O anjo é um tipo de geometria do espaço para indicar parte do existente, o homem no anjo,que é o existente, o ser existente, existente enquanto homem, pois anjo não existe, é um ser apenas, um ente de essência, não de existência, pois esta dicotomia, bifurcação,bipolarização, enfim, a dualidade no sistema binário, é o universo do homem, universo fechado ao universo existencial, universo essencial, de ser, não de ente, que guarda o universo fenomênico; o ser não tem tisnada de fenômeno, enquanto o ente é a manifestação do ser no fenômeno. É a imaginação ganhando asas ("asada", dando azo e não somente asas á imaginação, fora das acepção provida pelo dicionário do wikdicionario do wikcionario, da etimologia, do logos grego).
Isso, essa imaginação a dar asas à si mesmo : à imaginação, é, em certo sentido limitado, que é o anjo : um homem com apetrecho tecnológico natural-cultural de pássaro : heróis míticos como Ícaro, deuses como Eros, Cupido, a deusa alada da Vitória (de Samotrácia), "alguns" "espécimes" de deuses ou "sub-divindades" egípcias com asas-algo-delta...querubins, dragão e outras entidades aladas ou com algo similar a asas nas espáduas : sobre omoplatas o omelete de outro ovo do povo.É a imaginação intervindo na criação do pensamento : o pensante, aliás, é este anjo alado, para ser redundante, mas explícito, zeloso no explicitar. O anjo é o homem em sentido lato, na acepção não acolhida ainda pelo dicionario etimológico.
O anjo representa com imagens, fora da geometria explítica e implícita ao desenho básico, o conhecimento, é a mensagem do conhecimento, dual, maniqueísta, que só pode conhecer estabelecendo fronteiras entre o tudo e o nada, positivo ( o que se pode por, o que é possível ou pode ser posto no mundo equanto ser no ente que se manifesta) e o negativo ( o que não pode ser posto na existência e que, portanto, fica ancorado na essência, na essência do sujeito que põe a si no mundo enquanto essência do homem, que afirma o que existe e o que não existe, mas não pode por o que não existe de fato no ato de por o que é material; põe apenas a energia em forma geométrica da idéia do que há no mundo e o que é possível por ou se pode por enquanto essência, como o Direito, e existência, como o fato, dado no ato humano, que se põe afirmando ( realizando, tornando possível ou passível de por aquilo que pode ser posto como ser e não como ente, que depende do fenômeno, de fatos naturais a que precedem atos encadeados : naturais, primeiramente e humanos, em seguida, que a natureza precede o homem) ou o plano, que é a forma, ( o plano de Euclides é formal, junta linhas e constrói o espaço "a priori", à moda do jargão do filósofo Kant ),que é um ente formal; o plano euclidiano é um ente formal, representado graças ao encadeamento de fenômenos que liga o homem e a natureza; o plano é uma idéia ou ideário do universo percebido, recebido pelos sentidos, enquanto espaço kantiano-euclidiano "a priori", das formas lembradas platonicamente do universo, pois o homem é o universo em microcosmo com toda a sua memória e inteligencia e imaginação, as quais depende da memória ou do exercício mnemônico, conforme dizia o divino Platão ao asseverar que as idéias eram meras lembranças e o conhecimento recordar, recordação.
As formas antropozoomorfas da religião não passam de equação na forma passada, em outro contexto matemático-lógico-logístico, historial, com outra linguagem, usando somente símbolos ou figuras geométricas não-econômicas ( a geometria é uma figura econômica, filosófica, conceitual, ideal, exprime a ideia, não a realidade, que demanda imagem e a função da imaginação a atuar, sem economia de álgebra, economia matemática de termos linguísticos, semânticos, etc).O anjo ou arcanjo é a expressão de uma cultura e uma etnia comum; a cultura e etnia que não possui a figura desgeometrizada do anjo é originária de outra cultura e etnia ou não teve o encontro cultural-étnico com a cultura (mente, inteligencia) do arcangélica ou com a carga genética expressa pelo corpo no amplexo do amor produtivo ou salvífico, que deu em prole sumária ou numerosa.
Na figura do arcanjo pode se ler toda uma cultura desde seus primórdios, sua língua, seus signos vocálicos, fonéticos, os quais são sombras (luz escrita na sombra ) da imagem do anjo, que projeta o pensamento, no qual vem jungida a imaginação, memória, entendimento, enfim, tudo o que a cultura priorizou e lançou na base semiótica e semiológica, quando da formação da mente, que é uma repositório de signos e símbolos, arquétipos, enfim.
A leitura do anjo ao olho nu põe à sombra o universo subliminar da mente formada e em formação "geológica", geoglífica, hieroglífica e alfabética da cultura e do gene que a apanhou, que a colheu, recolheu, depositou em si.
O anjo põe a ciência toda nas formas "geometrizadas", espacificadas e temporalizadas através da mostra desenhado do espaço contido num plano (geométrico), a figura imagística do anjo, a qual se segue a geométrica e, posteriormente, na evolução das formas de exprimir o pensamento abstrato, com maior requinte e sofisticação, os signos puramente abstratos, que nada mais tem com a imagem originaria que lhes serviu de simbolo, que deu sombra ao simbolo, que é uma forma ampla, ancha, a compor o significado e o signo, que se emancipa do símbolo, inaugurando uma leitura e escritura de signos puros, livres dos conteúdos, uma evolução da geometria espacial em geometria abstrata, algébrica, literal, sem raiz real, com radical nos símbolos e signos, que se dicotomizam em significado e significante, respectivamente, sucessiva e simultaneamente.
O arcanjo arrasta a tradição de uma cultura, não de forma oral, mas escrita, considerando escrita símbolos e signos, pois a imagem desenhada dá origem ao simbolo geométrico e a geometria faz pensar nos signos, indo a mente de abstração menor a abstração maior, assim como foi a filosofia de Aristóteles a Epicuro.
O anjo põe e tira o ser, vai do ser ao nada ou não-ser de Parmênides, perturbando e inquietando o pensamento grego desde os primórdios com o paradoxo do ser e não-ser : o ser que é tudo, o todo o " hem panta" do eleata celebrado ao não-ser ou nada do mesmo sábio eleata : Parmênides de Eléia, na Grécia antiga : terra puída.
O anjo inquietante, no pensar do eleata, é o nada, dado em contraposição ao ser como não-ser; que, posteriormente, toma a forma do zero na matemática algebrizada na cabeça do árabe, leitor dos doutos gregos ; já o homem é o todo (universo hermético: macrocosmo sumário )dado à existência e à essência, possível e, evidentemente, passível de ser posto ( " o ser é somente uma posição", diz Kant, ou seja, algo possível, passível de se por, de realizar; sendo o realizar um por em natureza ou na cultura.
O direito, por exemplo, é posto na cultura, por ser um ato cuja substancia é a mente; uma invenção, não obstante, é posta em natureza e em cultura, respectivamente, por ser um ser "ambidestro" ou ambivalente, a pervagar pela cultura e a natureza, vez que sua produção é parte pensada, escrita e realizada em equações ( equações são anjos em signos, já em escrita e não mais em desenho, imagem ou somente símbolo, mas já amealhando outra faceta do ser, do ser que é dado em vários cubos sucessivos no feixe de relações espaciais; são mensagens, mensageiros) na mente e, posteriormente, passados ao engenheiro ou técnico que transforma a natureza ou as substancias naturais conforme o molde dado nas equações e transfere o pensamento e a cultura que projetou o pensamento no artefato cultural, que, destarte, e com esta arte, ou inteligencia realizada, põe o ser realizado na natureza e cultura.
Aliás, no que tange à ciência ( ou ciência-anjo, que evoca o título de doutor angélico de Tomaz de Aquino, exímio teólogo católico que moveu um tempo o pensar do ocidente ) ela se bifurca entre o que é de direito e o que é de fato, como já distinguia Kant; entre o que é de direito e o de fato, inobstante, está o olvidado ato, que é o que move o mundo desde o Big Bang.
Aristóteles já se referia ao ato na abordagem do primeiro motor, o qual ligou o cosmos ao fogo, faísca, luz, na explosão inicial. "Fiat lux", diz a bíblia em latim.Todavia, na assertiva do filósofo, o ato é atributo exclusivo do homem ou da inteligencia.
O anjo é a mensagem clara, assertiva de nossa mente, de como funciona nosso pensamento dentro do âmbito cultural, historial, etnológico, antropológico, enfim, dentro dos "apertos" dos objetos ou no âmbito labiríntico dos objetos que desenham e desdenham a ciência através da epistemologia e outros meios de ceticismo salutar. São os diabos do bolor.
No arcabouço do arcanjo, no debuxo, toda a cultura etnológica, etnográfica, todas as rasuras epistemológicas em ranhuras, fissuras parietais, orbitais. Anjo, arcanjo genético e memético.
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