segunda-feira, 21 de maio de 2012

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Tudo no homem ou que move o ser humano é linguagem ou são linguagens, pois dentro de um código lingüístico há códices mais amplos ou que ampliam a linguagem em diversas formas de contemplar  o universo vivido e pensado.  Aliás, sem as linguagens para atender o nome ( o “nous” verbal, verbalizado no discurso escrito, falado, pensado e cantado na forma do signo e do símbolo, nos quais  estão o significante e o significado, o desenho ou imagem em modo de símbolo, que dá o significado ou conteúdo comunicado, expresso,  e na forma do signo, que dá a forma não-imagística, desligada do ícone ), o qual, nome, detalhado em conceitos que fixam o objeto da linguagem ou da ciência, é,   ou objetiva, tem por finalidade,  fim aristotélico, nomear ou descrever o objeto, que é dual : o objeto que, como o significado e o significante,  se biparte em forma, como no signo, e em conteúdo, no caso da lingüístico o significado,  porquanto o conteúdo é o ser dado pelo observador, que, ao observar, dá-lhe o ser do homem que observa, daí  a relatividade da verdade,  um valou ou axiologia referente ao ser.
O conteúdo tem mais do ser do homem que do ser de si, que se prefigura em Kant como “coisa em si”, algo não observável, mas pensável, num pensamento incômodo, crítico, fora da realidade não –pensável, ou da realidade sensível, sendo para Kant  o ser “apenas uma posição” , algo posto no mundo,  ou “positivo”, ou “não-impossível”, para ser redundante até a ênfase máxima,  como o direito posto, possível, postulado, em posição ( tese) no mundo das coisa sou natureza,  na forma do direito positivo,  ou lei,  oriundo de ato ( humano!) e que se torna fato social, jurídico, etc., extraído da da mente humana e posto ( posição, tese)  no mundo enquanto alienação do pensamento ou pensamento alienado do cérebro ; mais do que o cérebro : do pensamento ou idéia originária na mente humana ou da divindade, o ser supremo, que dá a criação suprema : a natureza, consoante a voz do divino Platão.
O outro ser pensável ( ou impensável, impensante, fora da esfera do pensamento , na transcendência, destituído de imanência) é  o “nous” ou inteligência na categoria da quantidade, que difere da categoria aristotélico-kantiana,  da qualidade,  cuja função é suscitar o nome ; esta categoria contempla ou põe no mundo a idéia de quantidade por meio do numeral. Esta categoria se expressa pelas matemáticas em suas mais variegadas linguagens, as quais visam o espaço geométrico e numérico, que são espelhos um do outro e objetos de especulação filosófica e científica, bem como artística, no sentido lato do termo arte.  A expressão da categoria em tela  é  o ser do homem refletido sob os auspícios de outras linguagens, exclusivas para exprimir as realidades e idealidades do tempo e do espaço onde estão as coisas, que  vêm ao ser humano como objetos e retornam no anel como objetivo, finalidade aristotélica.
O “nous”, ou inteligência, ou sabedoria , enfim,  só pode ser expressa comunitariamente pelos “logos “ do nome  e do número, ou nas formas de linguagens a contemplar a semiologia ou semiótica , a qual  se inclina ao estudo de signos e símbolos , ritos,  todo o conjnto signficativo ou de significados , não somente escritos e falados, mas também esparsos pela cultura e pelo corpo individual e social anatômico e fisiológico,  no sentido ou realidade simbólica ou fática desses corpos , e do número,  no ritmo corporal e social, que é movida pela musa da  música,  no mito, que  esconde a melodia calada nos gestos,  e neles proporciona a aparição da  dança,
Uma melodia e ritmo escrita  apenas para o corpo  de baile ou balé, e outras danças,  a  demarcar o ritmo do tempo e os contorno do espaço geométrico, seja o que seja a geometria para a cultura e o indivíduo e está no ser das matemáticas,  no corpo, em semiótica, ou na mente envolta na semiologia ( névoa?, uma certa névoa?) , na escrita  dançando dentro do pensamento, nas duas formas de conhecer ou dá a conhecer e comunicar a inteligência, ou sabedoria ou “nous”,  expressa pela semiologia ou semiótica,  com suas vestes, pantomimas, mitos, ritos,  enfim, tudo  que compõe a literatura não somente artística, mas também  científica, religiosa, etc.
Não obstante, há uma inteligência sobre a semiologia que a separa da  semiótica, a qual, esta última, estuda sobre todos os fenômenos de significação,  escritos ou “dançantes-cantantes-inebriantes”, impressos pelo vestuários, artefatos, enfim, de  todo e qualquer  material significativo dentro de uma cultura determinada ( ou indeterminada), enquanto a semiologia se restringe a algumas leituras ou literaturas, no caso médico ou psicanalítico, a saber  : a semiologia médica ou propedêutica, por exemplo, possibilita a leitura de diagnósticos de patologias ou disfunções, partindo, destarte, o coração da semiótica, que é um estudo genérico dos sistemas de comunicação; aliás, o que a semiologia também o é, excepto quando se refere à propedêutica da medicina, , veterinária, odontológica, enfermagem e farmácia. Mas não nos envolveremos nessas dissenções ou sutilezas técnicas, que é caso de doutrina e corrente doutrinária, o que quase nunca leva a ponto  pacífico , mas a entendimento vário. Aliás, o que enriquece a inteligência é a discrepância douta.
Os vocábulos  “nous”, em voz  grega, sabedoria ou inteligência , referem-se à mesma realidade inata, guardando cada uma suas nuances de linguagem, língua e cultura, ou seja, cada uma tem um contexto ou memória vital do tempo em que falavam ou exprimiam a idéia no tempo e para o tempo com o espaço circundante perdido para a arqueologia. Já a palavra para conhecimento ou erudição faz parte do mundo criado pelo homem,  através da cultura, que contém semiologia ou semiótica, forma de ler e escrever a realidade com signos e símbolos corporais, comportamentais ( ritos )  e abstratos ( pensamentos, doutrinas ) .
Essas duas formas ou realidades da sabedoria consubstanciada no “nous” ou inteligência natural, ou sabedoria, em natureza não são dúplices, mas juntas, unidas em uma única expressão simples e ao mesmo tempo complexa  , porque o “nous”, ou inteligência inata, ou sabedoria “in natura”, não estão separadas, insuladas, mas unidas, tal qual Parmênides faz ao enunciar o ser como o “todo uno” ou unificado, sem separação de pensamento, sentimento e  ação, como sói ocorrer no ser humano, que, para  comunicar tal fenômeno precisa de linguagem dicotômica, bifurcar o ser em ser e não-ser, como o fez o filósofo eleata  ao fazer a comunicação do ser, pois a linguagem do “logos” é fundada na dualidade, não pode conceber ou conhecer a unidade, que está “in natura” e não pode ser passada integralmente para o saber, à exceção dos casos da meditação e do ioga, zen  budismo e outras filosofias que vivem de contemplar religiosamente e filosoficamente a realidade envolta na teia de Maia ou ilusão e que, por causa disso, não vêm a lograr explicitar comunitariamente o “nous”, a inteligência, a sabedoria, que não pode ser explicada, mas apenas experienciada ou experimentada  por um indivíduo , em experiência personalíssima,  algo  empírica, durante sua iluminação ou ao se por no mesmo estágio de pensamento-sentimento-ação de Buda e outros seres desse naipe, dessa grandeza, que alcançam vôo até  o nirvana libertador, ou que dá a libertação da dor e, conseqüente,  abandono do mundo, mergulhado no sofrimento ou paixão.
 São linguagens , dentre outras : as relações de parentesco ( genealogia), os jogos,  a ciência, com  sua nomenclatura e jargão , a religião, a música, enfim,  os mínimos movimentos físicos e mentais do ser humano é linguagem. Mesmo a metalinguagem ou metalingüística são linguagens, assim como a física e a metafísica.
A linguagem acorda o pensamento, que se movimento no seu âmbito conceitual-contextual. Não temos memória quando não temos linguagem, pois a linguagem e a criatura ou construtora ou  que retém a memória.  Tempo que recordamos da infância é o tempo da linguagem e restrito à linguagem; o mesmo se diz no fim da vida, quando as doenças que apagam a memória também são as que desmancham a linguagem. Não nos lembramos  do que não exprimimos e o que ainda na expressamos não consta nos arquivos da memória, os quais dependem da linguagem e sua extensão, amplitude ou seus limites.
O pensamento está todo na linguagem. Fora da linguagem, que constrói a erudição , encetada pela religião, que é uma poesia,  a mesmo tempo que na sua outra face virada a Jano, o Bifronte,  a divindade esparsa pelo nome que atende por Janeiro, mês e rio, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro; além de erudição consubstanciada na poesia, é uma política, as quais,  política e poesia,  estão em  concomitância com a realidade e a idealidade, que são facetas das linguagens,  solicitam e vem a suscitar uma literatura, a qual leva ao teatro e à música, à filosofia e à ciência e todas as artes : a arte, que é a vida,  em comunidade ( política) ou fora da comunidade ( anacoretas ) , a arte das obras de arte , a arte dos artefatos técnicos, tecnológicos,  descritos, em linguagem de tecnologia, sob as equações algébricas  que abordam o mundo enquanto objeto no  desenho geométrico do tempo e matemático-motor do tempo.
A política é uma arte na vida diária, cotidiana, prosaica; não obstante, sua expressão não se dá dentro da realidade, mas na idealidade da  linguagem cifrada no código. Na arte viva, de exercer ou executar a política, que é uma linguagem corporal no sentido anatômico, fisiológico e antropológico, a política como a religião, que também é política com objeto e objetivo diverso, e, ao mesmo tempo, como o mesmo objetivo final, finalístico, teleológico, é dada, fora da realidade, pela linguagem cifrada na idealidade da poesia, mesmo porque muito do que existe na política é tabu ou objeto sacro  e de culto, tal qual na  religião,  e não permite exame de fato, mas apenas de direito, que proíbe em lei o exame de de fato, sob pena  de morte, metafórica ou real, de degredo, ostracismo,  processo inquisitorial ou outras ameaças ou vergastadas reais e lancinantes. A política é o sagrado-profano , um “contradictio in adjecto”.
A linguagem move o pensamento com signos e símbolos, que vão  tirando à natureza, da observação da natureza das estrelas, observando o céu, e contando sua história poético-linguístico . Desta “estrita observância” nasce o pensamento, que então encontra raiz nos signos e símbolos para sobreviver e passar de imaginação á memória. Da imagem, que engendra a imaginação, vem tudo, todo o desenho geométrico euclidiano ou cartesiano ou de outros geômetras em culturas diversas, com os árabes, que fazem da álgebra uma doutrina para a geometria dos arabescos, a bela e artística e prática geometria dos povos das Arábias.
As inúmeras formas de linguagens desenham o objeto : a arte capta uma espécie de sabedoria, o conhecimento ou erudição  busca  e vai a encontro de outra forma de sabedoria e assim sucessivamente, em todas as formas de linguagens que, de mais a mais , trazem no bojo, várias formas de linguagens  ou seja, a linguagem  é  uma gama vasta de linguagens que se apertam num mesmo espaço metafórico ou mental; aliás, a mente é uma linguagem inserida em outras linguagens .
A sabedoria , por sua parte,  é a substância do conhecimento ou seu objeto, num certo sentido.  A sabedoria é dada pela natureza como o mel, a própolis, a cera de abelha ou a flor-de-lis, quando não em linguajar de brasão de  famílias nobres ou reais. ( Seriam as outras famílias irreais e apenas a do rei ou governante  real?! : com esse preconceito ou conceito de elite, s e faz a história, se é que há alguma história fora das linguagens que motoras do mito, da lenda e dos ritos, seus movimentos teatrais, que cumpre outra função e tem outro objeto e objetivo enquanto linguagens independestes?).
A sabedora não é linguagem, mas sinais, imagens , sem  a carga intelectual  corrente nos signos e símbolos, os quais constituem a linguagem em seus sentidos e significados.  Aliás, a linguagem tem  fito de dar um sentido ou por uma gama deles á escolha do ser humano, conquanto a vida, que é a sabedoria em última instância e que não te conhecimento ou erudição, é rude, não tem poeta, nem filósofo, outrossim, não tem sentido algum, embora a linguagem provê sentidos imaginários suscitados  em sua linguagem, que em si, na sua finalidade aristotélica, busca um fim, a escatologia, o sentido para a vida; sentido esse que somente tem essência de linguagem.
Os sinais e imagens naturais não são pensados pela natureza,  porquanto a natureza  não pensa, a sabedoria não separa pensar de agir, que é um todo inconsútil;  essa dicotomia, esse “maniqueísmo” no sentido lato, é atitude peculiar ao homem, um atributo exclusivo do ser humano, que é o ser e dá o ser na linguagem ou linguagens( que a linguagens são linguagens infindas  metidas dentro de uma suposta uma e única linguagem);  a natureza não lhes dá sentido ou significado, não tem necessidade de correspondência, pois é uma, não conhece, não  é erudita, portanto apenas sabe ou sente e no sentir age e o sentir é o pensar ao mesmo tempo e n mesmo espaço ; quem o faz é o homem, que lhes dá um ser em forma de linguagem, que são linguagens imbricadas ou embutidas, implícitas e explícitas, exotéricas e esotéricas, tal qual as explanações teóricas de Aristóteles. Aliás, foi o filósofo Aristóteles que tornou a linguagem do “logos” grego em lógica e gramática.
(  POESIA COM ANTOLOGIA POÉTICA, MUSEU E PINACOTECA  

A criança ( no caso, meu neto )
vê o mundo como um objeto
ou muitos objetos
todos "pertenças" suas
sob seu comando ou governo
sua norma
seu direito
sua hieráldica...
seu reino animal
e vegetal ( protista e monera )
e mineral
nas gemas, em mineralogia
na casca do ovo mineral
em geodo...
( Quero, quero-quero querido,
em voo no montante azul do céu!...
- quero uma pinacoteca para pintar Joan Miró
nas mãos do meu neto
- uma pinacoteca e museu para pintar Marc Chagall
com mãos de menino indômito
que sabe a arte de Salvador Dali
na ponta e na pinta dos dedos sujos de brinquedos...
Quero um menino Jesus
bem-Jesus no afresco de Giotto
na antologia poética de Goethe, Byron, Baudelaire
e outros meninos assim
que cresceram para enlouquecer
no mundo dos insanos
no comando 
ou em massa falida

A falência do homem em sociedade
embarcados na Nau dos insensatos de Goya,
Brueguel e tantos outros
que sentiram a dor moral
de carregar a cruz
que é o homem
no corpo físico-químico-eletromagnético
que é um gravame para a alma
e um fardo no espírito )


O infante ( caso do menino que amo

em especial dentre outros
seres aptos ao amor emitido
das emanações genéticas )
em seus domínios
( outrossim domínios de Lineu )
entre entes
que a linguagem em ciência denomina
ou dá o "nous" ( inteligencia )
com alma-espírito de "logos"
( lógica em logosofema )
na classificação sistemática que os distingue
em autotróficos e saprófitos e heterotrófitos...
todos objetos da linguagem científica de Lineu
que foi a criança-prima-sistemata
a explorar esse domínio
e dar-lhe nomenclatura
terminologia científica
e códigos ( Código internacional de Nomenclatura Zoológica... )
com parâmetros para delimitar um táxon ( morfológico ou ecológico...)
Essa linguagem emanada da energia pensante
brotada dos cérebros de Lineu-Aristóteles,
sistematizada na filosofia sem sim e com fim
que já está plantada
em raiz grega
no nome do filósofo de Estagira,
a qual veio ( como um veio! )
a constituir-se no sistema de classificação biológica
esboçada e realizada de cabo a rabo por Lineu
( um glifo ou hipogrifo de Lineu, essa linguagem da ciência!)
- fundada na sistemática, taxonomia, cladística, classificação científica,
nos conceitos de base, a saber :
taxa : domínio, reino, filo, divisão, classe, ordem família, gênero, espécie, subespécie, cultivar ;
- cujos conceitos associados são : organismo, táxon, clado, fenética, árvore filogenética,
origem comum, taxonomia de Lineu, zootaxonomia, sistema dos três domínios, tipo;
e, por fim, as normas que regem o sistema
ou arcabouço intelectual Aristóteles-Lineu,
expressas em foma de : nomenclatura binomial,
 Código Internacional de nomenclatura Botânica,
Código Internacional de Nomenclatura Zoológica,
Código Internacional de Nomenclatura de Bactérias,
Código Internacional de Nomenclatura de Plantas Cultivadas,
Classificação dos Vírus,
PhyloCode e BioCode.
( A criança, no caso, Aristóteles-Lineu
construiu esse difícil edifício intelectual
com linguagem completa para a ciência
esculpida em signos e símbolos
na mole da construção
( Ai! de ti, sapoti!
que a vida muda para aqui...
e por ali, lá, acolá, alhures, algures,
nenhures...
- a vida muda em planta
daqui ali
alhures ao largo do lago
- que lagoa!... que magoa!...:
e em quanta água!
quanta mágoa!!!...
Tanto coração magoado
fulgindo
e em fuga no cancioneiro
pioneiro
do trovador provençal...
...em árias
arestas
por áreas
aéreas
aráveis
da música
que é uma musa
e um moinho
de vento
no vento
que roda
no gramofone
no gravador
no disco de vinil
na discografia
no fonógrafo
no fonoautógrafo...
que gira
tanta mágoa!,
tamanha!...:
do tamanho da montanha,
descendente em cascata
aos borbotões
no olhar de quem não chora
para fora das lágrimas...
mas olha
- com a brasa brilhando
nos olhos de carvão
que marca a ferro e fogo
indelevelmente
ao ruminante no pasto...:
... ao  homem na indústria
no mercado negro
ou branco para o manto xadrez
em xale
chá em chávena
cachecol
mantilha...
enquanto a vida muda
muda
Muda, muda!...:
Muda de planta
vegetal
plano
piloto
euclidiano
cartesiano
aéreo
etéreo
sob ou sub
o helicoidal
que forra
o motor Otto
em forrageiras
na hélice
do hélio
que gira
a vida
em muda
de erva
de um espaço
a outro espaço
realizado
no espaço-tempo
( passo-tempo
tempo-passo )
do motor
em rotação
e translação
no DNA
a girar
a escrita
geométrica-geoglífica
em três equações
para as coordenadas retangulares
e cilíndricas...
descrevendo
a parábola
espiral
de hélice
na geometria
da videira
em gavinha...
Ai! que vinha!
- Que vinha a vinha
que vem!
em rotação-translação
pelo pelo em pelo
verde
uva
do movimento gavinha-DNA!,
heliocentrado
heliocêntrico ))

Volvendo à criança sob o domínio da vida

no caso eu
em corpo agora de criança
no império do corpo do meu neto
novo imperador de Roma
em tempo e ser presentes
- único tempo-espaço para ato
sem teatro gregário-grego
( os demais tempos
são visões de longe da mole da construção da torre dos fatos
na ciência e na vida
sendo a vida
sem dar voltas na biologia
muito mais que ciência
ou ciência-e-meia
embora somente haja uma ciência
com várias construtos de linguagem
que a fazem aparentar serem
uma ciência e meia ciência
ou um centauro e meio homem
na linguagem da ciência a revelar a mitologia
antiga psicologia-antropologia-
sociologia-geopolítica...
a vetusta economia da razão
até na salvação cristã presente )
observo, amorosamente,
no meu neto,
outro eu,
do outro lado do mundo
paralelo e alelo a mim,
a criança súbita
que acorda ( e discorda )
com o mundo
social em fábulas
mitos e lendas espargidos nas palavras
e a fluir celeremente
em rios de frases e orações domésticas
- para a criança em primeira dentição
( antes de serem dentistas )
Para esta criança em foco-criação
mesmo as pessoas
são objetos de sua possessão
nada demoníaca
mas imperial
inata
congênita
e elas não distingem
objeto interno ou o subjetivo "sujeito"
e objeto externo
ou o objetivo "objeto" fenomênico
dado pelos sentidos ( com pelos eriçados de gato!)
e burilado na razão-linguagem-ciência
afluente-"afluído-fluído" da ribeira da vida
no barranco arrancado com água
em não-H2O
mas salobra ao sabor dos minerais
que a bebem e embebedam
na mansuetude das relações imprevistas-imprevidentes
( Essa sensação de estar em solitude entre objetos
é o sentimento ou percepção
que caracteriza a solidão bruta
-   a paixão da solidão
na sensação de solitude
ou estar sozinho
 em meio ao caminho
- frente ao universo desmedido
- mediante objetos
e sujeitos que são objetos
no vaivém do cosmos
a  dançar dos olhos
vidrados em Dante e Drummond
no tempo que reviraram
nas vascas da agonia trágica
- dramática
na metade do caminho
onde havia uma pedra obscura
ou clara de clara de sol
que é um ovo, claro!
e uma selva sombria
- um jângal
onde se postava
a mamba negra
no umbral do Tártaro
a encurtar o caminho
com passos trôpegos
graças a picadura
e a peçonha
da Black Mamba
que me matará
ao 96 anos
quando eu  me der ao luxo
de me doar em vida
este presente de Cleópatra
para a morte
nas trevas da boca negra
da noite mamba
- noite não-anum nenhum
que é uma noite
mais noite
mas não-anum
( menos anum ) :
noite-mamba
a morte
de Cleópatra
a minha noite
na alma
escura
ou que escurece
com o avanço da peçonha
que traga o dia
pedaço a pedaço
de favo
alma adentro
se apagando
até as trevas
cobrirem tudo
como o véu ou voo oval da deusa
ou seus longos cabelos
negros
( outra boca de mamba?!)

 A vida é dramática
- há um drama vivido-encenado
do parto à morte
A morte apaga o amor
que conquistei quando maduro
nos olhos dela
ou dele
- o menino que amo
em tempo de neto
que há-se ficar me olhando
depois do meu caminho
achar uma curva
na equação da mamba negra
com a floresta negra
entre a geometria de Dante e Drummond
em intersecção
que fabrica o caminho
e o caminhante
o caminheiro
o caminhão
Chevrolet

Há-de vir ainda na maturidade

tempo para filo de filho ou filha?!
para eu me recriar
reciclar
no paraíso de amar
o mar que é uma criança
e a mamba...?...
- Não sei!
somente a vida sabe à vida
- vida eólica nos moinhos...
sozinhos
moinhos
- é o que somos!!!
Ai! : é o que somos! :
solitários moinhos
que nem sentem a solidão
que nos entorta a alma
na palma do coqueiro
que vibra e vira-se
na viração do vento... :Éolo.
Sozinhos somos
vida inteira
estrela inteira
caminho integral
grau a gau nos ângulos
em velocidade angular
a perambular
sem lar
ou mar
ou de mar a mar
até o último albatroz
ou gaivota pêca
andorinha pega...
Pega,
Pega-rabilonga
ou "Cyanopica cyanos" ) )

A criança

após um interregno de tempo
observa que há sujeitos lá fora
captados pelos seus sentidos
que fazem dele,
então e estado de infância,
objeto dos sujeitos
que impõe normas ao infante
( toda linguagem é semiológica-semiótica
e trazem em seu bojo normas :
jurídicas, gramáticas, princípios filosóficos, geométricos-matemáticos, lógicos... )
- As regras, por seu turno,
originárias da linguagem
( a linguagem é uma norma no seu hermetismo )
faz a criança se sentir
 o que é para a linguagem
em ato-fato  :
objeto de normas ( somos objeto de normas! )
e, concomitantemente,
objetos para outros sujeitos
- sujeitos estes
esses e aqueles
que antes lhes parecia ou aparecia no fenômeno
somente como objetos
originários da subjetividade imperial da criança
- meros objetos
de e para uso
usufruto
e abuso pessoal
do império ou imperador de dentro
imerso no domínio
que é mais que um reino
e que uma ou dez repúblicas
quando da primeira infância
antes da dentição
e de Mourão com o dente são
e o podre a lançar
no telhado de vidro
do violinista azul, verde...
inodoro, incolor,
 insípido às vezes
consoante venha a soar
em harmonia ou desarmonia
com a musa-música na relação
que põe a dançar
a guerra ou paz
em período de um Hitler
ou dos Mussolinis
sempre trepados no poder
qual bugio, símio
- a expressão facial simiesca
aflorada em conspícua concupiscência
com a volúpia em volutas de gavinhas "desejantes..."
- máquinas de Delouse
( O animal outrossim
enxerga o mundo assim sim
como nós-animais-metades
( metade em atributo dado ao centauro
que somos não-sendo
e a outra meio-metade lançada em anatomia
em objeto para ciência
porém sem ousar "plissar" qualquer laivo de nomenclatura para zoólogo
se referir
e  ferir de morte!
o orgulhoso homem!
- adâmico ser
que odeia mico)
Entretanto, o animal ,
para inflação de orgulho no homem
 não acha uma linguagem
( que não seja a marca das patas no barro
ou na água plissada em senóides
que se auto-desenham e desdenham até o homem )
para por ali
em linguagem em símbolos e signos
uma ciência
que é um mundo fora do universo
e dentro da escuridão interior do corpo anatômico-fisiológico
- um extrato do simbólico
algo em ritmo ou algoritmo não-metabólico
escrito e desenhado fora da natureza
- retirados da natureza
cópias econômicas dos sinais naturais
postos pela cultura
que dá o ser ao homem
e ao universo-da-cosmovisão ( em cosmologia )
o qual vai da marco da geometria
que desenha paralelogramos
à não-geometria
que é um debuxo ou simplificação radical da geometria maior
e cujo fito é o de economia de imagens em signos
que escondem o símbolo-que -significa
no semi-desenho de semi-reta no significante
- signos estes que figuram na escrita das equações
( que toda fala e escrita é equação
fundada no princípio da identidade
do qual aflora naturalmente-dialeticamente
o princípio da contradição ou contraditório
que faz o processo ou relação processual ampla
extensa nos fatos no espaço-temporal )
e fazem reverberar a fala no desenho da senóide
a qual dá advento à geometria analítica
que desce aos detalhes das espirais...
que toda linguagem precisa de um clado ou clade
dos ramos da árvore filogenética
modelados em cladograma
ou geometria-clade
ou diagrama de organismo monifiléticos
seguindo a forma geométrica do desenho da árvore
em sombra e luz "in natura"...
O que se estuda presumidamente hoje
como ciência-cênica
não é senão informação
sobre a linguagem da ciência
- e ciência não há sem a compreensão-apreensão
de sua linguagem
pois a linguagem é que ilumina
e acende e faz ascender a ciência
que jaz apagada em sinais naturais
e artificiais
ai! quantos ais! mais ?!...
Ai! meu Deus
como a ciência é árdua
porquanto oriunda da dor moral
- uma taxa de "taxón" na espécie
que constitui o ser humano
ao ser sem o humus da terra húmida e humílima
viva n'água
( a mulher na anágua
e o homem afogado na água e mágoa da anágua
que o faz pecar
ou sonhar com o pecado pacato ao lado
no paralelo das linhas de luz e sombra
em face de Micheângelo Caravaggio )

A criança que fui e lembro

em ternura por ela em mim
aquela-essa-esta criança que sou-fui
já desenhava toda a geometria espacial
desde que me lembra o mundo
que vi da primeira vez!
Eu me lembro
que aquele mundo que vi
pela primeira vez
era geometricamente
o mesmo universo montado em geometria de hoje
pelo Euclides e Descartes de antanho
ao sabor das figuras das geometrias :
euclidiana e analítica
no circo de cavalinhos
em círculo
rodando
- até ficar tonto!... :
um menino às tontas
que fui-sou!,
serei enquanto for o ser
sustentado na leveza do nada
que o sustem no ar
ou fora do ar
no vácuo do vazio
do zero ao zero
e do zero ao menos zero
que não existe
nem é nada
senão pensamento
ou ser
navegante
galopante
no nada
dado
na nadificação
mental...
- mas com tanto miosótis nos olhos dela!
a pairar
palrar
- nos olhos dela
em fuga do negro ao branco do olho
que olha
e palra
comigo!
mais que o silêncio permite
bastando buscar o olhar
que olha
de soslaio
obliquoamente
eternamente...:
- eternamente Capitu!,
  Capitolina de Machado
que capitula
copula
ao olhar

( Os bichos também têm esse mundo objetivo-subjetivo

- só que não os transcreve
e assim não os retiram da natureza
e os põe-em-ser na cultura
O ato de transcrição
que separa natureza e cultura
é a linguagem :
A psicologia é uma linguagem hermética da subjetividade
dentro de outra linguagem objetiva
que a desnuda e vela simultaneamente
conquanto a filosofia sonhe ser o desvelamento de Ísis
A linguagem se aprimora no gênio-sábio-erudito
e por ter que nomear objetos dantes nunca percebidos
traçam uma onomástica que vai do neologismo
á conjunção de palavras em composição
para tentar expressar o que antes anida não fora exprimido
quer seja em equação ou em verso
A linguagem tira o saber da  natureza
e o põe em linguagem adequada
com determinado jargão-jergão
a fim de constituir em conhecimento erudito
o que antes era apenas saber natural
ou sabedoria sem voz ou vez
- pez mineral na tez )

Observo a criança

recém-lavada do amor
que uniu em um
o homem e a mulher
e fico a cismar
cá no meu bestunto
que o amor
é uma fuga
de si para o outro
e do outro para um terceiro
- no caso a criança
nascida do ato de amor

Quiçá o amor

seja a única evasão possível
num mundo em urbe
possesso
- e eivado de exorcistas
fanáticos
prosélitos
sectários
em redemoinho de psicoses
neuroses
demônios não-medievos
- diabos coevos
coesos com corvos
nos corcovados...

Ai! a paixão do amor

que retoma corpo no corpo anatômico da criança
se apaga
finada na morte
de volta ao escuro
ante-fetal escuridão
cósmica
sem cosmovisão infravioleta
para  a escuridão
que se segue eterna
interna
( O interior sem lanterna
do vaga-lume
sem leme
timão
que somos
ou não somos mais
- mas fomos
com fome
de ser
 outro ser
ou ente
desejado ardentemente!,
durante o arrastar pelo ardente sol
ou o quedar-se sob a escuridão
de antes do levante
e depois do que pôs o poente em pó
no ente
dormido
eternamente
ou acordado
e acocorado
brevemente
sob o girassol no sol
ou o palor do luar
na madrugada
latida
e cantarolada
a canto de galo
e cachoeira
a noite inteira
sem intermitência )

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