domingo, 17 de abril de 2011

SURA DO CORÃO PARA AS MULHERES NO ESPAÇO EM ÁLGEBRA ( FILOSOFIA ÁRABE PRA TEMPO E ESPAÇO ARABESCADO ))

Minha porção de mar interior /
mar vermelho de hemoglobina /
tem no sangue mouro /
o gosto pelas suras do Alcorão /
( Em uma sura do Corão /
estão transcritas as mulheres /
- a mulher no Corão ) /

A paixão árabe pela água /
( paixão-álgebra arabescada ) /
está queda nas fontes de água a jorrar /
inquietas e rumorejantes /
e nos palácios à maneira árabe de Alhambra /
nos quais pelos desenhos em arabescos /
os arabescados desenhos /
explorando a geometria árabe /
contida na gramática para a inteligência do espaço e tempo /
que é a álgebra do árabe /
cuja inteligência se estende até os meandros da matemática /
e vai além dando-lhe uma gramática /
transmutando a gramática em filosofia árabe /
porquanto a álgebra é também uma semiologia /
uma semiótica com oitiva no Corão /
que utiliza signos e símbolos em pura abstração /
sendo a álgebra a ciência do abstrato /
a última palavra em abstração da ciência /
a ciência de ponta /
que traz uma ponta da filosofia grega /
( a álgebra é a abstração em árabe /
é a metafísica em árabe /
lógica em árabe /
enclavada no idioma e na etnia do povo árabe /
beduínos pelo deserto humano que é o mundo /
- gramática e semiótica presente /
nos prazeres intelectuais da poesia /
da ciência e da filosofia grega /
que veio em língua árabe com Averróis e Avicena /
com o gosto que só se prova /
nos idiotismos de um idioma /
dizendo e grafando sua cultura /
em tudo o que estuda e dá o seu ser /
- o ser do homem árabe /
o negro viandante no meu sangue /
o qual sabe bem ao Islão do Corão
desde pequenino menino /
com olhos-álgebra ) /

Meu sangue de arameu errante /
faz-me errar por lugares distantes /
sempre buscando a parusia /
esperando a vinda do Messias /
enquanto faço a festa da páscoa /
com pães ázimos /
pães não levedados /
ervas amargas /
enfim : todos aqueles ritos /
os quais não executo mais /
porquanto eles ficaram /
marcados na terra sem água /
dos meus antepassados no pó /
- homens em pó desidratado /
sem areia no relógio de areia /
ou água para mover clepsidra /
ou olho para ver sol /
quando em lágrimas /
( arroio-de-dentro ) /

Meu sangue derramado pelas bárbaras tribos germânicas /
que desafiou e subjugou legiões de Roma /
ama os moinhos de vento /
no vento que Van Gogh pôs em cores /
impressionistas e expressionistas /
consoante a pintura do pintor da paixão em estado escarlate do coração /
( O coração! /
este outro bárbaro germânico /
irmão germano /
de São Francisco de Assis /
frade gêmeo univitelino /
do amor à simplicidade /
que desponta em mim /
no sol de todo dia /
mesmo em dias plúmbeos /
com pomba plúmbea passando lépida /
em solitude de pomba acinzentada /
em sua esfera de vôo /
a desdesenhar o espaço /
desarquitetar o tempo /
fluindo aquática-pato-branco na desengenharia das desditas ) /

Meu sangue de Espanha /
um mar de Espanha /
leva-me pela rota do sol por onde cavalgou Dom Quixote de La Mancha /
o Cavaleiro da Triste Figura imortalizado no espanhol /
língua e etnia escritos em Cervantes /
poeta magno da humanidade /

Dom Quixote de La Mancha /
manchego cavaleiro do apocalipse jocoso /
guerreiro e cômico e trágico poeta /
esteta no amor à Dulcinéia /
é o homem a cavalo sobre a terra sob Apocalipse /
e cavaleiros na saga apocalíptica /
na sanha de decapitar e estripar e estuprar /
que é isso a guerra de Marte /
outrossim um deus do Apocalipse /
( Se o Apocalipse não tinha Marte /
ponho-o sobre o cavalo do bárbaro huno /
no agressivo e ferocíssimo Átila, o huno /
um centauro completo com o cavalo de fato /
montado sobre outro corpo equino /
- ser equestre /
que faz o Quixote ser pedestre ) /

O grego que há em mim /
não se exaure na filosofia /
passa a passo pelo paço da poesia /
ode a elegia /
soneto não nem tampouco canto épico /
ama a escultura e a pintura /
a tragédia e a comédia /
que também pilhei de Dante /
tal qual abelhas que pilham açúcar /
coletando o que há restante no papel de sorvete /
( e fica um gosto de réstia de luz no mel /
ao sabor dos olhos perdidos ou esquecidos no vento /
empós a pilhagem das abelhas ) /

Meu sangue de Roma /
sangue romano /
linfa do mesmo povo /
vem de italianos e quiçá etruscos /
e hordas de bárbaros /
godos visigodos ostrogodos /
que devastaram e assolaram aquela região /
numa etnia de paixão pelo crime e pela santidade /
dois extremos que se beijam no beijo de Klimt /
tensão esticada entre São Francisco de Assis e El Capone /
o qual morreu tocando sua tristeza num violino /
que clamava por liberdade em Alcatraz /
enquanto lá fora sobre o mar /
o pelicano "alcatraz" pescava livre /
- livre principalmente dos homens /
( essas escórias dos demônios ) /
pois são esses seres que prendem os demais /
porque são cruéis ao extremo polar /
com gelo e neve no pico da alma /
sempre covarde e carniceiro /
oportunista e traiçoeiro /
em sua investida contra o próximo /
quando este se acha momentaneamente caído /
( caído ou decaído no anjo que é /
no Lúcifer que é contra o mundo constituído /
todo demarcado e proibido por Direito /
que é o decreto do rico contraposto ao pobre /
- decreto-lei antípoda de tudo o que anela no homem /
cujo desiderato é o de abraçar o mundo num anel /
de sonhos e ametista ou diamante /
que é devolvido à mulher amada /
ou já sem a alma do amor /
- aura que arrefece depois da juventude /
que pode tudo em atitude /
olvidando as vicissitudes ) /

Nas terras que desembarquei /
outras plagas longe de onde o barro e a vegetação /
se ajuntou em mim até formar o Adão que sou /
trago em meu sangue o gosto da terra e vegetal /
bem como o sabor da carne dos animais das faunas variegadas /
os quais são a estrutura molecular e genética do meu ser /
Todavia ainda que longe longos passos e pernas longas /
das terras de onde venho /
- a terra de onde veio meu corpo e alma /
está em mim /
e a planta que floresce lá /
plantada em mim /
florescendo em em meu corpo e espírito /
plantas originárias de ilhas e arquipélagos /
a gosto de lagoa córrego mar /
- mar e marimbondos pintalgados /
no xadrez preto e branco /
que os exibem em seus vespeiros /
tão próximos à tempestades /
e aos anjos que sopram a trombeta do vento /
durante a ventania a galope /
porém serenos em seus vespeiros /
as vespas parecem se esconder dentro de mim /
ou do meu medo e gosto pelas borrascas /
ó Éolo, - deus dos moinhos de vento de Holanda! /

Piso nestas terras com o corpo em outras plagas /

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