre mim
derramando minha solidão
em ouvido ( e em olvido )
em volta da solitude
que espalho
em elipse pelo espaço
tracejando um espaço elipsóide
equacionado
( e colho molho de alho
no olho caolho... )
Porém vi um homem
sentado em solitude
num banco da praça do mercado
- com a solidão pesando sobre ele
toneladas de concreto!
Um túmulo de solidão
era um gravame sobre ele!,
a oprimir-lhe a alma
a achatar-lhe mais o corpo em espaço curvo
- mais que a lei da gravidade universal!
com todo o cérebro pesado de Newton
Em torno do homem
a solidão pervagava
como um frade de ordem mendicante
miserável, misericordioso e famélico
um são-francisco santo
com cisco num olho
e uma trave no outro olho
( Esquerda!, direita!...:
volver!
- ou não vou ver?!...
- com delícia na malícia...)
A solidão espessa
em densidade
enterrava-o em vida
empareda-o vivo!
( Quiçá essa pá de cal-de-solidão dilacerante
- que só de ver ou antever de soslaio
de relance
com o olho a perpassar pela visão periférica
- com olhar oblíquo e dissimulado
de mulher adúltera
ou homem ímpio
incréu do céu
e outro mel
que não o de abelha
- fez-me perceber
que aquele homem solitário
preso de uma angústia insólita
estava a caminho da morte
no derradeiros passos do andar
pois não se passaram
mais de dois meses
após essa visão aterradora
do profeta em peregrinação ( à Meca? )
a olhar e voar com o falcão
peregrino
sobre o ar
e a face da terra
que é a face do homem
porquanto a face do homem é areia
a desmanchar-se pressurosa em água
solvente universal...:
a água que chora e lava
- a lava...: a lava do vulcão
e do vulcanólogo...
cuja face se desfaz
lavada com água mortal
areia que é
juntada e amassada com água
que faz a massa
do corpo vivo
e a decomposição
do corpo morto
desidratado
enxame de vermes
na carne dada aos vermes :
o cadáver
Passado um tempo-tempo
( tempo-em-meses )
daquela visão do solitário
aconteceu-lhe o passamento
- do solitário em solilóquio
assentado no escabelo
sob a pressão da solidão mais grave
que um violoncelo
mais pesada que Gaia
- mas mais aguda que um violino no fino
incontinenti pranto
Veio a ele a morte lúgubre
- sinistra
e ele se foi só
tal qual chegou só
agora ao encontro do escuro
sem olhos para ver
- olhar para não-olhar...
nem tampouco mutuar
ao olhar outro olhar
suplicante
supliciante
- olhar que vai e vem
no dia claro
solar
ensolarado
matinal
vesperal
vespertino
- na vespa em xadrez de preto e branco
a revoar e zumbir
no bater-tambor também com asas membranosas
que doa o que o ritmo soa
na envergadura mínima
de um frade dos mínimos
( A morte o repôs no escuro
no caminho do Livro dos Mortos
pisando signos escritos
e símbolos desenhados
para a cartografia do livro
o qual é um mapa
que leva o morto
a um bom e seguro porto
sob o comando de Anúbis
ou outro ser divino
não-zoológico
nem entomológico
como o escaravelho
outrossim selo real do faraó )
O homem infeliz
era atribulado pelo demônio da paranóia
o sádico e masoquista ( sado-masoquista)
espírito santo ou de santo
que anima com sopro de oboé
o santo louco
que se entoca em tebaidas dentro do ser humano
- um cenobita
um anacoreta
um eremita
um misantropo
um ermitão-barbão
tipo barba-negra ou barba-roxa
( um caranguejo-eremita )
- um ser para retornar ao nada
ao vale escuro
aonde opera a morte
a cegar com a foice
- onde não há necessidade de olhos
ou hospital de olhos
mas apenas o olvido
e as águas do rio Letes
- águas sem química para ligação molecular
A esquizofrenia fremia dentro dele
e o atormentava diuturnamente
Aliás, a demência é legado do ser humano
Uns tem dessas górgonas em abundância
já outros não são tão opulentos
nos dissabores do inferno
- que fica no interior do ser humano
Entretanto todo homem ou mulher
traz dentro de si
o germe da demência em dormência
ou potência
- que num belo dia de sol
vai aflorar
no alecrim nativo
em campo interno
terno
Solitário e em perene monólogo
aquele homem amaro viveu
( ou veio a vegetar à sombra
que o inseto projeta
no mínimo projeto de pétala e sépala
- no menor espaço-tempo botânico de jardim suspenso em flor
com catapulta para projétil balístico
cuja bala-bola é a semente )
com sua solidão temperada
com o molho da psicose
molhada ( assim em rocio sereno
na madrugada galante
vivente na madresilva
ouvida no madrigal
cantata
serenata )
- solidão mesclada com tragédia
e a comédia
que a demência descreve
passo a passo
até os braços do palhaço
onde se vai cair!
- decair
sem asas de anjo algum
apenas com as pernas em decadência
e a apnéia que vem
a dispnéia que vai...:
- vai matar!
( A demência
esse diabo
deixa o homem nu
e abandonado às intempéries
- sem lar ou qualquer abrigo
à própria sorte
- se há sorte
ou sortilégio
nesta empresa
de puro
arisco
risco
do corisco...:
cisco
no olho do céu aberto
do abeto
( "Abies alba") )
Ele era companheiro da Insanidade
e sua casa
- a casa quebrada de um tresloucado
de um insensato
- Sua casa :
a Nau dos Insensatos de Brueguel
a morada do insano
que nem possuía o "dom"
de beber absinto
e perecer com Paul Verlaine
às tontas à beira do abismo
- ou quiçá de Sá ou de Sé
(não sei! - Sei lá! )
abalar-se penhasco abaixo
atrás dos baixios
da várzea
tal qual fez e faz o poeta de alma em punho fechado e em riste
temerário ser humano
que tem a coragem de um menino cândido
a imprudência de um adolescente incauto
ao viver de forma periclitante
para a saúde e o bem-estar
físico e social
em pura dança com o verso
no amplexo da valsa com a poesia
que é a vida mesma
que não precisa ser escrita-descrita em ciência
pois é onisciente a vida
- vegetal no encantamento
de um Paul Verlaine cadente-decadente
à orla de um paul
- com perna-de-pau na saracura
e no palhaço que é :
"ladrão de mulher!"
quando sobre as pernas-de-pau
de uma ou duas não-saracura
( não-saracuras! )
Um pirata em drama cômico
- eis o palhaço!...:
é o que é
e não é um vitupério
nem um império
romano
ou romanesco
conquanto o pensem
os palhaços que não o são
em profissão de fé
- Fé!... )
Quando ele faleceu
( septicemia? )
o violino requereu
um concerto só para violino
- concerto em dó maior para violino solo
num Stradivarius do universo vivo de Paganini
- um Stradivarius tonto
ou vários Stradivarius tontos de sono-de-museu
sonhando com a baqueta
e de ser dedilhado por um virtuose
sagaz
fugaz
como o gás
( como o gás?! :
Etano, metano...
- não,
não como!,
mas cheiro o gás nobre :
hélio molecular
- O sol é basicamente hélio
após a fusão do núcleo do hidrogênio
que é o gênio criador de vida
( o hidrogênio ou gênio criador de água
- engenho de água
mas não mágoa
que é uma má água )
e o hélio
um deus-sol de verdade
este nobre gás,
ó Heliodora
que adora e se odora
- "odorata!" adorada!...:
Flor-de-lis nos campos gerais das minas gerais
gerada depois da fusão do hidrogênio
e a natividade do Hélio
que dá nome ( inteligencia ou "nous" )
ao sol que abriu em qualquer abril
uma manhã com maçã para Newton
O sol ou Hélio
um menino como outro qualquer
- outro menino-Jesus... - de Praga
sem praga
mas das estepes
com abelhas
ainda por cima...
porquanto abelham "andam" por cima
nas cabeças
- sobre as cabeças calvas ou em cãs
cor de lã caprina
- Caprina!,
ó "Cedrela odorata"!
com serenata sob o sereno sereno da madrugada
em madrigal de madresilva
- que não é minha madre! ,
Aglaia odorata,
murta-do-campo...)
Oh! a lamúria
o som lacrimejante
o choro de um violino!...
Ah! um violino!... :
- um sorumbático menino
nas Quatro Estações de Vivaldi
em Tchaikovsky
Mendelson...
( Elegia,
- quão soturna elegia! )
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