Um jogo entre dois
tenistas( não é possível jogar um tenista contra e a favor de si mesmo, jogá-lo
contra outro é, pois, mister, senão não há mister Roger Federer versus “el
hidalgo señor “ Rafael Nadal, vulgo “Touro Miura”, bravo desportista da terra de Dom Quixote e
Sancho Pança transido pela dança do ventre. O mesmo se dá a esmo com a peleja entre dois boxeadores ou, por outra, a disputa envolvendo duas equipes de futebolistas, por exemplo, ou jogadores de baralho, enfim, ao que mais se apresente em jogos e
esportes cujos tempos cronometrados aparentem apresentar tempos iguais no giro dos
ponteiros do relógio, mas que, em
realidade, apresentam tempos diferenciados, mesmo quando tal tempo for o mesmo em horas,
minutos, segundos e milésimos ou milionésimos
de segundos nos dois jogadores a
medir o tempo no ato de jogar ou em relação a outra partida de tênis ou qualquer
outro desporte ou jogo, que visite o relógio, isso no que tange à igualdade do tempo de jogo que,
ainda que seja mensurado na mesma quantidade de tempo que se mediu a outros ou
outros eventos esportivos, não têm de fato o mesmo tempo, não é o mesmo tempo senão na quantificação, jamais
na qualificação do tempo vivido : tempo da libido e do folguedo infantil ( tempo lúdico). Inobstante
isso , malgrado a igualdade ou similaridade nos tempos cronometrados , o tempo quantificado nunca corresponde de fato
ao tempo passado entre dois jogadores, compartilhado pelos espectadores, nem sequer para cada um dos envolvidos no
jogo , isoladamente, individualmente, não são
tempos iguais, mas apenas medidas iguais
da mesma porção ou quinhão de tempo, não importa se tais tempos “iguais” sejam
ou não simultâneos : são sempre
simulacros basais, com estofo no indivíduo, nunca nos indivíduos em conjunção
societária, cultural, os quais não partilham da lucidez da individualidade, nem
da verdade que há nela e contraste hipócrita da mendacidade que carrega tudo o
que é coletivo no caudal cultural que acaba derramando no homem e o queimando
no cérebro.
São, de fato, diferentes tempos, aos quais se lêem como iguais, porquanto os números são
os mesmos, ou seja, o mesmo tempo esteja consignado, assinalado
inequivocamente em numerais e a
respectiva leitura seja feita com
precisão atômica ou por reles relógio prosaico ou em cronômetro sofisticado,
com tecnologia de ponta, os quais, a
rigor, cravem o mesmo tempo, aritmeticamente, com variação
ínfima para o erro, pois a matemática não é exata,
Pois não sofre de exatidão, como sonham matemáticos incautos
e incultos. A exatidão matemática é um mito que se espargiu graças a linguagem
cifrada de símbolos matemáticos e algébricos
, porque a álgebra é absoluta, resolutamente abstrata até o fim
dos objetos, senão em si,
platonicamente, no universo ideal, porém
não nos fatos, nem tampouco nos atos humanos ou naturais que dão causa à uma margem mínima de erro , os quais se torcem na mensuração do
triângulo, do círculo que se utiliza do “PI” radiano, cujo fito é o de debelar cortes no espaço geométrico, os quais estão a viger vigorosamente nos números uebrados,
Numerais sem troco, por
vírgulas cindidos pelo gládio da razão, porquanto não levam o numeral ao finito
da realidade, mas sim ao infinito matemático, que não passa de uma ficção
genuína, daquelas que sobrecarregam de contrastes o real e o ideário e marcha a ré para um idealismo
instrumentalizado pelas matemáticas, cantando a canção da cabeça dos seus
matemáticos idealizadores, fecundos e
facundos nefelibatas, idealismo
exacerbado esse que somente encontra correção na abstração da álgebra que, como
uma espécie de contraparte da matemática numérica, não põe números, mas
apenas letras que representem todo o universo pensado ou mesmo o impensado, ou impensável, em letras que abstraem números,
tomando-lhes o lugar singular e dando-lhes a vastidão do universal que lhes é comunicado ,
destarte, tudo fundamentado nas idéias
de Platão ou em pensamento puro e transcendental ,
Tipo o kantiano, porquanto
a letra dilui o número e o torna
mais vasto que o universo, vasto como somente o pensamento o é ou ousa ( na
“ousia”)ser ou pode ser dentre os glosadores com seus motes de sesmarias
prontos como botes de cobra e salva-vidas sobre água de naufrágio com sufrágio de aves Marias e marinhas, que se
atracam à nau com nautas em desespero. Tudo isso engendra naufrágio e não
sufrágio; contudo, se gerar sufrágio será pior
mal do que o do naufrágio
completo. O pensamento é uma nau para o naufrágio, não para o sufrágio. Todas
as idéias que trafegam ou trafegarão, naufragarão nas Fossas Marianas.
A margem mínima do erro transpõe o tempo erodido nas figuras
geométricas, tal qual o círculo ou circunferência, que devora um espaço curvo e
deixa fora a outra curvatura do côncavo ou do convexo, por onde converge em
parábolas cartesianas , as quais se curvam indóceis ao tempo do relógio e dos
cronômetros da mais alta tecnologia, os quais estão aptos tão-só para mensurar a ficção matemática do
tempo, ou melhor, parte do tempo isolado em um dos seus atributos ou
predicados. Não que um tempo ou o mesmo tempo registrado seja diverso de si mesmo,
mas sim porque um mesmo tempo registrado
para duas duplas de tenistas durante o transcorrer da partida, conquanto
medido como tempos iguais no mesmo cronômetro ou relógio, não é, de fato igual,
e sim completamente diferentes, entre as duplas e entre todas outras duplas co
jogadores solitários em cada alado da quadra ( não falo de tenistas a jogar em
dupla, mas se falasse nada mudaria o raciocínio; aliás, o raciocino poderia ser
levado às duplas em jogo do mesmo modo que no embate dos tenistas individuais, excepto
que o tempo, mais uma vez, mesmo sendo o mesmo no relógio, não seria, na
realidade do jogo e dos jogadores envolvidos, o mesmo tempo nas duplas e nos
jogos dos tenistas individuais, e não
por causa ou e função apenas do tempo psicológico simplesmente, que é
tão-somente um elemento de pouca monta, mas
por uma gama de fatores que regem as leis matemáticas dos caçulos integrais e
diferenciais durante a contenda dos tenistas que jogam individualmente e daqueles
que jogam em dupla, os quais, ambos os
embates, administram o tempo de forma diversa, porquanto não somente o tempo é
diverso e com maior polifonia como o universo medra em massa e movimentos que
tangenciam essas massas na forma da física abordada por Newton ou pela mecânica
quântica, as quais “físicas” reeditam e “reorganizam” as “físicas” no universo
químico-fisiológico do corpo, mormente onde a mente se entronca com os
neurônios).
Outrossim,
levanta-se no levante um outro
tempo quando dois ou mais jogadores
diferentes estão na desabrida luta que é o jogo, ainda que o tempo que se passou ou se
passa seja lido dentro da mesma quantidade dos supracitados e tenha de fato a mesma
quantidade de horas, minutos, segundos, milionésimos... ainda com toda a extensão das reticências que se
colocarão após os números em dízima
periódica, - o tempo, não obstante, não é o
mesmo tempo, pois são outros os jogadores de dados ou de pôquer, futebol,
esgrima, ou de tênis, no caso em quadra
aqui neste tecido historiado de forma avulsa. Se forem outros os jogadores, novos os contendores, ou mesmo com os mesmíssimos
combatentes em quadra, em outra hora ou
dia (noite), mais diverso se torna o tempo, por causa do ser que impregna, o ser
de cada homem em biometria, que dá corpo ao tempo. A causa do tempo é o ser no
bioma,
Na cidade, no campo, no poema, na ema correndo, em todo o movimento...O
movimento, a velocidade, a força são funções do tempo, da matemática e da
física, bem como da química, que não passa de física em menor escala ou na
escala dos elementos atômicos de Mendeleiev,
Grafados em Tabela Periódica dos Elementos ao sabor da inteligência do sábio russo, que por
tabela pode ser provado ou provocado. O tempo nunca é outro tempo real, fático,
senão o presente, que se dá na epifania do ser. Não existe tempo para trás,
pretérito, senão no verbo que o reza, nem para frente, no futuro: o futuro de
amanhã é hoje amanhã, no presente que
amanhece em seu ser, vivo, presente e vida; o pretérito de ontem, já foi vivido
e não retorna com a máquina de pensar de Einstein e da Mecânica quântica com
suas equações que pensam descrever uma porção do universo em lei que retroage
para beneficiar o criminoso com pena mais branda. O tempo é o presente eterno
que põe o ser na ponta do olho, no faro do olfato...:
O presente é a eternidade dada ao homem enquanto ser vivo,
nas corredeiras do rio de Heráclito de Éfeso( Vide, melhor, leia a nobilíssima
e douta Epístola de Paulo aos Efésios). Assim como a física quântica é a física
da energia mínima, mecânica do ínfimo, que se rebaixa de infinito para mais abaixo;
e no lado oposto e paralelo está a mecânica de Newton, que, ao contrário, sobe das galáxias ao infinito que segue em espiral para cima.
O tempo mensurado nos relógios e cronômetros é tão-somente
uma parte do tempo, não todo o corpo do tempo, que abrange músculos, materiais
esportivos, vestes, espaço e condições climáticas, biogeometria do corpo humano
e do espaço achatado dentro, no entorno e fora do corpo chato ( entortado pela
gravidade), participação do vento, da chuva, do sol, do fluxo hormonal, bioma,
presença de insetos, bactérias, fungos, protozoários, vegetação, solo, cultura,
rito sinestésico ( sinestesia), presença de minerais, umidade do ar, calor,
sol, sombra, frio, participantes do jogo e espectadores, torcedores, enfim, uma
gama de elementos que vai ao infinito : este conglomerado galáctico em ritmo é
o tempo. Medimos o tempo pela barra nigérrima da noite a caminho das sombras da
madrugada e pela barra da alva,ou seja, não o medimos, apenas inventamos com
isso os r elogios, que mensuram as convenções sociais e científicas, bem como lingüísticas
e histórico-contextuais, pelo movimento do sol nascente que vêm do dilúculo, vai
ao zênite(zênite!), passeia pelo lusco-fusco e
chega, por fim, ao nadir, quando a noite desce em sombra descalça e procura
seus rastros escuros na treva.
O tempo é o que há de mais concreto, conquanto o vejamos
como abstrato e como mera idéia porque o pensamento modifica ou redesenha a realidade
invertendo-a para poder captá-la
de ponta cabeça e, posteriormente, subjugá-la sob conceitos em contexto com o texto tecido por essas
concepções intelectuais, que se dobram à gravidade da época vivida e vivenciada
pelo ser, então humano, sob pressão de grupos e doutrinas humanas e desumanas,
todas fincadas no interesses de grupos institucionalizados ou não.
( Do Anteprojeto de lei “Caminhos Dos Livres-Pensadores,
Hermeneutas-entomologistas e Exegetas dos Marimbondos Pintalgados de Preto e
Branco em Oblongo Corpo Alongado de Aeronautas)
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