sábado, 31 de agosto de 2013

ABORÍGENE(ABORÍGENE!) - verbete wikcionario etimo

A lenda do João-de-barro está inserta na língua dos indígenas brasileiros;  língua oral, não histórica porquanto não possui escrita , obviamente. Por ser oral é pronta para ser narrada boca-a-boca, ouvida de ouvido-a-ouvido e passada pela tradição oral que atravessa os milênios : é a memória do homem, de um povo, em ação, sendo levado de boca em boca, ouvido a ouvido, passada de mestre a discípulo, pai a filho, etc.
Ao ser transcrita em idioma que possui escrita e, concomitantemente, história, esta lenda perde parte do antigo contexto e se veste com o contexto (cultural, historial, mental, moral, espiritual, intelectual...) da língua que a narra por escriba e escrita, pois ambos interferem no contexto : escrita e escriba.O contexto se torna misto e ora toma o universo mental do escriba, ora o mundo do aborígene(aborígene!).
Uma língua oral e inculta sendo traduzida por um erudito pertecente à cultura e civilização de uma língua culta, rica, com enorme literatura de todo tipo, envolve inúmeras denotações e conotações imperceptíveis e intraduzíveis, além do mais é retraduzida pelas gerações subsequentes, que a guardou no relicário da língua escrita, traduções essas que impossibilitam o diálogo e a dialética(grega) das línguas que se falam ou conversam por um instante : no instante em que insta tornar a narração da lenda inteligível, ao  menos plausível, principalmente no idioma a que se dirige escrita e não mais para a oitiva do autóctone que já passou de ser no tempo enquanto cultura e modo de vida independente.
Uma língua falada canta e não diz, nem pode exprimir em seu ritmo e rito, o que o mito virado no diabo da ciência com rabo quer dizer em seu silêncio mergulhado ou morto, afogado, em signos e símbolos, pois uma língua que fala não pensa, antes age; o oposto se dá na língua que não fala : escreve, pensa, não age,portanto, cala na madrugada da matemática, quando em silencio de monge amanuense trabalha intelectualmente, porquanto antes contempla a sabedoria filosófica de que fala o filósofo Aristóteles na Metafísica, nas Categorias, na Ética a Nicômaco, no "De Anima" e outros escritos filosóficos canônicos exotéricos ou esotéricos. ( A palavra "metafísica" nunca foi sequer pensada por Aristóteles : é obra, espécie de neologismo cunhado por um dos compiladores de sua obra  filosófica, científica, erudita,  enfim).
Os escribas que  registram a lenda, deixam o registro de sua voz no texto, que, paradoxalmente, jaz no silêncio mortal dos signos unidos numa comunidade de entendimento, porquanto durante os séculos, para respirar o tempo em presença e vivo, o tempo do ser manifestado, das epifanias intelectuais e sensíveis, sociais e políticas,  e manter-se viva na literatura, ao invés de virar cemitério da história ou da tradição oral, a língua teve ( e tem!) que se modificar em contexto de tempo, beber e se alimentar dos peixes que nadam pelo rio do tempo ( peixes e águas que Heráclito contemplou e Jesus, por seus discípulos, pegou para comer e alimentar as multidões, consonante a lenda ou anedota do milagre, no Lago Tiberíades, acho!).
Outrossim,na tradução de uma língua a outra há o contexto linguístico e até gramatical, o qual acaba participando na lenda e dando seu palpites nas mudanças da lenda, que quer ganhar o corpo, o pão e o sangue de cada dia. Só no ato de passar de um idioma a outro já se levanta toda uma hermenêutica, exegese, lógica, ontologia, gnoseologia, etc.
Uma lenda simplista, simplória mesmo, originária de uma nação de nativos que falam ingenuamente uma paupérrima e limitada língua oral, acanhada num canto longínguo do jângal, ganha polifionia e complexidade ao enfrentar o mundo que conheceu a sabedoria e erudição grega e judaica-cristã, dentre outras em constelação, abraçaram-se nos laços do latim da Roma dos Césares viciosos e do Império romano, empreendimento que amalgamou tudo na alma romana, espírito da Era Medieval, Moderna e Coeva.
Nosso corpos, almas e espíritos, são corpos, almas e espíritos romanos, os quais são uma miscelânea da opulência e profundidade da erudição grega e da espiritualidade judaica-cristã.
Vê aonde acaba indo peregrinar um breve ensaio sobre uma lenda autóctone?
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