domingo, 23 de janeiro de 2011

SUICÍDIO DO POETA RUSSO MAIAKOVSKI


A limitação dos homens /
do amor nas mulheres /

do indivíduo em sociedade /
e mesmo na cultura /
induz ao homem pensar em suicídio /
quando se depara em um mundo tão pobre /

Uma terra medida para topógrafos /
um palco para idiotas e imbecis e estúpidos /
que mentem de si para si /
mais do que usam a mendacidade para se defender /
dos pobres-diabos que comandam a sociedade com dinheiro /

porque sem a casa da moeda são pobres em tudo /
- o dinheiro é que é rico por eles /

Uma vida em tal sociedade /

( e todas são assim ) /
induziria o homem solitário ao suicídio /
tal qual ocorreu com o poeta russo Maiakoviski /
poeta russo de terra bárbara no corpo /

Mas existe o que tira o homem da solidão mais funda /
na poeira que o vento sopra nos campos /
com resquícios de ouro de flores /
decaídas de amor pelo outono velho /

mais antigo que a antiguidade da China e Índia /
Em solitude e solidão absoluta /
pois a companhia de qualquer outro ser humano é solidão multiplicada /
mancha negra Disney na solitude dos arroios com canto no arrulho das pombas /

A companhia do seu maior amor /
ainda é um solidão que traça um enorme diâmetro /
marcando sua distância do ser amado /
ainda que esse ser seja um filho ou filha /
cavaleiro cuja montaria é o corcel branco da aurora /
ou a amazona sobre seu cavalo /
ainda retinto de noite em Nix /

mesmo o ser mais querido /
macula a solitude do eremita /
debruçado no riacho /
com a lua por cima /
olhando amarela /
para os campos de Van Gogh /
e os moinhos de ventos /
pensantes nas noites de ventanias de longo sopro e silvo /

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