A diferença filológica(?) entre as línguas portuguesa e
espanhola está bem caracterizada em algumas unidades onomásticas, separadas
para paradigmatizar o fato e feito
historial realizado pelas duas culturas próximas geopoliticamente falando e tateando para dizer à maneira grega do “dizer”(estudo,
conhecimento, lógica no “logos” aristotelizado, ciência, dentre outras
insuspeitas lexicografia), tal qual se lê no tratado das Categorias de
Aristóteles quando expressa o filósofo do que é dito e do que é ser,
coisas separadas na significação e no apontamento das coisas e expressões
cunhadas para colher , recolher as coisas como seres, em “logos” enfeixadas,
onde ou de onde são ditas ou estudadas, pensadas, tratadas com ciência ou
consciência, num rasgo de epistemologia que rasga o véu que vela as coisas e os
seres que as desvelam, fazendo do céu puro , novo, um céu roto, com rasura, um
rascunho, enfim, se há fim para o fim.
As famílias ou etnias
que originaram os nomes Lopes e Lopez, por exemplo, para encetar o assunto citando dois nomes de
famílias, a consonar
com o que é dito em língua portuguesa, alto e bom som, são bem próximas
em toponímia e lingüística , porém sofrem pequenas variações , ou quase nenhuma para algumas percepções
desavisadas, senão poço acuradas(acuradas!), variações advindas do falares e dizeres e
cantares dos povos diversos que invadiram as península
ibérica. Esses falares, cantares são audíveis mormente na prosódia, que,
geralmente, por regra quase invariável, sofre mutação no fonema final, o qual faz a família de português sibilar Lopes, com fonética terminal em “s” enquanto
os irmãos de Espanha dão ao som
desinencial a voz de “z” ao seus Lopez, perfazendo quase insignificante , quase
imperceptível diferença fonológica audível tão-somente na letra “desinencial”, o que, não obstante,
abre passagem para outras relações fono-linguísticas cujo sutil movimento do aparato fonador armado
com língua e dentes semelha mãos e dedos
à viola, à harpa dedilhada com languidez românica, fruto da preguiça e
indolência pós-guerras vencidas com facilidade e ligeireza pelas empresas então
denominadas de Legiões.
O mesmíssimo
fenômeno fônico se dá com Dias e Diaz,
Mendez, Mendes, Soares, Suárez que canta o nome no timbre de
seu idioma originário.Aliás, até prova em contrário, não me ocorre esses nomes
fora do âmbito idiomático de Castela ( Campos de Castilla do poeta Antônio
Machado, homem mais importante que os reis católicos de Leão e Castela ou Leon
e Castilla, os quais com o poeta vão, mas não com os reis) e de Portugal, que,
outrossim, se espargiu pelo mundo fora
com caravelas de cara ao vento da aventura. Venturoso Dom João que nunca saiu
do paço um passo sequer de passista da Escola de Samba do Largo do Estácio,
cantada por Luiz Melodia!, o qual está em português sem o “s” que seria
esperado na língua que melodia o nome; entrementes, o Luis não seque a regra
lingüística, porquanto os há de França com “s” , em como os de Espanha com “s”
também e os Luiz em Brasil e quiçá Portugal com “z”. Os de França passam à Espanha pela família francesa Bourbon, vêm de conquistas bélicas ou
casamentos arranjados. Todavia, fora raros nomes comuns, França distanciou sua
voz(vocábulos) da Península ibérica na proporção da distância posta na
cartografia. No idioma francês a escrita que visualiza a pronúncia é sempre
Louis. Vide Louis Lumière inventor da fotografia colorida e do cinematógrafo.
Uma luz, um Lúcifer angélico esse Louis de França.
No caso ( descaso)
do Brasil, no que se refere às
desinências do “s” e do “z”, o que pode ter ocorrido foi, possível ou
provavelmente, dentre outras circunstâncias, ter os nomes enfrentado a barreira dos registros
em cartórios, que os modificaram ao sabor do entendimento do amanuense que os registrou à época ou do padre na pia
batismal, lembrando que os padres que aqui chegaram primeiro foram os jesuítas
espanhóis, causa bem provável da modificação dos nomes para a oitiva de bigorna
e martelo espanhol, bem como tendendo para a grafia do idioma de Castela, o
castelhano. De mais a mais, ao que
consta, o nome daso, transcrito em lei tem mais peso ou valor que o gramatical, isso, ao menos, é o que reza a lei dos cartórios no Brasil, Terra de
Vera Cruz, em verdade, em verdade, consoante repetia Jesus-Evangelho no
juramento vetusto da Lei Judaica. A Torah?!
O sabor das palavras faladas, e posteriormente escritas,
transcritas, fazem a história ao narrá-la e dão o sabor do cantar
do povo na prosódia, que, outrossim, provoca a discórdia no diapasão.Com o
canto à boca do mel e o “cachimbo” na
escrituração, constituem-se duas culturas diversas: Portugal e Espanha que, por
isso, dentre outros inúmeros fatores, que também estão inscritos e podem ser
lidos nesse par vocabular, as terras se delimitam pelo sabor do canto e a
escrita desenhada e desdenhada: uma desdenha a outra reciprocamente.
O desenho geométrico das duas culturas se encerra quase todo
escrito e falado em vocábulos, que narram a história em prosa (crônicas Del Rei
de Portugal e Espanha) e verso(
cantares, baladas). Este fio cultural
traçado na língua fonética e morfológica dá toda a cultura, embasa-a, fabrica
os poetas e os retóricos oradores, arrasta a ciência em prosa e a religião em
verso. Prosa para a ciência e filosofia, que são eminentemente
dissertativas, ou para as novelas
narrativas ou romances narrativos-dissertativos, e verso para a poesia e a rapsódia religiosa,
religião é uma rapsódia sobre o tema da teologia rica em arroubos místicos.
O rito lingüístico que instaura hábitos na bigorna, não se
exaure no ritmo que empreende à língua, mas transcende esse patamar com a
afecção do mito no texto que fira o contexto com a forma escrita, o desenho do
pensamento geometrizado pelo coração da cultura, que é a Hélade de tempos
imorredouros, mas mortos no ser do tempo, conquanto vivo no mito dado em
contexto, desenha o mapa da nação, o qual difere do mapa geopolítico
conquistado com o poder bélico, mantido pela finura política e pelo massacre
econômico que tudo reduz a pó quando o deseja assim. É o dito “Não ficará pedra
sobre pedra...” palavra do truste econômico,
Da sorte com sortilégio do monopólio, do império de leis
costurada pelas armas acostumadas a cobrar almas e vidas, que este é o pensar
da milícia, nome que desce aos assassinos profissionais ou matadores de guerra,
pois mesmo quando não há guerra aparente no horizonte “de eventos”, há batalhas
entrincheiradas no sanduíche da paz mais amena e bonachona.
Quanto maior a diferenciação lingüística, fonética e
morfológica, maior a diferença do texto e a fabricação de contexto diverso na escrita e mais discrepante
o ritmo que toca a nação,mas umedece no estado de fato e de direito, aonde
mandam os reis, travestidos de presidentes e ministros, fantasiados de
deputados, senadores e juízes, que não têm vocábulos para dizer a lei a modo do
saber grego no dizer daquela língua da sabedoria e de erudição magna, que empalidece
no latim e morre nos idiomas romances ou neolatinos, que nada dizem, no sentido do dizer grego, que era o
levante para o conhecimento e a
sabedoria conjugadas no “logos”, que hoje não possui lógica na gramática
para dizer do verdadeiro e do falso, tal qual o fez o Filósofo : Aristóteles, a
saber; o mestre preclaro e nobre que, ao criar as categorias e com elas dar
perspectiva filosofante à língua grega e fomentando a gramática, elevou a
língua grega a um patamar nunca dantes imaginado, fazendo da língua um
instrumento de lógica formal, embora , lamentavelmente, nos dias de hoje, que
correm contra o saber e o conhecimento, mesmo
os maiores gramáticos pouco ou nada sabem sequer do poder da gramática, nem o que
é em sua essência lógico-ontológica e cognitiva, porquanto sequer a vinculam
com a lógica e ontologia enunciada no tratado “Categorias”, o qual veio a lume através da inteligência cintilante do estagirita, aquela
sábia e erudita inteligência suprema que hoje está não está em contexto atual
e, por isso, lido como um mestre do pretérito
que tudo errou, pois os leitores analfabetizados, que, em verdade não
são leitores, mas cegos para contexto e, portanto, incapazes de ler um texto, não imaginam sequer, na sua candura, que todo o conhecimento atual não passará de
mero ator morto num futuro breve, já presente no ser do tempo, que incorpora o
ser : as coisas que são e as que são
ditas pelo “logos”, que não é mais “logos”, mas uma língua indígena indigente que
tão-somente nomeia ignorando o enunciado.
Há, além dos Lopes e Lopez, familiares numes decantados no
recesso e recinto do lar, os Mendes e
Mendez, Espinosa e Spinoza ( e ou versus?), Soares e Suárez,
Sousa e Souza, nos quais a grita das vogais e consoantes encontram seu
instrumento de sopro nas respectivas línguas
faladas e dentes que ritmam essa
fala e o canto na escritura da partitura musical ou da escrita das vozes (
vocábulos), que sopra seus instrumentos melódicos em ritmo com o sotaque que
diferencia o falar e cantar mesmo no que se escreve com homogeneidade, no caso
de Costa, que se grafa Costa nos dois idiomas. José e José também são sonorizados
de forma diversa no canto da língua pátria das pátrias madres. Há o Joseph de outra voz saxônica sem saxofone e de
bretão antigo, bem como mais vetusta no hebraico que não diz, porquanto não é
grego, o único idioma que fala e diz o que fala, põe o objeto da fala frente ao
dito do ser ou das coisas ( estudo, saber, conhecimento lógico); o hebraico
canta ou salmodia no sentido em que José, Jesus e Josué são o mesmo nome,
talvez com entonações fonéticas enxertadas. Não entendo o hebraico e, por isso,
não posso afiançar nada. Mas quem entende aquela voz morta na garganta dos seus
mortos hebreus?!...E o aramaico que se segue ao cantar e desenhar o hebraico em
língua para falantes (cantantes) e escribas refinados?!
As cordas vocais são afinadas para o cantor salmodiar no timbre dos violinos em harpejos
nas mesmas cordas : Stradivarius naturais, tirados ao conceito das ideias
de Platão, que tem seu mundo real na
mente humana, conquanto Aristóteles tanto escarnecesse daquele universo ideal
concebido e elaborado por seu mestre, não como
universo posto em Diálogos, mas como erro no discurso que com complexão
admite tão-somente a distinção lógica seca entre o falso e o verdadeiro,
menoscabando a tensão que se estende infinita entre esse falso e verdadeiro,
que é um tanto de bem e mal com uso de outra terminologia dada na lógica formal,
cuja validade é informar a língua de certos limites na comunicação, mas não
passa ao universo enquanto macrocosmos por demais complexo na física, mormente a
mecânica quântica dos pensadores atuais. Os violinos dessas cordas poema dançar
o corpo e a alma dos povos e homens individuados que dançarão fisiologicamente
e anatomicamente na modificação de seu ser e seu pensar. Enquanto uns dão giros
de bailarinos corporais , no corpo de baile, outros, os sábios, bailam no espírito também e sua dança rodopia
em dervixes que demandam mais derviches, pois a música desses violinos em
timbre também tece e desenha mapas na laringe, na faringe... e faz-se o canto!;
enfim, em todo o aparelho fonador, que
fia idéias de pequenas diferenças em vestes do pensamento de grande monta de
diferença quando finalizado o processo do cantar, falar e escrever na língua
que separa povos e culturas, políticas e economias, pensamentos e atos mundanos
e sacros, enfim, modifica com a sutileza
de um desinência ou de qualquer modificação na palavra sotaque( uma percussão
linguística, um toque rítmico de
“tambor” entre a língua e os dentes), toda uma geopolítica que pensa e vive um
povo, cindindo com a espada na língua do anjo que carrega a mensagem, o
território e tudo o mais que se faz, pensa, ama ou odeia.
Uma nação tem seu nascedouro no berço da guerra das línguas, tal qual ocorrem batalhas incessantes entre as
forrageiras que medram do solo ao sol; guerra surda e muda ( para nossos sentidos) observada
pelo naturalista Charles Darwin, que sabia não haver paz entre seres vivos, mas
sim competição, seleção natural ou, numa palavra eivada de aridez, - guerra constante, perene!
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