terça-feira, 10 de setembro de 2013

PENITENTE(PENITENTE!) - glossário wikdicionario etimo


Léonard de Vinci - Saint Jérôme.jpg
Há pouco um penitente(penitente!)
tomando a rua com seus passos largos
(ao "Largo da Carioca"),
risos álacres e folguedos pueris
ia hilariante de encontro aos acres homens
de cores gris
que temperam a comunidade
com a fatuidade do parco fogo da paixão sazonal.
O louco penitente
desçalço, calcado sobre o calçado do asfalto,
escabelo a seus pés,
carmelita límpido e real,
profeta Elias saindo do Carmelo,
Santa Tereza,
São João De La Cruz,
Cruz e Souza, o poeta magno!,
saindo da crisálida da poesia
aonde não se prendia em cela(Selá?!),
entre os cenobitas.
Levava o torso nu,
não o cobria com camisa,
sotaina ou túnica
- o  zombeteiro ébrio que assustava,
com seu brio,
ao emitir uma espécie de soluço,
guincho ou algo similar, indefectível e indefinível,
como quase tudo que está em vida corrente.
-
Podia se ver o estupor
nas faces dos pobres e falidos transeuntes
feridos pelas setas poderosas do capital
e do consumo,
dos quais são devotos,
devotados servos e escravos submissos,
omissos, benquistos aos bispos
e outros prelados, presbíteros,
cuja sabedoria aprendida e apreendida
era pensar  a vida
enquanto ponte prêensil
na cauda dos símios,
vez que seu saber
se restringe a uma bela anedota
originária da mente de resignados religiosos
que nada sabem do mundo em que plantam o pé
-  quando descem da liteira para príncipe inválido e falido
ou outro governante em regime falimentar,
no qual mergulharam todas as repúblicas e monarquias
há muito sem função social,
sem função alguma par ao povo
e as empresas que os sustem no poder,
que já lhes e tirado
a cada protesto da população conjurada
que não almeja mais
novo governo futuro,
mas o fim dos governos no mundo
- para que o mundo seja livre
e pertença a todos os homens
e não apenas a alguns.

Se o mundo fosse pertença de todos,
da falência do ser e do saber
não morreríamos todos em vida
e a  vida natimorta
jamais seria a criatura do homem e da cultura
em cultivares e cultivos
planta pronta nos projetos
dos arquitetos sem tetos,
sem abóbadas, a céu aberto...:
ação de estafermo.
No saber, cardiologista
não sabedor da experiência de ser cardiopata,
não poderia ser cardiologista,
mas aprendiz do ofício.
Nessa coletividade de alienados
o ser, na ceia, que é  o "pão nosso"
-  falso pão ázimo de "cada dia",
o qual não damos de comer de nós,
porém substituímo-lo pelo furto das palavras,
surrupiadas ao "Pai nosso" comezinho,
nem tampouco o vinho em cada ceia
que não vem de nosso íntimo,
mas de um ator contratado
para nos representar no drama,
na farsa cotidiana e frívola
que resolvemos ser
para não perturbar nossa paz
nem a paz da sociedade-polícia-juiz-algoz
que goza do poder de proibir e coibir o ser
seja de quem seja :
do rei ou do meirinho,
do velho medroso ou do menininho,
do adulto sob o peso da corrente e da máscara
e do jovem audacioso
que  quer escancarar sua identidade secreta
- de super-homem, Batman,
enfim, do homem com a máscara de ferro
que jaz sob nossa face manchada com a máscara).

Esses penitentes de Deus
são os únicos profetas
que não estão no mundo
e, concomitantemente, não pediram falência,
nem concordata ou moratória.
remissão, anistia...
Nós, os outros, estamos em processo falimentar,
se não falidos irremediavelmente,
senhores da massa falida
que levanta a arquibancada
e derrota os credores quirografários,
pobres sem esperança ancorada em lei
- ou rei,
que é a mesma  coisa
de pessoa fictícia
( pessoa só pode ser ficta: persona)
a ser humano real
pedra jogada no caminho do algoz
que goza das prerrogativas de lei e rei
para rogar pragas
e enviar ao cadafalso
para que a lei seja cumprido
e a soberania do rei comprida
- até ao fim do apocalipse
e, quiçá, depois do apocalipse
malbaratado em política de igreja,
que, se sé não é,
- é Santa Sé
com vasta jurisdição.
Na indústria da cultura,
em toda sua economia,
o estado-leviatã de Hobbes
manufatura o indivíduo humano
transmutando-o em coletividade plácida ou hostil,
ou no monstro do Dr Frankeinstein
obra arrrastada da imaginação fértil
da escritora Mary Shelley.
Asserta Nietszche que a mulher
é "uma mentira enfeitada";
assevero que esta mentira adornada
- é o estado em todas as suas manifestações
ou alienações: leis, religiões, costumes...
(Ai! São Jerônimo penitente
de Michelângelo Caravaggio.
Leonardo da Vinci...
à sombra de igrejas
que são  políticas inconfessadas
aos pobres de espírito santo).
 CaravaggioJeromeMeditation.jpg
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