domingo, 14 de outubro de 2012

KANDINSKI - pinacoteca



As palavras não acompanham o movimento rítmico da química, pois enquanto a medicina pensa, fala e escreve pelo médico, a química já passou para outra fase, aonde ainda não foi o pensamento, preso ao seu envoltório contextual, malgrado dos esforços despendidos pela etnologia, que nos ensina o contexto comparativo, a fim de que possamos, com tal paradigma, ler o nosso universo contextual, microscópico. Mas não lemos, não aprendemos o alfabeto para tal leitura penetrante.
As palavras, outrossim, não alcançam a  complexidade, o espaço geométrico complexo que está na mutação  do corpo, mormente porque tal complexidade do organismo ocorre não do organismo estar sendo estudado em absoluto, ou na "absolutismo" que a abstração, que é um instrumento auxiliar e essencial ao estudo, deixa entrever no "escapismo" da relação; e não uma mera e isolada relação, mas todos os laços com o cosmos, com o tempo ou ritmo que o universo emprega nesta relação e todo o espaço que abre o infinito matemático ante os olhos que não podem ver a finitude, nem tampouco o cérebro por seus instrumentos mentais, dentro os quais estão os símbolos, signos, sinais e as linguagens das ciência, no caso aprestada para atender os desígnios que o homem persegue enquanto matemático, uma de suas alienações que, do pensamento exterior ao mundo, quando se separa pensamento do homem e natureza, vai ao universo através do mistério ou festa ritual 
( "Festum Asinorum" ou " A Festa do Burro", que é um antigo mistério medievo ), mistério este que traz o pensamento universo posto ou lançado fora do pensamento humano, no matemático, que é  apenas um mistério ou um rito com um personagem que representa o homem, sob a  fantasia ou alegoria do matemático, que somente existe enquanto há o homem a embasar sua personagem de mistério festivo ou religioso. O Carnaval é um desses mistérios festivos.
A complexidade no qual o espaço está escrito e tecido o olho não alcança, porquanto o olho vem depois desse tecido, da tecitura espacial, pai material do olho, um órgão  do sentidos, padre espiritual do olhar, um objeto de pensamento, uma abstração ;assim o microscópio também não pode desvendá-lo, ou desvelá-lo, pois o espaço é anterior a tal invento humano,  o espaço não-geométrico, mas sim  natural, é o pai do órgão visual , o  qual tem a mãe como matéria e a energia como o amor que move, modula e molda a matéria na química e na física, que estão antes das palavras, as quais não as alcançam, mesmo porque a complexidade do espaço cósmico só aumenta e o ritmo do tempo na química também. É o paradoxo de Zeno envolvendo a tartaruga e Aquiles e a fábula "a lebre e a tartaruga", atribuída a Esopo. Sem ambargo, as linguagens, como as matemáticas, chegam mais próximas da complexidade do espaço, mercê de sua própria complexidade, que traz em si grande parte do aparato mental constituído de símbolos e signos. O mesmo vem ocorrer com a apreensão e compreensão do ritmo  natural ou tempo. 
A química, enquanto ciência, tem a "velocidade " da linguagem, que não acompanham a química enquanto conjunto de fatos naturais, dada "ad infinitum" do olho e dos instrumentos humanos, bem como de sua linguagem; por isso, não demarca tempo ou ritmo para ficar par a par com a natureza, quando posta em química, pelo arbítrio humano. Em verdade,  a ciência, na economia da Antiga Grécia, era una e, concomitantemente, combinava ou correspondia à unidade do ser erigido por Parmênides, ou seja, a única ciência para a natureza era a física ("phisys"). Não havia sua antípoda "metafísica", na qual nem Aristóteles pensara. A expressão "metafísica'" é de um compilador da obra do filósofo da Academia, cujo fito era separar a parte da filosofia de Aristóteles que não fosse sobre o pensamento u filosófica : a parte que não tratava da ciência ou física ou "Phisys" ou matéria, natureza, ou o que os  gregos, no pensamento de Aristóteles, pensava sobre o significado do "logos" "phisys", que é intraduzível.
Cabe a distinção entre ciência, no sentido estrito de conhecimento, ou busca do conhecimento erudito, da ciência enquanto instituição. Esta última não é ciência propriamente dita, porque contém o aspecto que macula a ciência : a fé,; no caso, a fé na prova. Aliás, toda política ( a religião e o direito são políticas, além de linguagens e instituições), tem mister do mistério de uma fé. 
A ciência, enquanto produção de conhecimento, não tem contexto exterior, porquanto é individual, intimista mesmo!,  não é coletiva, para o rebanho,  como o é a ciência-instituição ou a instituição da ciência, sempre sob os cânones do direito, junto às linguagens que concorrem para formar o direito,  que lhes dá um contexto ; a saber : um credo político, ideológico, prático, valores, interesses espúrios, preconceitos do momento, modas no pensamento, ídolos da ciência, etc. 
A ciência institucionalizada, oficial, não apregoa o conhecimento vivo, do momento, que nasce na mente do homem, enquanto ser individual, hoje, agora, neste instante em que insta a vida, livre de contexto (pressão ) político ; não está num contexto exterior ao indivíduo, mas apenas no contexto interior, que o ser humano amealhou no curso de sua travessia afinada com a vida e suas experiências pessoais, únicas, intransferíveis.
A ciência de fato, não a de direito, a institucionalizada, amarrada nos grilhões das leis em milhões nas diversas economias a que estamos submetidos ( a economia da salvação, por exemplo, a economia do direito, a economia da ciência, da mídia, da política, da  filosofia, etc.); a ciência de fato nasce e é produzida por um indivíduo isolado ou em companhia de outro semelhante, com o mesmo propósito, pensamento e objeto de estudo.Tal como a   filosofia, a ciência assim constituída no espírito solitário do ser humano, não crê na prova, conquanto procure a prova contextualizada nos cânones que contextualizam a ciência e que tem o poder político e  de mídia de destruir ou desmoralizar o pensamento de um sábio, se ele fugir minimamente aos cânones exigidos com todo o rigor, se o sábio não provar contextualmente as suas assertivas em conformidade com a crença probatória dos senhores no poder da cátedra, outro poder político.
Na realidade, a prova é um artigo de fé, porquanto está inserta num determinado contexto. Na maioria das provas, promovidas com instrumentação tecnológicas, as novas pantomimas dos velhos sacerdotes e mágicos no poder de polícia ( poder político), na maioria das vezes o que prova é aquilo que todos os envolvidos no processo probatório desejam com ardor que seja provado definitivamente, "ab aeterno". São provas contextuais, de pouca monta, que não resistem ao tecido roto do tempo. Aliás, não há prova, por mais substanciosa, que resista ao tempo e não se rasgue em outro contexto. Entrementes, os aforismos dos filósofos e os versos dos poetas são eternos ou são o próprio tempo passado e presente no indivíduo que foi-se com a morte ( fugiu com a morte?), mas ficou vivo e no tempo presente na alma ou espírito de outro indivíduo, que o leu e compreendeu, cantou com ele a melodia da vida, só assim eterna.
Há os insurretos, os dissidentes,  que a nada se submetem,  com todos os dentes que ainda tenham, rilham ; estes entes são, então, denominados , rotulados de filósofos ( algo vago ), quando seu pensamento é tolerado ou o contexto que o pensamento do sábio cavou em membros influentes do conhecimento, não permitam descartar o sábio rebelde. Então os classificam como filósofo ou pensador, se não algo inofensivo : escritor. Olvidam ou não sabem ( não são lidos e cultos) que escritores como Dostoievski e Kafka, dentre outros, foram os verdadeiros sábios que construíram grande parte da ciência em seus livros despretensiosos.
Os filósofos, homens livres e emancipados no conhecimento, eruditos que são, experientes em vida, lidos, cultos, incréus de tudo, são tão livres que não têm convicção nem de sua filosofia, discrepam de todos e de tudo, inclusive de si, e, assim, sendo livres até de si pois sabem que o pensamento passa pelo filtro de um contexto interno e outro externo, que o pode apagar no futuro, se não no momento em que criam. Há esses pensamentos natimortos.
Os filósofos, com sua descrença, tornam a ciência saudável, viva, livre, emancipada da política, etc. Eles são as colunas que sustem o conhecimento e a coragem de produzir e promover o conhecimento e a sabedoria.


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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ETNIA - verbete


Há países em que o estado de direito é voltado para fins domésticos, ou seja, trata-se de um estado doméstico, no qual o estado é a Casa do  político e não o "habitat" do povo em território sem timão, nave sem tombadilho ( onde dançam os escravos referidos em Castro Alves! : o maior e melhor poeta em português da Terra de Vera Cruz), mastro, mezena ou âncora ; este povo que cai na enxurrada, ano pós ano, morro abaixo, soterrando com as encostas às costas.
Neste caso, terra à vista desde a gávea,  Brasil à vista!, o estado que há aqui, prospera e prosperou, história fora, foi um estado anômalo : o estado doméstico,  estado de fato, porém não de direito; logo, há a base física do estado : a terra e o povo, mas não o direito, o qual está apenas na ficção jurídica,  não no estado, que é fático, não jurídico ou jurígeno, o qual é ignorado pelas pobres e as decadentes elites pouco inteligentes e, consequentemente, não esclarecidas, vincadas no de mau caráter.
Elites estúpidas não  passam do fato ao direito, não separam essas noções, pois esse passo titânico depende da evolução intelectual do povo, enquanto etnia. Essa operação intelectual é produzida por seus sacerdotes e escribas, que fazem parte do poder, tem um dos três ou quatro poderes do estado e, portanto, liberdade e vigor e pachorra para a produção intelectual, que vem com o ócio, com as classes ociosas dos pensadores que escrevem a crônica do povo ( os historiadores), cantam seus feitos ( os poetas épicos ) e pensam seus deuses  ( os poetas em suas teogonias e os pensadores e teólogos, moralistas, fabulistas em suas "filosofias" pragmáticas, utilitárias, mas abstratas e abstrusas, que assentam as primícias das linguagens matemáticas que depois atinge a física, a ciência, enfim).
O objeto do estado de fato, objeto fático, vínculo de estado e direito,  pela subsunção, na união final de direito e fato, no caso, estado de fato, subsunção que dá o objeto da ciência jurídica, o qual controla ou visa controlar relações de fato através de aplicações de ilações de direito, porque se, da hipótese no direito positivo ( lei)  ao fato coincidente ou descrito claramente com a hipótese legal, se não perfaz o caminho que dá nessa fusão de fato natural, social, cultural e hipótese jurídica descrita em lei,  deixando, destarte,  de existir duplamente ou em dois, porquanto tal relação somente  é possível na forma de gêmeos germanos ou siameses, quando, então, é necessário, não contingente ou acidenta, na consonância das gnoseologias de Kant e Aristóteles. Sem esse vínculo indissolúvel, é apenas mais  um par em divórcio frequente : duas vozes discrepantes, dissidentes, incompatíveis. Assim, em divórcio, é objeto fantasma, fantasmagórico sem fato nem tampouco direito algum a se reportar.
Aliás, muitos cientistas ignoram o conceito de objeto e muito menos têm ciência da bipartição do objeto em objeto de fato e objeto de direito, os quais, ao se ligarem no mundo, com a alienação do pensamento do cérebro no mundo, ou seja, na junção de fato e lei (hipótese legal). A lei é o direito posto ou positivo; o direito em si é negativo, filosófico, uma nadidade cujo objeto está posto em símbolos e signos no ser. Aliás, nos seres do discurso, que são vários e obedecem ao comando das linguagens e do não-ser, que é o negativo do negativo. O ser negativo do não-ser ;do não-ser ainda, do vir-a-ser, porquanto não há ser para trás do tempo, ser-que-foi, ser-ido nos idos do tempo, conquanto exista  um pretérito em verbo, mas não em tempo vital, real, atual, atuante, tempo-ator ou tempo-em-ato, que é o fio do tempo real, existencial, não essencial, de realidade e realização e não a nadificação que implica o ser e o não-ser.
Pela explanação supramencionada é possível ler as linguagens matemáticas que vieram da filosofia e da ontologia, principalmente, pois a ontologia é a mãe do objeto e dos monstros conceptuais que distam ser e não-ser, na negatividade que desfaz e assim analisa o positivo, o posto enquanto ser nas coisas, nos objetos, nos fenômenos, etc.
O senso comum e a gramática vêem o objeto não como um ser dado pelo ser do homem, na ligação ou intersecção do interior do homem ao mundo  exterior ( união estável do macrocosmo e microcosmo), natural, real ( constituído de coisas, não em-si, mas para o olho do outro ou o olho do furacão, que tudo vê ); logo, no senso comum e na gramática, o objeto é desenhado sobre o corpo físico,  produzido pela indústria do homem ( entenda-se por indústria : trabalho), no artefato, objeto produzido pela técnica, sob os rascunhos ou esboços em equações que exprimem a linguagem da ciência; este artefato, indubitavelmente, não deixa de ser um objeto, no caso, objeto do fazer da ciência e técnica, com linguagem e produção; contudo, não se trata de um estudo sobre o artefato, que, assim, não é objeto de ciência enquanto considerado meramente como artefato, produção cultural, ao invés de objeto de estudo, que tem os dois lados da moeda.
 É, tão-só, objeto de técnica e linguagem da ciência, mas não objeto de ciência mais, pois há o pressuposto lógico e óbvio que, se é artefato, produto humano ou da cultura,  já foi estudado enquanto objeto antes de se transformar em artefato humano que, pode, inobstante, vir-a-ser objeto de ciência, pois o artefato é outro objeto, um objeto realizado ( não um mero objeto da realidade ou natural, porém produzido pelo labor humano, com ciência na etnologia ou etnografia. Fora isso, como artefato puro,  não é objeto, ou deixou de ser objeto, ou ainda é apenas coisa. Donde se conclui que, na contemplação da etnologia é objeto de estudo científico;  na gramática, objeto do sujeito, em relação ao sujeito e para o sujeito, dentre outros objetos possíveis e passíveis de estudo que pode ser em milhões ou bilhões ou estar nesses números encravados, se não passa ao infinito matemático, infinito de linguagem.
O objeto de estudo da ciência está no envoltório do fenômeno; entretanto, não é uma fenomenologia, senão no homem, ou no pensamento do homem, que ocorre como ato, analisando a "transliteração" de ato a fato ou seja, o estudo do próprio fenômeno, pela filosofia. A filosofia, assim como o direito, não tem objeto, mas objetivo; logo, no discurso privilegiado da filosofia  não é estudo do objeto o que ocorre , pois a filosofia não estuda objetos, não tem, não se declina sobre objetos,  mas somente sobre  atos e fatos mentais e naturais.
 Na ciência, ao contrário, acontece o estudo do objeto que os sentidos lança, atira no ar,  através dos sentidos, que então os estuda; portanto, na ciência, o fenômeno é estudado, sendo o fenômeno, então, um objeto de ciência.Sim, o fenômeno é algo lançado pelos sentidos, é objeto passível de estudo pela ciência; todavia, é muito mais que isso, pois envolve atos e fatos que são analisados no crivo da filosofia ( não estudados), pois ali há inúmeros objetos, de um vez dados aos sentidos, grudados, inseparáveis ( feito cascavéis), indissolúveis,  e, como é impossível estudá-los assim, como vários objetos colados uns aos outros, o jeito é entregar esse "estudo"  holístico à filosofia, pois é um estudo sem objeto singular, porém com uma infinidade de objetos amalgamados, plurais, porém indissolúveis, impossível de dissociarem-se  em objetos individuados pelo sujeito que os sonda desde os sentidos, sem se lograr distinguir formas e conteúdos substanciais determinados, individuados, porquanto vêem em cambulhão, de enxurrada, como uma onda de luz, eletromagnética ou do mar, do rio.
Assim amalgamados, é da alçada da filosofia, que não visa objetos, porém traça e observa objetivos, valorando-os ou não. Amálgama de axiologia e fenomenologia. A filosofia não tem mais a função de estudar o objeto, mas de estudar o estudo : epistemologia. O estudo do objeto concerne à ciência.
O objeto é algo assim como uma  não-coisa,  dado pelos sentidos, por trás do qual está o sujeito; o objeto existe somente coberto pelo véu dos olhos  que olham e vêem sob o véu de luz ou trevas que o cobre, o esconde, tal qual o véu ou a burca esconde a face da mulher, vela a face e pelo véu do mundo interior do homem, onde o objeto é recebido e emitido, no vaivém do ser e não-ser, que forma o conhecimento e dá seu conteúdo.
Um estado sem direito está descrito por Castro Alves no poema "O Navio Negreiro", obra-prima da literatura mundial, poesia de primeira grandeza ou da maior grandeza. Estrela alfa na constelação da Virgem, de Órion, da Cão Maior ou Menor, da Ursa. 

Há países em que o estado de direito é voltado para fins domésticos, ou seja, trata-se de um estado doméstico, no qual o estado é a Casa do  político e não o "habitat" do povo em território sem timão, nave sem tombadilho ( onde dançam os escravos referidos em Castro Alves! : o maior e melhor poeta em português da Terra de Vera Cruz), mastro, mezena ou âncora ; este povo que cai na enxurrada, ano pós ano, morro abaixo, soterrando com as encostas às costas.
Neste caso, terra à vista desde a gávea,  Brasil à vista!, o estado que há aqui, prospera e prosperou, história fora, foi um estado anômalo : o estado doméstico,  estado de fato, porém não de direito; logo, há a base física do estado : a terra e o povo, mas não o direito, o qual está apenas na ficção jurídica,  não no estado, que é fático, não jurídico ou jurígeno, o qual é ignorado pelas pobres e as decadentes elites pouco inteligentes e, consequentemente, não esclarecidas, vincadas no de mau caráter.
Elites estúpidas não  passam do fato ao direito, não separam essas noções, pois esse passo titânico depende da evolução intelectual do povo, enquanto etnia. Essa operação intelectual é produzida por seus sacerdotes e escribas, que fazem parte do poder, tem um dos três ou quatro poderes do estado e, portanto, liberdade e vigor e pachorra para a produção intelectual, que vem com o ócio, com as classes ociosas dos pensadores que escrevem a crônica do povo ( os historiadores), cantam seus feitos ( os poetas épicos ) e pensam seus deuses  ( os poetas em suas teogonias e os pensadores e teólogos, moralistas, fabulistas em suas "filosofias" pragmáticas, utilitárias, mas abstratas e abstrusas, que assentam as primícias das linguagens matemáticas que depois atinge a física, a ciência, enfim).
O objeto do estado de fato, objeto fático, vínculo de estado e direito,  pela subsunção, na união final de direito e fato, no caso, estado de fato, subsunção que dá o objeto da ciência jurídica, o qual controla ou visa controlar relações de fato através de aplicações de ilações de direito, porque se, da hipótese no direito positivo ( lei)  ao fato coincidente ou descrito claramente com a hipótese legal, se não perfaz o caminho que dá nessa fusão de fato natural, social, cultural e hipótese jurídica descrita em lei,  deixando, destarte,  de existir duplamente ou em dois, porquanto tal relação somente  é possível na forma de gêmeos germanos ou siameses, quando, então, é necessário, não contingente ou acidenta, na consonância das gnoseologias de Kant e Aristóteles. Sem esse vínculo indissolúvel, é apenas mais  um par em divórcio frequente : duas vozes discrepantes, dissidentes, incompatíveis. Assim, em divórcio, é objeto fantasma, fantasmagórico sem fato nem tampouco direito algum a se reportar.
Aliás, muitos cientistas ignoram o conceito de objeto e muito menos têm ciência da bipartição do objeto em objeto de fato e objeto de direito, os quais, ao se ligarem no mundo, com a alienação do pensamento do cérebro no mundo, ou seja, na junção de fato e lei (hipótese legal). A lei é o direito posto ou positivo; o direito em si é negativo, filosófico, uma nadidade cujo objeto está posto em símbolos e signos no ser. Aliás, nos seres do discurso, que são vários e obedecem ao comando das linguagens e do não-ser, que é o negativo do negativo. O ser negativo do não-ser ;do não-ser ainda, do vir-a-ser, porquanto não há ser para trás do tempo, ser-que-foi, ser-ido nos idos do tempo, conquanto exista  um pretérito em verbo, mas não em tempo vital, real, atual, atuante, tempo-ator ou tempo-em-ato, que é o fio do tempo real, existencial, não essencial, de realidade e realização e não a nadificação que implica o ser e o não-ser.
Pela explanação supramencionada é possível ler as linguagens matemáticas que vieram da filosofia e da ontologia, principalmente, pois a ontologia é a mãe do objeto e dos monstros conceptuais que distam ser e não-ser, na negatividade que desfaz e assim analisa o positivo, o posto enquanto ser nas coisas, nos objetos, nos fenômenos, etc.
O senso comum e a gramática vêem o objeto não como um ser dado pelo ser do homem, na ligação ou intersecção do interior do homem ao mundo  exterior ( união estável do macrocosmo e microcosmo), natural, real ( constituído de coisas, não em-si, mas para o olho do outro ou o olho do furacão, que tudo vê ); logo, no senso comum e na gramática, o objeto é desenhado sobre o corpo físico,  produzido pela indústria do homem ( entenda-se por indústria : trabalho), no artefato, objeto produzido pela técnica, sob os rascunhos ou esboços em equações que exprimem a linguagem da ciência; este artefato, indubitavelmente, não deixa de ser um objeto, no caso, objeto do fazer da ciência e técnica, com linguagem e produção; contudo, não se trata de um estudo sobre o artefato, que, assim, não é objeto de ciência enquanto considerado meramente como artefato, produção cultural, ao invés de objeto de estudo, que tem os dois lados da moeda.
 É, tão-só, objeto de técnica e linguagem da ciência, mas não objeto de ciência mais, pois há o pressuposto lógico e óbvio que, se é artefato, produto humano ou da cultura,  já foi estudado enquanto objeto antes de se transformar em artefato humano que, pode, inobstante, vir-a-ser objeto de ciência, pois o artefato é outro objeto, um objeto realizado ( não um mero objeto da realidade ou natural, porém produzido pelo labor humano, com ciência na etnologia ou etnografia. Fora isso, como artefato puro,  não é objeto, ou deixou de ser objeto, ou ainda é apenas coisa. Donde se conclui que, na contemplação da etnologia é objeto de estudo científico;  na gramática, objeto do sujeito, em relação ao sujeito e para o sujeito, dentre outros objetos possíveis e passíveis de estudo que pode ser em milhões ou bilhões ou estar nesses números encravados, se não passa ao infinito matemático, infinito de linguagem.
O objeto de estudo da ciência está no envoltório do fenômeno; entretanto, não é uma fenomenologia, senão no homem, ou no pensamento do homem, que ocorre como ato, analisando a "transliteração" de ato a fato ou seja, o estudo do próprio fenômeno, pela filosofia. A filosofia, assim como o direito, não tem objeto, mas objetivo; logo, no discurso privilegiado da filosofia  não é estudo do objeto o que ocorre , pois a filosofia não estuda objetos, não tem, não se declina sobre objetos,  mas somente sobre  atos e fatos mentais e naturais.
 Na ciência, ao contrário, acontece o estudo do objeto que os sentidos lança, atira no ar,  através dos sentidos, que então os estuda; portanto, na ciência, o fenômeno é estudado, sendo o fenômeno, então, um objeto de ciência.Sim, o fenômeno é algo lançado pelos sentidos, é objeto passível de estudo pela ciência; todavia, é muito mais que isso, pois envolve atos e fatos que são analisados no crivo da filosofia ( não estudados), pois ali há inúmeros objetos, de um vez dados aos sentidos, grudados, inseparáveis ( feito cascavéis), indissolúveis,  e, como é impossível estudá-los assim, como vários objetos colados uns aos outros, o jeito é entregar esse "estudo"  holístico à filosofia, pois é um estudo sem objeto singular, porém com uma infinidade de objetos amalgamados, plurais, porém indissolúveis, impossível de dissociarem-se  em objetos individuados pelo sujeito que os sonda desde os sentidos, sem se lograr distinguir formas e conteúdos substanciais determinados, individuados, porquanto vêem em cambulhão, de enxurrada, como uma onda de luz, eletromagnética ou do mar, do rio.
Assim amalgamados, é da alçada da filosofia, que não visa objetos, porém traça e observa objetivos, valorando-os ou não. Amálgama de axiologia e fenomenologia. A filosofia não tem mais a função de estudar o objeto, mas de estudar o estudo : epistemologia. O estudo do objeto concerne à ciência.
O objeto é algo assim como uma  não-coisa,  dado pelos sentidos, por trás do qual está o sujeito; o objeto existe somente coberto pelo véu dos olhos  que olham e vêem sob o véu de luz ou trevas que o cobre, o esconde, tal qual o véu ou a burca esconde a face da mulher, vela a face e pelo véu do mundo interior do homem, onde o objeto é recebido e emitido, no vaivém do ser e não-ser, que forma o conhecimento e dá seu conteúdo.
Um estado sem direito está descrito por Castro Alves no poema "O Navio Negreiro", obra-prima da literatura mundial, poesia de primeira grandeza ou da maior grandeza. Estrela alfa na constelação da Virgem, de Órion, da Cão Maior ou Menor, da Ursa.
  


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