quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ZIGUEZAGUE (poesia em zigue-zague de cobra) - etimologia

O sinuoso silêncio da serpente
desenha inaudível signo-senóide

em pêndulo de morte

- pêndulo de Foucault


O insidioso silêncio da serpente...

leva ao jardim edênico

e faz descair almas no Hades

onde há-de ir todo indivíduo terrenal


O silente silvo da víbora

oculta na folha da vide

escarnece a vida em carne viva

com a morte na peçonha

mesclada ao elixir da vida

que mata na mata

e cura à saracura

e ao cura na Cúria

no limiar do miar

do gato gago ao galgo


O silvo na selva

da cobra silvestre

se enrosca na brisa

em amplexo senoidal

de ondas no movimento

nada lento do seu corpo

escamoso, flexuoso, tortuoso...


A picadura da mamba negra

abre a boca da noite escura

para a alma alarmada

libertando-a do jugo físico

- horto morto


No Santo ofício destes ofídios

a arte de ofender e matar

é um ofício oficial e oficioso

se se transplantar a planta da cobra

para a cultura "xamanística"

ou quiçá de Sá Carneiro

holística ou mística

no bastão ( brasão) de Esculápio

que cura e morre

que este deus não é imortal

e vem se consonar

com o silogismo cruel do filósofo


Nos riscos que narram mitos

no véu negro

que cobre a cabeça da mulher,

na noite obscurecida

pela alma de Joan Miró,

o Serpentário parte em cabeça e cauda

a Constelação  da Serpente

narrando o inenarrável mito

do deus Esculápio,

patrono da medicina,

porquanto na peçonha da víbora

está a a diferença entre vida e morte

e toda a farmacopéia.


A Cabeleira da Berenice

é o mito narrado em riscos

que tracejam aglomerados constelares

no céu noturno

e depois desce lépido

com pincéis e pastéis

a  tingir os cabelos da mulher,

véu nigérrimo e exuberante

no tempo do viço :

Coroa Boreal

"Corona Borealis"

as madeixas negras

que coroam em rainha

toda  mulher na noite

- A noite bela dela

está no vigor de seus cabelos bastos!

Negror a mergulhar,

mar a amar...


Cássia, Cássia, Cassiopéia! :

a planta da mulher

cujo  silvo e hemotoxina é produzido

e engarrafado nos silos da clorofila

na raiz-terra

( radical do radical no eco :

casa do ser

a rastejar e esvoaçar

entre o a serpente e o homem)

onde se esconde a víbora letífera

de peçonha neurotóxica

e se mostra na mostra dilucular

o céu (véu, chapéu, capuz, gorro, solidéu...)

a coroar esta rainha

com Coroa Boreal constelada

aonde a senhora e virgem mítica,

na geometria imaculada

da Virgem Maria do geômetra cosmológico,

em divina Conceição ( concepção),

que simboliza a mulher em todas as faixas etárias,

pisa a cabeça da serpente

no céu preclaro do cristão

e também do mouro e judeu,

pois o céu foi Deus quem deu

para coroar todas as cabeças descobertas

sem corolários

ou presunção de verdade


Cássia, Cássia, Cassiopéia:

o amor está nos olhos

quedos neste brinquedo,

folguedo...

- neste folgar!


( Ei-la! : a poesia em ziguezague ( zigue-zague) de cobra

um serpentear pela água do rio

que desemboca no ar 

em ondas senoidais).


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