A barata (“Periplaneta
americana”)
Passa próxima
ao meu pé
Numa rapidez
estonteante
Que a deixa
tonta.
Essa cena presenciei
Em vários
momentos vitais
Ou nos quais
estavam vivos
E em seu ser
Eu e a
barata em périplo(périplo) pelo planeta terra.
Quando uma e
outra consciência,
A minha consciência daquilo
Que julgo
ser consciência,
Une-se e liga-se
à minha autoconsciência
Ou consciência
da consciência minha
E da
consciência do outro,
No caso da
barata,
Que é uma consciência
Da qual não
estou cônscio,
Mas apenas
imaginando
Ao lançar a
minha consciência
No espaço e
tempo
Que cobre ou
cobra a relação
À maneira da
cobra,
Que cobre o fio
de cobre da comunicação à bateria ou pilha,
Espaço e
tempo enquadrados
No visual
geométrico que meço.
Com a
percepção da barata
Passando para
o alerta,
Posso então
ver a barata
Em seu
esplendor de vida e corrida...
Ou em sua
miséria e infortúnio?
O mesmo se
dá
Com o fato
tímido
que torna a barata
Cônscia de
mim no entrono,
Vez que ela
se volta
E se depara com a minha presença vital
Em meio ao
seu meio de caminho,
Quase um
cantinho
Para cantor
de ópera bufa.
(Ufa! Bufa,
bufão!).
Nossa
relação pós-percepção mútua,
Senão tripla
(quadrúpede? , centopéia..., artrópode...)
Com o meio ambiente circundante
Perfaz dois
comportamentos díspares
Que disparam
imediatamente, irracionalmente...
No melhor
estilo disparado por um homem
Com fobia do
bicho em tela.
A barata que
aferiu a presença de meu ser
em seu campo
de percepção
Foge
esbaforida;
Eu, vendo-a
em desabalada fuga
Persigo-a
com o afã
Que
caracteriza e comanda a paixão
Da presa, que
tende a se desprender
E do predador em persecução tenaz.
Esses dois
movimentos de ser
Disparados (
disparatados) entre mim e a barata
tonta,
Depois de
ocorrida a corrida,
Em que um se
socorre
E outro só
corre,
Acaba ao
cabo de minutos
Ou em outro
tempo
Que se
arraste feito minhoca
Pelo chão do
baixo ventre livre ou preso
Ao som e
sono de algum saxofone
Que sacha a
noite.
Esta a
relação simples e chã
Comigo e a
barata ao rás do chão,
Uma mera corrida de barata
Faz-me crer
que algo na natureza
Está
acordada e cônscia :
Que há um
“nous” “in natura”
E Deus olha
por aquela fresta
E, quiçá,
por este ângulo me meça
Levando-me
em seno a Pitágoras
Que me dá
uma forma na geometria,
A qual me
lava com uma fórmula
Iluminando
parte do meu ser
Que vagava
pelo lado escuro da lua
Sem rua nem
batente
aonde uma
porta me espera
Ansiosa
por ser batida
Pelos nós
dos meus dedos
Em nua noite
de lua
Em luta
contra o luto.
Na língua
culta, que foi o latim,
A qual comunga com as línguas
Que das
línguas romances se originou,
A barata tem
a denominação científica
Na nomenclatura
binominal
“Periplaneta America”,
“Blattella germânica”...,
Dentre
outras similares
Que se
referem às terras
Sobre as
quais sobrevivem
E exprime um
pouco
O que esse
inseto faz
Em seu
périplo.
Já eu estou
em nomenclatura tríplice
Que diz o
que sou
E o que mais
sou...ou seja,
Sou algo em
menor quantidade,
Mas em boa
porção,
E outra
coisa máxime em quantidade; a saber :
“Homo
sapiens sapiens”...
“Ecce homo”?!...
Não sei, não
somo,
Máxime no
que tange a lira ao homem,
Que “homo”
sou no “húmus” da terra,
Ta qual a
garricha cantante
E a urutu
silente
Atrás da
noite emboscada
Com uma
baita peçonha
A ser
inoculada á vítima de sua fome,
Que a chama
à caçada
Junto ao
demônio negro
Que corre ao
relento da madrugada
Tangenciada pelo
rio do rocio
Que está no
cio.
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