quarta-feira, 4 de novembro de 2009

EXISTENCIALISMO


A vida não se reduz à biologia / nem à flor da botânica tampouco à zoologia ou citologia / Contudo se transforma na indústria biológica / que a idéia produz em forma de ciência e filosofia / duas toscas drogas da cultura / engodos para a dor lancinante / a angústia que arruína a vida / que pesa um punhado da terra inteira na existência / ( se a vida é dolorosa, a existência é o símbolo do infinito matemático de dores / que faz do homem o penitente eivado de dores / o homem das dores até o parto inverso da morte ) /
A minha vida é um caminho cujos pés estão lacerados pelos cardos / cardos cardos cardos cardos / sou o homem das dores pisando cardos / porquanto os cardos são o escabelo para os meus pés descalços e magoados /
o homem coroado com cardos /
ai! para que tantos cardos! / Ó Senhor sem misericórdia de mim! /
( a vida de todos é um calvário que leva ao Gólgota / quando a realidade pensante do corpo / apaga subitamente as mentiras aprendidas pela mente : / a mente é o demônio criador das mentiras / que vêm ao borbotões nas idéias e palavras que conduzem este diabo / sobrenaturalizado pelo pensamento e sensibilidade / envolto no líquido letal das idéias, frases e orações : / os diabos sociais rituais dirigem nosso corpo por doutrinas e mitos ) / Não obstante, a vida do outro ser humano / daquele outro ser plasmado no plasma da empatia / belo, talentoso, genial, poderoso, famoso e rico / parece ser sempre uma vida feliz / porque lavada no mel da idealização / Vida lavada pelo mel ideal / pela idéia que floresce na mente humana / - a idéia : algo puramente longe da realidade / sobre a naturalidade entre a lua clara do nascimento / e a morte negra enrodilhada na alma morta / envenenada pelo líquido amniótico presente na cor da noite incolor / ( um rio negro de mambas líquidas que deságuam na noite / no manto inconsútil e na mantilha negra / aberta na boca venenosa e ameaçadora da mamba negra / escondida nos vestidos das noites / entre flores soprando trombetas de perfumes peçonhentos / no paraíso conservado na mais mínima expressão da flora ) / Quão bela a vida da alteridade existente na mente! / na mamba negra torcida em forma de mente humana / - árvore do conhecimento da vida e morte / do veneno e do remédio / do pharmacón no sumo das ervas pisadas / e na peçonha da taipan que se arrasta entre as raízes das selvas australianas / do outro lado do mar emaranhada ) / Porém na realidade fluída dos minerais / ( realidade é atualidade: coisa ligada ao tempo que flui na corrente de energia e aos sentidos pescadores do ser humano / e do animal ou vegetal cuja vida funciona ao sol e à lua sob galáxias chiantes / estridentes grilos nas dobras da sotaina da noite ) / - na realidade esculpida a dedo de tempo na areia do corpo sofredor / pois a vida é dolorosa para todos os seres vivos / mormente para os míseros humanos / nos quais a vida se modifica pouco e pouco em existência / monstro maior que o leviatã agitando mares / cruz que pesa demais / verga o corpo e a mente antes das cãs / apesar das drogas mentais produzidas pelas doutrinas / tentar em vão mitigar essa solidão em alqueires de terras desabitadas / (sem sequer um eremita meditabundo na cova de santo Antão) / no remédio que espalha a solidão em cinzas nos cinzeiros / ou água na cerveja e na vodca / ( A existência é um inferno que nasce dentro da mente / uma via sacra em brasas vivas / um cadinho onde se tortura o santo e o sábio / o ermitão Santo Antão penitente no deserto : / o Santo Antão extraído como filho do meu coração! ) /
Santo Antão do Deserto
Anthony Abbot by Zurbaran.jpeg
Antão do Deserto, por Zurbarán
O ser humano nasce animal no corpo de barro de Adão / o pai primordial do corpo / e daí enceta a vida como animal de terra e da terra / terracota numa ânfora quebradiça, caniço ao vento / vidro espatifado na primeira queda ( anjo de vitral e afresco) / anjo desenhado na ânfora que cai e se desfaz em mil pedaços / em mil demônios jamais catados e colados / cacos jamais ajuntados depois do tempo / que foi industrializado em tempo individual / extraído da matéria-prima do tempo em filão na mina do espaço / Ao aprender submissão em língua e cultura / o ser letal que nos anima por dentro / a triste alma de Deus / é regurgitado para fora do ser / e começa a existir paulatinamente / peregrinamente se inicia na existência ao sair do casulo, crisálida, / ganhando mundo e dor intensa a cada passo / até chegar ao auge de ser um sábio : / sábio vegetativo como o poeta ou o filósofo / possuidor da inteligência plena da vida e da razão / ou um sábio social como o cientista ou o engenheiro / cuja inteligência animal chegou ao ápice / ( A poesia e a filosofia é inteligência exclusivamente humana / suprema sabedoria humana a que não tem acesso os animais / nem tampouco a maioria dos seres humanos / Todavia a ciência e a tecnologia é inteligência animal / que visa somente à sobrevivência e ao poder territorial / e está submetida aos conceitos da filosofia e à sensibilidade do poeta / quando se torna supremo saber ao se manifestar na inteligência animal do homem / graças ao tempero filosófico e poético / que a transforma numa ciência maior do que a possui os outros animais ) / Existir é sair ao mundo / afrontando a dor e os perigos / até que venha o veneno da morte / é parir o ser / dar à luz ao ser / pô-lo no mundo fora do ovo de ouro do pensamento / É sair ao mundo carregando o peso da inteligência às costas / deixando pensamentos e sentimentos sob a forma de alienações / expressas no comportamento e posição dos filósofos cínicos / dos frades franciscanos e beneditinos / que exprimem a existência de alguns homens / que pensaram e agiram no mundo / que inventaram o motor Otto de combustão interna / ou um ritual, uma ética, uma maneira de pensar ou agir / um posicionamento do ser invisível dentro do pensamento e for do mundo / para um ser em práxis fora do pensamento e dentro do mundo natural / ser para a vida e para a morte dentro e fora do pensamento / no mundo ou na mente e em ambos simultâneamente / lançando ao peso da vida a gravidade da existência / como o fizeram os filósofos cínicos que depois forma os cristãos / um dia foram os filósofos existencialistas engajados / e por fim os "hippies" / que como os cristãos arremedaram o comportamento ética da inteligência do filósofo cínico / os primeiros sábios a existir no mundo e não somente serm no pensamento / os primeiros a manifestar a inteligência poética / inteligência primeva e primeira a que pode aceder o homem inteligente / que num último esforço evolutivo humano pode chegar à inteligência da filosofia / último estágio da evolução da inteligência puramente humana / São os dois supremas e únicas inteligências humanas / A junção de ambas num só homem leva à plena sabedoria / A existência sem o movimento dialético do pensamento / termina em simples alienação do pensamento / que se transforma em instituições / e faz nascer a religião e outras formas carregadas da prática do mercado / que vieram da embriaguês das idéias / e passaram a existir como delírio social cultuado na forma ideal das instituições / ( as idéias alienadas em instituições fazem crer que tudo é perfeito / que nada muda nunca e está fora da natureza / protegido no reino sobrenatural das idéias / um reino que não é nem existe neste mundo / mas faz as pessoas terem fé nas idéias / que chamam de Deus, Jesus, amor, dentre outros conceitos / sobrenaturalizados graças ao poder de produzir ilusão das idéias / transmutadas em doutrinas e ciências ) / A existência real, fáctica, natural, cultural e política / é antes de tudo práxis / transformação crítica da realidade alienada / em realidade realizada pela crítica / que faz retornar a alienação ao pensamento como ente, entidade, / que se paralisa e funda na pedra da realidade mineral / e não tem o movimento vivo do pensamento no ser humano / que pode analisar e inovar o que caduca na rocha sobre a qual se levantam asilos / que tomam o lugar do homem na rigidez dos conceitos cimentados / Somente o filósofo e o poeta tem o poder de colocá-la de novo no fluxo existencial / até que o produto do pensamento se aliene outra vez / na degradação cotidiana / e possa retornar ao espírito humano que a faz girar na crítica dialética / único pharmacón para a alienação perene / daquilo que vai ao mundo / e invade o espírito acanhado da maioria dos homens / que têm o bicho preguiça arrastando-se no pensamento / e por isso vendem, alienam seu pensamento / comprando doutrinas que faça seu espírito parecer que pensa / adornando-se com sofismas e erudições de memória / alienadas nas instituições / que vendem o saber como o fazia o sofista na Grécia Antiga / O espírito roto de epitáfio sem rota / afoga a existência no álcool ou na filosofia do existencialismo / na profissão, na ilusão do amor sexual / ( o amor é sempre exercício sexual ) / ou suicida-se nas águas profundas da hipocrisia / o que é pior que uma morte por coma alcoólica / pois a hipocrisia é um coma em longos anos / com morte cerebral quase imediata / ( o ser social é esse Frankenstein / morto pela estupidez / que é a forma de morte cerebral e comatosa em vida ) A existência se caracteriza pela saída de si para o mundo / sair de dentro do ovo banhado de si / que é mais que estar banhado de ouro puro / em meio a bandos de criminosos sequiosos por uma vítima / ( Existir é sair em batalha por si contra os reis deste mundo / solitário solitário enfrentando legiões de sicários venais a soldo desses reis / que são as verdadeiras bestas do Apocalipse / anunciadas nos oráculos pela poesia filosófica vegetal dos profetas / que sabem da alma deles desde antes de saltar das ervas na vida / ligando os pensamentos e sensibilidade do sistema nervoso vegetativo / que guardam toda a sabedoria natural de bilhões de anos em estrelas / à razão fria e sensibilidade aprendida / pelo sistema nervoso central / que os seres humanos comuns usam como se fosse o único sistema de pensamento ) / Por fim um dia quiçá ressuscitaremos na primavera / aos pés da flor azul que pensa em silêncio e sem idéias / sobre a flor de lótus de Buda / a filosofia vital e não biológica dos filósofos cínicos /
Diógenes, de John William Waterhouse, mostrando sua lâmpada, seu barril e as cebolas das quais ele se nutria.
Nasceremos novamente no colo das ervas com flores guindadas ao azul do céu / desfazendo a existência / para poder usufruir da vida / eterna no vegetal / e no poeta / que é o filósofo vegetal / o filósofo que pensa, sente e exprime a vida / pela comunicação dos sistemas nervosos vegetativos / e sistema nervoso central / que transcendem símbolos e signos / expressos pelos poemas e cantos e melodias de Mozart / celebrando os dois sistemas nervosos a que acedem os poetas filósofos da vida / os gênios e sábios que iluminam o mundo com sua arte / sabedoria e erudição humana, animal e vegetal / tudo posto no jardim do homem eremita / do monge andarilho que peregrina solitário pelos ermos dos campos e vales /
cidades e lagares /
em companhia eremita das ervas que trançam os caminhos /
moldam as palmilhas onde se planta o pé /
e faz emergir o ermitão /
que é o homem em sua verdade, santidade, sabedoria, inteligência, serenidade, divindade... /

ESOPO DE VELAZQUEZ, ESOPO DE VELAZQUEZ, ESOPO DE VELAZQUEZ. REFERÊNCIAS: WIKIPEDIA, GOOLGE, YOUTUBE, WIKIPEDIA, GOOGLE, YOUTUBE, MENIPO DE VELAZQUE, MENIPO DE VELAZQUEZ, MENIPO DE VELAZQUEZ
MENIPO DE VELAZQUEZ, MENIPO DE VELAZQUEZ, MENIPO DE VELAZQUEZ WIKIPEDIA, CARDOS, GÓLGOTA, SANTO ANTÃO, CARDOS, GÓLGOTA, SANTO ANTÃO, WIKIPEDIA, EREMITA, ERMITÃO, ANDARILHO, EREMITA, ERMITÃO, ANDARILHO, WIKIPEDIA, MONGE, MONGE, WIKIPEDIA, EXISTÊNCIA, EXISTENCIALISMO, EXISTIR, EXISTÊNCIA, EXISTENCIALISMO, EXISTIR, WIKIPEDIA, SER, PENSAMENTO, MUNDO, SER PENSAMENTO, MUNDO, WIKIPEDIA, HOMEM DAS DORES, HOMEM DAS DORES, WIKIPEDIA, INDÚSTRIA BIOLÓGICA, BOTÂNICA, ZOOLOGIA, INDÚSTRIA BIOLÓGICA, BOTÂNICA, ZOOLOGIA, WIKIPEDIA, PENITENTE, DROGAS, DOUTRINAS, PENITIENTE, DROGAS, DOUTRINAS, WIKIPEDIA, FLOR DA BOTÃNICA, CITOLOGIA, ARRUÍNA, FLOR DA BOTÂNICA, CITOLOGIA, ARRUÍNA, WIKIPEDIA, INFINITO MATEMÁTICO, ANGÚSTIA, INFINITO MATEMÁTICO, ANGÚSTIA,WIKIPEDIA, PARTO INVERSO DA MORTE, PARTO INVERSO DA MORTE, WIKIPEDIA, COROADO COM CARDOS, ESCABELO, COROADO COM CARDOS, ESCABELO, WIKIPEDIA, CALVÁRIO, DIABOS SOCIAIS RITAUIS, MORTE CEREBRAL, COMTOSA, MORTE CEREBRAL, COMATOSA, WIKIPEDIA, CALVÁRIO, DIABOS SOCIAIS RITUAIS , WIKIPEDIA, LÍQUIDO LETAL DAS IDÉIAS, LÍQUIDO LETAL DAS IDÉIAS, WIKIPEDIA, PERFUMES PEÇONHENTOS, TAIPÃ, MAMBA NEGRA, MAMBA NEGRA, TAIPÃ, PERFUMES PEÇONHENTOS, WIKIPEDIA, REALIDADE FLUÍDA DOS MINERAIS, REALIDADE FLUÍDA DOS MINERAIS, WIKIPEDIA, PAI DO CORPO, PAI DO CORPO, CORPO DE BARRO DE ADÃO, CORPO DE BARRO DE ADÃO, WIKIPEDIA, FILOSOFIA VITAL, FILOSOFIA VITAL WIKIPEDIA, SISTEMA NERVOSO CENTRAL, VEGETATIVO, SISTEMA NERVOSO CENTRAL, VEGETATIVO, WIKIPEDIA, ÂNFORA QUEBRADIÇA, TERRACOTA, ÂNFORA QUEBRADIÇA, TERRACOTA, WIKIPEDIA, PRÁXIS, FLUXO EXISTENCIAL, PRÁXIS, FLUXO EXISTENCIAL , WIKIPEDIA, POETAS FILÓSOFOS DA VIDA, POETAS FILÓSOFOS DA VIDA , WIKIPEDIA, SÁBIO VEGETATIVO, SÁBIO VEGETATIVO, INTELIGÊNCIA ANIMAL, HUMANA, INTELIGÊNCIA ANIMAL, HUMANA, WIKIPEDIA, MONGE ANDARILHO, MONGE ANDARILHO, ERMOS DOS CAMPOS, VALES, ERMOS DOS CAMPOS, VALES, WIKIPEDIA,MONTANHAS ROCHAS, MONTANHAS ROCHOSAS, MONTAHAS ROCHOSAS, MONTANHAS.
Montanhas rochosas no Colorado, Estados Unidos.

MONTANHAS ROCHOSAS, MONTANHAS ROCHOSAS

Típica paisagem das Montanhas Rochosas.

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