sábado, 14 de junho de 2014

CALCADA, CALCADA - etimologia etimo

Das categorias de Aristóteles a substância é, evidentemente, a de maior importância na lógica formal e na realidade factual. Direciona o pensar do estagirita  à ontologia, no que tange aos nomes ( nomenclatura), a qual leva à morfologia, bem como às leis que regem a sintaxe ou relação sujeito-predicado em última instância.Relação ou interação bifurcada no dizer(“logos”) ou não dizer do sujeito , ou seja , dizer o ser, ou estar ou não estar no sujeito que às vezes é gramatical, outras vezes ontológico, representado por um enunciado, que o define  no ramo do ser ou meramente por um nome, que diz de um estado vazio sem o ser que mostra a cabeça depois do mergulho no fenômeno. Cabeça que mostra, cabeça de ostra.
O filósofo, em seu pensamento metafísico, parte da substância primeira que é o indivíduo. Essa categoria, quando no homem, vegetal,  animal e mineral, quando  individuada, já não é mais mera metafísica, mas física, natureza, concreção, concretude. O indivíduo é essa concreção, esta a substância real, fática, da qual depende  as demais, que somente existem ou tem o ser dado pelo indivíduo, mormente o indivíduo humano, parte corpo e parte alma (mente). Neste sentido e em perspectiva filosofante , os  animais, plantas, minerais, moneras, não possuem alma porque dentro de suas “almas viventes”, as  quais os anima o corpo posto em órgãos e organelas, porquanto não têm mente,ou seja, não fabricam objetos abstratos como o tempo, a religião, doutrinas : o ser, enfim.  São o ser para o homem individual, mas não para si. O homem, por seu turno, é ser para si, faz-se ser  e emite o ser que percebe nos fenômenos : retratos do ser no tempo em que é : o presente fluído como o rio que passa e por onde ou por cujas águas não se passa duas vezes, no dizer heraclítico.
Os bichos, plantas e minerais não dão o ser ao ser, portanto não suscitam  o ser, deles não emerge o ser, embora sejam seres, mas sem o substrato abstrato mental não o percebem ou não os constroem porquanto não possuem signos lingüísticos nem símbolos que transforme o pensamento abstrato nesses seres ás vezes concretos e às  vezes abstratos. Ambos se conectam no fenômeno e na compreensão do fenômeno enquanto linguagem vital, viva, de sinais naturais.
Esta idéia ou ideário lógico e ontológico em tese na obra do filósofo  é que vem a criar, para além da língua grega, a gramática, invenção aristotélica; a gramática : mãe da filosofia grega que não passeia por outras línguas antes de Aristóteles,  se não por acaso e na inconsciência, pois é do grego pós-Aristóteles, pós-gramatical, é que se funda a lógica vinculada ao “logos”, transmutando este “logos” com o respaldo filosófico, ou melhor, ontológico-lógico da  gramática de “logos” em lógica”. Destarte, o grego pós-aristotélico é o único idioma que pensa a gramática dando-lhe uma lógica, um pensamento coerente, rigoroso, voltada para a ciência do pensar respaldada pela ciência do fazer : a técnica que, assim discutido  à exaustão, transforma-se em tecnologia, ou seja, dialética d técnica, que não é mais apenas o fazer com as mãos,nas também  pensar e por em tese e antítese esse fazer que, dado ao infinito pensar, evolui para infinito . O “logos” grego pós-Aristóteles é o  único-primeiro  idioma a dizer,  através do filósofo,  uma primeira língua cônscia da gramática que o fundamenta, na voz  e e mente pensante  de seus indivíduos mais sábios e eruditos: os poetas e filósofos pós-aristotélicos.
Não afianço que não haja, tampouco que não havia gramática a respaldar outros idiomas; digo, apenas, que estas outras gramática, que não a gregas, são impensadas, impensantes, sem perspectiva filosofante,  aristotelizante ,  meras regas, quase normas jurídicas. A língua dos mitos gregos cantados nas epopéias homéricas e tragédias de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes,  trinca  trágica de poetas, não é a mesma língua calcada(calcada") nas categorias de Aristóteles. Aliás, “o canto do bode” de Eurípedes já não discute mitos,  mas sim dramas profundamente filosóficos,  da filosofia que o poeta trágico deve ter bebido em Sócrates, apresentado nas “Nuvens” de Aristófanes como uma personagem bem conhecida na Atenas de então.
dicionário dicionario onomástico onomastico filosófico filosofico científico cientifico enciclopédico enciclopedico etimológico etimologico etimologia etimo wikcioná´rio wikcionario wikdicionário wikdicionario verbete glossário glossario terminologia científica cientifica nomenclatura binomial terminologia

Nenhum comentário:

Postar um comentário