domingo, 18 de novembro de 2012

PARCO (PARCO!) - verbete wikcionário etimologia


Eu sou um poeta
e o poeta é um vagabundo
no mundo imundo, iracundo...
ao menos o poeta que erra,
errabundo é em mim,  

e é assim sim e fim.

 
Errante (errante arameu!)
 caminhante, viandante,
pelo mundo fundo, raso, abundante,
meditabundo(meditabundo!),
medindo, mensurando o mundo,
vou na trilha
que brilha à estrela
com  tal exuberância nas sendas!
- vendo sendeiros, sevandijas(sevandijas!)
colocando vendas negras da noite
em flores amareladas de tinta de palor da lua
que traz um pavor do luar
no ar suspenso, tenso, intenso...
- um medo pânico de avantesmas noctívagos,
noctâmbulos(novagos, noctívagos!) morcegos cegos
sem eco no beco escuro!...
( Escuridão feita de medo!...
dentro da madre,
antes do catre deitar
ao leu sobre as águas vivas da vida ).
Andarilho vou pelo caminho do voo
observando bosta de equídeo
fezes de bovídeos,
boiada que foi
e ficou no odor não tão fético,
oxalá (oxalá!) a exalar do pasto!...
nas crinas das narinas em sintonia fina
(sinfonia, sinfonia refinada!..).

( Aposto no aposto 
do pastor  a posto
no discurso postado
na pastagem  em passagem
em grama ou vagem
pelo ruminar das reses
que não rezam.
Ou estacarão  as reses a rezar
e eu a não ouví-las
nas vilas
mesmo que de oitiva
na oitava com o mel do poeta :
(mel-de-coruja ?)
com violino e oboé
de violinista verde e oboísta azul celeste?!...
Quem sabe, quiçá...!).
 
João Guimarães Rosa era um poeta ;
aliás, é um poeta ainda e par a sempre,
sempiterno e sempre terno,
porque o poeta não morre,
não está no silogismo do homem
( as mulheres não morrem :
ficam viúvas em Sarepta
para pensar as feridas do profeta Elias,
que não as deixarão sem azeite e farinha para pão );
de fato, o poeta é um ínfima porção do homem :
a parte que faz sua parte
no teatro social
no qual é um ator como os demais
e os de menos hipocrisia,
a qual é determinante na vida
para ser em sucedido politicamente
e,concomitantemente, economicamente
que política, direito e economia
estão visceralmente interligados.
Todavia, conquanto o poeta seja imortal
( enquanto dorme um sono sonhado )
o homem, seu fundamento físico-químico e eletromagnético
é mortal, a consonar com o que reza o silogismo
e está preconizado na voz das esfinges
que não fingem
porquanto estão solitárias nos desertos,
ambientadas no Egito,
cujo nicho é o deserto
com parcimônia (parco, parco!) de bicho.
 
De mais a mais, um poeta
antes de ser um escritor
e escriturar sua poesia
sorvida em vida,
( este sorvedouro doudo
que a vida é
posta em ser na literatura de Dostoievski
um poeta-filósofo cujos versos
exalam o bolor (bolor!) da prosa ),

O poeta é um pensador
anterior em gramíneas
ao grande canto do sertão
e às veredas esparsas nos gerais
com reflexos narcisista nas águas azuladas
pelas pauladas
abauladas
e aladas no céu-passarifome-falconiforme,
mas  arraigadas nos pés
de buritis verdejantes
e na exuberância "floreada" da florada
em causa resolvida e revolvida na vida
pelo escaravelho
( um coleóptero que bate asa à gelosia
do poeta romântico Alfred de Musset!)
e na morte em esgrima com  florete
ou pistolas em duelo, dueto no gueto,
cm voz em ondas de aroma de jasmins,
bogaris sob céu gris
levados e lavados os anis vis,
bis bisados. Xis, x-tudo!
 
O poeta é o pensador
que, antes de ter o ser posto por escriba,
existe no homem,
predecessor dos hieróglifos,
coevo aos geóglifos orgânicos
impressos no organismo
pintados nos cromossomos
que dizem como somos
e o que somos
na soma somática do soma!
Aflora em ser na espécie humana,
o pensador, também de Rodin;
floresce o pensador no menino e na menina (Nina!),
assim como o violinista e a violinista,
filho, filha, neto e neta, bisneto, bisneta,
tataraneto, tataraneta...
na mesma infância
em que esteve o corpo e a alma em genes
do homem  e da mulher ontem e sempre
( ontem é sempre!) :
que o menino é para sempre :
o menino, a menina :
 eterna, ela; eterno, ele;
o  homem, todavia,  é passageiro pela vida,
toda a vida!
E da barca de Caronte.
A mulher, outrossim,  é imortal,
não enquanto dura,
mas ainda quando mole.
Eterna na viúva
fica até o fim dos tempos e dos hussitas.
Só não quer ter a "Piedade" sua
na estátua de um Michelângelo
guardados nos meandros da engenharia genética
que fabrica o gênio
não se sabe quando, quanto, nem porque ou o porquê . Por quê?!

João, não o Huss, mas o Rosa, 
ou  a rosa sertaneja,
volto neles em ronda, em  rondó de cavalinhos
para espicaçar a alma do poeta Manuel Bandeira.
O João, a rosa : a rosa escarlate era o João balalão do sertão
tão extenso, intenso, denso, ancho....
O João da Rosa
- dos ventos nas madeixas de ameixas das sertanejas
escreveu do joão-de-barro em casa
( não ao João-de-barro em ninho de passarinho, passariforme)
uma palavra que escreveu, não leu...  :
 "nonada!"
- uma espécie de  fac-símile do vetusto bardo,
cantor em Homero,
ou em meros rapsodos,
 pensador  em Hesíodo,
os quais tinham como brado,
brasão  ou palavrão, do calão,
invocar as musas.
 
Ele, o escritor-descritor, descobridor,
desbravador em vocábulos, dos sertões de minas,
evocava o nada e o tudo na palavra "nonada".
Este vocábulo era lançado ali
na cabeceira do livro
tal qual estava na cabeceira do rio
ou do homem que lê o "livro de cabeceira"
à cabeceira do rio São Francisco.
Com a locução "nonada"
o aedo sertanejo  fazia o intróito do filósofo satírico
que assim se representava e se alienava
de homem em filósofo
dando um tom escarninho a tudo
que abordava
ou dissimulando, dissimulado sobre a mula
(centauro-muar muar (muar!))
em que montava
com um ar escarnecedor, satírico,
zombeteiro e zonzo,
qual poeta fingidor
que se representava no teatro-homem
ou personagem-homem : Fernando Pessoa,
em seus heterônimos,
em pessoa e em poeta,
em um campo de cajueiro à flor no ar dispersa (persa!),
que assim se representava e se alienava
de homem em filósofo satírico
dando um tom de menoscabo a tudo
( que muito amava!)
ou fingindo um ar escarninho de menininho no ninho
qual fosse outro poeta fingidor
que se representava em Fernando Pessoa,
poeta em versos plácidos
da simplicidade à cor do anil
ou do que tocava no disco de vinil
no mês de abril
que abriu maio em flor festeira,
brejeira no brejo.
 
O bardo sabe
quão mudam e mudas
podem ficar as ideias dos homens-em-política;
as idéias se modificam
se amoldam num contexto
que represam os interesses de época,
época essa que nada mais são
que alguns homens
líderes políticos de um tempo dado
pelo cosmos
mas roubado por alguns homens
( "Prometeus" que roubam
e hão-de roubar
eternamente, perenemente,
o fogo dos deuses ou de Deus,
do Deus de Israel
e, mormente, dos homens da terra).
Há, pois, momentos, períodos de vida
na qual o papel do homem
é declamado em ode ou elegia
de saúde ou doença
no palco ou no front
do que se fala em vida,
que é o falar e calar da biologia
( quando a política faz calar
e o calado na calada );
a pobre biologia, com seu discurso
ou tartamudeio em "logos",
com crédulo sonhando
que a ciência é realidade :
a ciência não é realidade,
mas mera realização
dos homens "sapiens" "sapiens",
no pensador, no filósofo e no poeta
e do " homo faber" no engenheiro,
todos tolos escravos dos políticos,
mas sem o saber.

Em realidade, melancólica realidade,
a biologia é apenas uma locução
verbal (verborréia!) nominal
cujo tema é a vida na voz de alguém,
uma pessoa menor que  homem : o cientista.
O cientista é apenas alienação do homem,
não o homem,
antes a metade de um centauro mítico
dado com dado no jogo de dados do real, natural,
o qual queremos divino.
Queremos deuses em todas as energias naturais.

Locada, do outro lado do bicho biologista, está a poesia
no poeta, outro ser alienado do pensamento humano,
que é menos que o ser humano,
menos que humano,
porém não desumano : humanista, iluminista, enciclopedista
e dista que dista que disto eu entendo não...
mas cujo tom e estro  é diverso
da peroração científica
no verso que versa
sobre a vida
e a morte inelutável.
( A poesia não é mais que vida,
mas a vida pensada, existencial,
exponencial no bardo,
no sublime esteta :
o poema soprado pelo anjo do oboé no espirito :
o oboísta em solo!)

O poeta tem sobrevida
- vivendo na vivenda com víveres
e víboras! ( cobras-de-vidro)
porquanto  é um médico "congênito"
e um filósofo nato, inato,
um erudito natural
que super-aprende,
aprende com na amplidão da solidão de monge.
Sua viva inteligência
( a mais viva inteligência pertence ao poeta erudito!)
permite que o homem vivo no esteta pensante,
cm perspectiva filosofante,
adquira a capacidade de aprender com a natureza,
e outro intermediário e semelhante : o homem;
e a mulher, dos quais ele conhece bem a história genética
e a escrita secular e milenar
que estão em geóglifos nas suas estelas internas,
nos seus livros genéticos gravadas em sânscrito,
latim, grego, hieróglifos,
escrita cuneiforme...

O poeta é o sábio

que sabe escutar os pensamentos dos homens
e das mulheres filistéias,
mas de tanto ouvir
tais poluídos pensamentos
maquinando maquiavelicamente
qual fossem máquinas do diabo-a-quatro
sentem incomodados, desconfortáveis
e  buscam fugir a tais poluentes sonoros,
corre empós silêncios mentais de monjas,
pobres Teresas no claustro,
presas da demência social, política,
que levam a hipocrisia dos atores até o átrio da loucura!
( Ai! desses tagarelas mentais!,
 munidos de aforismos
e falsa moral
para encobrir a imoralidade,
as perversões nefandas...:
O poeta é amoral; não imoral).

O poeta é o filósofo
que pensa usando a imagens do belo
e é o médico de si (medicastro!),
pois não há quem conheça
o mundo vegetal por dentro das plantas,
que são as fontes da vida,
da sabedoria da serpente,
farmaceuta e química
e o conhecimento do douto,
que não é o médico,
esse Esculápio "esculachado" no carnaval do arlequim
do poeta em símbolos : "Joan Miró",
iluminado "Buda" da pintura
em versos não versejados:
Verdejantes no prado e no monte com cabras montesas.

O poeta é o sábio e erudito botânico,
e a própria botânica (há botânicas!: não nanicas),
que sabe e conhece a nomenclatura de Lineu,
que é o sistema filosófico
no âmbito científico
e fala uma língua próxima às plantas
e o astrônomo
sob as leis que penteiam a Cabeleira da Berenice.

O filósofo ou erudito que não é poeta

não sabe à vida,
é um incipiente homem,
sem sapiência plena,
sem maturidade ( amena!),
pois o poeta é um homem íntegro,
integral, completo no plexo,
no amplexo, corpo e a alma...,
quando sabe amar
- uma mulher! : amá-la...
( Amá-la-ei eu...).

 
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