As metrópoles hoje não mais respiram nem deixam respirar . O
asfalto desdenha a água e não a retém
nem a bebe, deixa-na para as bocas-de-lobos entupidas com lixo ( ou luxo de uma
sociedade fundada no consumo); não segura a água nas paredes dos prédios de
concreto armado : pedra mais dura e seca que a rocha originária, quiçá. Assim
vivemos, peixes que somos ou fomos ontem no tempo geológico, sem água para
respirar, com as narinas e a garganta seca e entupida por refrigerantes
dulcíssimos, fortuna de carboidratos.
A vida é vegetal, vegetativa, está nas plantas, na “planta”
da glicose, que é a planta, planta que planta e cultiva a vida, na prancha da
natureza arquiteta, e seus cultivos e cultivares que, quiçá, conhece e convive
com o Arquiteto do Universo, o Ancião dos Dias. Sem os gases, como o dióxido, o monóxido de carbono,
o oxigênio, o nitrogênio e outros, não teremos “vegetividade” e, consequentemente, não teremos vida mínima
sequer,; vida em que vige o plantio, o
cultivo e cultivares.
Estamos a morrer por não
sabermos arquitetar cidades, pois
não respeitamo-nos enquanto seres humanos, não amamos nossos filhos e netos o
suficiente, nem a nós mesmo ( que não
ama a à sua estirpe, odeia-se ou então é
apenas um insensível ignorante perdido na natureza que o corrói com os germe e
a estupidez, que é sua derrocada, porquanto
quando ignoramos o outro ignoramo-nos
inconscientemente e nos colocamos todos em perigo iminente, pois o homem sem o
grupo de proteção, sob o qual vive, sendo chefe ou subordinado, não logra
subsistir, mas entra em decadência social e dissolução da comunidade com morte
certa. É ensejar a crônica de uma morte
anunciada, processo que leva ao fim do
homem pela dissolução da associação sob a qual se protegia e dava-se mútua
proteção.
Não respiramos mais, senão mal, com pouca umidade no ar,o
que nos mata devagarinho, paulatinamente; estamos distantes dos animais, do
verde vegetal, dos odores das plantas, da terra que se ergue no vento e se
molha na chuva, que traz mariposas de helicóptero auto-pilotável, mariposa que
pousam aqui na minha mão e enchem de emoção o coração, atravessando a massa dos
edifícios cujas moles podem ser avistadas de longe.
Em Nova York, além do Central Parque, já estão fazendo
fazendas pequenas entre os arranha-céus
ou nas cercanias deles, pois o homem americano ( não
digo povo, note!) é mui pragmático e percebe o prejuízo que as cidades
moribundas são ara o homem: prejuízo econômico!, porquanto é nisso que eles pensam, são
obcecados pelo ganho – otimizar os
lucros e, na maioria das vezes, mitigar os custos, ou torná-los o mínimo
possível, com dispêndio de apenas o necessário, pois as despesas, muitas
das vezes, tomam parte considerável do lucro e tornam a operação
contraproducente, se não inviável.
De mais a mais, os norte-americanos, o povo pragmático, o
homem pragmático, está sempre atento e
alerta contra os malefícios econômicos, políticos e sociais do desperdício, pois
este encarece tudo, pesa mais que impostos e são tão graves ou mais que
a corrupção porque a corrupção, conquanto
nem sempre seja possível de evitar, pode ser minorada nos seus danos, pois os bens ou numerários desviados
podem ser, em geral o são, passíveis de restituição, ao menos nos países em que as leis vem para
viger sobre as cabeças de todos e não tão-somente servir de verdugo e cortar as
cabeças da maioria dos cavaleiros sem cabeça, que não são lenda, neste caso
específico, nem metáfora, mas realidade populacional que enche o espaço
do campo e da cidade, o que não ocorre
com o custo da saúde pública que, se negligenciada, gruda a conta da inflação
em cada parede de hospital e de empresas, governos, do estado, enfim, e em todos os sentidos, porquanto uma doença crônica, que poderia ser evitada
com profilaxia adequada, racionalização,
traz não só despesas várias e prejuízos enormes, bem como ocupa inúmeros
profissionais razoavelmente remunerados e se alastra em prejuízos que vão ao
bolso do indivíduo, então paciente, e volta ao erário inúmeras vezes para cobra
a conta da incompetência e da estupidez,
que é elevadíssima e tomas grande parte da renda e marca com compasso e ritmo
as relações sociais e econômicas, além de ser a mostra de políticas equivocadas
ou negligenciadas por um governo que,
inapelavelmente, acabará afetado a
administração do próximo governo e, o que é pior, criará um costume de governo
que com o passar dos anos e com as repetições, acabará como parte da cultura.
Pelo exposto, pode se depreender, sem dificuldade, porque o
homem precisa ter o poder maior que o do estado e dos seus governantes que, em
todos os lugares da terra, demonstraram que são fracassos. Todos os governos
hoje no planeta terra são contundentes, redundantes, retumbantes
fracassos, motivos de decepções e
frustrações do povo ( o homem de seu de categoria aristotélica quando de
indivíduo humano virou povo, ou seja, foi-lhe usurpada pela espada a sua substância então cortada
pelou direito, que é a arma
do estado, sempre escravocrata. O estado é o império sobre um só povo, ou
antes, que transforma um conjunto de
homens da mesma etnia e língua em povo, ou seja, em escravos. Ao perder, ao ser
usurpado da sua realidade ( de rei) de sujeito do mundo , o homem, enquanto
ser, ousía, substância primeira ou substância–prima do mundo, viu-se
obrigado, coagido a se rebaixar a uma coisa, um povo, uma massa disforme
e vária).
Para que o homem, enquanto indivíduo dentro de uma
coletividade, tenha poder, não importa a
hierarquia, é mister que tenha atitude,
seja livre para ter atitude, o que não acontece com um povo, que, e geral,
mormente no que o povo foi transformado, em massa, não passa de objeto de
manobras de demagogos e outros. O homem é maior que o povo, pois o povo começa
e termina no homem e não o contrário, conforme se apregoa. Chegou o tempo de
acabar com os governos representativos,
que , de fato e de direito, não representam senão alguns grupos no pode
r e vinculados aos senhores no poder, forma antiga de dominar pela força bruta da espada romana, da cruz romana e do direito romano, que substituiu a
vetusta religião e a adornou com a
filosofia menor da Hélade , depois da filosofia maior de Aristóteles. A filosofia
entrou na maioridade, na maturidade, na sua plenitude com o estagirita, passando
pela juventude com Sócrates e Platão. Portanto, chegou a hora do governo retornar ao homem enquanto indivíduo
livre em cidades-estados em que todos são governantes, utilizando-se,
evidentemente, de mecanismos políticos que permitam e tornem viável essa
governabilidade. Um homem no governo a cada ano e que não retorne depois a um
segundo tempo e governabilidade, pois isso tende a cristalizar a corrupção, que
é apanágio do homem, exceto do homem de Aristóteles na Ética a Nicômaco ou
nicomaquéia. Mas apenas ali, naquela obra
arrancada ao coração do filósofo.
Por outro lado, as instituições, as, quais hoje são
colossais conglomerados, teias de aranha
onde o homem está preso e é morto diuturnamente, tem que ser menores e submissas ao homem, pois
o homem é quem cria as instituições e não o contrário : as instituições,
empresas e o que seja, são feitas para o homem, para servir ao homem e não o
homem oposto. A oração que reza que o homem passa e as instituições ficam é uma
balela, um sofisma grosseiro, maldoso, pois subverte a realidade, aniquila a
verdade que é posta por cada indivíduo e que sobrevive às instituições e às
belas letras.Nos Evangelhos: é o sábado para o homem e não o homem para o
sábado. Será que essa frase poderá instigar os homens-múmias que pensam que
dirigem as instituições, mas que, no fundo, são marionetes delas?
Na atualidade quem atua, são atores e sujeitos que não o
homem, mas as instituições, esses asilos para doentes mentais e enfermos do
corpo e da alma: estados, igrejas, empresas, associações, etc. Mesmo o homem aparentemente
mais poderoso do mundo, o presidente dos Estados Unidos da América , não tem
poder algum, pois somente pode agir se consultar as instituições: Congresso
Nacional, a mídia, os grandes bancos que comandam o mundo financeiro e que
fazem da economia ma mentira enfeitada, ao invés de uma ciência séria. Quem
manda, comanda, é a lei, as instituições também obedecem a lei, instituição
magna do direito, elaboradas pelo estado, este ditador universal da terra onde vive cada indivíduo humano prisioneiro
delas. Não há mais liberdade, nem para
onde fugir.Vivemos à época da ditadura das instituições laicas e religiosas. Na
Idade Média o comando da Europa tinha seu cerne na igreja Católica, que exercia
seu monopólio e seu solilóquio. Hoje são as instituições que forma o estado de
direito ou teocrático.
Fomos rebaixados a sujeitos gramaticais, nada mais. Descemos
à sintaxe das palavras. Foi revogada nossa dignidade como sujeitos ontológicos
e lógicos na proposição da substância de Aristóteles, tempo em que o homem
tinha liberdade, pois o filósofo não era, decerto, nenhum nefelibata destrambelhado.
Na filosofia do estagirita éramos a substância primeira, de onde tudo provinha; éramos o sujeito lógico,
ontológico, senhores do mundo que moldávamos a nosso talante. Hoje, tigres de
papel, sujeitos da gramática, meras ficções de interlúdio, títeres das leis. Só não nos transformaram em predicados do
sujeito porque isso é mera ficção,
conquanto se faça isso por direito ou de direito, pois o direito tem o poder, o
condão de ignorar os fatos e viver da ficção jurídica que pode dizer o que
quiser que isso vira lei de besouro montanha abaixo, ó Epicuro de Samos! O que
somos? Ou nos obrigam a ser?! De Samos não somos, nem do Jardim.
Não somos mais o ser,
a ousia, a substância (“substantia”), a essência (“essentia”), o sujeito da
proposição, da enunciação, o sujeito da concretude, “einai”?!... Sim , somos;
mas as leis venenosas armam sofismas e os mais tolos( a maioria absoluta, que
comanda!) crê como uma moça parva ou uma mosca morta.
Finado esse anátema, que é o estado de direito, a república,
morto o leviatã mitológico que a tudo e a todos domina implacável, o homem
ficará somente com o capitalismo, que ele próprio, enquanto indivíduo, poderá
dirigir como juiz de si e do sistema e onde os líderes emergirão naturalmente
e, destarte, inaugurarão uma Era da inteligência inata, pois cada um terá
a liberdade de falar e fazer aquilo que melhor sabem ou sabem com maior
proficiência.. Somente assim nós todos, cada um de nós, enquanto indivíduos,
poderemos dirigir nossa vida e os sistemas que pomos como pomos ( de ouro) no
mundo como nossos filhos mentais, os
quais acabam monstrengos que nos devoram com o tempo, numa espécie de mito
de Cronos aos avessos.
Testemos uma cidade-estado assim, nestes moldes aqui
explanados grosso modo em alguma Geonímia(geonímia!).
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