Quando a sombra gélida
Desce ao vale
enregelado
Em observância ao glaciar
Ao lado do precipício,
Então o homem treme
Ante a sombra da morte
Que resfria e embuça o vale
Trazendo ao corpo vivo
Entropia, hipotermia,
hipoglicemia...
Assassinas frias, impassíveis,
As quais podem ser
letíferas ao homem
Pois cometem assassínio sem apiedar-se da vítima,
sem compadecer-se do paciente
Do moribundo nas vascas da agonia.
Moribundo marimbondo
Perdido o voo perfeito
Longe do itinerário
latitude e longitude
a cavaleiro do descalabro
sem albor de cavalo em marcha
este é o homem a vasquejar ,
no transcurso do passamento,
Inerme ante a força
sobreposta
pelo cavaleiro glacial,
Sitiado pela
hoste inimiga
Séquito de entes visíveis e invisíveis
Presentes em fungos,
ácaros, feras, ungulados,
Criaturas peçonhentas, órix-cimitarra,
Todos a erguer a cimitarra
Contra o cachaço,
A dura cerviz,
Que não obstante rolará
Ao canto da guitarra
gitana...
Na terra negra do Cantão
Onde a treva baixa
E o sol retoma o mutismo do carvão
Enquanto o verme se torce e retorce
ao devastar a alma
degustando o corpo
Qual praga de gafanhotos
A depauperar a vegetação num átimo.
Os cristais dos minerais
Nem nascem e, concomitantemente, não perecem
Com a rapidez da erva daninha
Dada ao fogo crepitante
Que a ventania ululante alimenta
Em procedimento antípoda
À ação da primavera em seu primevos brotos,
Suas vergônteas a tear o verde,
Tecer a história em geoglifos e petroglifos,
Fragmentos de língua natural...:
Cristais não são Cristos,
Sequer cristãos obviamente,
Tampouco anti-Cristos
Descritos por Nietzsche
A desbastar hieróglifos de outro teor historial,
Nem críticos a desbaratar ( O Mahabharata
Ou encetar exegese etimológica
Tendo como objeto o vocábulo “Maranata”)
Traços anti-críticos, troços acríticos
Em momentos de
movimentos sinfônicos
Equalizados no temporal,
- tudo isso simplesmente
porque não sofrem
dor de gramático posta na gramática
em voz passiva
que nos levam a ser pacientes de médico,
passivos, compassivos, passionais
ante as vicissitude cobradas
pelo mundo social-natural;
minerais sem a pecha
da gemologia
sequer sentem o mundo
( sentem-no pela minerologia
Que diz do grego idioma,
Dito pelo grego filósofo,
Homem no ato de
alienação
Exigida ao ator,
Um hipócrita profissional,
De direito e não de fato, necessariamente);
Minérios apalpam apenas o tempo
Com nada às mãos
Em que segurar-se,
Sem conceber o ser
Que emerge pintainho ou pintainha
Da casca do ovo
Ao verso da cor do amarelo à gema e girassol,
Pois sua segurança e porto seguro
Vem da raiz da planta,
A qual semeia e planta a vida
E vem a sentir a mão
que
E a planta do do pé
Em palmilha
A sentir milhas de
terra
Sob pés-raízes às “apalpadelas”
No escuro que procura a luz
nos vegetais que são ( somos!)
Primeiros entes a seguir
Os passos da vida
Em rastos no solo, subsolo,
Onde vagam lençóis freáticos,
Aqüíferos Guaranis...
Vegetais, no entanto, ainda não sofrem,
Não ouvem essa voz de apelo
No pelo eriçado da gramática da Ática aristotélica,
Uma vez que o sofrimento,
A paixão dos gregos e de Cristo
Tem início com os animais,
Antes de Cristo,
Pois eles são os primeiros bichos,
Antes de nós,
A aprender a fugir da morte
( o homem, depois de Cristo,
Apreende filosoficamente
Este conceito passível de elegia,
De poesia trágica
Na Paixão de Cristo)
Ante a sanha do predador
No curso do processo
iniciático da caça.
Quantos aos iniciados
Estes ( nós homens!) não se furtam à luz
`a sombra do vaga-lume
Com a brasa deste coleóptero
A queimar a mão
Até abrir um buraco
De cabo a rabo
Antes que a morte
Separe-nos a carne
Com a cimitarra do guerreiro bárbaro
A nos cindir ao meio
Parodiando o anedotário sobre Salomão.
No homem, entretanto, tudo dói tanto,
Onde a dor moral
grassa,
- suscita dor de tal
monta
Que o obriga a fugir de tudo
e de todos os seus semelhantes,
- até do ermitão
Que vive em si mesmo!
A despeito dos homens gregários
Temerosos de sua própria e solitária companhia.
O homem é uma companhia ruim
Até para si mesmo
Enquanto não vencer o
medo
De se enfrentar no
front,
Homem versus anjo,
Qual o fez Jacó
Que se derrotou
E, portanto, triunfou sobre
Deus
E sobre os homens,
Porquanto o único vencedor
real
É aquele cuja vitória
É sobre si mesmo
E não sobre oponentes,
Que os não há
Para os vencedores de si mesmo.
Todavia, nada disso é
óbice
Para que o último movimento
em sua sinfonia coral
em seu corpo de baile
na sua ópera bufa
Seja terminado no frio
Sem termas ou sauna
Cobertor ou corpo cálido
Onde se atracar
Depois que o fogo santo do amor
Apagar-se nos sacrários
E tudo passar à treva
Sem Alpha Orionis ( Betelgeuse)
Ou Beta Centauri ( Hadar ou Agena)
Para contemplar.
O homem que venceu ao si mesmo,
Ao seu não-oponente real,
Ganhou outro nome
Porque encetou nova vida:
De Jacó, que derrubava a todos
Agarrando-lhe o calcanhar,
“passando-lhes a perna”,
Como o fez com Esaú e Labão,
Quando, então, por mérito
É renomeado “Israel”,
Aquele que venceu deuses e homens
No simples ato de vencer-se a si mesmo,
Na redundância da vitória notória,
e, destarte, vencer o
mundo inteiro,
Constituindo-se em uma nação,
Da qual será o patriarca venerável,
O sábio uno ao Deus pai todo-poderoso.
Sem embargo, mister é que seus filhos,
Em suas doze tribos representadas biblicamente,
Não sejam os espermatozóides
Que perderam a corrida material
E restaram mortos ao meio do caminho do cavaleiro,
Diversos, dispersos persas despercebidos
E nem tampouco retroajam
da iluminada natureza búdica
que prescreve a corrida
espiritual,
Única corrida do ouro
- para a Califórnia!
Cantada à Beatlemania rouca, louca,
Pouca a polca...;
Calada pelo calado da noite fria
- Na morte
Tramada por assassino fanático,
prosélito,
sectário...
um pobre diabo dos
diabos,
- dos diabos, o mais pobre!
...............................................................................................
ENSAIO
No verso tudo descamba no mistério da vida, que não pensa
nem tampouco faz pensar. A poesia é o sonho mais próximo da vida, não da
existência, que esta é parte da discussão filosófica. A Bíblia acorda o sonho poético-profético ao
narrar a peleja renhida entre Jacó e o
Anjo do Senhor madrugada fora, pela calada a rumorejar versos no rocio em rio
manso. É o fenômeno do sublime, a arte no mais alto nível, o labor nobre do senhor
Saint-Michel- de –Montaigne e do barão
de Montesquieu, aristocrata.
Na prosa, dá-se o fenômeno do prosaico, que não canta,
sequer ama, apenas disserta friamente e busca desvelar o que a medicina põe sob
a rubrica de Tanatologia, que imaginamos ter cunho científico, mas não passa de
um mito grego dito pelo “logos” na forma do pensador natura, no limiar
fronteiriço de um contexto, que contesta texto, e não mais no canto do bode envolvido pelo estro do poeta trágico, que põe a tragédia no
relicário de pesadelos ou jóias de pesadelos buriladas pelo artista-joalheiro Füssli, um pintor de visões assustadoras de demônios nas versões femininas e masculinas,
respectivamente : Súcubos e Íncubos que tornam a vida humana
perrengue.Um perrengue na noite são esses diabos.
A tanatologia é, de
fato, não de direito, um mito grego que emerge de outro contexto, que dá novo
texto e principalmente leitura à
história escrita sob a forma atenuada
das metáforas e com linguagem poética, ou seja, alegórica rica tomada de
empréstimo ao poeta,que sonha e ama, pois é um ser que está dormindo um sono
longo para a vida real que passa sem que ele, o artista, não veja, absorto que
está co sua arte, sua relação que imagina ser recíproca com Galatéia, a
estátua.
A ciência, talvez,
não passe de uma notícia sobre outro contexto e, por isso, quiçá por outros
motivos tão vastos e de numeração virgulada tal qual a dízima periódica, não
valha a pena por a pena na ferida, - por isso e outras razões diversas e
inumeráveis e controversas, a poesia,
nem as artes em geral, tiveram morte súbita
ou sofreram algum abalo sério entre pessoas intelectualizadas, após a aparição
bombástica e retórica da ciência, secundada e propagada pelos seus cientistas e
mesmo seus pseudo-filósofos , então jovens fanáticos e inexperientes, sectários a cantarolar loas, quando o fenômeno da ciência veio se insurgir no horizonte; a ciência que tentou, mentindo em seus credos,
destituir a filosofia, sua mãe e mestra severa para poder ficar só com a
história e, destarte, conquista do mundo vão ( vanidade!), vil e velho, que já pertenceu a conquistadores implacáveis
do naipe de Gengis Khan, seu filho , Kublai
Khan, o Grande Khan de Marco Polo, que
é, por sua vez o grande mentiroso, ou melhor, o megalômano, que , enfim, dá notícias em primícias da dinastia Khan com
sua progênie, bem como a Alexandre Magno, com uma época carolíngia e outra
merovíngia a alternar a devastação e a devassa que esses reis promoveram na Idade
Média, mais da cor do sangue que de
trevas, que não raiam, não irradiam ondas luminosas. A luz é ondulação.
A ciência, tal qual a religião, ambas vivem do pavor da
morte, fazem desta profissão de fé,;
entretanto, nenhuma delas foi capaz de
salvar o mundo, somente o salvaguardaram, sem nenhum trocadilho nesse sentido.
São cães de guarda mesmo! – que servem , ainda ao Khan! : ao Khan vivo na pele
dos políticos larápios que arrepiam a terra e não a lei, que é ao gosto deles e
para desgosto dos demais : nós, gente tanta, tonta de tanto bebericar cerveja.
O homem que perdeu as batalhas contra si mesmo, a maior das
quais é o medo da morte, que o faz esconder na religião e na criogenia da
ciência para rico tolo, perdeu a guerra. T quando se perde a guerra para si mesmo, volta-se pára o
inimigo externo, que é mais fraco que o interno, pois pode ser ludibriado co
facilidade, mormente para quem tem a experiência vasta e as cicatrizes do
guerreiro que perdeu para si próprio o que corresponde a perder para o pior
inimigo e perder-se cabalmente na desilusão e no ceticismo cru. Não é mais um
homem :
É um morto, um zumbi, um ser a tatear nas trevas das drogas, que podem ser fármacos,
bebidas alcoólicas, doutrinas, religião, ciência, filosofia, poder, sexo...etc.,
nada disso salva, - salvaguarda do suicídio, que já o há em espírito
mortificado, mente embotada, paralisada pelo horror da derrocada, o naufrágio
em porfia tenaz(tenaz!)contra o anjo do Senhor, que o bateu e abateu no matadouro do
Douro e do Minho, no álveo do Rio Douro, nos Pitões das Júnias, em Portugal medieval ou paisagístico, nostálgico, com
saudade do poeta Fernando Pessoa e outros de assim peso, calado.
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