Esta vida é um caminho
que não dá em lugar algum
- estrada com abrupto fim
inacabado fim na palheta
do pintor Vincent Van Gogh
que pára o caminho
antes do meio do caminho
meada antes de finalizar
o novelo do caminho
que deixa de caminhar
fica sem peregrinar
sem pervagar
sem topógrafo errabundo
metido no biógrafo do artista
( A biografia não repõe o ser em bioma
nem tampouco o devolve aos corvos
depois que se revolve
no pó do anjo de queixo caído
em nocaute definitivo )
Um trigal com corvos
caminho por onde caminha Vincent Van Gogh
no ser que continua a ser
Vereda sem buritis
cujo fim nem é fim
pois termina abruptamente
fechando-se em si mesmo
numa chave de traços herméticos
numa clave de sol
que o encima
sem pé que possa alcançá-lo
caminhá-lo
sentí-lo no quilo
( caminho por ínvio caminho
sem pé ou escabelo
com o cabelo da noite às costas
em longas madeixas cor-de-ameixas
nigérrimas
sob a Cabeleira de Berenice
e uma Medusa desgrenhada
em bruxa ou górgona )
Um caminho pelas entranhas da pinacoteca
leva à uma igreja
que o artista em seu fetiche
ou fetichismo
abriu no espaço criado
( espaço de credo do poeta
ali em furta-cores de arco-íris de Osíris
divindade mais egiptológica
que mitológica
ou egípcia )
na "ermida" em verde que não abre porta
e sim p sol só para o verde vivaz ou mortiço
verde-primaz
em diálogo com outros colores
"Capela" torta
tortuosa
atribulada por padres
frades que sejam!
( que sejam mas que não é! )
Santuário sem portal
sem portada
( aonde vai uma mulher às espáduas
rumo ao anil que se aninha dentro das janelas
gravosas ou livres!?... )
Sem vão de entrada
( bizarras entranhas estranhas
patranhas... )
empareda e presa em si
num anel
anelada
no anelo
que irrompe da arte de Vincent Van Gogh
que deu de ombros para este mundo sórdido
depredado
dilapidado pela vanidade
( hospedeira no homem )
lapidado na lápide
pelas flores-em-versos medonhos
do poeta morto-triste
- outro Maiakoviski suicida
este Vincent Van Gogh
caminho do suicídio
( Basta a basta pinacoteca do artista holandês
para compreender
que o caminho se finda
ao suicidar-se
o homem que há no caminho
que passa no caminho
que faz o caminho
com o caminhar
Que o caminho anda junto com o caminhar
e ambos e tornam pétreos de chofre
não se sabe se no meio
do caminho da mula
ou de um era geológica
ou ainda de uma lógica
que guia o poema-batel ao mar de escolhos
( o batel a bater no arrecife! )
Caminho pedregoso
que outrossim ou outro não
se emperra no fim
que o autor lhe outorga
Enfim, nos confins
porque fim não há
na obra do gênio meteórico
emancipada da escatologia cristã-aristotélica
patética
poética
obra de ética
e noética
do filósofo
que inspirou a alma
( soprou a alma
como uma bolha de sabão
do oboé que tocava )
- a alma dos finais felizes!
comuníssima nos filmes felizes
e desventurados de Hollywood
e adjacências não infensas
ao poder do mito da felicidade
que engloba em si ( emaranhados )
todos os outros mitos abstratos
derivados da filosofia de Aristóteles
ou do melhor fim possível
imaginariamente ou literariamente
para o ser humano
- este indigente que somos!
- a sonhar ser
o melhor e mais feliz dos finais
como Aristóteles o foi
para a filosofia
que foi um instante breve
encetado por Sócrates
e consumado por Aristóteles
que dirige em pensamento
a cultura e a história
até os dias atuais
- dias e noites dentro do homem
que são atores ( dos dias!)
e atrizes, as noites e madrugadas,
do ultimo filósofo grego
do único trio de filósofos
que a cultura produziu no mundo inteiro
de europeu a autóctones )
Ainda errando pela tangente do caminho
pode-se suscitar a tese magra ou gorda
com seu corolário em um escólio
de que não há caminho concluso
ou em conclusão
senão até um ponto
( o ponto x-tudo ou x-nada ou x-9
de Euclides de Alexandria
e de Mégara )
- ponto incógnito antes do horizonte
fechar os olhos
( como se o horizonte fosse a Bela adormecida num bosquejo de bosque! )
- olhos negros com enormes cílios de noite
- noite banhada no betume da deusa Nix
e na luz estelar
a devassar a intimidade do lar
e o azul-verde-violinista do mar
( Por íngreme caminho caminho
- caminho eu
e vou envolto no vulto da noite
embuçado
em contraponto ou contrapondo-me
ao ponto de Euclides
não obstante estar sempre bailando
saltitando
equilibrando-me
sobre o menor segmento de reta
que resta
na régua
antes do fim do caminho
e do término do caminhar
do caminheiro
que sou sem caminhão
para rododendro de via
- quase Ápia
ou harpia
que não pia
nem pia é
batismal
ou Maria
que espia o dia
- espiã! :
espiã russa
- a espiã que abalou
ou abaulou
a testa abaulada
de um espião soviético
no tempo glacial
da guerra fria
e cinza-flor
ou cinza-amor
no cinzel )
O ser de Vincent Van Gogh
ficou todo em traços geométricos
mas em uma geometria em fuga de Euclides
( de Euclides a Bach há um cravo bem temperado! )
em contraponto de um Descartes montado em corpo de parábolas
arremessado nas cores cambiantes
detrás das quais se plantam
moinhos de vento
de um Dom Quixote desvairado
alucinado
preso na malha dos caminhos hermético-escatológicos
que travam os passos
- os derradeiros passos
para a cruz
e de encontro às crucíferas ao rás-do-chão
enquanto o céu
na rota do anil roto
de déu-em-déu
bate asas ao léu
sem caminhos cortados
ou tracejados no fumo do jato
nublando o branco
dos olhos azuis
verdes herbáceos
castanhos de estanho
ou negros sem caminhos na noite
ou na pinacoteca de Joan Miró
que mira a noite
com outro ser
que já não é Vincent Van Gogh
mas uma alternativa de caminho
frustrado por fora
porém lavrado por dentro
do ser enquanto esteve em erva daninha
espargindo a vida
- toda a vida!
no verdor dos anos de sua clorofila
na fila
da vila
- vila enclavada na aldeia abandonada às teias de aranha
protegida na redoma da imaginação
de cada indivíduo que se ama por dentro
e por fora nas táticas e estratégias
- fortalezas construídas na virtude
para se defender de um mundo escravocrata
camuflado de democrata
- em processo de demôniocracia idiossincrática
mercê os idiotismos
que faz a língua única no se dizer
ou imaginar que se diz
no desdiz da cicatriz
que não dá em lugar algum
- estrada com abrupto fim
inacabado fim na palheta
do pintor Vincent Van Gogh
que pára o caminho
antes do meio do caminho
meada antes de finalizar
o novelo do caminho
que deixa de caminhar
fica sem peregrinar
sem pervagar
sem topógrafo errabundo
metido no biógrafo do artista
( A biografia não repõe o ser em bioma
nem tampouco o devolve aos corvos
depois que se revolve
no pó do anjo de queixo caído
em nocaute definitivo )
Um trigal com corvos
caminho por onde caminha Vincent Van Gogh
no ser que continua a ser
Vereda sem buritis
cujo fim nem é fim
pois termina abruptamente
fechando-se em si mesmo
numa chave de traços herméticos
numa clave de sol
que o encima
sem pé que possa alcançá-lo
caminhá-lo
sentí-lo no quilo
( caminho por ínvio caminho
sem pé ou escabelo
com o cabelo da noite às costas
em longas madeixas cor-de-ameixas
nigérrimas
sob a Cabeleira de Berenice
e uma Medusa desgrenhada
em bruxa ou górgona )
Um caminho pelas entranhas da pinacoteca
leva à uma igreja
que o artista em seu fetiche
ou fetichismo
abriu no espaço criado
( espaço de credo do poeta
ali em furta-cores de arco-íris de Osíris
divindade mais egiptológica
que mitológica
ou egípcia )
na "ermida" em verde que não abre porta
e sim p sol só para o verde vivaz ou mortiço
verde-primaz
em diálogo com outros colores
"Capela" torta
tortuosa
atribulada por padres
frades que sejam!
( que sejam mas que não é! )
Santuário sem portal
sem portada
( aonde vai uma mulher às espáduas
rumo ao anil que se aninha dentro das janelas
gravosas ou livres!?... )
Sem vão de entrada
( bizarras entranhas estranhas
patranhas... )
empareda e presa em si
num anel
anelada
no anelo
que irrompe da arte de Vincent Van Gogh
que deu de ombros para este mundo sórdido
depredado
dilapidado pela vanidade
( hospedeira no homem )
lapidado na lápide
pelas flores-em-versos medonhos
do poeta morto-triste
- outro Maiakoviski suicida
este Vincent Van Gogh
caminho do suicídio
( Basta a basta pinacoteca do artista holandês
para compreender
que o caminho se finda
ao suicidar-se
o homem que há no caminho
que passa no caminho
que faz o caminho
com o caminhar
Que o caminho anda junto com o caminhar
e ambos e tornam pétreos de chofre
não se sabe se no meio
do caminho da mula
ou de um era geológica
ou ainda de uma lógica
que guia o poema-batel ao mar de escolhos
( o batel a bater no arrecife! )
Caminho pedregoso
que outrossim ou outro não
se emperra no fim
que o autor lhe outorga
Enfim, nos confins
porque fim não há
na obra do gênio meteórico
emancipada da escatologia cristã-aristotélica
patética
poética
obra de ética
e noética
do filósofo
que inspirou a alma
( soprou a alma
como uma bolha de sabão
do oboé que tocava )
- a alma dos finais felizes!
comuníssima nos filmes felizes
e desventurados de Hollywood
e adjacências não infensas
ao poder do mito da felicidade
que engloba em si ( emaranhados )
todos os outros mitos abstratos
derivados da filosofia de Aristóteles
ou do melhor fim possível
imaginariamente ou literariamente
para o ser humano
- este indigente que somos!
- a sonhar ser
o melhor e mais feliz dos finais
como Aristóteles o foi
para a filosofia
que foi um instante breve
encetado por Sócrates
e consumado por Aristóteles
que dirige em pensamento
a cultura e a história
até os dias atuais
- dias e noites dentro do homem
que são atores ( dos dias!)
e atrizes, as noites e madrugadas,
do ultimo filósofo grego
do único trio de filósofos
que a cultura produziu no mundo inteiro
de europeu a autóctones )
Ainda errando pela tangente do caminho
pode-se suscitar a tese magra ou gorda
com seu corolário em um escólio
de que não há caminho concluso
ou em conclusão
senão até um ponto
( o ponto x-tudo ou x-nada ou x-9
de Euclides de Alexandria
e de Mégara )
- ponto incógnito antes do horizonte
fechar os olhos
( como se o horizonte fosse a Bela adormecida num bosquejo de bosque! )
- olhos negros com enormes cílios de noite
- noite banhada no betume da deusa Nix
e na luz estelar
a devassar a intimidade do lar
e o azul-verde-violinista do mar
( Por íngreme caminho caminho
- caminho eu
e vou envolto no vulto da noite
embuçado
em contraponto ou contrapondo-me
ao ponto de Euclides
não obstante estar sempre bailando
saltitando
equilibrando-me
sobre o menor segmento de reta
que resta
na régua
antes do fim do caminho
e do término do caminhar
do caminheiro
que sou sem caminhão
para rododendro de via
- quase Ápia
ou harpia
que não pia
nem pia é
batismal
ou Maria
que espia o dia
- espiã! :
espiã russa
- a espiã que abalou
ou abaulou
a testa abaulada
de um espião soviético
no tempo glacial
da guerra fria
e cinza-flor
ou cinza-amor
no cinzel )
O ser de Vincent Van Gogh
ficou todo em traços geométricos
mas em uma geometria em fuga de Euclides
( de Euclides a Bach há um cravo bem temperado! )
em contraponto de um Descartes montado em corpo de parábolas
arremessado nas cores cambiantes
detrás das quais se plantam
moinhos de vento
de um Dom Quixote desvairado
alucinado
preso na malha dos caminhos hermético-escatológicos
que travam os passos
- os derradeiros passos
para a cruz
e de encontro às crucíferas ao rás-do-chão
enquanto o céu
na rota do anil roto
de déu-em-déu
bate asas ao léu
sem caminhos cortados
ou tracejados no fumo do jato
nublando o branco
dos olhos azuis
verdes herbáceos
castanhos de estanho
ou negros sem caminhos na noite
ou na pinacoteca de Joan Miró
que mira a noite
com outro ser
que já não é Vincent Van Gogh
mas uma alternativa de caminho
frustrado por fora
porém lavrado por dentro
do ser enquanto esteve em erva daninha
espargindo a vida
- toda a vida!
no verdor dos anos de sua clorofila
na fila
da vila
- vila enclavada na aldeia abandonada às teias de aranha
protegida na redoma da imaginação
de cada indivíduo que se ama por dentro
e por fora nas táticas e estratégias
- fortalezas construídas na virtude
para se defender de um mundo escravocrata
camuflado de democrata
- em processo de demôniocracia idiossincrática
mercê os idiotismos
que faz a língua única no se dizer
ou imaginar que se diz
no desdiz da cicatriz
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