sábado, 9 de fevereiro de 2013

PAÇO DE ALHAMBRA(PALÁCIO DE ALHAMBRA!) - etimo


Ao vê-la pela primeira vez
fiquei tão impressionado
( impregnado pelo impressionismo!)
com tudo o que vi nela
do passo à postura,
vestes, modo de andar,
cabelos e, principalmente,
um profundo desprezo
pelos homens e mulheres
deste mundo
menor que ela,
que argui ao colega mais próximo
quem era aquela mulher
tão esplendorosamente bela.
O colega retorquiu ( ou tossiu?!... pigarreou...)
que  marido dela era riquíssimo.
Então , pensei ( para me consolar?!)
que nenhum homem pode der tão pobre
a ponto de poder
ofertar apenas dinheiro,
nem tão rico
que pudesse oferecer
tão-somente inteligência,
sabedoria, erudição...
- mas mais, muito mais;
amor apaixonado
de pastor apaixonado
e cavaleiro andante devotada
á mulher amada
assim como o foi Dom Quixote de La Mancha,
o Cavaleiro da Triste Figura,
símbolo do homem
em seus caminhos....
- um caminhão! :
caminheiro a caminhar
acariciando as ervas daninhas
com olhos
- nas boninas.

Era uma mulher bela
tão bela era
que nela
a luz incidia
como se fora ela
a única mulher a bela
na terra de tantas mulheres
e raros homens
- de verdade.

Quão bela era ela!
Uma beldade
na qual vi
a luz pela primeira vez.

Jesus! A luz
sem piedade de mim
iluminava apenas uma mulher,
dava-a á luz
em minha presença
de olhos arregalados,
a cintilar, fulgurar
no olhar da paixão,
do amor à primeira vista,
do alumbramento do poeta do Recife,
dos arrecifes...
os quais não arrefecem....

Era como se meus olhos
dessem à luz
uma mulher bela,
na idade da fêmea,
plena na majestade da saúde
que faz de qualquer idade
uma deusa da juventude
a se exprimir na beleza
desenhadas a dedos por Deus
nas linhas do rosto,
nos cabelos bastos
pretos retintos
a brilhar feito estrelas negras
-  regra na noite
nas suas madeixas nigérrimas
com deixas, mechas
e endechas em pouco queixume,
mas muito lume
no  meu versejar
ao leu no breu
passando no céu
em mocho e morcego cego
que Jesus não curou,
mas a natureza pôs
um sonar empós as alvas.

Quando a vi
- vi-a subindo as escadas
( Mulher subindo as escadas
de Marcel Duchamp...)
e via a luz à gelosia
como uma Via
( uma Via Cassia!)
iluminando-se na face dela,
pois ela era a luz
e a luz - trevas.

Digo que ela era bela,
( belíssima!),
porque ao consonar
com o filósofo ou pensador pré-socrático,
Heráclito de Éfeso,
creio que ninguém
pode por duas vezes
encetar e terminar
a travessia de um rio,
pois na segunda travessia
o primeiro rio
já é um segundo rio,
assim como os Evangelhos,
ou mesmo outro rio
ou, ainda, outros rios
com átomos no amplexo
que formam o amor
que cria as águas
sobre as quais o espírito do Senhor paira,
mas não para nunca
de rir de mim
com ricto ruim
e uma lágrima sem sal,
insipida, inodora,
porém com bastante sódio
em solitude no solo
e solilóquio atômico
sem o dueto
que forma o bicarbonato
- de sódio
descrito em linguagem química,
poesia em pó, alquímica,
rítmica na mímica
dos signos e símbolos
da Tabela Periódica dos Elementos
descoberta pelo intelecto
do sábio Mendeleiev
- um barba-russa da Rússia
dançante no balé de Stravinsky
na obra abstrata do filósofo-pintor Kandinsky
e nas odes pictóricas de Marc Chagall....
dono de um domo
na aldeia congelada na imaginação fértil
do poeta-filósofo que escreve em mim
com sangue no estilete
num crescendo Crescente Fértil.

Disse que ela era bela,
mas foi para consonar
com o pensar de Heráclito, o obscuro :
Ela continua bela
passando por outro arroio
pensado por outro filósofo do vir-a-ser,
que come arroz no arrozal.
Um pensador que não
aquele Heráclito,
próximo a Aquiles,
a fluir, fluminense, fluvioso, efluvioso,
em não-pluviosidade,
mas fluviosidade
indo a chorar,
por lágrimas da madrugada
( orvalho, rocio, aljôfar)
em outro afluente do ribeirão d'outro douto,
erudito, sábio Heráclito
- este, longe de Éfeso e dos efésios...

Ela continua não-nua,
contida (eu incontinente!),
dando a luz aos meus olhos
- dando a luz à luz
mesmo no lusco-fusco...
- tão bela que ela é! :
que chama a luz
para radiar em seu semblante
radiante
- radiante sol!

Foi ela quem
deu à luz os meus olhos
e ao meu olhar
quando a vi
com toda a beleza da mulher
e de todo o universo
enfeixado em seu ser :
corpo e alma.
( Deus pode ser visto ali,
naquele momento,
naquele olhar,
naqueles olhos refletindo ( defletindo?!)
aquele corpo
e aquele alma de mulher!).

 Antes eu era um cego, Jesus!,
- mas ela realizou este milagre
de me fazer enxergar
- a mulher
somente nela.

( Todos os Apócrifos da Medusa
podem ser lidos nela
porque nela estão escritos
por este escriba.
Não são a descrição dela,
mas sim ela escrita
para todas as linguagens e línguas ).

Este poema é uma descrição sucinta
e fidedigna da Medusa;
faz jus à  sua beleza inexcedível,
majestática e imperecível.

( Extrato dos "Apócrifos a Dois Passos da Medusa e a um Tiro do Paço de Alhambra ", textos em versos de um filósofo-poeta-pastor apaixonado).



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