sábado, 12 de maio de 2012

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Sempre amei os anjos
em bandos tomando banhos de banjos
na música que remexe os cabelos fartos
sedosos e em bandós
em harmônicas ondulações
para mover ventos em moinhos de ventos a la Van Gogh...:
Os arcanjos marmanjos com arranjos de coração para clavicórdio
  com dedos de querubins
e serafins que se queimam
na fogueira da inquisição espanhola
com uma paixão grega
trágica!

Essa hipótese ( hipófise) angélica

incide em subsunção no fato
pois enquanto a hipótese de incidência é ato
ou pensamento humano
confinado no universo do ato mental
em modo de imaginação
ou de raciocínio lógico
formal
sem conteúdo ou matéria
o ato de subsumir-se no fato
 traz o arcanjo à baila
o qual então baila
e se queima em paixão
até achar a acha em brasa
do querubim grávido de amor
que se apaga pouco e pouco
ao sopro de oboé do músico eólico
o qual reacende a brasa da paixão de Eros e Vênus
dentro de um coração partido
mas paradoxalmente unido
pelo paroxismo do amor
( A paixão é uma apoplexia
obsoleta
Risoleta?!... )

Esse ato que vai da hipótese incidente
ao fato na qual se subsume
parte do cosmos em abstrato
ou do estético postulado pelo imaginário
se torna concreto no universo
empós a natividade
de uma criança
- o sempre menino
- menino Jesus sempre-vivo
tipo a sempre-viva! ( Helichrysum bracteatum )
em renôvo
vergônteas e primavera
acariciada na graça e graças às garras das gavinhas
que são  Íncubos e Súcubos
no vir-a-ser do virar do dia
a pastorear o verde na campina do violinista verde-garrafa
paramentado para o culto eclesial
eclesiástico
do homem...:
Druidas?!

Amo as crianças

mormente as minhas
- aquelas em cujo álveo
à montante e à jusante
derramei meu sangue
vermelho para a fuga na distância das galáxias chiantes
em meus ouvidos em conchas
buzinando na areia branca de teia de aranha e vida enredada
na herdade do senhor do aspargo ( Asparagus officinalis )
em gado verdejante nas crucíferas
crucificadas na cruz amarela do sol
pintado a dedo de menino Miró
tocando de oitiva
um violino de um violinista ouvido na caixa de ressonância do cereal
cálice de Ceres
senhora da cereja
da cerveja
da cerejeira
do cerebelo
- de Cérbero!

Sempre-vivo
amei os arcanjos
aqueles querubins pintados no caju
em nuances nas folhas
rescaldos na flor
e no odor exalado
no desenho que torce
retorce ( quase tosse! )
 e toma a estrututa do cajueiro
abrinho braços em abraços
de nadador sereno e velas na calmaria
no amplexo semi-abstrato trato com o espaço próximo
prócero
- como um próximo de Jesus
bonachão resiliente silente
ancho em mansidão
simples e pleno
até no tom cru dos matizes da mata virgem...
onde deita e rumoreja o arroio
até o arroz
- o arrozal
em aranzel aquífero

Sem ambargo do espargo

não me apaixona o fauno
a puberdade em pelos
em ânsia sexual
lúbrico
transbordando luxúria
lascívia
apetites
de fera
a fêmea em cio
besta exalando feromônio

( Inobstante

digo em digressão
que a única rainha de infância
que eu tinha até então
antes das maravilhas de  outras meninas
foi raptada mercê da leitura do burro de Goya
que interpretou o livro de lei
como exegeta inepto
e mau-caráter manisfesto
- mais deficiente visual
que toda a imagem da Justiça
de olhos herméticos
infensos aos milagres de Cristo )
ou do Xisto betuminoso
ou argiloso
porém não ardiloso
na lousa

A paixão de minha filha

no coro do ditirambo da tragédia grega antiga
fez-me compreender o "pathos"
que havia na filosofia trágica de Nietzsche
- sofrimento vital
com perspectiva filosafante
dor no coração com estalo de alcaparra )

A cladística leva à idade do teatro
onde todos somos coagidos a ser ator
atriz imperatriz meretriz menestrel
merencórios atrabiliários fuscos enfarados capiongos
Tempo enfeixado e tecido com seda para vestir o corpo do adulto
frustrado vestido pelo desgraça
sem amor paixão à vista sexo alegria
excepto na farsa
que leva a leva de prisioneiros e prisineiroas à igreja
ao bar à sexualidade venal
ao amor boçal dos lupanares
à carga dos muares
abaixo da lua pintalgada de restos de abóbora
sob abóbada negra ou blandindo o branco
retinindo ao sol da manhã com pantufas de lã caprina
ovina
como se fora um gládio mole
olhando a mole
aonde vai o sol
bater o raio refletido de um alfange
à mão do monge
leigo e simbólico
dervixe
andrajoso

Por fim o tempo vem

tangendo o som no oboé elegíaco
da senectude
roufenha
mouca
louca
que humilha o ser humano
cm os esgares da demência
as máscaras da bruxa e do palhaço
de nariz longo
adunco
e vermelho-pimentão
- até rebaixá-lo
abaixo do abacaxi
do ananás
e das evas daninhas
que acabam cobrinho a cabeça
com novo chapéu
- chapéu de cova rasa
a pisar o bestunto do ancião
calvície em cãs
sem can-can
sem o amor álacre do can-can!
- álacre no campo de alecrim
do alecrim-do-campo ( Baccharis dracunculifolia )
- do alecrim que fica em pé
observando a queda do homem
- o único anjo decaído
para sempre na folha do outono amarelo
- de uma flor amarela
gravada e pintada na elegia
de Goya na Quinta do Surdo
sem caprichos
com os carrapichos
a vicejar por caminhos de infinitas águas

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