segunda-feira, 9 de julho de 2012

PÃ - dicionário wikcionário wiki wik dicionário etimologia etimo verbete lexicografia glossário mitologia mito grego deus divindade

Pan, o deus Pã, o terror pânico, é, nesta última versão da palavra, realidade. Não há tervigesar, o pânico ou terror pânico, é o Pã grego ( o Peter Pã?! ) e a Síndrome ou Transtorno do Pânico, no jargão do médico e psiquiatra. Cada um com sua linguagem, configurando o objeto, da ciência, do mito ou da práxis,  na neurose ou psicose, no mito, que configura a linguagem, e no rito que configura o espaço geométrico na dança, música, drama e demais representações dessa práxis, que é o ritual, dentre outras inúmeras linguagens para objetos, dado pelos aparatos linguísticos do discurso, na palavra falada, cantada ou escrita e a práxis que desenha o ritual religioso , social, político, científico, enfim, o teatro posto no drama ou rito ou práxis do que se pensa.Cada linguagem ou ciência nomeia ( dá o "nous", ou inteligência ) do seu objeto, que é diverso, tanto quanto o nome e a figura geométrica no espaço vago e sem formas dos conceitos transferidos pelos vocábulos.Dentro da engenharia há uma práxis, assim como também na ética, no pensamento e em qualquer atividade humana : é como a política que está presente em todos os relacionamentos humanos. Onde há dois, duas pessoas, representando seus papéis no drama social,  há política e práxis, obviamente. O mito social está inseto no drama coletivo, o qual é seu rito. Essa é uma fórmula universal para todos os dramas representados numa determinada civilização.
O objeto interiorizado e posteriormente alienado na exteriorização ( a neurose, ou psicose, a histeria, por exemplo) mostra dois Pãs, ou espécies da divindade,  ou dois "medos-Pã" : um Pã introjetado ou introspectivo, não alheio, mas apegado ao pensamento, fechado no pensamento humano, sem saída, num labirinto para patas de Minotauro...; e outro (Pã)  alienado no mundo ou extrovertido, fora ou expulso, regurgitado do pensamento para a técnica ou para o que há no mundo das coisas fora do pensamento humano, embora concebido por este pensamento, com as instituições, as invenções técnicas, tecnológicas, os artefatos, enfim, técnicos ou doutrinários, tudo no sentido em que Jung colocava a linguagem, ou sua ciência, dando as duas faces da mesma moeda : o introvertido e o extrovertido, dois Narcisos no espaço do espelho ou lâmina d'água do fosso.
As doenças todas estão sob a insígnia ( ou égide ) do deus Pã ; há mais pavor que doença; aliás, o que há é o medo Pã, como doença e sintoma ou semiologia; o que há de fato é o doente que se fabrica assim para o médico de plantão, exceto nos casos de acidentes; outrossim, no que tange aos remédios, drogas ou  fármacos, o que há é mais placebo e sugestão e auto-sugestão do que imagina a vã ciência não aparelhada com linguagem apta a  observar certas realidades e objetos dessas "certas realidades" suprimidas da linguagem ou não supridas por elas. É como se falar em mundo paralelos : há linguagens paralelas
 ( e amarelas de impaludismo!).
Os médicos, em geral, não sabem qual a doença ou mal de que sofre o paciente em sua paixão; todavia, sabem de um nome para denominá-la; assim, ficam somente na nomenclatura e não passam à efetividade prática, à causa,  ou á engenharia médica ou práxis necessária para a cura ; a práxis ou engenharia química fica  adstrita somente à feitura dos remédios. A nomenclatura, que é menos que a linguagem, ou apenas parte da linguagem, sem a gramática e suas relações e ilações lógicas, a qual faz a ciência no abstrato, na arquitetura do pensamento, a que se seguem as engenharias e outras linguagens para os objetos a que vão de encontro; a nomenclatura fica sendo o único e unilateral conhecimento que o profissional, em geral, e outrossim o profissional de saúde acaba tendo do doente e da enfermidade ou síndrome, não a ciência enquanto linguagem, que então, neste caso, se torna linguagem-fóssil, encontradiça nas pedras dos caminhos longos, redondos, em voltas sem fim, como quem está perdido no deserto imenso, ancho, sem anjo, com Pã tocando a flauta ( ou o diabo no meio da melodia do meio dia : zênite).
A dicotomia e outras relações duplas ou triplas, ou quádruplas, etc., entre o indivíduo e a doença, como entes ou objetos separados, é impensada, desprezada.
Quando a nomenclatura toma o lugar da linguagem não é possível chegar ao conhecimento que está desenhada na linguagem, arquiteturalmente, nas concepções do pensamento que vão ser aplicadas ao conhecimento, o qual, depois dessa fase, passa à práxis e engenharia na aplicação dos princípios ( da razão),nos quais está contida a sabedoria, lida sob a forma de práxis em natureza;  na menor folha, ou palma, de palmeira podemos ler este livro da sabedoria, derradeira fase da inteligência, encetada no homem e passada aos demais entes humanos pela linguagem ( os genes da cultura), na qual estão os conceitos que se apóiam nos princípios ou leis naturais lidas na linha da vida ( e não linhagem do pensamento, pois o princípios ali encontrados vêem de fora do pensamento, estão na existência ), o que pode constituir a ciência, dependendo da propedêutica e da capacidade cultural e intelectual do indivíduo que lê e interpreta, ato no qual a linguagem comunica e é a ciência que comunica em forma arquitetural, ou conceptual, abstrato, intuitiva, enfim, uma geometria e uma linguagem matemática atende as comunicações da geometria em espaço e tempo; tempo, que está na visão e leitura do homem de algo matemático-motor que está "in natura" e mal podemos compreender senão sob a ótica de movimento.
O tempo é o movimento que percebemos, mas mais que isso é um conceito complexo, no qual estão colocadas várias funções e concepções que não pertencem ao conceito de tempo, mas apena os abstrai para mais ( a grande abstração) e não para menos ( pequena, média ou comum abstração), pois no conceito de tempo tem muito mais objetos do que o tempo, assim como sói acontecer em outros conceitos preso entre a grande e a pequena abstração, ou seja, a abstração que põe muito mais do que tem no objeto de estudo e naquela que tira matéria e deixa apenas a forma , como ocorre na pequena ou mediana abstração, que ignora propositadamente as infinitas relações dos objetos para poder isolar um objeto de estudo.
Todavia, o pior de tudo é quando a mente alerta e insaciável buca outros objetos, em relação ou unidos indissoluvelmente aos objetos primários, isolados no consolo do espírito da abstração pequena.Na interiorização e exteriorização de vários desvarios e de experiências vividas, do mito, oriundas do mito, quando surge o deus Pã, enquanto doença ou outra forma de incômodo, aí é que está exposto em toda sua complexidade a questão da linguagem, agora com tom poético, e as demais linguagens da ciência e da práxis em suas relações.
O complexo Pã ou medo-Pã não é simplesmente um deus, mas algo mais vasto e fundamental, que separa mito e realidade, pensamento  ( não teoria) e práxis. Entendo como práxis todo comportamento humano livre. A engenharia, a arquitetura, a ética, os ritos, dentre outros comportamentos e atutides humanas, são práxis. O mito ou ciência na linguagem mitológica ( na lógica, no "logos", na logística que ampara o mito e o rito : sua práxis), é, sob um determinado prisma científico-filosófico) do Complexo Pã, ou Complexo Medo Pã, dá o mesmo conhecimento e práxis que a geometria, em sua relação com o ser humano, ou seja, a relação espacial, que abstrai, na geometria, a temporal, mas a põe na ralação com o homem que, a ver ou abstrair o espaço na forma geométrica, tirando matéria e concomitantemente tempo, permite observar que  tempo, movimento da matéria, parece inexistir na forma; sem embargo, como as formas geométricas são mutáveis ( mutação ), até nas formas que um homem desenha diferententemente de outro ser humano, já demonstra que o tempo ou movimento também vai nas formas, pelos movimentos na geometria euclidiana clássica e demais geometrias não-euclidianas, como a geometria analítica de Descartes e outros. As linguagens para as geometrias, bem como para qualquer ciência são inúmeras e se contam pelos objetos que as aguardam plácidos.
O Complexo-medo Pã, vem evocar a individuação e, outrossim, o oposto do processo da individuação : a unidade ( ou o ser de Parmênides, filósofo de escola  eleata, escol de onde vem o berço da ontologia, parte essencial da primeira filosofia em terra ou alienada do pensamento do pensador filosófico já, antes de Sócrates ;  daí pré-socráticos, a história da filosofia ). A individuação é a fonte de toda paixão ( sofrimento, frustração, infelicidade, desunião, nascimento ou composição do corpo e morte ou decomposição da matéria de que é feita o organismo, etc. ) : a paixão de Cristo, a Paixão de Dioniso, que quando despedaçado
( ou individuado, na metáfora, alegoria, que quer dizer, outrossim, esquartejado, decomposto na paixão da morte carpido ).
 Neste estado, no qual o corpo se acha despedaçado ou decomposto, Dioniso é chamado Sagreu e, destarte, deixa de ser uno com o todo, e passa à trágica condição do indivíduo, que sofre, erra, ama,vive, morre, e não recebe em correspondência o espelho do amor, em devolução justa à paixão que emite de si para  outro : alteridade, cuja tensão tem diferença entre s indivíduos envolvidos nela, pois o ser humano é um Narciso, macho ou fêmea ( epiceno)  que suicida-se ao afogar e si, na sua solidão basta,  individual, impossível de romper : a prisão da solidão : "Ecce homo", eis outro homem,  desconhecido da linguagem da ciência ou sem linguagem perceptível ainda nos primeiros vagidos de uma gutural nomenclara, pré-histórica, arqueológica, ou proto-histórica.
O processo de individuação é que traz a morte e, consequentemente,  à consciência da morte, porquanto a morte é para  o indivíduo, não para a natureza ou para o homem enquanto gênero e espécie. O homem enquanto espécie afronta milênios ou mais; entretanto o indivíduo mal passa de um breve momento, um interlúdio fosco. Esse processo de individuação ( que informa a alma do budismo, do  cristianismo, do induísmo, etc.), ocasiona todos os transtornos na vida do ser humano, que, diferentemente da erva daninha, o percebe, tem consciência da individuação e suas consequências fatais.
A doença nasce dessa compreensão e apreensão da realidade brutal, é uma regurgitação dos venenos consumidos vida fora : vida social de coadjuvante, que a maioria leva às costas e o consequente alcoolismo, tabagismo, alimentação deficiente, temperada no agrotóxico e hormônios, conservantes potentes, desamor, baixa estima; pouco dinheiro e poder pessoal, político, sócio-econômico ; miséria intelectual, dentre outros fatores ; portanto,  noventa por cento da doença de um indivíduo reside  e é criada pelo doente, que é o ser humano desperto e, evidentemente, levado e elevado à loucura ocasionada por este despertar búdico ou crístico ou nietzschiano ( o Buda ou Nietzsche na percepção do fenômeno dionisíaco, o Cristo, são alguns desses indivíduos perceptivos da realidade crua da individuação ), ou seja, o indivíduo ou o ente individual cuja  compreensão da realidade, que o fere de morte, desde o nascimento, torna-o um ser búdico ( iluminado, um Buda  ) ou dionisíaco ( selvagem ou natural, instintivo,  ou ingênuo, no linguajar de Nietzsche) ou crístico ( dominados pelo amor ágape de Cristo e São Francisco de Assis, dentre outros), este próprio indivíduo e mais ninguém nem nada fora dele, é o criador  de sua doença, ou, se  quiser,  o curandeiro ou médico ou xamã que se auto-cura, pois o corpo cura tudo, tem capacidade regenerativa e degenerativa, fato que a ciência não pode adivinhar, nem quer admitir,  ou ousar sonhar, mesmo porque apagaria parte da política de dependência social, o elo médico-paciente, farmácia-clientela, mestre-discípulo e outras formas sociais de dependência cômica, senão trágica ; os outros dez por cento da doença, que sobra,  é somente efeito colateral do doente, ou seja, a doença é somente esses dez por cento, o resto dos noventa por cento da doença é criação do doente, uma personagem trágico-cômica entre os médicos. Tais efeitos colaterais são produzidos pelo doente, drogas de farmácia, médicos, iatrogenia, alcoolismo, tabagismo, vários tipos de envenenamento efetivo ou metafórico, etc..
Estes indivíduos que vivem essa paixão que representam em si e para os outros, são, enquanto indivíduos cônscios ou inconscientes de suas mazelas representadas e sua paixão ( doença) , em geral, são seres humanos  despertos repentinamente por algum sofrimento insuportável, uma guinada radical na vida que o abalou completamente há alguns anos e que depois tem que ser regurgitada como doença, no vômito social, a fim de evitar a morte prematura. A doença é a própria cura perpetrada pelo corpo, cujo fito é responder aos processos de infelicidade que envenenaram o organismo durante a grande tribulação  e somente acontece depois que passa à "grande tribulação" que assola o solitário e abandonado indivíduo, entregue à sua própria sorte, mormente quando a sociedade ( família, empresa, igreja...) podem prescindir de sua existência ou esta se torna um peso ; enfim, o estado em que se lança o corpo do indivíduo para se salvar da morte certa,  da doença levada a cabo pelo indivíduo, na forma de neurose ou de química do corpo, é uma reação natural e sábia do indivíduo  que  percebeu o desamparo a a solidão inenarrável a que está sujeito, a precariedade da vida,  pois todo indivíduo é, antes de tudo,  uma personagem de tragédia escrita e representada por ele, indivíduo, ente mortal, como Sócrates no silogismo, o ser humano que se vê , de chofre,  nu, expulso do seu meio, sem nicho,  em meio a intempérie assustadora, a qual sopra a zarabatana envenenada de morte aos quatro ventos, nas ventas dos cavaleiros do apocalipse diuturno e nos foles dos pulmões do moribundo.
Noventa por cento percentual da doença é fabricado pelo doente, seu cérebro, sua mente e sua vida pregressa e atual, que ele rejeita ( rejeição, repulsa ) ; os outros dez por cento percentuais são efeitos colaterais : médicos, drogas, química a formular ou reformular a matéria ferida pela mente do indivíduo. Essa conclusão velada, por assim dizer, está implícita no budismo pela doutrina do induísmo ( reencarnação, ou seja, retorno das ervas nas sementes : o vegetal é a vida ou a alma da vida que anima a planta, o animal, o homem e tudo o que possui vida ), na doutrina do eterno retorno de Nietzsche, no cristianismo com a ressurreição, que não passa de uma evocação óbvia da primavera : o fim do degelo, o apagar a lareira. A Seicho-no-ie exprime , de forma explícita,  a doutrina hinduísta-budista e cristã, quando fala da perfeição universal, na qual se reconhece a unidade e se demonstra a dor da ser dilacerado em indivíduo, ou seja, na união com Deus, que é a única salvação do indivíduo e do processo de individuação, que ocasiona tanto mal e degeneração no mundo estribado na individuação : o mundo infeliz de Sagreu, o indivíduo trágico em Nietzsche.
A ciência e a religião são mitos temporais, ou linguagens para confirmar ou verificar, dar crédito ou credibilidade a mitos; a poesia oculta nas equações ( expressões de linguagens ) fala de Deus e expõe a mitolologia de todos os Hesíodos periódicos, em tabelas mensuráveis. Podem ser ponderados, pesados na razão. A filosofia é a única forma de fuga e criticismo do mito, mas por isso mesmo é um instrumento detestável, deplorável, eivado das superstições e preconceitos, bem como contexto sujo, de seus feitores e autores. Torna-se, destarte, algo inútil, pedante, kantiano, fossilizado no diálogo escrito dos filósofos de todos os tempos, que discutem hoje ( agora!) todos os tempos e sempre o farão, enquanto houver língua e homem.
 

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