O amor é fechar os olhos /
olhar para dentro da aldeia hermética do sonho /
pegar a amada nadando no líquido amniótico do sono /
e puxar essa sereia para fora do mar onírico /
e puxar essa sereia para fora do mar onírico /
O amor é arrastar a amada pelos cabelos /
carinhosamente até o infinito azul /
retirar a sereia do fundo abissal do mar /
do mar oceano que banha a aldeia do sonho /
Amar é fechar os olhos /
Amar é fechar os olhos /
olhar para dentro do mar interior do corpo /
buscando a sereia nadando /
a mulher ainda em estado larvário /
envolvida pelas águas profundas do mito /
Amar é mergulhar no líquido amniótico e seminal do sonho /
e arrastar a amada pelas longas madeixas negras /
até emergir na praia branca /
Amar é mergulhar no líquido amniótico e seminal do sonho /
e arrastar a amada pelas longas madeixas negras /
até emergir na praia branca /
de areias em alvas vestes talares /
alva descalça carmelita descalça /
alva descalça carmelita descalça /
andarilha na alba longa /
Albalonga /
Todavia, ao ser retirada do líquido onírico /
a sereia fenece e morre /
Todavia, ao ser retirada do líquido onírico /
a sereia fenece e morre /
porquanto lhe é cortado o tênue fio de prata /
gás que não se respira em outro lugar fora do sonho /
mas somente na atmosfera fechada na aldeia onírica /
mas somente na atmosfera fechada na aldeia onírica /
e dentro do quadro de Leonardo da Vinci : /
A Monalisa ( La Gioconda ) /
A Monalisa ( La Gioconda ) /
em cuja atmosfera um anjo de Maria sopra Minerva nas narinas /
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